segunda-feira, 30 de março de 2015

JESUS CRISTO VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM

   A Pessoa do Verbo, isto é, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, desde toda eternidade possui a natureza divina, mas a partir do dia da Encarnação, possui, além disso uma natureza humana - corpo e alma. É pois a mesma pessoa, a pessoa do Verbo, do Filho eterno de Deus, que possui as duas naturezas, divina e humana, que é Deus e que é homem. Esta pessoa chama-se Jesus Cristo. 

   Que Jesus é ao mesmo tempo Deus e homem, é uma verdade que se encontra em cada página do Evangelho. Mas é na sua dolorosa Paixão que melhor se comprova esta dupla natureza: no Jardim do Getsemani, agoniza e sente tédio e pavor, está triste até à morte e deixa escorrer ao longo dos seus membros um suor de sangue; pede para que o cálice de amargura seja afastado d'Ele. Mas quando o vêm prender, faz um milagre restituindo a Malco a orelha que Pedro havia cortado. Diante do Sinédrio, deixa-se insultar, escarnecer e ferir, mas proclama bem alto que é o Filho de Deus, o juiz dos vivos e dos mortos, e foi por isso - por ter afirmado a sua divindade - que foi condenado à morte pelo tribunal. 


 No Calvário, é pregado numa cruz entre dois ladrões, sofre a sede mais ardente, sente a alma desolada; morre dando um alto grito, é sepultado e encerrado no sepulcro. Mas eis que a sua divindade se manifesta: o sol deixa de resplandecer como que para se associar ao luto do seu Criador, o véu do templo rasga-se de alto a baixo, os mortos ressuscitam; e, ao terceiro dia, o próprio Jesus sai vivo e glorioso do sepulcro, para atestar, com um milagre sem precedentes, que Ele é de fato o autor da vida, o Deus do céu e da terra.

   É pois impossível que o homem de boa fé, que lê o Evangelho com atenção, não reconheça que Jesus é homem e Deus, que fala e atua ao mesmo tempo como simples mortal e como o Senhor imortal. Por isso, Jesus possui um corpo passível e mortal como o nosso, que sofre o frio e a intempérie das estações, que suporta a fadiga, a fome e a sede, que sente todos os golpes, todas as feridas que lhe fazem durante a Paixão. A sua alma é semelhante à nossa, dotada de inteligência e de vontade, ornada de todos os tesouros de sabedoria e de ciência, possuindo sobretudo a graça divina em toda a plenitude, de tal modo que é a Ele, como a uma fonte inexaurível, que todos nós a temos de ir buscar. Mas é também dotado de uma delicadíssima sensibilidade, capaz de experimentar as alegrias mais veementes, de sofrer as tristezas, as angústias e as emoções mais dolorosas. Em conclusão: se na sua natureza divina, Jesus permanece igual a Deus, na sua natureza humana é verdadeiramente nosso irmão.





   Caríssimos, que felicidade para nós sabermos que Jesus Cristo é nosso irmão!!! Ele o Filho eterno de Deus. Na verdade, é uma felicidade que nunca poderemos agradecer como convém. Mas que Jesus nos pede em troca deste dom de si próprio? Caríssimos, pede o nosso coração, o coração que Ele criou e lavou no seu sangue, o coração que por tantos títulos lhe pertence. Ele pede-no-lo suavemente, afetuosamente, para que lho entreguemos numa doação livre. Digamos-Lhe, pois, com toda generosidade e afeto: Tomai, Senhor, o meu pobre coração e incendiai-o de tal modo no vosso amor que nunca mais se separe de vós e cresça cada vez mais o tesouro de vida que lhe quereis comunicar. Amém!

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