sábado, 6 de julho de 2013

AVISO

   MEUS BLOGS ESTARÃO EM RECESSO DO DIA 10/07/2013 A 10/08/2013. Estarei, se Deus quiser e com Sua graça, fazendo o Retiro de Santo Inácio de Loyola. Peço as orações de todos. Deus lhes pague!

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 4 )

   86.  NÃO HÃ CONDENAÇÃO (c). 

   Por enquanto, basta dizer que, se São Paulo, como vimos (Romanos VIII-9), estabelece o contraste entre o espírito de Cristo e as obras da carne, as seitas são contrárias ao espírito de Cristo. Porque Cristo nos ensinou a Verdade, Ele é a própria VERDADE  e a verdade é uma só; o ideal de Cristo é que haja UM REBANHO E UM PASTOR (João X-16); o espírito de Cristo é, como Ele disse ao Pai Eterno, que os que creem na sua palavra sejam todos UM, como tu, Pai, o és em mim e eu em ti; para que também eles sejam UM em nós e creia o mundo que tu me enviaste (João XVII-21), o ideal de Cristo é aquele que traça São Paulo: a unidade da fé (Efésios IV-13) a unidade de espírito pelo vínculo da paz, sendo um mesmo corpo e um mesmo espírito... assim como não há senão um Senhor, uma fé, um Batismo (Efésios IV-3 a 5). 

   Depois de mostrar quais as obras da carne, São Paulo nos aponta as obras do espírito: Mas o fruto do espírito é a caridade, o gozo, o paz, a paciência, a benignidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, a continência, a castidade. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a sua própria carne com os vícios e concupiscências (Gálatas V-22 a 24). 

   Sim, não há nenhuma condenação para aqueles que ESTÃO EM CRISTO; mas os que estão em Cristo não andam segundo a carne. Enquanto estiverem assim neste bom caminho, não há nenhuma condenação para eles. Se deste bom caminho se afastam, a coisa então já mudou de figura. Mas isto não é a doutrina luterana de salvação só pela fé sem as obras. É a verdadeira doutrina católica de que as obras são necessárias para a salvação. 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 3 )

   86.  NÃO HÁ CONDENAÇÃO (b).

   O que é que São Paulo entende por OBRAS DA CARNE?

   Ninguém melhor do que ele nos poderá esclarecer; vejamos, portanto, o que diz o próprio São Paulo:

   As OBRAS DA CARNE são manifestas, como são: a fornicação, a impureza, a luxúria, a idolatria, os malefícios, as inimizades, as contendas, as rivalidades, as iras, as rixas, as discórdias, as seitas, as invejas, os homicídios, a embriaguez, as glutonerias e outras coisas semelhantes, sobre as quais vos previno, como já vos disse, que os que as praticam não possuirão o reino de Deus (Gálatas V-19 a 21).

   Os que fazem as obras da carne NÃO POSSUIRÃO O REINO DE DEUS, portanto, não estão no número daqueles para os quais NÃO HÁ CONDENAÇÃO. São Paulo enumera aí vícios que são contra a castidade, como a fornicação, a impureza, a desonestidade e a luxúria; enumera um pecado que é contra a virtude da religião: a idolatria; enumera pecados que são contra a caridade: os malefícios, as inimizades, as contendas, as rivalidades, as iras, as discórdias, as invejas, os homicídios; enumera ou que são contra a temperança: a embriaguez e as glutonerias.
   E entre estas OBRAS DA CARNE, São Paulo aponta aí um fenômeno que é ao mesmo tempo contra a fé e contra o espírito de união: AS SEITAS.
   Ninguém pode falar em SEITAS, sem se lembrar imediatamente do PROTESTANTISMO. A Igreja, na sua longa história de 20 séculos, se tem defrontado com um grande número de seitas. Às vezes de umas têm nascido outras, como é natural.

   Mas o Protestantismo se apresentou, logo desde os seus inícios, como algo inteiramente novo: não como uma seita simplesmente, mas como UMA FÁBRICA DE SEITAS EM LARGA ESCALA. Dizendo a todas as pessoas do mundo, sem exceção, mesmo às mais rudes e ignorantes, mesmo àqueles que gostam de ter opiniões bem originais e extravagantes, mesmo aos que são desequilibrados, mesmo aos que têm a mania de serem líderes religiosos, de se apresentarem como enviados de Deus, de fundarem religiões novas, mesmo aos "indoutos e inconstantes que gostam de adulterar as Escrituras, para ruína de si mesmos", dizendo a todos estes: a Bíblia é um livro muito fácil de interpretar, Vocês têm o direito de comentá-la, como acharem mais razoável - o Protestantismo renunciou ao gosto que tiveram as outras heresias de ter uma doutrina SUA, um credo próprio, para se tornar uma heresia industrializada e variadíssima, uma fonte imensa de heresias, as mais desencontradas (1). Mais adiante daremos uma amostra das profundas divergências que existem entre as seitas protestantes.

   (1) Nota: A versão de Ferreira de Almeida traz, neste trecho de S. Paulo que estamos comentando, a palavra HERESIAS em vez da palavra SEITAS. Mas isto em nada altera o sentido. A passagem de S. Paulo continua a ser uma condenação das seitas protestantes, pois todos os 'evangélicos" reconhecem que há dentro das seitas, nascidas do livre exame, nascidas do Protestantismo, muitas HERESIAS. Elas próprias se acusam umas às outras de heréticas, o que a ninguém surpreende, uma vez que ensinam em muitos pontos doutrinas totalmente diversas. E é interessante notar que a mesma palavra grega aí empregada "HÁIRESIS" aparece em outros textos da Bíblia; e em vários lugares é traduzida nas versões protestantes (tanto de Ferreira de Almeida, como da Sociedade Bíblica do Brasil) pela palavra SEITAS (Atos: V-17; XV-5; XXIV-5; XXIV-14; XXVIII-22). 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 2 )

   86.  NÃO HÁ CONDENAÇÃO (a).

   Por todas aquelas passagens do Apóstolo das Gentes [São Paulo] se vê muito bem que ele absolutamente não é adepto da salvação pela fé sem as obras. Se os protestantes aparecem com textos de São Paulo para provar semelhante teoria, é porque não lhe assimilaram bem o pensamento, e São Paulo não é fácil de se entender; é o que nos diz a própria Bíblia Sagrada (2ª Pedro III-15 e 16).

   Examinemos estes textos, começando por um que, aliás, nada tem de difícil e serve apenas para mostrar como se ilude facilmente quem já vai ler a Bíblia com uma ideia preconcebida. Tomamos em primeiro lugar este texto, porque dele se servem os protestantes com dois objetivos: um, provar que a fé salva sem as obras; outro, sugestionar-se a si próprios de que JÁ ESTÃO SALVOS. E é justamente sobre esta estranha CERTEZA DA SALVAÇÃO, que pretendemos fazer um comentário neste capítulo.

   Vejamos o texto: Agora, pois, nada de condenação têm os que estão em Jesus Cristo, os quais não andam segundo a carne (Romanos VIII-1).

   Ingenuamente vêem aí muitos protestantes a afirmação de que não se condena absolutamente quem crê em Jesus Cristo; logo, a fé salva sem as obras.

   Mas a questão é que São Paulo não disse que não havia condenação para os que CREEM em Jesus Cristo, porém para os que ESTÃO EM Jesus Cristo, o que já é diferente. Podemos crer em Jesus, invocá-Lo com muita frequência, louvá-Lo a cada instante e estar, não em Jesus Cristo, mas muito longe d'Ele, se se tratar de uma fé que não desabrochou em caridade, ou seja, o amor de Deus e do próximo. Estar em Jesus Cristo é estar em graça santificante, com a alma reconciliada com Deus, sem mancha de pecado mortal; para isto é necessária a guarda dos mandamentos. Como se prova? Pela própria Bíblia. Diz São João, falando a respeito de Jesus Cristo: Aquele que diz que O conhece e não guarda os seus mandamentos, é um mentiroso e não há nele a verdade, mas se algum guarda a sua palavra, é nele verdadeiramente perfeito o amor de Deus e por aqui é que conhecemos que ESTAMOS NELE. Aquele que diz que ESTÁ NELE, DEVE também ele mesmo ANDAR como Ele andou (1ª João II-4 a 6). Para estar em Cristo não basta a fé, é preciso guardar os seus mandamentos, guardar a sua palavra, andar como Cristo andou, isto é, imitá-Lo pela santidade de vida. 

   Nem era necessário ir procurar a explicação em outra parte. O próprio texto de São Paulo, ora comentado, nos mostra quais são os que estão em Cristo: são os que NÃO ANDAM SEGUNDO A CARNE (Romanos VIII-1). E justamente no decurso deste mesmo capítulo 8º da Epístola aos Romanos, São Paulo traça o contraste entre os que vivem segundo a carne e os que vivem segundo o espírito:

   Os que são segundo a carne gostam dos coisas que são da carne; mas os que são segundo o espírito, gostam das coisas que são do espírito. Ora a prudência da carne é morte; mas a prudência do espírito é vida e paz; porque a sabedoria da carne é inimiga de Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem tão pouco o pode ser. Os que vivem, pois, segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, SE É QUE O ESPÍRITO DE DEUS HABITA EM VÓS; MAS SE ALGUM NÃO TEM O ESPÍRITO DE CRISTO, ESTE TAL NÃO É DELE (Romanos VIII-5-9). Se vós viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se vós pelo espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis (Romanos VIII-13). 

No post seguinte, veremos o que São Paulo entende por OBRAS DA CARNE.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Capítulo 5º: A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 1 )

   85.  DOUTRINA DE SÃO PAULO.

   A doutrina do Apóstolo São Paulo não é, nem podia ser diversa da doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Se, por conseguinte, Jesus mostra a caridade, ou seja, o amor de Deus e do próximo, e não somente a fé, como necessária para a salvação, isto mesmo é o que São Paulo nos ensina, mostrando-nos que a fé sem a caridade nada vale: Se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios e quanto se pode saber, e se tiver toda fé, até o ponto de transportar montes, e não tiver caridade, NÃO SOU NADA (1ª Coríntios XIII-2). A hipótese apresentada por São Paulo é muito expressiva, pois ele figura o caso de um homem que tem a fé em sumo grau: uma fé tão grande, que é capaz de dizer a uma montanha que saia de seu lugar e se transporte para outro, e Deus fará o milagre em atenção à pureza e à perfeição de sua fé. Mesmo assim, não é nada aquele que a tem, se não tem a caridade. A caridade é, portanto, na doutrina paulina, a maior das virtudes: Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, a caridade, estas três virtudes: porém A MAIOR DELAS É A CARIDADE (1ª Coríntios XIII-13). No final da mesma Epístola, ele nos diz: Todas as vossas obras sejam feitas EM CARIDADE (1ª Coríntios XVI-14). Se algum não AMA a Nosso Senhor Jesus Cristo, seja anátema (1ª Coríntios XVI-22).

   Se Nosso Senhor, descrevendo o julgamento de Deus, nos faz ver que seremos julgados de acordo com as boas ou más obras, este também é o ensinamento de São Paulo. Já citamos mais de uma vez a sua frase na Epístola aos Romanos em que ele nos fala do justo juízo de Deus que há de retribuir a cada um SEGUNDO AS SUAS OBRAS (Romanos II-5 e 6). E isto é o que ele ensina constantemente nas suas Epístolas: Cada um receberá do Senhor a PAGA do BEM que tiver FEITO, ou seja escravo ou livre (Efésios VI-8). Importa que todos nós compareçamos dante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o GALARDÃO segundo o que tem FEITO, ou BOM ou MAU, estando no próprio corpo (2ª Coríntios V-10). Deus não é injusto, para que se esqueça da vossa OBRA e da CARIDADE que mostrastes em seu nome, os que haveis subministrado o necessário aos santos e ainda o subministrais (Hebreus VI-10). E diz a Timóteo que mande que os ricos deste mundo se façam ricos em boas obras, afim de ajuntarem para si um tesouro e alcançarem a verdadeira vida: Manda aos ricos deste mundo... que façam bem, que se façam ricos em BOAS OBRAS, que deem, que repartam francamente, que façam para si um TESOURO, como um fundamento sólido para o futuro, AFIM DE ALCANÇAREM A VERDADEIRA VIDA (1ª Timóteo VI-17 a 19). 

   É sempre a mesma doutrina do Mestre: julgamento de Deus de acordo com as boas ou más obras de cada um, salientando-se entre estas obras boas a prática da caridade.

   Se Jesus nos fala da necessidade da observância dos mandamentos para conseguir o Céu, esta necessidade é também ensinada por São Paulo: A circuncisão nada vale, e o prepúcio nada vale, senão A GUARDA DOS MANDAMENTOS DE DEUS (!ª Coríntios VII-19). Não vos enganeis: nem os fornicários, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os que se dão a bebedices, nem os maldizentes, nem os roubadores hão de possuir o reino de Deus (1ª Coríntios VI-10). 

   E, se Nosso Senhor nos adverte: Nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus (Mateus VII-21), São Paulo se encarrega de nos mostrar qual é esta vontade de Deus: Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação (1ª Tessalonicenses IV-3), porque para São Paulo não é somente a fé que nos torna aptos para entrar na bem-aventurança, indo ver a Deus, mas também a santidade de vida: Segui a paz com todos e A SANTIDADE, SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ A DEUS (Hebreus XII-14).

terça-feira, 2 de julho de 2013

O ESTILO DA BÍBLIA E O TEOR DAS DIVINAS PROMESSAS - ( 7 )

   84.  GRANDE CONDIÇÃO PARA UMA GRANDE PROMESSA.

   Está mais do que provado, por conseguinte, qual é o sistema de doutrinação da Bíblia: em uns versículos estão AS GRANDES PROMESSAS, em outros vem explicado O QUE HAVEMOS DE FAZER PARA VÊ-LAS REALIZADAS.

   Pois bem, o mesmo acontece com A PROMESSA DE VIDA ETERNA PARA TODO O QUE CRÊ; sim, para todo o que crê, pois aquele que se recusa a crer já está excluído: sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus XI-6); e até mesmo os que de forma alguma não conhecem a Cristo, têm que crer em alguma coisa, têm que crer ao menos que há Deus e que é remunerador dos que O buscam (Hebreus XI-6).

   Lemos em vários versículos A GRANDE PROMESSA DE VIDA ETERNA PARA OS QUE CREEM em Jesus Cristo. Esta mesma fé em Cristo é que nos leva a ver no próprio ensino do Novo Testamento EM QUE CONDIÇÕES TAL PROMESSA SURTIRÁ O SEU EFEITO. As condições são várias, estão esparsas aqui e acolá no ensino bíblico, mas podem ser todas resumidas numa só, numa GRANDE CONDIÇÃO, expressa neste texto há pouco citado: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos Céus; mas sim o que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus (Mateus VII-21).

   Caro amigo protestante, não se fie nesta doutrina: Jesus, Jesus, Jesus, Jesus é meu Salvador; logo, eu estou salvo - isto não passava de uma malandragem de Lutero que queria ter por fina força a convicção de que realmente estava salvo, mas sem o trabalho de vencer as tentações que o atormentavam; foi ele quem inventou e propagou no mundo este sistema de se olhar na Bíblia, só para o prêmio que Deus promete e não para aquilo que se nos impõe como obrigatório afim de alcançar o que foi prometido por Deus. 

   Ninguém pode alcançar o Céu SEM REALIZAR A VONTADE DIVINA. E para todos os homens: a) ou seja para os gentios antes de Cristo e os pagãos de hoje que de Cristo não tiveram conhecimento, os quais entretanto tinham e têm os mandamentos de Deus (não matarás, não furtarás, não adulterarás, não levantarás falso testemunho, não desejarás a mulher do próximo, etc.) impressos no seu coração pela voz da consciência, pela lei natural; b) ou seja para os judeus antes de Cristo, aos quais tinha Deus imposto o Decálogo, além de muitas cerimônias e prescrições; c) ou seja para os seguidores de Cristo, que não estão obrigados absolutamente à cerimônias e prescrições da lei mosaica, mas estão sujeitos à lei de Cristo que confirmou, refundiu, e aperfeiçoou os preceitos do Decálogo, dando além disto várias determinações sobre a Igreja que Ele fundou e sobre os sacramentos que Ele instituiu, determinações estas que, sendo mandamentos de Cristo, o são também de Deus; d) para todos, enfim, a vontade do Pai Celeste está expressa nos seus mandamentos. Observe-os; realize a vontade divina. Faça isto e Você VIVERÁ, como disse o Divino Mestre, porque só assim Você se tornará digno das promessas de Cristo.