segunda-feira, 30 de março de 2015

AS LÁGRIMAS DE JESUS

Igreja construída no Monte das Oliveiras, no local onde Jesus avistou Jerusalém e chorou. 
   Quando Jesus chegou perto de Jerusalém, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: "Ah! se ao menos neste dia, que te é dado, conhecesses ainda o que te pode trazer a paz! Mas agora tudo isto está encoberto aos teus olhos! Porque virá um tempo funesto para ti: no qual teus inimigos te cercarão de trincheiras e te sitiarão; e te apertarão por todos os lados: e te arrasarão, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visita" ( São Lucas XIX, 41-43),

   Junto ao túmulo de Lázaro, Jesus chorou e os circunstantes exclamaram: "Vede como Ele o amava! Aqui igualmente podemos concluir: vede como Jesus amava Jerusalém, o seu povo de Israel! 

   Em Jerusalém, os inimigos do Salvador exasperam-se, vendo a satisfação que mostram os admiradores de Jesus, sobretudo por causa do recente estrondoso milagre da ressurreição de Lázaro. 


   Lá havia também os indiferentes, como hoje, entregues aos negócios ou prazeres, e assim ligam pouca importância às questões religiosas, e simplesmente  não prestam atenção a tudo o que se diz.

   Fora de Jerusalém, numerosos grupos manifestando à porfia seus sentimentos para com Aquele que tudo fez bem. Os Apóstolos contentes porque se faz justiça a seu Mestre. Jesus, objeto desta ovação; só ele descobre um motivo de tristeza debaixo de tão lisonjeiras aparências. Vê a Jerusalém, e chora. Jesus chora sobre a cidade que vai crucificá-Lo. Mas qual é a causa destas lágrimas, se Ele na verdade deseja a cruel morte, que se seguirá ao seu triunfo? Jesus ama os seus sofrimentos que nos salvam; mas os nossos males é que Lhe arrancam tantas lágrimas. Jesus aflige-se, prevendo o novo abuso que Jerusalém vai fazer de uma misericordiosa visita, que será a última: "Este dia, que te é dado, ó cidade ingrata, pode ainda ser o da tua salvação. Ah! se tu quisesses abrir os olhos!... Suas lágrimas dizem o resto. Não há pecador, que não possa voltar para Deus, mas é necessário que queira. Se se obstina, os dias de ira substituirão os dias de clemência. Que pensar do réu, que despreza seu juiz, ainda quando este, chorando, parece dizer-lhe: "Evitai-me a dor de vos condenar, porque bem vedes que vos amo?

   Ó caríssimos, estudai nestas divinas lágrimas a desgraça da impenitência e a caridosa compaixão de Jesus. Amém!

JESUS CRISTO VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM

   A Pessoa do Verbo, isto é, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, desde toda eternidade possui a natureza divina, mas a partir do dia da Encarnação, possui, além disso uma natureza humana - corpo e alma. É pois a mesma pessoa, a pessoa do Verbo, do Filho eterno de Deus, que possui as duas naturezas, divina e humana, que é Deus e que é homem. Esta pessoa chama-se Jesus Cristo. 

   Que Jesus é ao mesmo tempo Deus e homem, é uma verdade que se encontra em cada página do Evangelho. Mas é na sua dolorosa Paixão que melhor se comprova esta dupla natureza: no Jardim do Getsemani, agoniza e sente tédio e pavor, está triste até à morte e deixa escorrer ao longo dos seus membros um suor de sangue; pede para que o cálice de amargura seja afastado d'Ele. Mas quando o vêm prender, faz um milagre restituindo a Malco a orelha que Pedro havia cortado. Diante do Sinédrio, deixa-se insultar, escarnecer e ferir, mas proclama bem alto que é o Filho de Deus, o juiz dos vivos e dos mortos, e foi por isso - por ter afirmado a sua divindade - que foi condenado à morte pelo tribunal. 


 No Calvário, é pregado numa cruz entre dois ladrões, sofre a sede mais ardente, sente a alma desolada; morre dando um alto grito, é sepultado e encerrado no sepulcro. Mas eis que a sua divindade se manifesta: o sol deixa de resplandecer como que para se associar ao luto do seu Criador, o véu do templo rasga-se de alto a baixo, os mortos ressuscitam; e, ao terceiro dia, o próprio Jesus sai vivo e glorioso do sepulcro, para atestar, com um milagre sem precedentes, que Ele é de fato o autor da vida, o Deus do céu e da terra.

   É pois impossível que o homem de boa fé, que lê o Evangelho com atenção, não reconheça que Jesus é homem e Deus, que fala e atua ao mesmo tempo como simples mortal e como o Senhor imortal. Por isso, Jesus possui um corpo passível e mortal como o nosso, que sofre o frio e a intempérie das estações, que suporta a fadiga, a fome e a sede, que sente todos os golpes, todas as feridas que lhe fazem durante a Paixão. A sua alma é semelhante à nossa, dotada de inteligência e de vontade, ornada de todos os tesouros de sabedoria e de ciência, possuindo sobretudo a graça divina em toda a plenitude, de tal modo que é a Ele, como a uma fonte inexaurível, que todos nós a temos de ir buscar. Mas é também dotado de uma delicadíssima sensibilidade, capaz de experimentar as alegrias mais veementes, de sofrer as tristezas, as angústias e as emoções mais dolorosas. Em conclusão: se na sua natureza divina, Jesus permanece igual a Deus, na sua natureza humana é verdadeiramente nosso irmão.





   Caríssimos, que felicidade para nós sabermos que Jesus Cristo é nosso irmão!!! Ele o Filho eterno de Deus. Na verdade, é uma felicidade que nunca poderemos agradecer como convém. Mas que Jesus nos pede em troca deste dom de si próprio? Caríssimos, pede o nosso coração, o coração que Ele criou e lavou no seu sangue, o coração que por tantos títulos lhe pertence. Ele pede-no-lo suavemente, afetuosamente, para que lho entreguemos numa doação livre. Digamos-Lhe, pois, com toda generosidade e afeto: Tomai, Senhor, o meu pobre coração e incendiai-o de tal modo no vosso amor que nunca mais se separe de vós e cresça cada vez mais o tesouro de vida que lhe quereis comunicar. Amém!

sábado, 21 de março de 2015

DIA MUNICIPAL DO NASCITURO

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CÂMARA MUNICIPAL DE VARRE-SAI
GABINETE DO VEREADOR CLÁUDIO PAULANTI


Ao
Padre Elcio Murucci
Carmelo de Nossa Senhora do Carmo
Comunidade Rural de Santa Cruz II
Varre-Sai, RJ

Salve Maria.

   Sou o autor da Lei 556/2010, que foi aprovada por unanimidade pelos vereadores e sancionada pelo senhor prefeito. Ela institui o DIA MUNICIPAL DO NASCITURO, em todos os setores do município de Varre-Sai, que deverá ser comemorado sempre na semana do dia 25 de março.

   A data foi escolhida por ser o dia em o Arcanjo Gabriel anunciou a chegada do Salvador à Virgem Maria, quando esta se encontrava em Nazaré, cidade da Galileia, marcando o início de toda uma trajetória que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo caminho, trazendo à luz a Boa Nova.

   É um dia especial em homenagem ao novo ser humano, à criança, que ainda vive dentro da barriga da mãe, e que tem o direito à proteção de sua vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. E principalmente, o direito de nascer e de ser amado.

   Portanto, venho por meio desse incentivar essa instituição religiosa, junto a seus fiéis a suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.

   No exercício do mandato que me foi conferido e com a Vossa Bênção, despeço-me

                                               Atenciosamente

                                                                                              Cláudio Magno Paulantti
                                                                                                 Vereador PPS


Resposta:  Salve Maria! e que Deus o abençoe copiosamente. Meus parabéns pela iniciativa e, em meu nome e no de meus fiéis, agradeço de todo coração.

                                         Atenciosamente
                                                                      Padre Elcio Murucci
                                                                    Reitor de várias capelas e Capelão no Carmelo. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

HUMILDADE DE SANTO AGOSTINHO

   EXTRAÍDO DO TRATADO SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE (Livro I, c. 3, n. 5 e 6)

   "Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a sua face (Sl 104, 4).

   (...) Aquele leitor que disser: "Estou compreendendo o que se diz, mas não está bem exato", apresente a sua explicação, se o quiser, e impugne a minha, se puder. Caso, motivado pela caridade e a verdade, o levar ao meu conhecimento - se ainda eu estiver vivo - estarei colhendo frutos copiosos deste meu trabalho. Se não lhe for possível trazer ao meu conhecimento, dar-me-ia alegria e prazer se fizer a observação aos que puderem me corrigir. De munha parte, medito na lei do Senhor, senão dia e noite (Sl 1, 2), pelo menos em todos os momentos em que me é possível. Para que não venha a esquecer minhas considerações, confio-as à pena esperando da divina misericórdia a perseverança em todas as verdades que eu considerar como certas. Se, porém, cair em erro, ele me esclarecerá (Fl 3, 15), seja mediante inspirações e admoestações íntimas, seja por meio de sua palavra manifesta, seja ainda através de colóquios com os irmãos. Isto peço, e esta determinação e este desejo confio-os ao seu poder, pois ele é o único capaz de guardar o que me deu e de cumprir o que prometeu. 

   (...) A lei de Cristo, com delicadíssima autoridade, isto é, a caridade, admoesta-me e ordena-me que, quando os homens julgam que em meus livros defendi algum erro que não defendi, se o suposto erro desagradar a este e agradar àquele, que eu prefira ser repreendido pelo censor da suposta falsidade a ser louvado por um adulador. Pois, embora seja criticado pelo primeiro sem razão, o erro é censurado; no entanto, nem eu serei louvado com razão pelo adulador - pois me atribui uma opinião contrária à verdade -, nem a própria afirmação será elogiada com razão, pois ofende à verdade". 


 Observação: Outra demonstração de humildade de Santo Agostinho, este gênio do Cristianismo, foi a obra "Retractiones" = Retratações. No ano de 427 Agostinho escreveu esta obra em dois livros, em que revê afirmações contidas em obras suas já publicadas, e sobre as quais julga necessário apresentar esclarecimentos ou até correções. É um evidente sinal de humildade. É óbvio, em se tratando de um santo, nunca faltará a humildade. "Deus só dá sua graça aos humildes, enquanto, rejeita os soberbos".