sábado, 31 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  31 de janeiro


   "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Estas palavras proferidas por Nosso Senhor quando ainda estava no mundo, vão além da vida humana do Salvador. São palavras que não passam, e que Ele poderá repetir sempre, com o mesmo cunho de verdade, no Santíssimo Sacramento.

   Há caminhos fictícios, atalhos, na vida espiritual, estradas que se podem trilhar por algum tempo e abandonar depois.

   Jesus no Santíssimo Sacramento é o Caminho imutável. É o meio, o modelo, porquanto nos seria de pouco proveito conhecer o caminho se Ele não nos ensinasse, com o seu exemplo, a palmilhá-lo. 

   Somente se pode alcançar o céu pela participação da vida de Nosso Senhor. Que a nossa vida espiritual consista, portanto, em contemplar a Eucaristia e nela procurar o exemplo do que temos que fazer em toda as circunstâncias da vida cristã. Eis em que se resume e como se entretém a união com Jesus Hóstia, e será assim que nos tornaremos eucarísticos em nossa vida, e que nos santificaremos segundo a graça da Eucaristia. 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  30 de janeiro

   
   A Santa Eucaristia é Jesus Cristo passado, presente e futuro; é o supremo desenvolvimento da Encarnação e da vida mortal do Salvador, que aí nos concede todas as graças. É o mistério régio da nossa fé, para o qual convergem todas as verdades católicas, como os rios se lançam no oceano que os alimenta.

   Que a Santa Eucaristia seja portanto o nosso ponto de partida na meditação dos mistérios, das virtudes e das verdades da religião, de que é o centro. Essas verdades são apenas raios, e se partirmos do centro, haveremos de seguir-lhes o curso.

   Com efeito, que de mais simples do que estabelecer relação entre o nascimento de Jesus no presépio e o seu nascimento sacramental sobre o altar e em nossos corações?

   Quem não reconhece que a vida oculta de Nazaré continua na divina Hóstia do tabernáculo, e que a Paixão do Homem Deus sobre o Calvário se renova no Santo Sacrifício? E não é Nosso Senhor manso e humilde no Santíssimo Sacramento como em sua vida na terra? Não está sempre aí como o Bom Pastor, o Consolador divino, o Amigo do coração?

   Feliz a alma que sabe encontrar Jesus na Eucaristia, e, na Eucaristia, todas as coisas!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  29 de janeiro

   
   Jesus Eucaristia é a grande luz que ilumina todo homem que vem a este mundo. É o sol interior que esclarece as almas que O desejam seguir.

   Eis porque os santos encontravam ao pé do tabernáculo o conhecimento das grandes verdades, raios de claridade, a ciência de Deus tão preciosa e tão rara!

   Jesus na Eucaristia é sempre o bom Mestre que instrui a alma fiel, e que lhe revela, com doçura a sua própria miséria, o seu nada. Mostra-lhe a verdade sem discussões, sem nuvens e sem lhe exigir esforços; manifesta-lhe com amor a sua santa vontade, seu bel prazer sobre sua pessoa.

   Ah! como esta palavra interior penetra o recôndito da alma! Quanto a empolgam deliciosamente a beleza, a verdade, a presença de Jesus, com sua divindade, sua bondade!

   E a alma então, é qual outra Madalena aos pés de Jesus, iluminada pela sua graça, é um outro São João reclinado no coração de Jesus e haurindo n'Ele a ciência e a doçura da santa dileção. 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  28 de janeiro


   O Silêncio é a maior prova de respeito, e o respeito é a primeira disposição para a oração.

   Prestemos a Nosso Senhor a homenagem de um sentimento de respeito, ao chegarmos à sua presença, pois que nos mostramos miseráveis quando a leviandade e a negligência precedem essa homenagem.

   Devemos tributar a Nosso Senhor o respeito exterior, que é a oração do corpo; nada auxilia tanto a oração da alma. Evitemos atitudes familiares diante de Deus, pois demonstram menosprezo.

   Se o coração não estiver ardente de amor, que ao menos o corpo dê testemunho de verdadeira fé e desejo de amar e ser agradável.

   Pensemos que o Mestre aí está, e façamos com que o nosso espírito se compenetre disto: ATENÇÃO A NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!

   Sejamos pois muito severos no tocante ao culto de respeito; conservemos a dignidade do porte e uma atitude religiosa, guardando um rigoroso silêncio e um perfeito recolhimento.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  27 de janeiro





   Nosso Senhor deixaria por assim dizer de corresponder a uma necessidade imperiosa do homem, se apenas quisesse receber de nossa parte homenagens interiores, porquanto não sabemos amar sem provar o nosso amor por testemunhos exteriores da amizade e afeição.

   Jesus desce do céu trazendo apenas sua bondade; nada mais possui, e espera de seus fiéis todas as suas condições de existência neste mundo: o templo, a matéria do sacrifício, as lâmpadas, os vasos sagrados necessários para que se torne sacramento. Tudo recebe de nós!

   E Jesus se faz nosso devedor. Mas Ele pode e quer pagar as suas dívidas. Sim, Jesus que se constituiu caução de seus membros sofredores dizendo: "Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos vos retribuirei o cêntuplo"; Jesus que paga as dívidas alheias, com maior razão há de pagar as próprias. Que felicidade, portanto, fazermos jus a lucros eternos, dando a Nosso Senhor!

   Consolai-O no seu abandono, socorrei-O na sua pobreza! Jesus não considera a quantidade dos dons, mas o coração que os oferece. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  26 de janeiro

   
   A presença de Jesus na Eucaristia além de ser a vida do culto exterior, oferece-nos ocasião de Lhe dar esmolas.

   Dar a Jesus Cristo. É uma honra, um consolo, uma necessidade do coração!

   Nem todos podem prestar homenagem ao soberano do país; somente algumas pessoas privilegiadas. E quem ousaria, a não ser um íntimo, oferecer a um amigo de posição mais elevada um ramalhete de flores?

   Jesus, entretanto, se bem que verdadeiro Rei, e Criador de todos os reis, foge à etiqueta dos soberanos da terra e permite que Lhe prestemos continuamente as nossas homenagens!

   Que honra! E que consolação para a alma fervorosa poder dizer:  -  Dou ao meu próprio Deus alguma coisa de minhas economias, de meu pão, e posso repartir com Ele, com Jesus, o fruto do meu trabalho!

   Sim, Nosso Senhor não poderia sair do tabernáculo se não houvesse o luminário e um pequeno trono. Podemos dizer-Lhe, portanto:  -  Estais num belo trono que vos erguemos; fomos nós que vos abrimos a porta da prisão e fizemos desaparecer a nuvem que vos ocultava, ó Sol de amor! Dardejai agora os vossos raios salutares de luz sobre todos os corações. 

domingo, 25 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  25 de janeiro

   Acercou-se de Jesus, certo dia, uma piedosa adoradora trazendo-Lhe uma vaso de alabastro cheio de perfumes, e o derramou sobre os pés a fim de Lhe testemunhar o seu amor e honrar-Lhe a divindade e a Humanidade Santíssima.

   "Para que este desperdício, murmura o traidor Judas; estes perfumes podiam ser vendidos por elevado preço, distribuindo-se com os pobres o seu valor".

   Jesus, porém, defende a sua serva: "Praticou uma boa obra para comigo, e por toda a parte em que se pregar este Evangelho, esta ação será contada em seu louvor".

   Jesus está no Santíssimo Sacramento para receber dos homens as mesmas homenagens que Lhe prestaram os que tiveram a felicidade de acercar-se d'Ele durante sua vida mortal. Está aí a fim de que todos possam Lhe render homenagens pessoais, e se a única razão de ser do Eucaristia fosse esta de podermos tributar a Nosso Senhor em pessoa nossos deveres de cristãos, isso deveria ser suficiente para nos tornar felizes. 

sábado, 24 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  24 de janeiro



 A Eucaristia, afeto soberano do coração!

   O coração há de estar onde se encontra o seu tesouro, isto é, as suas alegrias, os seus desejos, a sua felicidade.

   O pensamento do coração é sempre ativo, é a chama de um fogo sempre ardente.

   Assim, o pensamento eucarístico do coração acompanha-lhe as aspirações, as pulsações, Jesus Eucaristia não somente constitui toda a sua felicidade, mas se torna a paixão viva e poderosa da alma, que O deseja e procura com Madalena e com a Esposa dos Cantares, chorando a sua ausência e suspirando pelo Bem Amado.

   Finalmente, a Eucaristia, como bem supremo da vontade, faz com que a alma considere sem valor os bens e prazeres desta terra e as criaturas.

   É que a Eucaristia é seu único tesouro, seu alimento, sua vida. Fora disto, sofre e se consome. 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  23 de janeiro


 
 Ter espírito de fé eucarística é comprazer-se no serviço do Deus da Eucaristia, procurar todas as ocasiões que possam honrar e glorificar a Jesus Hóstia.

   Viver do espirito da fé eucarística é fazer da Eucaristia o centro dos pensamentos  -  a preocupação amorosa do espírito, o afeto soberano do coração, o bem supremo da vontade.

   A Eucaristia, preocupação amorosa do espírito, torna como que instintivo à alma este pensamento amável, de tal forma que ele vem sem esforço, sem trabalho, naturalmente; torna-o tão habitual e universal que tudo suscita a lembrança da Eucaristia, constituindo-a o ramalhete espiritual da alma.

   Oh! quão ditosa e livre é a alma que tem o pensamento em Jesus Hóstia! Adoradora perpétua, recebe sempre os raios deste sol de amor, porquanto o seu espírito vive em Jesus Eucaristia!

   O pensamento de Jesus Eucaristia domina inteiramente a alma, a vida toda. Daí provém que a alma eucarística está sempre em paz. É que se estabeleceu nela a unidade de pensamentos, e, por conseguinte, a unidade de amor e de vida. 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA-

Leitura espiritual  -  22





   Gostamos de penetrar uma verdade oculta, descobrir um tesouro escondido, triunfar de uma dificuldade. Assim também a alma fiel, em presença do véu eucarístico, procura o seu Jesus, qual Madalena, no túmulo.

   -  Mestre querido de minha alma, hei de procurar-vos sem cessar, e mostrar-me-eis vossa face adorável!

   E Jesus se manifesta gradualmente à alma, na medida de sua fé e de seu amor, e a alma encontra em Jesus alimento renovado, vida inesgotável.

   O objeto divino de sua contemplação lhe aparece sempre ornado de mais uma qualidade, e aureolado de uma bondade nova e maior.

   E como neste mundo o amor vive de felicidade e de desejos, a alma, pela Eucaristia, goza e deseja ao mesmo tempo; alimenta-se  e tem sempre fome.

   Ah! somente a sabedoria e a bondade de Nosso Senhor poderiam ter inventado o véu eucarístico!

   Jesus encobre o seu amor, e o retém; seu ardor é tal que nos consumiria se estivéssemos expostos à intensidade dos seus raios: Ignis consumens est: Deus é um fogo consumidor.



   

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  21 de janeiro


   Se a Eucaristia é obra de um amor imenso, este amor teve a seu serviço um poder infinito: a onipotência de Deus.

   Jesus, no deserto, tomou cinco pães, abençoou-os e os entregou aos Apóstolos para que alimentassem cinco mil homens. Pálida imagem dessa outra maravilha da Eucaristia, o milagre da multiplicação.

   Jesus, ama os homens e quer se entregar a cada um, total e pessoalmente. É mister, por conseguinte, que Ele se multiplique tantas vezes quantos comungantes houver, e sempre que o desejarem. É preciso que a mesa eucarística se estenda pelo mundo inteiro.

   E tudo isto acontece em virtude do seu poder. Todos O recebem em sua inteireza, com tudo quanto Ele é.

   Jesus está em cada hóstia consagrada e se esta for partida, ficará Ele todo inteiro sob cada partícula. Em vez de dividido,  a fração da hóstia O multiplica.

   E quem poderá contar o número de hóstias colocadas por Jesus, desde o Cenáculo, à disposição dos seus filhos!

COMO SURGIU A TEORIA DA SALVAÇÃO SÓ PELA FÉ - ( 2 )

   40. MARTINHO LUTERO FAZ-SE MONGE.


   Martinho Lutero nasceu em Eisleben, na Alemanha, a 10 de novembro de 1483. Jovem católico e piedoso, que mantinha relações de amizade com alguns frades e andava impressionado com as tentações que sentia na convivência com outros estudantes, um dia um acontecimento vem a ser decisivo na sua vida. Estava com 19 anos incompletos, pois foi a 2 de julho de 1502. Surpreendido em viagem por uma violenta tempestade, ficou aterrado com a perspectiva da morte. E fez uma promessa a Sant'Ana, a quem se costumava recorrer nesses transes: "Se tu ajudas, Santa Ana, tornar-me-ei frade". Mais tarde ele dirá naquela sua linguagem sempre estabanada: "Tornei-me frade por violência, contra a vontade de meu pai, de minha mãe, de Deus e do diabo...Fiz este voto para me salvar" (Weimar T. tomo IV, nº 4414).
   Digamos, entre parênteses, que a alegação de Lutero não tem razão de ser. Ou o medo lhe transtornara completamente o uso das faculdades, ou não. No primeiro caso, o voto não o obrigava, pois para isto era preciso que se fizesse livremente. No segundo caso, sabia ele, como católico que era naquele tempo, que lhe restava um recurso: pedir a dispensa ao Sumo Pontífice, a quem foi dado o poder de ligar e desligar. 

  O fato, porém, é que Lutero entra no convento sem a necessária vocação. E, segundo ele próprio confessa, não encontrou a paz interior na vida religiosa.

   Muitos autores que estudaram profundamente a personalidade de Lutero, entre os quais o católico H. Grisar (Lutero, 3ª edição, Tomo III, p. 596-673) e o historiador protestante A. Hausrath na sua biografia sobre Lutero (3ª edição, Berlim; tomo II, p. 31-36), são de opinião que Lutero era um homem doente e anormal. Da mesma opinião é o médico Guilherme Ebstein em obra aparecida em Stuttgar em 1908. Afirmando esta tese, apareceu uma obra em 2 volumes em Copenhague (1937 e 1941) escrita pelo médico P. J. Reiter e intitulada: Ambiente, Caráter e Psicose de Martinho Lutero. A obra, como é natural, desagradou aos luteranos e provocou discussões.

   Seja, porém, como for, o que é certo é que Martinho Lutero era um sentimental e se preocupava doentiamente com o problema da predestinação, querendo sentir em si à fina força a certeza de que era um predestinado. Queria experimentar claramente a sensação de que seus pecados estavam perdoados e de que se achava na graça de Deus e não sentia este conforto, esta certeza, por causa das tentações da nossa natureza corrompida. A acreditarmos nas suas palavras, ele era dominado por escrúpulos, chegando a confundir as tentações com o próprio pecado, que só existe quando as tentações são consentidas. Como ele dirá mais tarde: "Quando eu era monge, acreditava imediatamente que perdia minha salvação, cada vez que experimentava a concupiscência da carne, isto é, um mau movimento de desejo, de cólera, de ódio, de inveja a respeito de um irmão etc. Eu punha em uso muitos remédios, confessava-me diariamente, mas isto não me servia de nada. Porque sempre a concupiscência da carne reaparecia. Eis porque eu não podia achar paz, mas estava perpetuamente em suplício pensando: Tu cometeste tal ou tal pecado, estás ainda sujeito à inveja, à impaciência etc. Foi em vão que recebeste as ordens e todas as tuas obras são inúteis" (Comentário da Epístola aos Gálatas 1535, Weimar, tomo XL). 

   No meio destas angústias, encontra um confessor e amigo, o Padre Staupitz, que o ajuda e faz o possível para acalmá-lo. Diz Lutero em uma carta dirigida a Jerônimo Weller em julho de 1530: "Nos começos de minha vida religiosa, eu estava sempre triste e não conseguia desembaraçar-me deste estado de alma. Pedi então a orientação do doutor Staupitz, e me confessei com ele. Manifestei-lhe meus pensamentos horríveis e aterradores. E ele me respondeu: Não compreendes, Martinho, que esta tentação te é útil e necessária? Não é em vão que Deus assim te exercita" (Weimar, B. t. V, p. 519). Em outra ocasião lhe diz o Padre Staupitz: "Por que te torturas com estas subtilezas? Volta o teu olhar para as chagas de Cristo e olha para o sangue que Ele derramou por ti" (Opera Exegetica t. VI, p. 296 e 297). 
    

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  20 de janeiro

   Ver, com os nossos olhos corporais, a Pessoa de Jesus no Santíssimo Sacramento, de certo nos seria agradável. Mas, se os Apóstolos não puderam suportar o esplendor de um só raio da sua glória, como suportaríamos vê-Lo hoje em dia?

   O amor, querendo se transfigurar em bondade, humilha-se, rebaixa-se, aniquila-se. Onde encontraremos mais amor? no Calvário ou no Tabor? Comparai e dizei se foi o Tabor ou o Calvário que converteu o mundo.

   O amor rejeita a glória, oculta-a e desce a um plano inferior. Assim fez o Verbo ao se encarnar e no Calvário. E ainda o faz mais profundamente na Eucaristia. 

   Em vez de nos lamentarmos, deveríamos agradecer a Jesus por não reproduzir o seu Tabor. Os Apóstolos, trêmulos, caíram por terra, e qualquer palavra proferida pelos lábios divinos seria capaz de consumi-los ; mal ousavam dirigir-se a Nosso Senhor.

   Aqui, porém, podemos Lhe falar sem receio, porque nos é permitido aconchegar o nosso coração ao d'Ele e senti-Lhe o amor!

   

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  - 19 de janeiro


   Se Nosso Senhor vos manifestasse a sua glória, não havíeis mais de querer vos separar d'Ele.

   A educação que se rodeia de muita felicidade não é séria nem sólida, e jamais será bem formado o coração da criança que se cerca de excessiva ternura. Eis porque a transfiguração eucarística se opera nos segredo e no aniquilamento, e não no gozo e na glória, que hão de vir depois.

   Moisés e Elias não estão presentes nesse Tabor, porque a Eucaristia, não sendo para eles, nenhum papel têm a desempenhar aí, o que não acontece, porém, com os doze Apóstolos, futuros legisladores e profetas do novo povo de Deus. A Santíssima Trindade está presente operando de modo invisível. Legiões de anjos adoram o Verbo reduzido a um estado tão vizinho do nada! E nós, todos nós, também estamos aí. Jesus, na sua vontade e presciência, consagrou as nossas hóstias, contou-as uma por uma, e é por sua ordem que nô-las distribuem. 

   Jesus estabeleceu na Eucaristia sua tenda entre nós e para sempre, sendo-nos permitido habitar com Ele no Tabor eucarístico. Vinde a essa Montanha bendita onde Jesus se transfigura, e não procureis a felicidade sensível nem a glória, mas as lições de santidade que Ele vos ministra por seu aniquilamento. 

domingo, 18 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCRISTIA

Leitura espiritual  -  18 de janeiro


   Concentra-se e comprime-se o amor do coração para torna-lo mais forte e reunir os seus raios como em uma lente,  -  à semelhança do óptico que prepara o vidro, a fim de congregar num só ponto os raios e o calor da luz solar.

   Nosso Senhor se centraliza no pequenino espaço da Hóstia a fim de que seja mais ardente o foco de seu amor e do mesmo modo como se ateia um grande incêndio pelo contato da lente com materiais inflamáveis, assim também a Eucaristia atinge com as suas chamas as almas que dela participam, abrasando-as em fogo divinal.

   No Tabor, Jesus rompeu o véu que Lhe encobria a divindade; aqui, oculta até mesmo a sua Humanidade, transfigurando-a numa aparência de pão, ao ponto de não parecer mais nem Deus nem homem, e deixando de exercer qualquer ação exterior.

   Sabemos que o sol existe, mesmo quando se esconde por entre as nuvens. Jesus é sempre Deus e Homem perfeito, mas oculto pela nuvem do pão e do vinho. Não podemos ver nem tocar, mas Ele está presente com todos os seus dons. O amor, a graça e a fé atravessam os véus e a alma Lhe reconhece os traços. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  17 de janeiro


   "Si scires donum Dei!" Se conhecêssemos o dom de Deus! Quão felizes seríamos se a nossa fé no Santíssimo Sacramento fosse bastante viva, pois a Eucaristia é a verdade régia da fé, é a virtude, o ato soberano do amor, é toda a religião em exercício.

   A fé na Eucaristia é um tesouro que devemos procurar pela submissão, guardar pela piedade, defender por todos os sacrifícios, porquanto não crer no Santíssimo Sacramento é a maior infelicidade.

   A falta de fé na Eucaristia jamais provém da evidência das razões contrárias a este mistério. 

   É às vezes uma fé adormecida pelo entorpecimento dos negócios terrenos. Venha porém a graça despertá-la  -  a simples graça do retorno para Deus  -  e o primeiro impulso da alma será instintivamente para a Eucaristia. A incredulidade pode ainda provir das paixões que dominam o coração. Uma paixão que deseja reinar é cruel: não satisfeita, desdenha; atacada, nega-a. Perguntai a vós mesmo:  -  "Desde quando não creio mais na Eucaristia?" E volvendo à fonte da incredulidade, encontrareis uma fraqueza a que não tivestes a coragem de resistir.

   Oh! infelicidade! A alma se afasta então, como os habitantes de Cafarnaum, d'Aquele que tem as palavras da verdade e vida!

UM PLANO EM GRANDE PARTE REALIZADO, MAS NUNCA PREVALECERÁ

  Em Nápoles no ano de 1869 houve um Anti-Concílio celebrado pelos maçons especialmente para fazer oposição ao Concílio Vaticano I (1870). Este Anti-Concílio promulgou, entre outras, as seguintes declarações:
         "Os abaixo assinados, delegados de várias nações, do mundo civil, reunidos em Nápoles para tomarem parte nos trabalhos do Anti-Concílio, afirmam os princípios seguintes: "Eles proclamam  a livre razão contra a autoridade religiosa; a independência do homem contra o despotismo da Igreja e do Estado; a solidariedade dos povos contra a aliança dos príncipes e dos Padres; a escola livre contra o ensinamento do clero... Os livres pensadores de Paris assumem a obrigação de empenhar-se e de trabalhar para abolir pronta e radicalmente o catolicismo e para solicitar o seu aniquilamento por todos os meios compatíveis com a justiça; compreendendo no número de tais meios a força revolucionária". ( Livro "Um cristão católico" 203, 204).
   Noventa e nove anos depois, ou seja, em 1968, a Revista parisiense "l'Humanisme" do Grande Oriente de França escreveu abertamente: "Entre os pilares que desmoronam mais facilmente, assinalamos a autoridade doutrinária, a infalibilidade, que se considerava firmemente fundamentada pelo Concílio Vaticano I e que agora mesmo tem de suportar as tempestades das pessoas casadas após a publicação da encíclica "Humanae vitae"; a presença real eucarística, que a Igreja conseguiu impingir às massas da Idade Média e que desaparecerá com o avanço das intercomunhões e intercelebrações dos padres católicos e dos pastores protestantes; o caráter sagrado do sacerdote, que provém da instituição do sacramento da ordenação sacerdotal e que cederá lugar a uma escolha por tempo limitado; a distinção entre a Igreja docente e o clero preto (de batina preta, sem graus "vermelhos") ou baixo, a partir de quem o movimento parte agora da base (!) como em qualquer democracia; o desaparecimento gradual do caráter ontológico e metafísico dos Sacramentos e então imediatamente a morte da confissão, depois que o pecado se tornou, em nosso tempo, um conceito completamente anacrônico, que nos foi legado pela severa filosofia medieval, como herança do pessimismo bíblico". ( Livro "Le Complot, p. 109, autor: Virion) No mesmo livro, p. 104 está o ponto culminante da citação do "L'Humanisme": "Se ruírem as estruturas tradicionais, seguir-se-á todo o resto. A Igreja não previu uma contestação desse tipo; e já não está mais, de forma nenhuma, preparada para receber e assimilar o espírito revolucionário...  Não é o cadafalso que aguarda o Papa, mas sim o erguimento das igrejas locais, que se organizam democraticamente, que rejeitam barreiras entre clérigos e leigos, que criam o seu próprio dogma e que vivem em completa independência com relação a Roma".
   Caríssimos e amados leitores certamente notastes bem esta frase: "Se ruírem as estruturas tradicionais, seguir-se-á todo resto". É mister que os tradicionalistas estejam sempre muito unidos e firmes sem a menor concessão a qualquer novidade modernista. Firmes, sobretudo na fé, nas palavras do Divino Mestre: "As portas do inferno nunca prevalecerão contra Igreja". A Santa Madre Igreja foi invadida pelos inimigos, e eles, por ora,  dominam mas não prevalecerão. A Igreja é divina.  

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  16 de janeiro



   A fé é a graça e não o resultado de raciocínios. Devemos procurá-la, portanto, em sua fonte, a Santa Missa!

   Nunca será excessiva a exortação de comungar frequentemente. É acaso importuno ao pai o filho que o visita e procura a miúdo? Assim também acontece com o fiel, em relação a Nosso Senhor.

   A Comunhão torna amável o estado de graça e lhe assegura a perseverança porque Jesus Cristo se constitui o seu fim próximo e direto; alimenta em nós o amor de Deus, dá constância e facilidade à prática das virtudes, e as torna suaves e agradáveis, apontando-lhes um fim animado e vivo. 

   Preparemo-nos , pela Comunhão, para o paraíso, onde receberemos Nosso Senhor perpetuamente, e viveremos de seu conhecimento e de seu amor.

   A Comunhão recebida com frequência é o penhor seguro da salvação eterna. 

   Jesus, descendo até nós, nos traz os frutos e as flores do paraíso. Traz-nos  seus méritos glorificados, sua espada que cantou vitória sobre Satanás; traz-nos suas divinas armas para que nos sirvamos delas, e seus méritos a fim de que a eles acrescentemos os nossos, fazendo-os assim, frutificar. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  15 de janeiro


   A contemplação eucarística é uma contemplação de amor terno e respeitoso.

   Foi o amor que levou os discípulos de Emaús a reconhecer Jesus. 

   O amor é a luz da Eucaristia, luz que, atravessando os véus, conduz a alma aos pés de Jesus, e a faz tocar a fímbria de seu manto, reconhecê-Lo sobre as ondas, como São João.

   Mas o amor, depois de encontrar Jesus, prostra-se  a seus pés, movido de respeito, como fizeram Madalena e São Pedro. 

   A alma eucarística, em seu primeiro movimento, se lança para o Bem Amado, mas não tardando a reconhecer n'Ele o seu Rei e a majestade de seu Deus, penetra-se de santo respeito e não ousa mais adiantar-se. É preciso então que Jesus a convide, chamando-a por estas belas e consoladoras palavras:  -  Vinde a Mim, e Eu vos consolarei; vinde, eleita de meu coração, e entrai nos celeiros de minha divina caridade.

   E a alma, abstraindo de todo o bulício do mundo, se esquece mesmo que tem um corpo, uma cadeia terrestre; entrega-se inteiramente a seu Bem Amado. Eis o fruto bendito da visão eucarística de Jesus: a alma encontrou o divino Mestre!

   

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA



   Leitura espiritual  -  14 de janeiro

   
   A fé eucarística nos faz encontrar Jesus Cristo sob as sagradas espécies, velado, oculto, semelhante ao sol que aparece por entre as nuvens, e ao amigo que se disfarça para nos experimentar.

   A alma de fé contempla realmente Jesus Cristo com o olhar interior da graça, e esta visão espiritual não se limita a um objeto externo, a formas determinadas e limitadas; alcança toda a Pessoa de Jesus Cristo, isto é, sua divindade, sua santa humanidade, suas perfeições adoráveis, sua beleza, sua bondade, seu amor, tanto quanto possível ao olhar da alma sobre a terra. 

   Essa contemplação eucarística se assemelha à visão de Deus no céu, onde Ele se apresenta sempre amável, sempre grandioso, sempre belo aos olhares beatificados dos santos.

   Assim Jesus no Santíssimo Sacramento se revela sempre novo, mais querido, mais terno, mais amável à alma adoradora, e a sua contemplação eucarística se torna inesgotável, sempre nova, indo sempre a Jesus Cristo de claridade em claridade, de virtude em virtude, de perfeição em perfeição. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  13 de janeiro

   Nosso Senhor se oculta sob as espécies sacramentais para o nosso bem, visando o nosso interesse, a fim de nos obrigar a estudar-Lhe a alma, as intenções, as virtudes.

   Se nos fosse dado vê-Lo, haveríamos de nos deter a contemplá-Lo em seu exterior, amá-Lo-íamos com um amor todo de sentimento, quando Ele pede amor de sacrifício. Custa-Lhe, é certo, velar-se deste modo. Ser-Lhe-ia mais agradável nos mostrar seus traços divinais, e, dessarte, atrair a Si muitos corações. Procede diversamente para o nosso bem.

   O nosso espírito procura então penetrar na Eucaristia, e a nossa fé se sente excitada a trabalhar, porquanto Nosso Senhor, em vez de se patentear aos nossos olhos, se descortina às nossas almas, evidenciando-se por sua própria luz, iluminando-nos tornando-se o objeto da nossa contemplação e o alvo de nossa fé.

   Nosso Senhor quer que nos esforcemos por atingir a sua própria alma com o nosso espírito e o nosso coração, sem o concurso dos sentidos. 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  - 12 de janeiro


   "Cremos no amor de Deus para conosco".

   Palavras profundas! Existe a fé na verdade das palavras e das promessas divinas, a fé que se exige de todo cristão; mas também existe a fé no amor, que é mais perfeita, e coroa da primeira.

   A fé na verdade tornar-se-á estéril se não orientar-se para a fé no amor.

   E qual é o amor em que devemos crer? O amor de Jesus Cristo, o amor que nos testemunha na Eucaristia, amor que é Ele mesmo, amor vivo e infinito.

   Felizes daqueles que acreditam no amor de Jesus no Santíssimo Sacramento! Amam, pois crer no amor é amar. Os que apenas se contentam em crer na verdade da Eucaristia não amam, ou, pelo menos, amam pouco.

   Jesus afirma que nos ama, que instituiu o seu Sacramento unicamente por amor de nós. 

   Consideremos como Nosso Senhor dedica o seu amor pessoal a cada um de nós. Cada qual O toma para si todo inteiro, sem prejudicar ninguém. Por mais numerosos que sejam os que O recebem, não se divide, não se dá menos a um do que a outro, e mesmo que a Igreja esteja repleta de adoradores, cada um poderá Lhe falar, sendo ouvido, atendido, como se estivesse sozinho. Jesus é inesgotável; é como o sol que dá a todos e a cada um toda a sua luz. 

domingo, 11 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  11 de janeiro


   Creio, Senhor, mas ajudai a minha fé vacilante!
   Nada é mais glorioso para Nosso Senhor que este ato de fé na sua presença eucarística, porque é honrar eminentemente sua veracidade divinal. Com efeito, a maior honra que se pode prestar a alguém é crer na sua palavra, assim como a maior injúria é suspeitá-lo de mentira, duvidar de suas afirmações, pedir-lhe prova, garantias.

   Ora, se o filho dá crédito à palavra de seu pai, o servo à de seu amo, o súdito à palavra do rei, porque não acreditarmos na palavra de Jesus Cristo quando solenemente nos afirma que está presente no Santíssimo Sacramento?

   Esse ato de fé simples e absoluta na palavra de Jesus Cristo lhe rende também glória porque O reconhece e O adora sob os véus. A honra que se presta a amigo disfarçado, a um rei vestido simplesmente, é maior que qualquer outra, visto que se honra então a própria pessoa e não o aparato exterior!

   É o que acontece com Jesus no Santíssimo Sacramento. Honrá-Lo, crer que é Deus apesar do véu de fraqueza que O encobre, é honrar sua divina pessoa, é respeitar o mistério em que se envolve. 

sábado, 10 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual - 10 de janeiro

   Nosso Senhor quer que nos lembremos de tudo quanto fez por nós na terra, e que honremos sua presença no Santíssimo Sacramento pela meditação de todos os mistérios de sua vida.

   A fim de nos recordar mais vivamente o mistério da Ceia, não nos deixou somente a narração dos evangelistas, mas também uma lembrança viva, pessoal:  -  Ele próprio, sua presença adorável. As santas espécies não O tocam, não fazem parte d'Ele mesmo, porém estão inseparavelmente unidas à sua pessoa, constituem a condição de sua presença, nos dizem onde Ele se encontra, localizam-no.

   Nosso Senhor poderia ter adotado uma presença puramente espiritual; mas então, como encontrá-Lo?

   Agradeçamos pois a este bom Salvador! Está apenas velado e não escondido. Uma coisa escondida não se sabe onde está, é como se não existisse, enquanto que aquilo que apenas está velado, se possui, tem-se certeza, embora não se veja. Não nos é agradável saber que temos um amigo ao nosso lado, ao pé de nós?

   Pois bem! Sabeis perfeitamente onde está Nosso Senhor; fitai a Santa Hóstia, certos de sua presença.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  9 de janeiro


   A fé nos mostra Jesus Cristo não somente como Deus de majestade como Deus de bondade, fonte de toda graça, de todo dom, de todo bem.

   A piedade de uma alma eucarística deve ser inspirada e alimentada pela Eucaristia e, por assim dizer, concentrar-se nesse elemento divino.

   Suas orações devem brotar de eucaristia ou a ela conduzir; suas meditações, ter o cunho do caráter eucarístico, e suas virtudes revestir o espírito de Jesus Hóstia até se tornarem, cada qual a seu modo, uma forma variada da veste eucarística de Nosso Senhor, ou melhor, um exercício do seu amor. 

   Se todas as virtudes de uma criança deixam transparecer a piedade filial, e se todas as ações de um rei são régias, todas as virtudes e ações da alma devotada ao Santíssimo Sacramento devem se essencialmente eucarísticas.

   Toda piedade, para se colocar plenamente em sua graça e em seu fim, deve ser eucarística. Os regatos e os rios dirigem-se para os mar; da mesma forma, na vida cristã, tudo vai se lançar no oceano do Sacramento adorável. 

   

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual  -  8 de janeiro

   
   Jesus, em seu sacramento, geralmente encontra apenas a indiferença dos seus, e muitas vezes a incredulidade e o desprezo. É fácil verificar esta triste verdade: Mundus eum non cognovit [= O mundo não o conheceu].

   Não haveria dificuldade em se acreditar na Eucaristia, se no momento da Consagração o concerto dos Anjos se fizesse ouvir, como no nascimento de Jesus; se nos fosse dado ver, como outrora no Jordão, o céu aberto sobre Ele, ou resplandecer a sua glória, como no Tabor; ou enfim, se um dos milagres realizados pelo Deus da Eucaristia no decorrer dos tempos, se renovasse sob os nossos olhos.

   Nada disse, porém, e menos ainda! É o aniquilamento de toda glória, de todo poder, da natureza divina e natureza humana de Jesus Cristo, cuja face não vemos e cuja voz não ouvimos. Nada de sensível se manifesta!

   Eis o que constitui para o verdadeiro cristão, em vez de pedra de escândalo ou provação da fé, a vida e a perfeição de seu amor. Movida de viva fé, a alma vai além dessa pobreza e fraqueza de Jesus, dessa aparência de morte, e descobrindo sua divindade, se prostra como os Magos, contempla e adora.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual - 7 de janeiro

   A adoração dos Reis Magos foi uma homenagem de fé e um tributo de amor ao Verbo Encarnado. Tal deve ser a nossa adoração eucarística.

   A fé dos Magos brilha em todo o seu esplendor nas terríveis provações por que passaram e das quais triunfaram. Primeiro, o silêncio em Jerusalém, pois que contavam encontrar a cidade em júbilo, o povo em festa, e por toda a parte a alegria.

   A segunda provação dos reis Magos foi o estado de humilhação do Menino Deus, porquanto esperavam, naturalmente ver o berço do recém-nascido rodeado de esplendores do céu e da terra.

   O silêncio do mundo e a humilhação sacramental de Jesus Cristo - eis as duas grandes provações da fé na Eucaristia.

   Os Magos são nossos modelos, como primeiros adoradores. As suas adorações são dignas de nossa admiração e constituem o protótipo das visitas ao Santíssimo Sacramento.

   Sejamos pois herdeiros de seu amor, dignos da realeza de sua fé em Jesus Cristo, e participaremos também um dia de sua glória. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual - 6 de janeiro


   "E abrindo os tesouros Lhe ofereceram ouro, incenso e mirra".

   Eis como o escritor sacro, entrando nos mais explícitos detalhes, descreve a maneira e as circunstâncias da oferta dos Magos.

   Esses três dons representam a humanidade toda aos pés do Menino Deus: o ouro é o poder e a riqueza; a mirra, os sofrimento; o incenso, a oração.

   Jesus sacramentado precisa de ouro porque é o Rei dos reis, com direito a um trono que excede em esplendor ao de Salomão: ouro para os vasos sagrados, ouro para o altar; precisa de mirra, não para Si mesmo, visto que já consumou seu sacrifício sobre a cruz, e uma vez que a ressurreição glorificou o seu divino Corpo e o seu túmulo sagrado; mas porque, constituído nossa Vítima perpétua sobre o altar, tem necessidade de sofrer em nós, seus membros, nos quais encontra novamente a sensibilidade, a vida  e o mérito do sofrimento; nós O completamos e Lhe imprimimos a qualidade atual da Vítima imolada.

   Jesus tem direito ainda ao incenso das nossas adorações, a fim de os dar em troca suas bênçãos e suas graças. 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual - 5 de janeiro


   O amor é uno; tendendo à unidade, que é sua essência, absorve ou é absorvido.

   A Eucaristia, por ser a quintessência de todos os mistérios da vida do Salvador, é o absoluto do amor de Jesus Cristo para com o homem.

   Tudo o que Nosso Senhor fez, desde a Encarnação até a Cruz, tinha por fim o dom da Eucaristia,  -  unir-se, pessoal e corporalmente, a cada um de nós pela Comunhão, que Ele considerava o meio de nos comunicar todos os tesouros da sua Paixão, todas as virtudes de sua Santíssima Humanidade, todos os méritos de sua vida. Eis o prodígio do amor: "Qui manducat meam carnem in me manet et ego in eo" - "Quem come a minha carne permanece em mim e Eu nele".

   A Eucaristia deve ser também o absoluto do nosso amor a Jesus Cristo, se quisermos alcançar, de nossa parte, o fim de que Ele se propôs na Comunhão: transformar-nos n'Ele pela união.

   É mister que a Eucaristia seja para nós a lei das virtudes, a alma da piedade, o anelo supremo do coração, a bandeira gloriosa dos combates e sacrifícios. Fora desta unidade de ação jamais atingiremos o absoluto no amor. 

domingo, 4 de janeiro de 2015

DOUTRINA CATÓLICA SOBRE A SALVAÇÃO: O que Jesus mereceu por nós

1º - A PARTE REALIZADA POR JESUS CRISTO (término).

   17. O QUE JESUS MERECEU POR NÓS.

   Jesus Cristo morreu por todos os homens: Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos DE TODO MUNDO (1ª João II-2).

   Oferecendo sua vida por nós, no sacrifício da cruz, Jesus Cristo: 
  • 1º  ofereceu uma reparação íntegra, condigna e perfeita pela ofensa feita a Deus, não só pelo pecado de Adão e Eva, mas também por todos os pecados, passados, presentes e futuros. Foi do agrado do Pai... reconciliar por Ele a si mesmo todas as coisas (Colossenses I-19 e 20). Sendo nós inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho (Romanos V-10;
  • 2º  restaurou a Humanidade no seu destino sobrenatural, dando aos homens o direito de receberem a graça santificante neste mundo, tornando-se filhos adotivos de Deus para chegarem a ser herdeiros de Deus no Céu pela visão beatífica. A todos os que O receberam, deu Ele poder de se fazerem filhos de Deus (João I-12) E se somos filhos, também herdeiros; herdeiros verdadeiramente de Deus e co-herdeiros de Cristo (Romanos VIII-17);
  • 3º  mereceu para todos os homens a graça necessária para alcançarem a salvação, de modo que todas as graças recebidas pelos homens e que dizem respeito à sua salvação provêm da morte redentora de Cristo. Nós vimos a sua glória como de Filho Unigênito do Pai, CHEIO DE GRAÇA E de verdade... E todos nós participamos da sua plenitude e GRAÇA POR GRAÇA (João I-14 e 16). Ficará mais salientada esta contribuição de Cristo, quando falarmos na influência e necessidade da graça de Deus em todos os nossos atos meritórios para o Céu (nº 24 a 30). 
    Esta Redenção, Cristo a realizou abundantíssima e generosissimamente: Onde abundou o pecado, superabundou a graça (Romanos V-20). Bastaria uma gota de seu sangue, bastaria um suspiro seu para redimir toda a Humanidade, mas Ele quis sofrer todas as dores e todas as ignomínias por nosso amor.

       Agora naturalmente ocorrem ao espírito do leitor duas perguntas. A primeira é sobre

OS QUE VIVERAM ANTES DE CRISTO.

18. Passaram-se milhares e milhares de anos, antes de Jesus Cristo vir ao mundo. Aqueles que viveram antes de Cristo, como podiam salvar-se, se Cristo ainda não tinha morrido por eles?

      Como já dissemos, com a simples promessa do Redentor, os homens passaram a receber novamente o dom sobrenatural da graça, na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo que um dia havia de morrer por todos. É o que se mostra claramente pelas palavras de São Pedro, no Concílio de Jerusalém, em que o Apóstolo mostra que seus antepassados foram salvos pela graça de Jesus Cristo: Por que tentais agora a Deus, pondo um jugo sobre as cervizes dos discípulos, que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas nós cremos que pela graça do Senhor Jesus Cristo somos salvos, assim como ELES TAMBÉM O FORAM (Atos XV-10 e 11). Deus já distribuía a graça a todos pelos futuros merecimentos de Jesus Cristo, assim como (perdoe-se a comparação) um homem que distribuísse cheques sacando para o futuro, em vista de uma riqueza que infalivelmente lhe seria oferecida. 

   Esta graça, é claro, também os gentios a recebiam, pois a ninguém Deus torna impossível a salvação. Os gentios podiam salvar-se crendo em um Deus remunerador e fazendo o que estivesse ao seu alcance, pela observância da lei natural impressa em seus corações, uma vez que não haviam recebido a revelação mosaica.

Ao morrer a alma de Jesus desceu ao LIMBO
DOS JUSTOS. Em hebraico Sheol; em latim:
Inferna; em português: Infernos (no plural).
O corpo de Jesus, pouco depois da morte
desceu à morada dos mortos, ou seja, ao
sepulcro.
   Sim; os homens podiam salvar-se antes de Cristo, e salvar-se em virtude da futura morte do Redentor. Mas daí não se segue que entrassem logo no Céu, no gozo da visão beatífica; a morte de Cristo ainda não lhes havia aberto as portas do Céu. Depois de purificadas, as almas justas eram felizes sem ver a Deus face a face, num lugar que é designado na parábola de Lázaro e o mau rico como o seio de Abraão (Lucas XVI-22) e que nós, católicos, chamamos o limbo. É a este mesmo lugar que Jesus Cristo alude quando diz ao bom ladrão: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso (Lucas XXIII-43), porque o limbo com a presença de Cristo seria um paraíso e a alma de Cristo ali desceu (enquanto o corpo aguardava no sepulcro a ressurreição) para anunciar àquelas almas, que em breve entraria no Céu triunfalmente com todas elas.

A PARTE DE DEUS E A NOSSA.
   19.  A outra pergunta é esta: Se Cristo ofereceu uma satisfação condigna e perfeita pelos nossos pecados, então que nos resta mais fazer? não se segue daí que todos estamos salvos e vamos todos para o Céu?

   Absolutamente não! Se Cristo viesse morrer por nós neste sentido de que pagou por nós, fez tudo em nosso lugar, não nos resta fazer mais nada e nos salvamos de qualquer maneira, isto seria a licença ampla para todos os crimes, todos os pecados, todas as perversidades, todas as misérias. A obra realizada por Cristo seria neste caso não uma obra regeneradora, mas o incentivo para a mais desbragada corrupção. A salvação de Cristo tem outro sentido.

   Somos todos pecadores. Todos nós tropeçamos em muitas coisas (Tiago III-2). Mas, por maiores e mais graves que tenham sido os nossos pecados, não devemos desesperar da salvação, temos a Deus de braços abertos para nos perdoar, contanto que façamos o que é da nossa parte para nos pormos novamente no caminho da vida eterna, o que não é possível se não nos voltarmos de todo o coração para Deus. E se Ele está pronto a nos reabilitar, foi porque a sua ira foi aplacada pela morte de Cristo. Cristo é o autor da salvação eterna para todos os que Lhe obedecem (Hebreus V-9). Cabe, portanto ao próprio Cristo que não só nos veio abrir a porta do Céu, oferecendo a reparação a Deus, mas também mostrar-nos o verdadeiro caminho, ensinar-nos a doutrina da salvação, cabe a Ele indicar em que condições nos são aplicados os méritos infinitos de sua Paixão, ou, em outras palavras, em que condições poderemos salvar-nos e conquistar o Céu. É o que veremos nos próximos posts. 

O ESTILO DA BÍBLIA E O TEOR DAS DIVINAS PROMESSAS - ( 3 )

   79.  A INVOCAÇÃO DO NOME DO SENHOR. 

   Vejamos este texto: Todo aquele, quem quer que for, o que INVOCAR  o nome do Senhor, será salvo (Romanos X-13; Joel II-32).

   Sofregamente se lançam os protestantes sobre este versículo e o apresentam, muito anchos, vendo aí a destruição do Catolicismo: para o homem salvar-se não precisa pertencer à Igreja Católica, não é necessária a observância dos mandamentos, não é necessário o Batismo, nem a Confissão, nem a Eucaristia, basta invocar o nome do Senhor!

   Mas o argumento que prova demais, não prova coisa alguma e diante deste texto assim tão mal interpretado, vê o protestante desmoronar-se também todo o seu Protestantismo:
   - A Bíblia! para que me dão Vocês a Bíblia?
   - Para conhecer a palavra de Deus; para conhecer a doutrina de Jesus.
   - Que necessidade tenho eu de conhecer a palavra de Deus, de acreditar ou deixar de acreditar naquilo que ensinou Jesus, se para salvar-me basta só uma coisa: invocar o seu nome! Para invocar o seu nome, basta saber que Ele existe e como se chama; não é preciso saber qual foi, nem qual deixou de ser a sua doutrina. 

   Assim poderá falar qualquer pagão convidado a abraçar o Cristianismo ou qualquer indiferente em matéria religiosa que for exortado à prática da religião. 

   E o crápula, o devasso, o libertino, o salteador, o homem que vive praticando as maiores misérias poderá dizer: Pratico muitos crimes, não nego; porém, por mais crimes que cometa, irei com toda certeza para o Céu, pois para isto não se precisa nem arrependimento, basta invocar o nome do Senhor; isto é o que tenho cuidado de fazer de vez em quando, porque não sou idiota...

  Por aí se vê a que absurdos se poderá chegar com este sistema desonesto de isolar um texto qualquer e apresentá-lo criminosamente ao público que nada entende de interpretação da Bíblia,  tendo o cuidado de desprezar ou ocultar outros textos do Livro Sagrado.

   Não há dúvida que estas palavras encerram uma PROMESSA.  A questão está agora em saber pela própria Bíblia, EM QUE CONDIÇÕES O HOMEM PODE TORNAR-SE DIGNO DA REALIZAÇÃO DESTA PROMESSA. Porque a própria Bíblia em outro texto se encarrega de nos dizer que NÃO BASTA INVOCAR O NOME DO SENHOR PARA SER SALVO; bem como nos esclarece quais as condições sob as quais o homem, invocando o nome do Senhor, pode alcançar a salvação: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse entrará no reino dos Céus (Mateus VII-21).

   Há contradição entre um texto e outro? Não. Apenas este último está indicando com que sentimentos, com que disposições de ânimo precisa o homem de invocar o nome do Senhor para salvar-se.

   É preciso que o faça com o coração sincero do servo que quer ser fiel ao seu senhor, do filho que não quer de modo algum desagradar a seu pai. E uma vez que Deus exige a observância dos mandamentos, sintetizados no amor de Deus e do próximo; uma vez que Deus lhe exige a fé em toda a doutrina de Jesus; uma vez que Deus exige a confissão como veremos [mais tarde em outros posts], pois instituiu o Sacramento da Penitência para aqueles que pecam depois do Batismo; uma vez que Deus lhe ordena a recepção da Eucaristia (João VI-54), é preciso que ele esteja disposto a aceitar e praticar tudo isto para alcançar a salvação, pois esta não se pode conseguir contrariando a vontade de Deus.

   Se se trata de um pagão que, sem culpa sua, não tem conhecimento de todos estes preceitos de Deus revelados ao homem, é preciso que esteja disposto a realizar EM SI A VONTADE DIVINA, tal qual esta vontade se lhe apresenta diante da sua reta consciência; é preciso que ele esteja disposto a abraçar a Verdade e o Bem, onde quer que eles se encontrem.

   Como se observa pelo contexto, São Paulo, citando esta profecia de Joel, tinha apenas por fim salientar que qualquer homem, judeu ou gentio (e assim se destrói a ideia que tinham muitos judeus de que só para eles havia salvação) pode alcançar o Reino dos Céus, desde que invoque a Deus sinceramente, disposto a cumprir em si a divina vontade: Não há distinção de JUDEU e de GREGO, posto que um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que O invocam. Porque todo aquele, quem quer que for, o que invocar o nome do Senhor, será salvo (Romanos X-12 e 13). 

sábado, 3 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual - 4 de janeiro

   O amor, porque é transformador, produz identidade de vida; torna os reis simples, os sábios humildes, os ricos pobres de coração.

   Foi o que se deu com os Magos.

   A atração é indispensável à vida de amor porque suaviza os sacrifícios, e lhes assegura a perseverança; é, numa palavra, a verdadeira prova do amor e o penhor de sua durabilidade.

   O cristão, chamado a viver do amor de Deus, precisa sentir o atrativo do amor, e é na Santa Eucaristia que Jesus nos dá o suave testemunho de que nos ama pessoalmente como seus amigos; é aí que nos permite repousar o coração sobre o seu, a exemplo do Discípulo predileto; que nos faz gozar, ao menos de quando em vez, a doçura do maná celeste; que nos infunde no coração a alegria de possuir a Deus como Zaqueu, ao Salvador como Madalena, à felicidade suprema, a seu tudo como a Esposa dos Cantares.

   E a alma prorrompe nestes suspiros de amor; - Quão suave sois, ó Jesus! Como sois bom e terno para quem vos recebe com amor!

FLORES DA EUCARISTIA

Leitura espiritual - 3 de janeiro

   A fé conduz a Jesus Cristo, e o amor O encontra e adora.

   Qual foi o amor dos Reis Magos em adoração? Um amor perfeito.

   Ora, o amor se manifesta de três modos, e estas manifestações lhe constituem a vida: a atração, que formando entre duas almas o laço e a lei de duas vidas, faz com que se tornem semelhantes; o absoluto do sentimento a dominar tudo, qual senhor total e único do coração; enfim, o dom, cuja perfeição determina a perfeição do amor. 

   Contemplai os Reis de joelhos ante o presépio, rodeados de animais, e adorando, num estado humilhado e humilhante para a realeza, a débil criança que os fita com um olhar tão singelo!

   O amor, por ser atraente, forçosamente quer imitar. E não imitam eles, tanto quanto lhes é possível, o estado do divino Infante? Desejariam rebaixar-se, aniquilar-se até as entranhas da terra, a fim de melhor adorar e assemelhar-se Àquele que, do trono da glória, se humilhou até descer ao presépio sob a forma de escravo.

   O que a palavra faz entre os amigos, aqui faz o amor. 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

2 janeiro - Leitura espiritual

      A fim de tralhardes em prol da conservação da fé, adotai uma linguagem cristã, impregnada desta mesma fé.

   Consentimos, por culpável tolerância, que Nosso Senhor seja afastado dos costumes, das leis, da polidez, e em certas reuniões sociais não ousamos falar em Jesus Cristo. Mesmo entre os católicos praticantes poderia causar estranheza se falar em Jesus no Santíssimo Sacramento. A arte religiosa, as verdades morais, as belezas da religião, ainda se tomam por assunto; jamais, porém, Jesus Cristo, a Eucaristia.

   Ah! modificai esse modo de agir! Fazei profissão de vossa fé.

   É preciso mostrar que Nosso Senhor tem direito de viver e reinar nas palestras da sociedade, e os católicos devem julgar verdadeira desonra ocultar  Nosso Senhor, como a luz sob o alqueire.

   E aquele que faz claramente profissão de sua fé, aquele que sabe proclamar o nome de Jesus Cristo, se fortalece na graça.

   Que todos, em público, conheçam a nossa fé!  

   

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

FLORES DA EUCARISTIA

Se Deus quiser, durante o ano de 2015 transcreverei o Livro de São Pedro Julião Eymard: Flores da Eucaristia. 

1 de janeiro - Leitura espiritual


   Venha a nós o vosso reino! Que o reino de Nosso Senhor se dilate e se aperfeiçoe, tais devem ser vossos anelos de amor, neste primeiro dia do novo ano. Que ele seja conhecido e amado onde ainda não o é. Que todos completem em si a obra da Encarnação e da Redenção.

   Desejai a Nosso Senhor bons sacerdotes, verdadeiros apóstolos e salvadores, capazes de plasmar um século, e de conquistar reinos para Deus.

   Pedi-Lhe que se torne o Senhor de tudo e não somente Salvador - o que supõe muita miséria - mas Rei, Rei pacífico e supremo.. 

   Além disto, é preciso consolar Nosso Senhor, que espera as vossas consolações e há de recebê-las com prazer.

   Consolai-O de não poder reinar plenamente em seus domínios. Os homens, seus filhos, resgatados por Ele, parecem conseguir mais. Nosso Senhor não reina na sociedade; façamo-Lo ao menos reinar em nós, e trabalhemos por estabelecer o seu reinado em toda parte.

   Ó Jesus, sede sempre o rei de meu espírito por vossa verdade, o rei do meu coração por vosso amor, o rei do meu corpo por vossa pureza, o rei de toda a minha vida pelo meu desejo de consagrá-la à vossa maior glória.