SIGNIFICADO ESCATOLÓGICO DO CELIBATO SACERDOTAL
"O reino de Deus, que não é deste mundo (S. Jo. XVIII, 36), está nele presente em mistério e atingirá a sua perfeição com a vinda gloriosa do Senhor Jesus. A Igreja constitui aqui na terra, o germe e o início deste reino; e, ao passo que vai crescendo lenta mas seguramente, aspira pelo reino perfeito e ambiciona, com todas as forças, unir-se com o Seu Rei na Glória.
O povo de Deus peregrino encontra-se, na história, a caminho da sua verdadeira pátria (Filp. III, 20), onde se manifestará em plenitude a filiação divina dos remidos (1 Jo. III, 2) e onde brilhará definitivamente a beleza transfigurada da Esposa do Cordeiro Divino.
O nosso Senhor e Mestre disse que "na ressurreição... nem os homens terão mulheres, nem as mulheres maridos, mas serão como anjos de Deus no céu" (S. Mat. XXII, 30). No mundo do homem, tão absorvido nos cuidados terrenos e dominado bastante vezes pelos desejos da carne (cf. 1 Jo. II, 16), o precioso dom divino da continência perfeita, por amor do reino dos céus, constitui exatamente um sinal particular dos bens celestes", anuncia a presença na terra dos últimos tempos da salvação (cf. 1 Cor. VII, 29-31) com o advento dum mundo novo, e antecipa, de alguma maneira, a consumação do reino, afirmando os valores supremos do mesmo, que um dia hão de brilhar em todos os filhos de Deus. É, por isso, testemunho da tensão necessária do Povo de Deus orientada para a meta última da peregrinação terrestre e é incitamento para todos erguerem o olhar às coisas do alto, onde o Senhor está sentado à direita do Pai e onde a nossa vida está escondida com Cristo em Deus, até se manifestar na glória (Co. III, 1-4).
Muitos com a melhor das intenções, acham que, com a extinção do Celibato Sacerdotal, aumentaria o número dos padres. A este respeito diz o Papa Paulo VI: "Nosso Senhor Jesus Cristo não temeu confiar a um punhado de homens, que todos teríamos julgado insuficientes tanto em número como em qualidade, o encargo imenso da evangelização do mundo até então conhecido; e ordenou a essa "pequena grei" que não tivesse receio (S. Luc. XII, 32), porque alcançaria com Ele e por Ele, a vitória sobre o mundo (S. Jo. XVI, 33) graças a constante assistência que lhe daria (S. Mat. XXVIII, 20). Advertiu-nos também Jesus de que o Reino de Deus possui uma força íntima e secreta, que o faz crescer e chegar a messe sem que o homem saiba como (S. Marc. IV, 26- 29). Essa messe do Reino de Deus é grande, e os operários ainda são poucos, como ao princípio; ou por outra, nunca chegaram a ser tão numerosos, que se pudessem dizer suficientes segundo os cálculos humanos. Mas o Senhor do Reino exige que se reze, para que o Dono da Messe mande operários para o seu campo (S. Mat. IX, 37-38). Os planos e a prudência dos homens não podem sobrepor-se à misteriosa sabedoria daquele que, na história da salvação, desafiou a sabedoria e o poder do homem com a sua insensatez e fraqueza ( 1 Cor. I, 20- 31).
Gostoria de terminar este assunto com uma belíssima citação que o papa Paulo VI faz do Beato João XXXIII: "Amargura-nos saber ... que alguns fantasiam sobre o desejo ou a conveniência, que haveria para a Igreja Católica, em renunciar ao que por tantos séculos foi e continua a ser uma das mais nobres e mais puras glórias do sacerdócio. A lei do celibato eclesiástico, com o empenho de fazê-la prevalecer, continua a evocar as batalhas dos tempos heróicos, quando a Igreja teve que lutar e venceu, evoca o triunfo do seu trinômio glorioso, que será sempre emblema de vitória: IGREJA DE CRISTO - LIVRE, CASTA E CATÓLICA".
"QUEM SE APROXIMA DO SACERDÓCIO, DEVE SER PURO COMO SE ESTIVESSE NO CÉU". (S. João Crisóstomo).
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