sexta-feira, 31 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  31 de julho

   Feliz eternamente feliz, quem sabe tornar-se o cativo do grande Cativo Eucarístico, o companheiro fiel deste nobre Escravo transubstanciado, Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.

   Então, trabalhando na presença imediata de Jesus Eucaristia, sob as ordens e os olhares de um tal Mestre e Guia, não mais inveja os bens deste mundo nem mesmo as delícias do céu. tudo encontra ao cêntuplo aos pés do tabernáculo. Se ama a vida e o tempo é unicamente para prolongar a convivência com Jesus no Santíssimo Sacramento. Em todo o seu agir, tem sempre em vista Nosso Senhor sacramentado, pois que está determinado que nesta vida o amor de Deus para conosco consiste no amor de Jesus Cristo Eucaristia.

   Procuremos ter duas moradas: uma de trabalho, o Calvário da submissão, da renúncia, da crucifixão; a outra de repouso, o tabernáculo do Deus da Eucaristia, que será ao mesmo tempo o lugar de oferenda de todas as atividades da primeira, e onde iremos receber novas ordens e novas forças. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  30 de julho

   Oh! quão infelizes seríamos sem Jesus entre nós!

   Exilados, sozinhos neste mundo, e devendo privar-nos dos bens terrestres, das consolações da vida, enquanto que os mundanos gozam de tudo à vontade, não poderíamos suportar a vida!

   O amor quer ver, ouvir, conversar, tocar. Nada substitui o ente querido; nem lembranças, nem dons, nem retratos, porque tudo isto não tem vida.

   Nosso Senhor sabia muito bem que coisa alguma poderia substituir sua pessoa, que precisávamos d'Ele mesmo. E não nos seria suficiente a sua palavra? Não, porque não vibra mais, não ouvimos as expressões tocantes dos lábios do Salvador!

   E o Evangelho? É um testamento. E os sacramentos, que comunicam vida? É necessário o autor da vida para entretê-la em nós! E a Cruz? Não, sem Jesus, ela nos entristece! E a esperança? Sem Jesus é uma agonia. Os protestantes têm tudo isto, e quão frio, glacial, é o protestantismo!

   Com a Eucaristia, com Jesus no meio de nós, dia e noite, e muitas vezes sob o mesmo teto, acessível a todos, e a todos esperando em sua casa sempre aberta, chamando a si os pequeninos com acentuada predileção, a vida é menos amarga.


quarta-feira, 29 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  29 de julho

   Não há outro centro de vida senão Jesus, e Jesus Eucaristia.

   O alimento desse centro é o egredere de Abraão; é o despojamento, a abstração de tudo o que é exterior, um profundo recolhimento, a perda em Jesus. E esta vida é mais agradável a seu divino coração e honra sobremaneira o Pai Celestial; por isto, Nosso Senhor a deseja ardentemente e me diz: Sai de ti mesmo, vem comigo para a solidão, e hei de falar-te, em segredo, ao coração.

   Ah! é que esta vida em Jesus é o amor de preferência, é o dom de si, é o trabalho de união. Viver assim é criar raízes, é preparar o alimento, a seiva da árvore. Regnum Dei intra vos est. O reino de Deus está em vós.

   Com efeito, a vida que não tem Jesus Cristo por finalidade, não passa de morte digna de lágrimas por mais longa, mais rica e mais bela que seja. É mister, portanto, que eu viva de Jesus e não de mim mesmo, em Jesus e não em mim,; que eu reze com Ele, me imole com Ele, e com Ele me consuma em um mesmo amor; enfim, que eu me torne com Ele uma única chama, um só coração, uma só vida. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  28 de julho

  Todo amor tem um centro de vida. A criança se fixa no amor de sua mamãe, o amigo na afeição do amigo, o avarento em seus tesouros, o soldado na glória. Cada qual tem um centro de vida onde repousa e se delicia, e onde concentra todos os seus trabalhos, bem como os afetos e desejos. 

   E qual será o verdadeiro centro do cristão, principalmente do adorador? Um centro humano não lhe pode bastar, pois o homem sente necessidade dum centro infinito como são infinitos os anelos do coração. Precisa de um centro sempre vivo e acessível, pois, do contrário, sentir-se-ia órfão e exilado; um centro restaurador para alimentar em si o foco do amor; afinal, um centro perfeito, que o aperfeiçoe, que satisfaça as necessidades de sua alma, que seja a vida de seu espírito, o panorama de amor de sua imaginação, a lembrança benfazeja de sua memória, o objeto soberano de sua vontade, a felicidade do seu coração e mesmo de seu corpo. Quem diz centro, diz tudo isto. É mister que o homem seja feliz em seu centro, para não procurar outro. 

   Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento quer ser o centro de todos os corações. Atrai-nos continuamente para Ele, e essa atração ininterrupta constitui a vida de amor. 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  27 de julho

   O amor transforma o homem num céu em que a Santíssima Trindade se compraz em habitar. Esta permanência amorosa não será, porém, simplesmente passiva; ao contrário, cada pessoa divina exercerá na alma sua respectiva ação de amor.

   O Pai das luzes, princípio e autor de todo dom perfeito, que, em seu amor, nos deu seu Filho único, dá-nos, com Ele, todo o bem.

   "Meu Pai vos ama, diz o Salvador, porque vós me amastes e crestes que Eu saí de Deus" (Jo., 16, 23). E ainda: "Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome Ele vo-lo dará" (Jo., 6, 27). O nosso amor para com Jesus nos atrai, portanto, o amor do Pai, nos abre os seus tesouros e nos torna poderosos sobre o seu coração.

   Jesus Cristo, por sua vez consagra um amor de amizade àqueles que O amam.

   A ação do Espírito Santo sobre a alma vem completar a do Pai e a do Filho. A missão do Espírito Santo é perpetuar e aperfeiçoar Jesus Cristo em seus membros; educador e santificador do homem, nele permanece como em seu templo, e assim, nada de surpreendente no poder dessa alma, visto que se acha sob a influência divina e incessante do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

domingo, 26 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  26 de julho

   Ah! se o relógio da vida pudesse volver às primeiras horas de nossa existência, como haveríamos de ser, então, mais sobrenaturais! É mister, porém, nos contentarmos com as horas que ainda nos restam para alcançar o meio dia da eternidade. 

   Sejamos muito sobrenaturais em tudo! Eis o ponteiro da verdadeira vida, eis a semente que germina frutos de vida para o céu. Tudo consiste nisto, e Deus só recompensa essa vida de Jesus Cristo em nós.

   Como, porém, nos tornarmos sobrenaturais? Pela caridade divina ativa. E que vem a ser isto? É a cooperação de nossa vontade à graça que nos é dada. É o nosso fiat em Deus, é a adesão de nossa alma a Deus. É, numa palavra, o amor de Deus, lei, centro e fim de nossa vida.

   Amai, portanto, profundamente a Nosso Senhor.

   Que seu divino amor seja forte em vosso coração, florescente em vossas obras, régio em vossa vida. 

sábado, 25 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  25 de julho

   Contemplai Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento; vede o seu amor, e que este pensamento vos empolgue, vos encante. Alimentai em vós o espírito de fé, persuadi-vos profundamente da verdade da Eucaristia, da verdade do amor que Nosso Senhor aí vos testemunha.

   Será possível, direis a vós mesmos, que Ele me ame a ponto de dar-se a mim constantemente, sem se fatigar?

   Vosso espírito se fixa então em Nosso Senhor; todos os vossos pensamentos O procuram e querem estudá-Lo a fim de penetrar nas razões de seu amor.

   Senti-vos-eis admirados, cheios de enlevo, e o vosso coração há de exclamar: - Como corresponder a tanto amor?

   Eis que começa a se formar o amor no coração, pois que somente se ama profundamente aquilo que conhecemos bem.

   E o coração voa para o Santíssimo Sacramento, porque não se satisfaz de caminhar.

   Jesus Cristo me ama, sim, Ele me ama no seu Sacramento.

   Ah! se fosse possível, o coração romperia o invólucro da carne para se unir estreitamente a Nosso Senhor. 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  24 de julho

   Duas leis se apresentam em face do homem: o amor de Deus e o amor de si mesmo. São dois amores que se debatem numa guerra interminável. É necessário obedecer a um dos dois, escolher um ou outro; a indiferença é impossível.

   O hábito de uma vida virtuosa não põe termo ao combate. Somos semelhantes a uma balança: quanto mais nos elevamos para Deus, tanto mais nos sentimos perseguidos pelo amor próprio e atraídos para a terra. 

   Escolhestes o amor de Jesus Cristo! que ele seja vossa lei, vosso modelo, vosso centro e vosso ideal. A fim de viver para Ele é mister viver d'Ele e por Ele, o que requer de nossa parte a luta contra o amor próprio, revestindo-se para isto da força do amor divino, mais forte do que a morte, e força que devemos regular e dirigir. 

   Sim, precisamos combater corajosamente e saber empregar os melhores meios. Como teremos nós a força? Por Jesus Cristo: Omnia possum in eo qui me confortat. A força consiste no amor de Deus. Cumpre amar a Jesus Cristo soberana, universal e absolutamente. Que coisa alguma esteja acima d'Ele, ou posta em paralelo!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  23 de julho

   O amor deve ser o ponto de partida quer de uma verdadeira conversão, quer do serviço perfeito de Jesus Cristo, do apostolado e do zelo de sua glória. 

   A conversão que começa pelo temor termina pelo medo; mas o arrependimento operado pelo amor divino é generoso e constante. Madalena oferece disto a primeira prova.

   O homem é incapaz de se prender a outra coisa, em Deus, que ao seu amor e à sua bondade. O poder de Deus lhe inspira receio e a santidade divina causa confusão ao estado pecador de humanidade decaída. A bondade de Deus, porém, nos atrai irresistivelmente, nos prende, porque nela vemos Deus baixando até nós, e somente nessas humilhações é que nos podemos unir a Deus, nesses abatimentos é que podemos chamá-Lo nosso Irmão e nos considerarmos seus consanguíneos segundo a carne e a enfermidade de Adão. 

   Deus é amor. O homem, criado à sua imagem é também amor, amor entibiado, sim, amor viciado, mas susceptível de voltar às suas leis primordiais. 
   

quarta-feira, 22 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  22 de julho

   Nosso Senhor ama a todos nós, mas tem amigos privilegiados e nos permite o prazer de tê-los, em amizade baseada em Deus.

   Santa Maria Madalena era a amiga predileta de Jesus. Pecadora pública antes de sua conversão, possuindo todos os dotes de corpo e de espírito e os bens da fortuna que arrastam aos maiores excessos, deixou-se levar pelo mal.

   Esta pobre pecadora, porém, vai se elevar, pelo perdão, à esfera dos maiores santos. O que detém os grandes pecadores e lhes impede a conversão é o respeito humano. Madalena, entretanto, sabendo que Jesus está em casa de Simão, não hesita e ousa entrar numa casa de onde, se o houvessem reconhecido à porta, teria sido vergonhosamente expulsa.

   Eis o seu lugar; aos pés de Jesus. "Muito lhe foi perdoado porque muito amou". 

   Bela e tocante absolvição! E que contrição perfeita é a de Madalena!  Uni-vos a ela quando vos fordes confessar, a fim de que o vosso arrependimento também proceda mais do amor que do temor. 

sexta-feira, 10 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  10 de julho

   Querendo Jesus permanecer entre nós porque é nosso Salvador, não tem apenas em vista nos aplicar os méritos da Redenção para o que existem outros meios como os sacramentos, a oração, mas também gozar desse título de Salvador e de sua vitória. 

   A mãe, de certo, ama duplamente o filho a quem salvou de um grande perigo. Jesus, a quem o nosso resgate tanto custou, sentia necessidade de nos amar com um amor de ternura para se consolar dos sofrimentos do Calvário. Quanto Ele fez por nós! O seu amor é proporcional ao que Lhe havemos custado, e Lhe custamos infinitamente!

   Não se abandona aquele por quem se enfrentou o perigo da morte! Tem-se para com ele um amor semelhante ao que se experimenta para com a própria vida! E isto constitui uma felicidade inexprimível para o coração!

   O Coração de Nosso Senhor é, pelo menos, um coração de mãe! Ser-lhe-ia preferível deixar a companhia dos anjos que nos abandonar. Sim, deve permanecer com aqueles a quem ama, e que somos nós, porque foi a nós que Ele salvou!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  9 de julho

   Nenhuma ternura é mais viva, nenhum amor mais expansivo que o amor fraterno, pois a amizade, querendo igualdade, só entre irmãos poderá encontrá-la.

   O amor fraternal de Jesus excede a tudo que se possa imaginar.

   Diz a Sagrada Escritura que as almas de Davi e Jônatas, coladas uma à outra, formavam uma só. Entretanto, seja qual for a união entre duas pessoas haverá sempre em ambas um princípio de egoísmo, de orgulho.

   Em Nosso Senhor, porém, nada disto se verifica; ama-nos incondicionalmente, sem se tomar em consideração. Correspondamos ou não ao seu amor, Ele nos persegue com ímpeto sempre crescente.

   Um irmão quer ver o seu irmão, quer viver com ele. Diz-se que Jônatas definhava longe de Davi. Por isto, causava pesar a Nosso Senhor a ideia de reparar-se de nós. Queria ficar ao nosso lado para nos dizer:  -  "Sois meus irmãos!" Que palavras repassadas de ternura!

   A Eucaristia, nivelando os homens, constitui a verdadeira igualdade. Na esfera social, há preeminências; porém à mesa de Jesus, o primogênito, somos todos irmãos. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  8 de julho

   A Eucaristia é algo de superabundante na obra da Redenção, pois que não foi exigida de Jesus Cristo pela justiça de seu Pai. 

   A Paixão, o Calvário, bastava para nos reconciliar com Deus e nos reabrir as portas da casa paterna.

   Por que então instituiu Nosso Senhor a Eucaristia? Instituiu-a para si mesmo, para se satisfazer, para contentar o próprio coração. Contemplada sob este prisma, a Eucaristia é o que há de mais divino, mais terno e mais amante: seu caráter, sua natureza, é a bondade, a ternura expansiva.

   Mesmo que não devêssemos nos aproveitar da Eucaristia, Nosso Senhor a teria instituído por três razões:  -  para satisfazer a sua afeição fraternal para conosco,  -  a fim de permanecer entre nós como Salvador,  -  e enfim, visto que seu Pai nos ama infinitamente, para saldar este nossa dívida para com Ele. 

terça-feira, 7 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  7 de julho

   Querendo um amigo provar a outro a sua amizade, exprime-a por meio de afetuoso aperto de mão, e a manifesta ainda por palavras. Assim também Nosso Senhor não quer se servir de anjos ou de ministros para nos certificar que nos ama. Vem pessoalmente, pois o amor dispensa intermediários.

   Sim, Jesus se perpetua entre nós para nos dizer incessantemente: "Amo-vos, bem vedes que vos amo".

   Quem medita seriamente na Eucaristia, e, particularmente, quem comunga, sente que Nosso Senhor o ama, que n'Ele tem um pai, sente que é amado como filho e que, portanto, tem o direito de se acercar de seu Pai e Lhe falar. Na Igreja, ao pé do tabernáculo, está em casa de seu pai. Ah! como é bom viver perto das igrejas, à sombra da casa paternal!

   Acreditemos, portanto, no amor de Jesus que, no Santíssimo Sacramento, nos diz que nos ama, nos diz interiormente e no-lo faz sentir. 

   

segunda-feira, 6 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  6 de julho

 
 Para que o amor de Deus abrase a nossa ama é mister concentrá-lo todo em nós como centelha poderosa.

   A redenção é para os homens todos, mas cada um em particular goza dela por inteiro, como o sol que, resplandecendo ao mesmo tempo sobre todas as criaturas, nos concede a sua luz e o seu calor como se brilhasse somente para cada um de nós.

   O homem não vale Jesus Cristo, é certo, para merecer esse dom pessoal e individual do Filho de Deus, mas se Jesus Cristo quer amar a criatura mais do que ela merece, se Jesus Cristo quer praticar excessos de amor para lhe conquistar o coração - a cruz e a Eucaristia são, na verdade, excessos - quem o impediria? Jesus é infinito no seu amor e nos seus dons, e o infinito, doando-se, não se divide nem diminui. 

   Depois de ter morrido sobre a cruz por cada um de nós, renova sua imolação ainda todo dia no sacramento, e renova-a por cada um de nós. Se não tivesse morrido, subiria ao Calvário para nos salvar, e se já  não tivesse instituído o Santíssimo Sacramento, o instituiria para cada um de nós. Não nos diz São Paulo: "Ele me amou", concentrando em si todo o amor de Jesus? Tem razão, e cumpre-nos imitá-lo.  

domingo, 5 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  5 de julho

   A misericórdia de Deus para com o homem é infinita: jamais conseguiremos esgotá-la ou abafá-la com as nossas ingratidões. Não se consegue cansá-la nem fazê-la desesperar; ela perdoa sempre, perdoa tudo, e mesmo quando o crime é patente, sabe dizer ainda: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem!"

   A misericórdia de Deus, quando rejeitada ou ultrajada, sente-se com que estimulada; nos persegue então, quer nos vencer: - "Judas, com um beijo entregas o Filho do homem... ó meu amigo!"

   Jamais os nossos pecados hão de ser grandes quanto a misericórdia de Deus. As santas Epístolas estão repletas dos testemunhos da misericórdia divina. Quis Deus assim multiplicá-los porque temos necessidade disto. 

   Duvidareis, por acaso, da misericórdia de Deus? Não! Não! Se caístes, levantai-vos pela confiança humilde e arrependida. A humildade que deseja permanecer no lado não passa de orgulho ofendido e irritado. A humildade voa para Deus nas asas da confiança. 

sábado, 4 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  4 de julho



   A bondade de Deus que sobressai dentre todas é a bondade que perdoa.

   Deus é bom, e me ama porque me perdoa quando O ofendo. Não tenho necessidade de outra prova de seu amor; nenhuma outra é mais convincente, nenhuma os sensibiliza tão profundamente.

   O amor de Deus para conosco é mais um amor misericordioso que benevolente, pois, pecadores por natureza, necessitamos sobretudo de misericórdia.  Assim, durante a nossa vida, Ele difunde sempre, de preferência aos seus outros atributos, a misericórdia, da qual o mundo se torna o império, e o tempo, o reinado. 


   A misericórdia baixou do céu e vindo a este mundo envolve o homem e o encobre, servindo-lhe de atmosfera e centro. É o ar que ele respira, a luz que o ilumina. Vivemos de misericórdia. Ela subtrai o pecador à ação da justiça que lhe deveria punir cada pecado, sustentando-a até o momento da morte. A misericórdia acompanha o homem por toda parte; jamais o abandona, mesmo depois da morte, pois o segue até o purgatório, que é o último esforço da misericórdia de Deus para com o pecador. Está escrito no pórtico desta prisão de chamas: Misericordia Dei! 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  3 de julho

   Jesus Cristo é o amor de Deus humanizado, oferecido ao homem de todas as maneiras, sob todas as formas e em todos os estados, para lhe provar o amor de seu Criador. 

   Como duvidar que Deus nos ama quando o Verbo nos veio dizer por sua palavra, por seu olhar, por seu coração, por tudo quanto a criatura humana é capaz de sentir e de compreender? 

   Eis o que Ele nos veio afirmar: "Sic Deus dilexit: Deus amou tanto o mundo!" E Ele, o Verbo nos ama, ama-nos como Deus, isto é, infinitamente! E cada um de nós deve dizer como São Paulo: - Dilexit me! Ele me amou, a mim, a mim somente, e para me provar o seu amor entregou-se por mim, por mim só, à morte da Cruz!

   Com quanta maior razão fez ele tudo o mais, as coisas visíveis e invisíveis, para mim, unicamente para mim!

   E o homem não ama a Deus! O ofende! Deus, porém, o cumula de bens apesar dos seus pecados, dos pecados de todos os dias, a fim de chamá-lo novamente a Si, fazê-lo render-se ao amor!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

SANTA IGREJA CATÓLICA POBRE

   Vi no blog "FRATRES IN UNUM" a foto do Santo Padre empunhando a cruz pontifical, mas esta emendada com esparadrapo. Confesso com sinceridade que não achei bonito! Muito pelo contrário. 

   Depois, refletindo mais atenta e profundamente, cheguei à conclusão que o Santo Padre, o Papa desde o início de seu Pontificado, demonstrou que queria uma igreja pobre. A boca fala da abundância do coração. Se não me engano, foi uma das primeiras coisas que falou após eleito Supremo Pastor da Santa Madre Igreja. Assim interpreto aquele amarrado de esparadrapo como espírito de pobreza. 

  Dizem que os jesuítas são muito práticos. No caso vigente acho,  embora não jesuíta, (mas sempre conservei a vocação de seguir Santo Inácio de Loyola e não Pierre Teilhard de Chardin),  acho, torno a dizer, que não foi uma saída muito pobre assim e menos prática ainda. Três pontos de solda ficaria um labor menor, mais barato, menos feio e talvez até mais ecológico. Melhor ainda seria empregar durepox. Por pobreza poder-se-ia pedir a alguém que tivesse em casa. Quanto ao remate, usar-se-ia um pedacinho de lixa fina e depois pedir-se-ia à conselheira do Papa, Francesca Immacolata Chaouqui,  um esmalte cintilante da cor mais adaptável ao caso. 

  Atravessou-me na mente uma outra pergunta: Que espírito de pobreza este que não  evitou quebrar a cruz pontifical, que, caso não seja uma réplica, é acima de tudo de um valor de uma ordem superior, em se tratando de uma relíquia, usada que foi por um santo!

  Ontem já falei um pouco sobre o simbolismo da emenda feita com esparadrapo. Permitam-se os caríssimos leitores, deter-me um pouco mais sobre este detalhe. 

   Um dia, vi um homem andando expeditamente pela rua, mas, embora eu correndo de carro, pude ver que tinha a perna enfaixada com um montão de esparadrapo. Encontrei-o mais tarde na igreja. Pediu-me uma esmola, porque tinha uma ferida incurável na perna. Óbvio, não se pode fazer mau juízo. E  disto nem mister se fez. Realmente eu não tinha dinheiro. Ó bendita pobreza!.Mas bondosamente disse ao mendigo: meu amigo, olha para mim! Não tenho dinheiro, mas o que tenho te darei: Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, darei uma bênção. Prá isso, o senhor, faz o favor de retirar o esparadrapo. Mas o homem disse que não podia fazê-lo. Não dei a bênção e nem a esmola; não a bênção, porque vi que o homem não tinha fé; não a esmola porque talvez ele tivesse mais dinheiro do que eu que não tinha nenhum. E ele saiu mansamente mancando. e eu saí tranquilamente sem pecar.  

   Sirva este fato como parábola. O esparadrapo, como é sabido mundialmente, é usado para curativos. É portanto um indicativo de ferida, cirurgia, e consequentemente, de doença. Não fui eu quem falou. Falaram na Internet que aquela cruz pontifical  remendada com esparadrapo era um símbolo. Lembrando-me do próximo Sínodo dos Bispos, fiz algumas aplicações ao mesmo. Jesus Cristo é a verdade. Por isso esta nunca se quebra, é indestrutível. O vínculo do sacramento do Matrimônio é indissolúvel, isto é, nunca pode ser quebrado. É de todos sabido, pois, publicado por toda mídia, que já no discurso de abertura do Sínodo passado, que foi uma preparação para o próximo em outubro deste ano, o Cardeal Kasper por ordem do Papa, fez um discurso de abertura. e ali, já deixou algumas dicas ou sugestões para, diríamos hoje, emendar com esparadrapo a verdade da indissolubilidade do matrimônio católico. Para este progressista dos quatro costados, o vínculo matrimonial poderia ser quebrado, mas na prática, diante do povo, seria com que disfarçado como um falso mendigo procuraria esconder uma quebradura ou ferida inexistentes.

  Moisés santamente irado contra o povo que adorava o bezerro de ouro, quebrou as tábuas de pedra onde Deus mesmo gravara os Seus mandamentos. Moisés não as emendou com esparadrapo, mas Deus gravou o Decálogo em novas tábuas de pedra.

   É um absurdo inominável bispos da Santa Madre Igreja, depois de quebrar a cruz de Nosso Senhor Jesus Cruz, pretenderem emendá-lo com esparadrapo, ou seja, empregar ambiguidades para disfarçar a verdade que realmente não pode ser quebrada. É uma doença, de todas a pior, pois é o pecado da apostasia prática. Como se quebra  os mandamentos de Deus, e depois procura-se disfarçar o atentado como o esparadrapo da mentira?!

  Outro detalhe: Deus quis que tudo que fosse empregado no seu serviço, fosse o mais precioso possível e até os símbolos deviam ser sem defeito. Por exemplo: lemos no livro do Êxodo XII, 5, que o Cordeiro Pascal devia ser sem defeito, macho (não há neutro nem entre os bichos) e de um ano. No versículo 46 Deus ordena que não quebrem nenhum osso do cordeio pascal. Então não fica bem o Supremo Pastor usar o seu símbolo com defeito, e pior ainda, quebrado e com uma emenda com esparadrapo. Só serviu mesmo como símbolo de que há muitos eclesiásticos na Igreja que estão com sua fé quebrada e emendada diante do povo com a atadura de esparadrapo da mentira e da ambiguidade.

 Peço desculpas aos caríssimos leitores por um artigo tão pouco teológico e um tanto jocoso. Como todos sabem, não costumo usar estilo de tal jaez.  Mas pensei também no provérbio latino: "Castigat ridendo mores". Certos bispos têm falado e feito tantos e tamanhos absurdos que a gente se vê como que forçado a usar até mesmo a "vis comica". 

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  2 de julho

   Fomos criados no amor de Deus e é ainda o seu amor que nos redime. Condescende com a nossa natureza, com as necessidades do nosso coração, e visto que o nosso amor se materializou, procurando somente o que é sensível, Deus nos aceita como somos, e se torna sensível para substituir os ídolos sensíveis a que consagráramos o nosso amor. 

   Escutai este concílio de amor:

   - "Qual de nós se dirigirá ao homem?" isto é, qual das três pessoas divinas, eternas, essencialmente espirituais, transformar-se-á em amor, amor humano, sensível e visível, para conquistar o homem, cujo coração somente assim deixar-se-á prender?

   E o Verbo se fez carne: Caro, e desde então, como esta palavra indica, apenas se escuta e se percebe amor. 

   O Espírito Santo poderia ter dito: homo, fez-se homem; quis dizer, porém, carne, que é um amor mais sensível, mais conforme à natureza de nosso coração: Caro factum est

quarta-feira, 1 de julho de 2015

CRUZ PONTIFICAL REMENDADA COM ESPARADRAPO

   É um símbolo! A verdade, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, quebrada na prática, e apresentada ao povo remendada com o esparadrapo da ambiguidade. Escandaloso e feio! Como é escandaloso e feio bispos da Santa Madre Igreja se reunirem por ordem e aval do Papa, afim de discutir a possibilidade de, na prática, se poder fazer justamente o contrário do que o Divino Mestre ensinou. Refiro-me ao Sínodo dos Bispos em outubro próximo para falarem, entre outras coisas, em comunhão para divorciados "recasados", ou melhor dizendo, comunhão para adúlteros sem deixar o adultério. Estão também muito preocupados com os homossexuais!

  Por não primar pela clareza mas por estar prenhe de  ambiguidades, o Concílio Vaticano II, depois de 50 anos ainda provoca discussões sobre o sentido ou espírito do mesmo. Infelizmente, na prática, prevalecem as ambiguidades que pesem as explicações oficiais da Santa Sé. O ímpio Voltaire dizia: "Menti, menti, contra a Igreja (que ele chamava simplesmente de "Infame") e alguma coisa ficará". Assim, depois do Concílio, prevaleceu a interpretação da maioria progressista. E continua fazendo estragos terríveis no seio da Santa Madre Igreja. Com ou sem aprovação do Papa, vão fazendo o que a massa quer, e alguma coisa vai ficando. O demônio se encarrega de insuflar nas mentes doentias e remendadas com esparadrapo, que não se importem com o que a Bíblia e a Tradição ensinam.

  Do Papa, infelizmente não podemos dizer o mesmo que as Sagradas Escrituras dizem do profeta Samuel: "Samuel crescia e o Senhor era com ele, e nenhuma das suas palavras caiu no chão". ( 1 Samuel III, 19). Muitas palavras do Papa, têm caído não só no chão, mas nas mãos dos inimigos da Santa Igreja. Basta lembrar os elogios que fez a Kasper. Ninguém ignora o progressismo deste cardeal.

  Temos suficiente motivo para temer que no próximo Sínodo dos Bispos em outubro a maioria que é modernista, prevaleça. A Igreja é divina, o Santo Padre, o Papa, em questão de fé e moral, impondo para toda a Igreja, é infalível. Quanto a isto não há que duvidar. Mas o que devemos temer, e contra o que devemos nos acautelar, é a tática dos modernistas: através das ambiguidades, deixar o campo aberto para se fazer o que cada um achar que deva fazer. Tanto mais que já foi dito que o que importa é a consciência de cada um.

  Assim, a verdade fica simplesmente à mercê da consciência de cada padre, de cada bispo e até de cada fiel. O esparadrapo indica outrossim, uma ferida e ou mesmo tempo um remendo que não oferece a mínima garantia. Se o símbolo é feio, horrenda é a realidade!!!

   Só não podemos perder a fé de que a Santa Madre Igreja é divina! 

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  1 de julho

 


 O amor eterno de Deus para conosco se manifesta pelos benefícios de ordem temporal: existimos em virtude de benevolente criação do amor divino, e a nossa vida se conserva porque Deus nos mantém em seus próprios braços.

   Esta vida, porém, nos foi concedida unicamente para amá-Lo, e nisto consiste a perfeição do homem, que somente é bom quando ama a Deus.

   Foi esta a finalidade que lhe fixou o Criador, na liberalidade de seu amor. Por isto, parece que, se Deus, ao criar o homem, não disse que esta obra de suas mãos era boa, como dissera das outras, é porque o homem só estará completo e perfeito quando houver amado a Deus, provando-Lhe em atos o seu amor.

   Há tanta condescendência de Deus para conosco em querer ser amado por nós e em nos dar a faculdade e a graça de amá-Lo, quanto em nos amar Ele mesmo e em nos cumular dos testemunhos desse amor.