sábado, 27 de outubro de 2018

O DECÁLOGO E A VIDA ETERNA



(Excertos do capítulo III do livro "OS DEZ MANDAMENTOS", da autoria da Mons. Tihamer Tóth) 

"O nosso assunto agora é este: Que significa o Decálogo para a vida eterna.
Apresentou-se a Nosso Senhor Jesus Cristo um jovem amável e rico, e cravando olhares ardentes no seu santo rosto, perguntou com as ânsias da alma que deveras procura a Deus: 'Mestre, que boas obras devo fazer para conseguir a vida eterna?' (S. Mateus XIX, 16).
Não é este, igualmente, o grande problema? Não poderíamos também nós, homens modernos, colocar-nos junto do jovem e dizer com ele: 'Senhor, o peso esmagador da vida moderna, tão agitada, acabrunha-me e turba o meu espírito. Sei que tenho uma alma. Que devo, porém, fazer para a salvar? Senhor, o abismo de maldade satânica abre as suas fauces em volta de mim e faz vacilar a minha alma já abalada. Senhor, que devo fazer para salvar a minha alma e conseguir a vida eterna?...'
Decerto é também este o nosso problema.
Confiemos na resposta do Senhor.
Jesus respondeu: 'Se queres entrar na vida eterna guarda os Mandamentos'.
Como? É esse o grande segredo? É essa a grande orientação? Essas breves palavras?
Sim, estas breves palavras: 'Guarda os mandamentos'. Mas se Jesus Cristo fazia depender delas a vida eterna, é bem razoável que nós tratemos de penetrar o seu sentido profundo, porque, são, profundíssimas, embora pareçam tão singelas. (...) 
'Se queres!' Portanto, depende de mim, só de mim, a sorte que me caberá além túmulo. Depende de mim. Deus a ninguém obriga, não leva ninguém para o Céu por violência. O homem é livre: pode decidir livremente sobre o seu destino eterno. (...) Mas tem cuidado, não esqueças: se não tratas da tua alma, o prejuízo não será nem da Igreja, nem de Deus. Acredita: não hão de ser eles que sofram com isso.
O livre arbítrio do homem é um valor magnífico, mas um dom perigoso [por causa da fraqueza humana], ao mesmo tempo. Tens liberdade de ação, mas és responsável pelos teus atos. Se empregas a vida segundo as leis de Deus, asseguras a tua felicidade eterna; se usas dela contra essas leis, mereces uma condenação perdurável.
"Se queres entrar na vida eterna, guarda os Mandamentos". O Senhor deu leis a todas as suas criaturas; e são justamente essas leis que asseguram a ordem, a beleza, a harmonia do mundo. Os astros siderais percorrendo a sua órbita, as plantas dando flores, o animal vivendo, todos obedecem a Deus; são regidos por leis físicas e biológicas; a sua maneira de agir está determinada.
Com o homem teve Deus procedimento excepcional: também lhe deu leis, mas deixando-lhe a liberdade:
  - É esta a minha vontade; está na tua mão cumpri-la; portanto, se a repelires, lavrarás a tua condenação. (...) A lei não faz mais do que aperfeiçoar a liberdade.
O que aprende a pintar tem de observar as leis da perspectiva. Limita-se, por isso, a liberdade do pintor? De modo nenhum. Está na sua mão desprezar as leis da perspectiva; mas... assim lhe ficará o quadro. Tu também podes infringir as leis de Deus; mas... pensa o que será a tua alma.
O que aprende música terá de respeitar as leis da harmonia. Sofre limitação a sua liberdade? Não sofre. Pode escrever uma composição, tocar instrumentos, cantar... contra as leis da arte... enquanto houver quem lhe suporte tanta dissonância. Tu também podes levar uma vida contrária à lei de Deus mas... será cheia de dissonâncias.
O que escala o pico de Lomnic tem um caminho seguro, provido em muitos lugares de varandas e cordas a que pode segurar-se. Estará por isso limitada a sua liberdade? De modo algum. Pode experimentar outros caminhos, pode escolher os que quiser, mas que não se queixe de ninguém senão de si, se por fim cair.
Se queremos pintar a obra-prima da nossa vida e observar nela a justa perspectiva, temos de guardar a Lei de Deus. Se queremos que a nossa vida seja harmoniosa, temos de procurar na Lei de Deus os devidos acordes. Se queremos atravessar com segurança os perigos da vida, sem cair no precipício, e atingir os cumes da vida eterna, temos de seguir a Lei de Deus que nos indica o caminho. (...).
Resume-se o presente capítulo e o anterior neste pensamento: o Decálogo serve de garantia para a vida terrena e para a vida eterna. Não há ninguém que possa iludir a voz da autoridade que vibra nestas leis [Êxodo XX, 1-17]. Elas obrigam igualmente ao menino e ao ancião, ao pobre e ao rico, aos seculares e aos sacerdotes. Sim; TAMBÉM obrigam aos sacerdotes.
Estranhar-se-á porventura o sublinhado. É que existe em meu poder uma carta cheia de censuras tão ásperas, como esta: "Vós nos pregais o Decálogo... Antes de o fazerdes conviria que os próprios sacerdotes o guardassem; mas eles não o cumprem..."
Não sei que tristes cenas presenciaria o autor desta carta para a escrever com tanta amargura; mas tenho de afirmar de um modo solene que o Decálogo, é evidente, não obriga só aos leigos, mas também aos sacerdotes. Ainda mais: obriga com mais rigor a estes, porque eles têm de dar exemplo. E se algum cai, por fragilidade humana, ninguém o deplora mais que a própria Igreja e os sacerdotes zelosos que o são segundo o Coração de Cristo.
Sim, o Decálogo corta ao vivo; corta como o cinzel; é aguçado como o bisturi. Quem o poderia negar? Quem poderia negar que é preciso ter uma firmeza a toda a prova, um entusiasmo que não vacile ante os sacrifício e um domínio próprio que só a imitação de Cristo pode dar, para permanecer fiel aos Mandamentos de Deus, sempre e em todas as situações, no meio deste mundo tão tempestuoso? A alma que segue a Cristo tem de preparar-se para uma luta dupla: o primeiro combate, à custa de suor de sangue, terá de o sustentar contra os próprios instintos; a segunda refrega consistirá no combate com o mundo desdenhoso e ofensivo, que não compreende os altos ideais.
Mas não podemos ceder.
Se a vida humana e as leis divinas não se coadunam, não havemos de pretender que se modifiquem as leis divinas, mas sim que se reforme a vida humana. Não é lícito "reformar a religião de Cristo segundo os postulados da época" como pedem alguns [hoje infelizmente muitíssimos, até bispos]; não é lícito "reformar" o Evangelho de Cristo [nem jogá-lo no lixo], nem é lícito "reformar a moral cristã. O homem efeminado, indolente, frívolo, ébrio de prazeres, veria com gosto uma nova edição, correta e abreviada, do Decálogo; aplaudiria, por exemplo, a supressão do sexto mandamento; mas do mesmo modo que o Sol não segue na sua carreira, os relógios de algibeira, nem os átomos, ao combinar-se, têm em conta as lucubrações dos químicos; nem a órbita dos corpos siderais tem complacências com os melhores astrônomos; nem as leis do universo se modificam segundos os caprichos dos primeiros físicos... assim também as leis de Deus não obedecem aos humores dos homens. Da natureza criada por Deus não podemos trocar uma única verdade, não podemos suprimir nem uma só lei; assim como a não podemos suprimir no mundo sobrenatural.
Mas o homem moderno tem necessidade e necessidade urgente de uma coisa: Necessita não de uma fé nova, nem de uma religião nova, nem de um código novo, mas de um coração novo, de uma alma nova, de uma generosidade nova, de um amor novo à fé antiga.
Não é coisa fácil observar sempre e em tudo os dez Mandamentos; mas nós queremos cumpri-los, porque sabemos que deles depende o bem-estar da Humanidade neste mundo e disso depende a nossa felicidade eterna no Céu."
AMÉM!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

O DECÁLOGO DA VIDA TERRENA



(Excertos do capítulo II do Livro "OS DEZ MANDAMENTOS" , autor Mons. Tihamer Tóth)
"Há um escritor francês de vista aguçada e bem talhada pena, um pároco de Paris. O seu nome literário é Pierre l'Ermite (Pedro o Eremita). É nome muito conhecido.
No grande diário dos católicos franceses, La Croix, este pároco descreveu uma interessante conversa que teve com certa senhora. É senhora de idade avançada, mas em o encanto cheio de dignidade das avós, nem o olhar modesto que infunde respeito. Na sua pessoa lutam em partes iguais a seda, as jóias e os ingredientes com as marcas indeléveis do tempo que passa. Pertence à paróquia do escritor, mas não põe os pés na igreja. Contudo, na rua, nunca deixou de saudar o pároco com uma graciosa saudação de cabeça e gostaria mesmo de o ver entre os seus convidados... porque pensa que assim teria ficado em dia com as suas obrigações religiosas... O pároco é que não aceitou nem um dos seus convites.
Certo dia, passava esta senhora por uma rua, justamente ao lado do pároco; indignada, tremendo de cólera, voltou-se para o sacerdote a quem nunca havia dirigido a palavra:
  -  Monsieur le Curé! Senhor Prior! Olhe para ali! O pároco, surpreendido, olhou na direção indicada. A dizer a verdade não falta ali que ver... Passam na rua grandes autobuses cheios de jovens comunistas, de barretes encarnados, empunhando bandeiras vermelhas e cantando em coro a Internacional.
  - Que horror!  - gritou a senhora. E a sua cara, branca à custa de pó, tornou-se vermelha.
  - Que coisa repugnante! Que nojo!
O sacerdote sentiu também o coração oprimido à vista de tão horroroso espetáculo; mas, esforçando-se por aparentar tranquilidade, respondeu:
  - Isto, minha senhora, é na verdade, uma coisa lógica.
  - O que?! uma coisa lógica?! - exclamou a senhora, pasmada.
  - Claro que sim. Completamente lógica. Porque, se não há Deus, se não há vida eterna, se não há bem nem mal, não há motivo para que os comunistas tratem com delicadeza a sociedade burguesa...
  - A senhora respondeu irritada:
  - Mas Deus existe!
  - Sim, minha senhora! Mas eu nunca a vi na igreja.
  - Eu tenho cá um Deus pessoal...
  - Um Deus pessoal?
  - Sim, um deus pessoal. É mais cômodo.
Ao chegar a este ponto o sacerdote, habitualmente calmo e cortês, perdeu a paciência e expandiu o que, havia meses, guardava no coração.
  - Sabe, minha senhora, que é sua a responsabilidade do que se passa aqui, desta desordem, desta falta de consciência?
  - Minha?  - perguntou, surpreendida.
Sim. Da senhora e das pessoas como a senhora. Pertencem à classe social que orienta, à classe que deveria ser o sal, o fermento, a luz. E são-no, realmente? Não dão, durante todo o ano, o mau exemplo da indiferença religiosa aos seus porteiros, criados e conhecidos? Por que há de o povo acreditar se os senhores não acreditam? O povo segue-os. E se para os senhores não há nada santo, por que há de o povo respeitar, por exemplo, a sua bolsa, o seu adereço de diamantes... ou a sua própria pele? Minha senhora! Perante Deus nós somos responsáveis por tudo, tudo!
A senhora, encolerizada, olhou o pároco dos pés à cabeça, fez um trejeito com a boca e, voltando-lhe as costas, disse apenas:
  - Reverendo padre, quando eu quiser ouvir um sermão irei à igreja...
E seguiu, irada, o seu caminho.
Não quero afirmar que o pároco se portasse com inteira cortesia; nem mesmo teria razão em absoluto.
Mas não há dúvida de que a senhora também não a tinha. Porque, se qualquer pessoa tivesse o direito de fabricar para seu uso um "deus" individual e uma moral própria, então: I) Onde chegaria a vida da sociedade humana? II) Onde chegaria também a vida do indivíduo?
No capitulo anterior [do qual extraí o último post] tracei um quadro imaginário para mostrar quão tranquila e cheia de bênçãos seria a vida cá em baixo se os homens cumprissem com seriedade o Decálogo.
Observemos agora o reverso do quadro: Que sorte seria a da humanidade se um dia rompesse definitivamente com os dez Mandamentos? Que espantosa miséria!
Suprimi o primeiro Mandamento e permiti que cada qual fabrique para si um "deus" próprio; então ou chegaremos outra vez ao Panteão da Roma pagã, com seus trinta mil deuses, ou nos revolvemos em uma imoralidade pior que a vida dos animais, porque é mais fácil para a ave viver sem ar e para o peixe viver sem água do que para a alma humana viver sem Deus.
Apagai o segundo e o quarto Mandamentos e consenti que qualquer vadio da rua levante o punho, blasfemando contra Deus. Depois de rebaixar a autoridade divina poderá a autoridade humana permanecer intacta?
E onde os pais e as leis não têm autoridade, onde as palavras perderam o seu valor pode haver uma vida civilizada? não se poderá antes falar com propriedade de um rebanho humano reunido e dominado pelo látego de um carrasco?
Apagai o terceiro Mandamento, suprimi o culto e o descanso dominical! Avante! Viva o trabalho contínuo, viva o toque das sereias das fábricas. Já o experimentou o homem: as máquinas trepidantes abafam, em muitas partes, a voz dos sinos dominicais. Dizei-me, então: Somos assim mais felizes, mais livres ou oprime-nos um peso mais esmagador do que a escravidão dos ilotas? Sim: é justo adiantarmos e progredirmos... mas haveria em toda a história humana uma época de maiores desesperos, de mais punhos cerrados, de mais olhares chispando ódio? Houve alguma vez, nos tempos pretéritos, antes da técnica desenfreada que nem sequer permite o descanso dominical, crianças com bandeiras e barretes vermelhos?
Há médicos e homens entendidos em Economia que apregoam o benefício do descanso dominical e aplaudem a doutrina da Igreja, segundo a qual o homem mais rico está obrigado ao trabalho, mas o mais pobre tem igualmente direito ao descanso.
E como também recreia o espírito celebrar o domingo com um ato de culto e, pelo menos nestes momentos santos, elevar um pouco a alma humana, esgotada pela luta de cada dia!
Apagai o sexto e o nono Mandamentos, apregoai o amor livre. Passados alguns decênios, podereis ver ainda figuras humanas sobre a terra? Não verás somente costas curvadas, caras chupadas, olhos encovados, sangue empobrecido?
Apagai o sétimo e o décimo Mandamentos: e empenhar-se-ão numa luta de feras os homens dados à rapina.
Apagai o oitavo mandamento: e o esposo não poderá confiar na esposa, nem a mãe poderá acreditar nas palavras do filho.
Logo, a honra da palavra empenhada, o respeito da leis, a estima dos superiores, o amor do trabalho, a felicidade das famílias e o bem-estar da nações acompanha a sorte do Decálogo: com ele florescem ou sem ele decaem.
Se meditarmos na desorientação atual e no futuro da nossa sociedade, pesa-nos sobre o espírito uma incerteza esmagadora: por toda a parte um caminhar às apalpadelas nas trevas, ódio concentrado, pânico de revoltas, um buscar de novas formas de vida. Mas se dirigirmos um golpe de vista às catástrofes sofridas no passado, não temos razão para desanimar. A sociedade cristã sofreu crises maiores: basta recordar a queda de Roma, as invasões dos vândalos, hunos, turcos... os horrores da guerra dos Trinta Anos. Sim, tudo isto sofreu a Europa cristã. E como pôde resistir-lhe? Porque no momento crítico tinha uma ideia que infunde força, que dá vida: tinha fé em Deus.
E se hoje reina a agitação e se repetem diariamente os abalos sociais, é porque foi diminuída em nós a fé antiga em Deus. E no seu lugar que ficou? Incerteza, desespero, mania do suicídio em uma parte da humanidade; uma vida sem freio, luxo e libertinagem na outra.
Sociólogos, sábios, escritores dos nossos dias preocupam-se na averiguação de quem abriu a fossa a cujos bordos está cambaleando a humanidade atual. Quereis saber quem foram os que abriam tal fossa? Não quisera ser tão duro como o pároco parisiense. Mas devo dizer: foram os que despojaram a alma humana da sua fé em Deus, os que partiram as tábuas do Decálogo.
Não é coisa fácil levantar o homem moderno, acostumado ao estreito horizonte da vida material e elevá-lo às alturas ideais do Decálogo. Temos, contudo, de o conseguir. As multidões encaram hoje os pensamentos elevados, divinos, tão estupidamente como a galinha que esgravata no monturo poderia contemplar a águia real voando nas alturas.  - 'Pássaro insensato! para que voas no espaço vazio, onde não há ao menos um punhado de terra para rebuscar uns grãos?' E todavia a moral da Igreja Católica aceita a gigantesca tarefa de transformar esta geração de galinhas em estirpe de águias reais.
Que pretende, então o Decálogo? Que tenhamos olhar católico, ouvido católico, língua católica, mãos católicas, pés católicos e coração católico.
Queremos viver? Desejamos uma vida tranquila, cheia de grato sossego, neste mundo? Para isso não há outro caminho senão o que o Senhor ensinou: o cumprimento da Lei de Deus".
AMÉM!

TERÁ ATUALIDADE O DECÁLOGO?



(Excertos do capítulo I do Livro "OS DEZ MANDAMENTOS" da autoria de Mons. Tihamer  Tóth)

"Em cada Mandamento quisera sublinhar que devemos cumprir o Decálogo, não só porque a sua infração é um pecado contra Deus, mas também porque é ainda um pecado contra a natureza humana, contra uma vida terrena feliz, contra a sociedade. Quero destacar o pensamento importante de que estas leis são antigas, sim, mas nem por isso antiquadas: que estas leis não têm apenas três mil anos, mas seis... eu sei lá quantos milhares! porque são tão antigas como a própria humanidade. Certo é que o Senhor as codificou a partir dessa data de que temos conhecimento, dando-as escritas nas tábuas de pedra do Sinai; porém, milhares de anos antes, quando criou o homem, gravou-as no mais sensível da coração humano, no mais fundo da sua natureza e, por isso, ainda que tornem a passar novos milhares e dezenas de milhar de anos sobre a humanidade, e por muito que esta cubra com prodigiosos inventos da técnica a face da terra, estas leis, as palavras majestosamente singelas do Decálogo, desafiarão, imutáveis, todos os tempos.
O Decálogo não foi imposto apenas aos Judeus, ao homem antigo. Porque a proibição de perjurar, de roubar, enganar, matar, levar vida licenciosa é pedra fundamental, inamovível, de todas as sociedades e de todas as épocas. (...) Do cumprimento do Decálogo depende não só a nossa vida eterna, como também a nossa felicidade temporal e, ou a humanidade permanece fiel aos mandamentos de Deus, ou terá de resignar-se a nunca mais gozar uma vida humana tranquila, pacífica, feliz e sã. Porque aquelas dez breves frases, inscritas em antigas tábuas de pedra, dirigem-se a todos os homens. (...).
Ponho-me a imaginar o que seria, como se modificaria esta vida terrena, tão triste e tão cheia de lutas se os homens um dia resolvessem: De hoje em diante tomaremos a sério o Decálogo.
Soltemos as rédeas da nossa fantasia: esta noite os homens decidem cumprir, para o futuro, como todo o rigor, os Mandamentos. Que sucederia?
Vem a aurora... os homens levantam-se, aqui, além..., após tranqüilo repouso. E, que surpresa! não pedem primeiro que tudo o café da manhã; mas todos dobram os joelhos junto das suas camas e, em oração curta, fervorosa, consoladora, saúdam o Senhor! Todos oram: hoje está em vigor o Decálogo.
Chega a hora do primeiro almoço e repartem-se os periódicos que cheiram ainda à tinta fresca de imprensa. Mas, coisa rara! O café nunca foi tão saboroso: nas páginas do Diário há grandes espaços em branco, principalmente nos lugares antes destinados às murmurações e aos escândalos. Ah! sim! está em vigor o Decálogo. É proibido enganar. E por isso é tão boa e pura a lei. É proibido mentir e por isso as folhas vêm tão vazias...
Termina o primeiro almoço. Cada qual segue, apressado, para o seu trabalho! Numerosos estudantes dirigem-se para as suas aulas e todos de bom humor, porque não vão arquitetando as mentiras que habitualmente dizem aos professores como desculpa de não saberem as lições  -  hoje não é permitido mentir! - Em vez dessas mentiras, vão repetindo, para si, o que levam bem sabido, já que hoje toda a gente cumpre o seu dever.
Os pais de família dirigem-se para  as repartições. Que interessante! Hoje, às oito, todos estão no seu posto e os assuntos dos clientes são despachados com presteza e interesse... Mas... que terão estes homens?
Os operários encaminham-se para as fábricas; todos empunham as ferramentas e manejam os maquinismos com vigor e satisfação. Não há um só que se atreva a revoltar-se. Não dizem mal do fabricante, do rico, do patrão... Ah! sim! Está em vigor o Decálogo.
A dona de casa dirige-se ao mercado... Que contentamento! que segurança! Compra um litro de nata e nem sequer a prova primeiro: tem certeza de que não está azeda. Compra o colorau e sabe que não vem misturado com pó de tijolo. Compra mel e não há nele mistura, Deus sabe de que droga. Compra manteiga que não tem margarina. Ao trocar uma nota do Bando nem sequer verifica o troco. E ninguém regateia, porque hoje é proibido enganar.
O açougueiro compra um boi e tem a certeza de que não lhe deram previamente de beber, para pesar mais, cheio de água. E o que ainda vale mais, quando se retira com a sua compra, corre atrás dele o vendedor, dizendo: Queira desculpar, enganei-me no troco e dei-lhe menos do que devia..."
Será preciso continuar a descrever como seria o mundo se tomássemos a sério o Decálogo?
Regressa o marido de longa viagem e a esposa, recebe-o com aquela alegria verdadeira que só pode ser comunicada por uma consciência completamente tranquila e uma fidelidade conjugal mantida sem desdouro.
Chega o filho da escola e que felicidade para os pais saberem que cada palavra sua representa a verdade clara!
Logo à tarde há um comício. Porém, os oradores, que até agora falavam durante horas, de rosto contraído, espumando de cólera, não podem falar nem dois minutos, porque hoje só é permitido dizer a verdade.
Teremos de continuar? Nessa tarde um grupo de amigas reúne-se para o chá das cinco. Há anos que têm este costume: hoje, porém, a conversa leva tanto tempo a animar-se! E contudo faltam ali companheiras habituais de quem se poderia tranquilamente murmurar, na ausência. Mas, é verdade! hoje não se pode dizer mal de ninguém.
Desapareceram os policiais da rua; não têm que fazer: hoje não há criminosos.
Dos lugares de publicidade desaparecem os anúncios e gravuras licenciosas; e os nossos jovens podem passear tranquilos, esta noite, pelas ruas das grandes cidades; hoje é proibido seduzir ou impelir alguém ao pecado.
Abrem-se as cadeias; não há criminosos!
Nas Repartições de Contribuições... [declarações de renda] oh! quantos homens se comprimem ali!  -  "Peço-lhe que corrija a minha contribuição [declaração]; os meus rendimentos são justamente dez vezes maiores do que eu tinha manifestado..."
Assim aconteceria se cumpríssemos a sério os dez Mandamentos. E se em vez de um dia fosse uma semana inteira? E se em vez de semanas toda a vida? Que paraíso terreal floresceria neste vale da lágrimas!
    -  Ilusões! Fantasias de poeta! - dir-me-ão.
De modo algum fantasias, mas sim a vontade de Deus. É vontade de Deus que cumpramos o Decálogo, para assim garantirmos o equilíbrio da vida terrena. Eu quero crer: a vida temporal, deste modo, seria o Céu na terra. Continuaria o sofrimento, a doença, a morte. Desapareceria, porém, da nossa vida, aquela infinidade de tormentos, cuja causa somos nós unicamente. Desapareceria: e então a vida humana seria suportável, tranquila  -  que mais direi?  -  seria feliz. Porque não podemos esquecer que Nosso Senhor Jesus Cristo não é nosso Redentor só por ter libertado as nossas almas do pecado, mas também por ter dotado a vida terrena do homem com as leis mais a propósito para dignificar e enobrecer".
AMÉM!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

REFORMA AGRÁRIA



Artigo de D. Antônio de Castro Mayer, publicado pelo jornal "Monitor Campista" em 07/07/1985.

Está na ordem do dia. De quando em quando, ela vem à ribalta. Embora não necessariamente, de fato, ela veicula duas atitudes agro-econômicas: uma que se opõe ao latifúndio como tal, considerando-o inapelavelmente antiprodutivo; outra que condena o latifúndio como usurpador de um chão, que Deus teria concedido a toda a comunidade. Em última análise, há, em todo agro-reformismo, certa reserva sobre a liceidade do direito de propriedade da terra.

É próprio dos agro-reformistas buscarem acobertar-se na doutrina da Igreja como a expõem hierarcas e teólogos nos dias de hoje. Esses homens da Igreja veriam, no agro-reformismo, o meio de acabar com os trabalhadores rurais sem terra que, por isso, seriam explorados pelos fazendeiros. É preciso dizer que a doutrina oficial e tradicional da Igreja não sufraga o apoio eclesiástico aos partidários do agro-reformismo.

Ainda agora o mostra uma acareação entre o que afirma o Exmo. Sr. Cardeal Aloísio Lorscheider, arcebispo de Fortaleza, em artigo no jornal "O Povo" (24/06/1985), da capital cearense, e o que ensinam encíclicas papais. Assim, diz o Sr. Cardeal Lorscheider: "A tradição cristã nunca defendeu o direito de propriedade privada como um direito absoluto e intocável". De seu lado, ensina Leão XIII na Rerum Novarum:

  'Deve reconhecer-se ao homem não só a faculdade geral de usar das coisas exteriores, mas ainda o direito estável e perpétuo [grifo nosso] de as possuir, tanto as que se consomem pelo uso, como as que permanecem depois de nos terem servido (§ 11, trad. de Vozes).
E mais adiante continua Leão XIII: 'Aliás, posto que dividida em propriedades particulares, a terra não deixa de servir à utilidade comum de todos (...) Quem a não tem, supre-o pelo trabalho (...)" (id. § 14).

Então nada se deve fazer para aprimorar o relacionamento entre patrões, operários e Estado, envolvidos todos, e interessados na agricultura?  - perguntará um agro-reformista irritado.

Não somos assim tão imbecis. Pois é sempre tempo de melhorar, respeitados, porém, os direitos, legitimamente existentes. Quando o Sr. Carvalho Pinto [Carlos Alberto de Carvalho Pinto, governou o Estado de São Paulo de 1953 a 1963], na presidência do Estado de São Paulo, enveredou pela revisão agrária, suscitou polêmica que extravasou os limites do seu Estado. Na ocasião tivemos oportunidade de tornar públicas algumas normas, no sentido de elevar o rendimento da lavoura e mais ainda os homens da terra. Como as julgamos ainda atuais, as transcrevemos:
  • ·         Uma transformação da vida do campo, que importe na melhoria do salário e das condições de existência dos trabalhadores rurais de formação religiosa, moral e intelectual;
  • ·         A difusão da pequena propriedade;
  • ·         O acesso do trabalhador agrícola à condição de proprietário; [q. criança eu tinha a satisfação de ver como alguns meeiros do papai, quando entregavam a lavoura, compravam um alqueire de terra, faziam sua casa e plantavam café].
  • ·         O amparo dos pequenos proprietários pelos Poderes Públicos;
  • ·      Permanência mais efetiva dos proprietários nas fazendas, e um contato assíduo dos proprietários e trabalhadores agrícolas;
  • ·   Situação melhor para a agricultura no conjunto da economia nacional, com vistas a um incremento da produção rural, e a conseqüente possibilidade de uma adequada remuneração dos proprietários e trabalhadores agrícolas.

O Exmo. e Revmo. Sr. Dom Geraldo de Proença Sigaud fez idêntica comunicação ao seu clero de Diamantina, publicada na "Estrela Polar" de Diamantina, de 19 e 25 de março do mesmo ano de 1962.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O INFERNO DO COMUNISMO



No inferno, além da pena dos sentidos, como é o fogo, há outro tormento muito maior, que é a pena do dano, isto é, a perda de Deus: "Afastai-vos de Mim, malditos...". Ora, o Comunismo é ateu, isto é, sem Deus. É totalmente materialista. Logo, no mundo comunista não há Deus. Mas no inferno há os demônios. E Jesus Cristo disse que o demônio é homicida e invejoso. Assim são também os comunistas. Se não têm Deus, não acreditam em suas Leis. Deus proíbe, por ex. matar e roubar. Eles matam e roubam. E assim não respeitam os outros mandamentos: não amam a Deus que simplesmente não existe para eles e nem amam o próximo que é a imagem e semelhança de Deus. Jesus disse que o Demônio é mentiroso. Mentirosos são igualmente os comunistas. 

Mas vamos, agora, ouvir os corifeus do Comunismo:

Lenine é o fundador do Comunismo russo. Eis o que este ímpio disse: "Deus é uma mentira. O homem que se ocupa em louvar a Deus se suja em sua própria saliva". Daí ele dizer: "É preciso combater a religião, eis o A B C do Comunismo". E no jornal comunista de Leon Blum, lê-se: "Devemos amaldiçoar Deus e afastá-lo da sociedade". No plano aprovado pelo Governo comunista da Rússia em 1932 figura o projeto de acabar com todo o culto a Deus, e extinguir até a ideia de Deus. Daí o principal autor da teoria comunista, Carlos Marx, foi um ateu confesso, e considerava a Religião como "uma ideia desarrazoada; como o ópio para o povo; como um aroma espiritual de um mundo vicioso e desordenado". 

O 2º Congresso da UNIÃO DOS SEM DEUS, em 1929, em Moscou, teve por fim incentivar a "luta sistemática contra o Catolicismo". O comunista Loukatchevsky declarou: "A escola comunista realiza a educação anti-religiosa; a imprensa, o cinema, o rádio, a leitura, a arte, lutam contra a religião" (entendia=católica).  

O Comunismo não tem Moral, mas pelo contrário, seus próprios chefes repetiram muitas vezes que o Comunismo é a negação da Moral. Aliás têm sim a sua moral; e nisto ela se resume: "Bom é todo e qualquer ato favorável aos planos do partido comunista, e mau tudo aquilo que entrava a marcha da revolução internacional".

Os comunistas são mentirosos como são os demônios. Todo mundo sabe que Lula é comunista. E, no entanto, vai à Igreja e até comunga (mesmo porque também dentro da hierarquia eclesiástica há muitos e muitos comunistas infiltrados). E lobo não come lobo. Perguntaram a ele depois que comungou: "Você não se confessou, como ousou assim comungar?". Respondeu: "sou um homem sem pecado". É um mentiroso, porque o Espírito Santo diz que quem disser que não tem pecado, é um mentiroso". E isto faz parte da tática comunista. Eis o que disse o chefe do comunismo no Chile, Lafferte, homem verdadeiramente diabólico que parece ter recebido de Lúcifer o encargo de comunistarizar  toda a América do Sul,  na convenção do partido comunista mexicano em maio de 1944: " Os inimigos principais são as organizações militares e religiosas e os interesses capitalistas... As necessidades táticas da luta nos fazem aparecer hoje como simpatizantes da religião... É importante que nossas autoridades permitam a outras religiões a entrada em nossos países: mórmons, protestantes, budistas, judeus e muçulmanos. Que estas seitas tenham seus templos à luz do dia... Desta maneira faremos penetrar a pouco e pouco nossas teorias de positivismo, de economia individual e coletiva". Disse ainda o chefe comunista chileno: "Agora, mais do que nunca, devemos seguir uma tática de luta que ENGANE os inimigos de nossa ideologia".

Dimitrof, tristemente famoso comunista, secretário da 3ª Internacional Comunista, assim se expressou: "Não seríamos verdadeiros comunistas se não soubéssemos modificar inteiramente nossa tática de conformidade com o momento. Todos os recuos, todos os ziguezagues da nossa tática têm um único fim: a revolução mundial". Disse o próprio Lenine: "Estamos resolvidos a tudo o que é possível: astúcias, artifícios, métodos ilegais, calar, dissimular, etc." Quem sabe neste ETC.  não estaria subtendido: faca?

O comunista Proudhon  invertendo o 7º mandamento da Lei de Deus, disse: "A propriedade é um roubo".A primeira Revolução que houve, foi no céu, chefiada por Lúcifer: "Não servirei". E Deus lançou-o, juntamente com os seus seguidores revolucionários, nos abismos do inferno.  Pois bem, Lenine, ao estabelecer a Terceira Internacional Comunista, declarou que ela devia ser o ponto de partida para a revolução mundial e para a vitória do comunismo em todo o mundo. E, caríssimos, os comunistas nunca desistiram desse plano diabólico, e constituíram Stalin como chefe da revolução mundial, por ocasião do 7º Congresso da Internacional comunista na capital da Rússia.

Carl Marx já dizia: "Os objetivos do Comunismo só poderão ser realizados com a destruição violenta da atual ordem social". O Comunismo, na verdade, constitui-se uma QUINTA COLUNA que trama contra a segurança nacional, em todos os países. A infiltração comunista infecta já todos os países, inclusive o Vaticano. E esta infiltração se intensificou na Igreja Católica depois do Concílio Vaticano II.  (Depois em um posterior post falaremos sobre isto).

Portanto, os católicos são obrigados em consciência a não votar em candidato comunista e socialista. E, numa eventual alternativa num 2º turno entre um candidato de esquerda e um da direita, não podem, em consciência diante de Deus, votar em branco; terá que votar no candidato da direita, mesmo que tenha lá faltas e senões, porque bom mesmo é só Deus. 

Faremos, se Deus quiser, muitas outras postagens sobre o Comunismo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

DISCUSSÃO ENTRE JESUS E OS JUDEUS



S. João VIII, 30- 39
Dizendo Ele [Jesus] estas coisas, muitos creram nele. Dizia, pois, Jesus aos judeus que creram nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão e nunca servimos a ninguém: como dizes tu: Sereis livres? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre na casa, mas o filho fica nela para sempre. Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós. Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.
Responderam e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto. Vós fazeis a obra de vosso pai. Eles disseram-lhe pois: Nós não somos nascidos de fornicação; temos um Pai, que é Deus. Disse-lhes pois Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não entendeis a minha linguagem? Porque não podeis ouvir a minha palavra. Vós tendes por pai o diabo e quereis satisfazer o desejo de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas porque vos digo a verdade, não me credes. Qual de vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.
Responderam pois os judeus, e disseram-lhe: Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio? Jesus respondeu: Eu não tenho demônio, mas honro o meu Pai, e vós a mim desonrais. Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e quem fará justiça. Em verdade, em verdade vos digo: quem guardar a minha palavra não verá a morte eternamente.
Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora reconhecemos que estás possesso do demônio. Abraão morreu e os profetas, e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte. És tu maior que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem pretendes tu ser? Jesus respondeu: Se eu glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus. Mas vós não o conheceis, mas eu conheço-o; e, se disser que o não conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra. Abraão. vosso pai, regozijou-se com a esperança de ver o meu dia; viu-o e ficou cheio de gozo. Disseram-lhe, por isso, os judeus: Tu ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, eu sou.
Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou".

sábado, 13 de outubro de 2018

Precisa-se de uma Catarina de Sena

Artigo escrito por Gustavo Corção,  de saudosa memória. 
Extraído do livro "A TEMPO E CONTRA TEMPO".


   ANTEONTEM, dia 30 de abril, [foi escrito em 02 de maio de 1968], a Igreja comemorou mais um aniversário no céu de Catarina Benincasa, nascida em Sena, em 1347, e falecida, aos trinta e três anos de idade, no esplendor da santidade. O Introito da missa resume toda a contrastada vida da terceira dominicana, padroeira da Itália: "Dilexisti justitiam e odisti iniquitatem".

   Sim, foi o amor das coisas do Reino de Deus e o ódio do pecado que polarizaram toda a extraordinária vida da moça pobre, filha de um tintureiro, frágil, iletrada, e todavia capaz de manifestar diante dos homens as grandezas de Deus. [Nota minha: Sua mãe, embora pobre, foi agraciada por Deus, com 24 filhos, e da última Deus tinha desígnios grandiosos para a Santa Igreja]. Até aos vinte e um anos viveu obscuramente na sua casa modesta, servindo uma família enorme e exigente. Sua boa mãe não entendia os sacrifícios e os jejuns que a filha desde cedo se impunha. Com paciência heroica, Catarina suportou e venceu todas as dificuldades familiares e conseguiu viver uma intensa contemplação nos vagares que a casa lhe permitia. 

   Aos vinte e um anos, numa noite de terça-feira de carnaval, fechada em sua cela, Catarina recebeu visitas deveras extraordinárias: apareceu-lhe o Senhor com vestes nupciais, acompanhado de sua Mãe, de São João e São Paulo, e do profeta Davi, com sua harpa. Colocando em seu dedo um anel de ouro, disse-lhe o Senhor: "Eu, teu Criador e teu Salvador, te esposo na Fé que guardarás sem mancha até o dia em que te esposarei no céu".

   Começa então a vida de Catarina, e sua extraordinária influência junto aos dirigentes do mundo. Depois de poucos anos de pregação do pequeno grupo que a acompanhava, Catarina empreendeu a aventura de restaurar o trono de Pedro em Roma. O Papa Gregório XI estava em Avignon, entre seus cortesões que levavam vida escandalosa. Expulso de Roma pelas intrigas que fervilhavam em torno do Vaticano, o Papa se deixara entregar às más influências de parentes e seguidores mundanos. E é nesse meio que a filha do tintureiro vai buscá-lo e vai trazê-lo para Roma quase de rastros.

   Os intrigantes querem obstar de todos os modos a partida do Papa, mas a palavra de Catarina, moça humilde de vinte e quatro anos, soa aos ouvidos do Papa com um acento irresistível: "Ide" , lhe diz ela numa carta, "correi depressa à Esposa que vos espera pálida e moribunda. Restituí-lhe a vida!".

   O Papa embarca com sua corte. Em Gênova, os cardeais querem convencê-lo a voltar para Avignon. O Papa hesita, e declara que quer ouvir Catarina, que voltara a Roma por terra. O Papa sabe que Catarina está em Gênova, mas não consegue de seus seguidores que ela venha a bordo do navio. Para lograr tal encontro, o Papa lança mão de um estratagema de romance policial: disfarça-se, e consegue desembarcar para ter uma entrevista com a alma de fogo que tinha palavras do céu.

   Encontra-se, afinal, com Catarina, que lhe diz como tantas vezes disse ao seu confessor Raimundo Cápua: "Sê homem!" E fala-lhe longamente do palácio de sangue e fogo onde o Rei celebra as bodas de seu Filho. Volta o Papa reanimado, e os cortesões, os maus prelados, os demonii incarnati, como os chamava Catarina, não conseguem mais detê-lo. Dias depois a galera pontifical sobe o Tibre, e o Papa desembarca em meio da multidão delirante.

   Mais tarde, morto Gregório XI e eleito Urbano VI, os demonii incarnati produzem o grande cisma que afligirá a Igreja durante muito tempo, e que prepara a ferida maior da Reforma. Abandonado por seus cardeais, Urbano chama Catarina e diz: "Esta mulher fraca nos envergonha a todos nós!"

   Catarina organiza o combate: suas armas são o jejum, a penitência e a oração. Escreve aos seus discípulos, escreve ao rei de França, escreve à rainha de Nápoles que vacila. A cristandade está dividida entre duas obediências; ninguém mais se entende. Onde está a Igreja? O provérbio clássico tornou-se ambíguo: Ubi Petrus, ibi Ecclesia. Mas onde está Pedro? Seria o caso de dizer: Ubi Caterina, ibi Petrus. 

   É nesse tempo de gravíssimas perturbações na Igreja que Catarina escreve o seu "Diálogo da Divina Providência"... Disse eu, mais de uma vez, que ela escreve, mas seria mais correto dizer que ela dita as cartas que hoje enchem seis volumes, porque ela não sabia escrever. Sim, dita, e dita o Diálogo em êxtase, com palavras que recebe de Deus. Ela sabe que, nos momentos mais aflitivos da Igreja, é preciso ouvir a palavra de Deus, voltar à palavra de Deus, meditar a palavra de Deus. 

   Dias depois, oferecendo a vida pela Igreja, pela Navicella, Catarina morre gritando súplicas de perdão: "- Miserere.... miserere... Tu me chamas, Senhor, e eu vou, eu vou, não por meus méritos, mas por teu sangue. "Ó sangue!"

   Meditando esses e outros passos da vida fecundíssima de Santa Catarina de Sena, tive hoje a ideia de elevar a Deus uma súplica em forma de anúncio de jornal: precisa-se de uma Catarina de Sena. O mundo de hoje está em situação pior do que esteve no trecento.  E creio que não são menos abundantes, em torno do Papa, e pelo mundo todo, nem menos perniciosos hoje, aqueles que a Santa chamava de demonii incarnati. Tudo indica que devemos organizar o combate com as mesmas armas de Deus: a penitência, o sacrifício e a oração. 
2-5-68

NOTA: Creio que não são menos abundantes, na Igreja e pelo mundo todo, nem menos perniciosos hoje, aqueles que a Santa chamava de "demônios encarnados". Tudo indica que devemos organizar a verdadeira resistência,  com as mesmas armas de Deus: a penitência, o sacrifício e a oração.  Deus resiste aos soberbos e só dá a sua graça aos humildes. Santa Catarina de Sena é a concretização viva desta verdade. Toda resistência que vier do orgulho, tem um pai: o demônio, ou o próprio ou incarnado nos orgulhosos e rebeldes. Esta foi a "Resistência" de Lutero, Henrique VIII, Döllinger e "caterva". Os eclesiásticos modernistas são mais comunistas e mais perigosos que os comunistas leigos ateus, justamente porque dentro da Igreja Católica e, ironia dos tempos modernos, os discípulos de Lutero hoje, porque baseados na Bíblia, estão defendendo a família com mais denodo do que o empregado pelos clérigos comunistas  em destruí-la.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A RAINHA DO BRASIL

A RAINHA DO BRASIL
                                                                  
                                                                                                                                                  Dom Fernando Arêas Rifan*

            No próximo dia 12celebraremos a Rainha e Padroeira do Brasil. Estaremos, pois, em prece pedindo sua proteção e bênção para o segundo turno das eleições, no difícil momento político e social por que passamos. Que Nossa Senhora Aparecida interceda junto de Deus para que essa eleição seja correta, pacífica e reformadora.
        Que o Brasil, que nasceu católico desde a sua descoberta, cujo primeiro monumento foi um altar e uma cruz, que teve como primeira cerimônia uma Missa, que tem essa Senhora Padroeira, mostre-se digno de tais origens e de tal Patrona, em suas instituições, suas leis, seus governantes, sua política, seus legisladores, sua população e seu modo de viver, na verdadeira justiça e caridade, na ordem e no verdadeiro progresso, na harmonia e no bem comum, na lei de Deus e na coerência com os princípios da fé cristã, base da nossa identidade pátria e princípio de toda a convivência honesta, solidária e pacífica.
        Graves males ameaçam a nossa pátria: a institucionalização do aborto (“nazismo de luvas brancas”, no dizer do Papa Francisco), a implantação da ideologia de gênero, a exaltação da prática do homossexualismo, a erotização da infância e da adolescência, a desconstrução da família natural, a implantação do socialismo e do comunismo, o abandono e a exploração dos pobres e miseráveis, a insegurança, o incentivo à criminalidade, a liberação das drogas e seus males, o desprezo da religião e suas trágicas consequências, etc, enfim, a destruição da civilização cristã e dos seus valores. 
        Quando o nazismo e o comunismo, regimes totalitários, adversários no campo político, mas iguais na mesma luta contra a fé cristã, ameaçavam os povos, o primeiro com uma fé pagã e o segundo com o materialismo marxista, o Papa Pio XI escreveu, em 14 de março de 1937, a encíclica “Mit Brennender Sorge”, contra o Nazismo, que com o seu “provocador neopaganismo” instituía “leis que suprimem ou dificultam a profissão e a prática da fé, em oposição ao direito natural”, e em 19 de março do mesmo ano, escreveu a encíclica “Divini Redemptoris”, contra o comunismo ateu, onde repete as mesmas condenações dos seus antecessores, chamando o comunismo de “doutrina nefanda, contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos e da própria sociedade humana”, “peste mortífera, que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo”. 
      E, referindo-se ao comunismo, Pio XI esperava que, “além de todos aqueles que se gloriam do nome de Cristo, se oponham também denodadamente todos quantos creem em Deus e o adoram, que são ainda a imensa maioria da humanidade’, apelando a eles para que também concorram “para afastar da humanidade o grande perigo que a todos ameaça”; “todos os que não querem a anarquia e o terror devem trabalhar energicamente para que os inimigos da religião não alcancem o fim que tão abertamente proclamam”.  

         *Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

terça-feira, 9 de outubro de 2018

ALERTA CONTRA INCONSCIENTES AJUDAS AOS COMUNISTAS



 Primeira coisa que é necessário destacar: Amar os pobres não é odiar os ricos. Demos a palavra a D. Antônio de Castro Mayer, de santa e saudosa memória:
 "Amemos, pois, desveladamente os pobres, sejamos seus protetores, defendamos seus direitos,  - salvando sempre, porém, os direitos das outras camadas da sociedade, porque a felicidade do corpo social está na harmonia de todas as classes, com seus direitos e deveres, e não na supremacia de uma sobre a outra, tripudiando sobre a lei moral.

A laicidade favorece a seita marxista: Nesta mesma ordem de ideias, convém fazer algumas reflexões a respeito do falseamento freqüente dos movimentos destinados a ajudar e defender os operários, trabalhadores rurais, empregados domésticos, enfim, a classe dos que ganham dignamente seu pão com o trabalho assalariado.
Qualquer iniciativa no sentido de elevar essa classe espiritual, cultural e moralmente, é digna de todos os encômios. Assim também os movimentos que se propõem a defesa dos legítimos direitos dela na relações com os empregadores. Há de aqui, porém, levar-se em conta, primeiro, que em tais movimentos, vistos em seu conjunto, jamais se deve recusar a primazia à parte espiritual e moral. Se eles cuidarem apenas da parte econômica, no fundo estarão auxiliando a difusão dos erros comunistas, uma vez que estes afirmam precisamente que são os fatores econômicos os únicos que realizam todo progresso, mesmo cultural e, enquanto não se pode acabar inteiramente com as crenças, até religioso. É isso falso, e uma campanha em prol das classes menos favorecidas da fortuna, que não sublinhasse essa falsidade, estaria indiretamente beneficiando o comunismo. Por semelhante razão, lamentamos profundamente o caráter laico dos nossos sindicatos, quer de empregados, quer de patrões. Posta de lado a influência direta da Religião, resulta impossível resolver os problemas sociais dentro dos quadros da civilização cristã, baseada em valores espirituais aos quais os econômicos devem estar subordinados, como meros auxiliares.

A tendência de igualar as condições de patrões e empregados serve o comunismo: É pelo esquecimento dos valores espirituais que frequentemente as reivindicações operárias descambam para a exigência de uma igualdade absoluta de direitos entre empregados e empregadores. Coisa em si absurda, uma vez que o próprio contrato de trabalho supõe duas situações distintas, cada qual com seus direitos legítimos, não porém os mesmos, pois que se fossem os mesmos nem sequer seria possível contrato. Quando duas pessoas contratam é porque não têm os mesmos direitos; a uma falta o que a outra tem, e o contrato é feito precisamente para que se completem, se auxiliem reciprocamente, ficando ambas satisfeitas, conservando, porém, cada qual, seus direitos. As campanhas a favor dos direitos dos operários, e empregados em geral, com tendência a igualar as situações, servem aos comunistas, cujo ideal é a supressão da diversidade de classes sociais. Eis, pois, um campo em que a defesa de direitos autênticos e até sagrados pode prestar-se, nas condições em que vivemos, à exploração da seita marxista.
Ao cuidar dos operários é preciso marcar bem a função que eles têm na sociedade, função digníssima e deles própria, que bem desempenhada os leva a dar seu contributo indispensável para o bem comum, e que no entanto será fundamentalmente viciada, se, corroídos de inveja porque lhes não coube outra posição mais elevada, vierem a sabotar a tarefa que executam, ou a colaborar em movimentos que provocam a desordem no campo econômico-social. Com semelhante procedimento, eles prejudicariam a sociedade toda, e a si mesmos, espiritual e materialmente.

Sem o concurso das virtudes cristãs nada se fará de útil para os pobres: Não é preciso insistir para que se veja como as reivindicações operárias  -  tão legítimas e simpáticas  - quando feitas nesse espírito ajudam poderosamente a criar ambiente favorável ao comunismo e contrário à civilização cristã. Esta é feita das grandes virtudes sociais, a obediência, a humildade e o amor. Virtudes que falam em desapego e dedicação. Virtudes cujo concurso impede que as reivindicações operárias, por mais categóricas e enérgicas que sejam, se transformem em fator de desordem social. Virtudes que, se vierem a falhar, nem se obterá a salvação eterna, razão por que fomos criados, nem a paz e a prosperidade social, motivo por que existe a sociedade civil. Sem elas domina a inveja, a desconfiança, o ódio, causas da desagregação social, sobre a qual lança o manto negro da tirania, o despotismo moscovita".

(Extraído da CARTA PASTORAL prevenindo os diocesanos contra os ardis da seita comunista, escrita por D. Antônio de Castro Mayer em 13 de maio de 1961).

domingo, 7 de outubro de 2018

Festa de Nossa Senhora do Rosário - História.

     A cidade de Constantinopla era a capital da Turquia.  Desde sua fundação (a. 657 a. C.) chamava-se Bizâncio. Depois recebeu o nome de Istambul e, atualmente chama-se Ancara. No ano de 1571 (como até hoje) a Turquia é na sua maioria muçulmana, ou seja, religiosamente falando, segue o Islamismo, seita fundada por Maomé. Por isso são chamados também maometanos. Para eles toda guerra para eliminar os infiéis ( chamam de infiéis todos os que não seguem o Islamismo e, sobretudo os católicos) é guerra santa. Por isso, sempre constituíram para a Igreja Católica uma grande ameaça.
   Assim no ano de 1571 Constantinopla quis a todo transe impor na Europa católica o Islamismo. Os turcos muçulmanos armaram um terrível exército neste intuito. Ocupava a cadeira pontifícia S. Pio V, este grande Papa providencial. Diante da grande ameaça islâmica, Pio V constituiu uma Confederação ou Liga Santa. Formavam-na a Santa Sé, a República de Veneza e a grande Espanha.
   Reúnem-se em Roma. Pio V convocou os Cardeais Granvela e Pacheco e Dom João Zueñiga, embaixador do Rei Católico na Corte Romana e Miguel Soriano, por parte da República de Veneza; daquela Liga Santa, surgiu a semente para a epopeia de Lepanto. O Papa nomeou Marco Antônio Colomba, seu general; Felipe II nomeou como Generalíssimo de Mar e Terra a Dom João de Áustria, que tinha, então, apenas vinte cinco anos de idade.
   O tempo urgia, pois, os turcos já faziam arremetidas e assaltos. Eles fizeram simultaneamente três assaltos: atacaram a Albânia com 60 mil homens; atacaram a ilha de Chio com 40 galeras; as tropas do terrível Mustaphá  arremessaram-se   sobre a ilha de Chipre. Em pouco tempo tomaram de assalto as praças mais fortes; mataram vinte mil habitantes, e fizeram quinze mil escravos só na cidade de Nicósia. Renovaram as mesmas atrocidades em Famagusta, cujo comandante teve o nariz e as orelhas cortadas, e depois foi esfolado vivo por ordem de Mustaphá. Malta e Sicília já perigam. A estas notícias o Papa S. Pio V usou de seu poder. O nome glorioso de Espanha, que domina terras e mares, ameaça eclipsar-se. O Oriente muçulmano ameaça o Ocidente católico, e a salvação, está nas mãos da Espanha. Alí Pachá e Selim têm naquela hora um poderio que é necessário exterminar a todo custo. O cenário da conflagação há de ser Lepanto, a cidade marítima da Grécia. Lepanto é um Golfo que antigamente chamava-se Golfo de Corinto.
   Tratava-se de uma legítima defesa, e antes de tudo, defesa da Fé. O Papa benzeu o estandarte e o bastão do generalato que Dom João levaria nesta guerra;  em Nápoles, no Convento de São Francisco, os recebe Dom João das mãos do Cardeal Granvela, em solene cerimônia: "Tomai, ditoso Príncipe, disse o cardeal, as insígnias do verdadeiro Verbo Humano. Tomai o vivo sinal da Santa Fé de que nesta empresa sois defensor. Ele vos dê vitória gloriosa sobre o inimigo ímpio e que por vossa mão seja abatida sua soberba". E o povo respondeu em coro: AMEN. São Pio V ordenou que em toda cristandade se rezasse publicamente o santo Rosário.
   As naves católicas haviam saído de Messina, e estando nas Ilhas Curzolari, tiveram notícia de que a frota turca saía do porto de Lepanto, composta de 224 galeras ao mando de Alí Pachá. Dom João de Áustria ordenou à sua frota que se colocasse no lugar mais alto as imagens de Cristo Crucificado, e estando todos ajoelhados diante delas aumentou de tal modo o ânimo de lutar e o valor nos soldados cristãos, que, em um momento e quase que por um milagre, foi erguido em toda a armada um grito geral de alegria, que, repetindo em voz mais alta - "Vitória!... Vitória!..." - podia ser ouvido até pelos próprios inimigos. 
   Vai começar a histórica Batalha de Lepanto! E realmente! Momentos depois, juntavam-se as duas esquadras e com estrondo pavoroso as duas galeras capitânias, tendo antes artilharia e os arcabuzes feito sua matança entre as fileiras do General  turco Alí Pachá. Generalizou-se o combate, envolvendo-se entre si as galeras inimigas com um ardor sem igual. Depois do fogo de arcabuz e canhão, chegava a abordagem e se brigava com machadinhas e espadas, e danificadas estas, prosseguiam a luta corpo a corpo. O aspecto era terrível ! Naquela atmosfera de morte transcorreram várias horas,até que um alarido de vitória cruzou o cenário trágico com a rapidez de um relâmpago: As forças cristãs que haviam abordado a nave capitânia do muçulmano Alí Pachá, lograram matá-lo e ao mesmo tempo que arriavam daquela e outras naus o estandarte turco, chamado o Sanjac, substituindo-o pelo de Cristo Crucificado. Sem embargo, a batalha prolongou-se até que a noite viesse cobrir a enseada de Lepanto, à cuja hora a derrota muçulmana havia sido completa e categórica. Morreram das forças cristãs 7.500 homens. Entre os turcos, porém, morreram 32.000 homens. O exército católico fez ainda 3.500 prisioneiros e libertou   5.000 escravos cristãos. Os turcos perderam 224 embarcações.
Sete de outubro - Festa de N. S. do Rosário
   O Papa Pio V afirmou que esta importante vitória era devida à intercessão da Mãe de Deus; e parece que teve, a este respeito, esclarecimentos sobrenaturais. No momento mesmo do combate, o santo Papa, que se achava no meio dos cardeais reunidos, deixou-os de repente, abriu a janela, e esteve por algum tempo com os olhos erguidos para o céu. Voltou depois e disse: "Não tratemos mais de negócios agora; pensemos somente em dar graças a Deus pela vitória, que acaba de conceder ao exército cristão". Realmente, àquela hora exata, Dom João de Áustria vencia os muçulmanos em águas do mar Jônico. Em reconhecimento o santo Pontífice mandou acrescentar à Ladainha da Santíssima Virgem a invocação Auxílio dos cristãos! rogai por nós! e instituiu a festa solene com o título de Nossa Senhora da Vitória. Dois anos mais tarde, o Papa Gregório XIII mudou este título no de Nossa Senhora do Rosário.
   São Pio V morreu no mesmo ano da  vitória de Lepanto. - Os turcos olhavam este pontífice como o seu mais terrível inimigo, e o mais forte baluarte da Europa e da cristandade. Por isso o Sultão Selim, sabendo da sua morte, ordenou que houvesse festejos públicos durante três dias na cidade de Constantinopla.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

CARTA DE S. FRANCISCO DE ASSIS AOS GOVERNANTES DOS POVOS

   "A todos os potentados e conselheiros, juízes e governadores no mundo inteiro, e a todos quantos receberem esta carta, Frei Francisco, mísero e pequenino servo do Senhor, deseja saúde e paz.
   Considerai e vede que "se aproxima o dia da morte" (Gn 47, 29). Peço-vos pois com todo o respeito de que sou capaz que, no meio dos cuidados e solicitudes que tendes neste século, não esqueçais o Senhor nem vos afasteis dos Seus mandamentos. Pois todos aqueles que O deixam cair no esquecimento e "se afastam dos Seus mandamentos" são amaldiçoados" (Sl 118, 21) e serão por Ele entregues ao esquecimento" (Ez 33, 13). E quando chegar o dia da morte, "tudo o que entendiam possuir ser-lhes-á tirado" (Lc 8, 18). E quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiores "tormentos padecerão no inferno" (Sab. 6, 7).
   Por isso aconselho-vos encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e solicitudes e recebais com amor o santíssimo Corpo e o santíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião de Sua santa memória.
   E rendei tão grande homenagem ao Senhor com o povo a vós confiado, que todas as tardes, que façais anunciar por um pregoeiro ou por outro qualquer sinal que todo o povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus todo-poderoso. E se o não fizerdes, sabei que haveis de dar conta perante Vosso Senhor Jesus Cristo no dia do Juízo.
   Os que levarem consigo este escrito e o observarem saibam que serão abençoados por Deus Nosso Senhor.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

QUESTÃO DE VIDA E MORTE

QUESTÃO DE VIDA E MORTE

                                                                                                                                                                      Dom Fernando Arêas Rifan*


            Sete de outubro próximo, coincidindo com a votação do primeiro turno das eleições, é o dia de Nossa Senhora do Rosário, festa estabelecida pelo Papa São Pio V como gratidão pela vitória dos cristãos, que, incentivados pelo Papa, pegaram em armas para combater os inimigos da fé e da civilização cristãs, na batalha de Lepanto.
            
De 1º a 7 de outubro, a Igreja no Brasil celebra a Semana Nacional da Vida e, no dia 8 de outubro, o Dia do Nascituro, ou seja, o Dia pelo direito de nascer. “A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasiões para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças” (Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB).
        
   Agradeçamos ao Criador pelo dom da vida que nos deu, e renovemos o nosso compromisso de lutar pela vida daqueles que, como nós também já fomos, ainda não têm voz, mas que são chamados a um dia agradecerem a Deus por tão grande dom.
            Diante da atual banalização da vida e de opiniões favoráveis ao aborto, defendido por inúmeras pessoas influentes, é importante lembrar que a Igreja compreende as situações difíceis que levam mães a abortar, mas, por uma questão de princípios, defende com firmeza a vida do nascituro: “É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente” (S. João Paulo II, Evangelium Vitae n. 58). E, usando da prerrogativa da infalibilidade, o mesmo Papa define: “Com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina - declaro que o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é transmitida pela tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal” (ibidem n. 62).
            Que Nossa Senhora, Mãe de Deus feito homem, Jesus Cristo, nascituro em seu ventre, proteja todos os nascituros e todo o nosso Brasil.
            Estamos na ocasião propícia de lutarmos pela vida e de escolhermos os candidatos que são a favor da vida, contra o aborto provocado.
           
A Igreja não tem partido nem indica candidatos, pois quer que os católicos raciocinem e usem sua razão e consciência ao votar. Mas nos ajuda nessa reflexão, advertindo-nos em quem não votar.
            
Por isso, seguindo a doutrina da Igreja, você não pode votar em candidatos nem em partidos que defendam, como programa, a legalização do aborto, chamado pelo nosso Papa Francisco de “nazismo de luvas brancas”. Um católico não pode apoiar esse “nazismo”, não pode votar em partidos que militam a favor da morte do nascituro através do aborto provocado.             Estou escrevendo sobre isso, porque o Papa Bento XVI, alertando os Bispos a orientarem os fiéis para que não votem em candidatos que defendam o aborto, ensinou que, “quando os direitos fundamentais da pessoa e a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”.
           Assim, lembrando que amamos e respeitamos as pessoas, não as excluindo, mas não promovemos o pecado, alertamos não se pode votar em partidos ou candidatos que, de uma maneira ou outra, incentivem a prática do homossexualismo, o que é contrário ao que ensina o Catecismo da Igreja Católica nem nos que pretendem, sob o pretexto de informação, promover a erotização da infância, através de uma aberrante educação sexual, e a ideologia de gênero. Nem os que equiparam a família natural a outros tipos de união. Referindo-se a esse tema, o Papa Francisco ensina: “Dói dizer isso hoje: fala-se sobre famílias diversificadas, de diversos tipos de família. Sim, é verdade que a palavra família é análoga, e existem a família das estrelas, das árvores, dos animais..., mas a família imaginada por Deus, homem e mulher, é uma só”. Votemos, pois, em quem defende a família natural, idealizada pelo Criador.
            Ficam excluídos também do voto católico os partidos e candidatos que apoiam regimes totalitários e ditatoriais, que tanto mal já fizeram e fazem ao povo, com a violação dos direitos humanos. 
            Além disso, a CNBB pede que votemos em candidatos que são “ficha limpa” e que reprovemos os candidatos que buscam o foro privilegiado, advertindo-nos que não devemos escolher candidatos que promovam a violência. Assim, devemos excluir da nossa escolha também os candidatos e partidos socialistas e comunistas, que apoiam o ódio e a luta de classes, base do socialismo e comunismo, meio de chegar, segundo eles, à ditatura do proletariado. Ficam assim fora todos os que promovem invasão da propriedade alheia e defendem a marginalidade violenta.
            Que nessas eleições, com a consciência cristã bem orientada, possamos escolher os melhores candidatos, ou, infelizmente, os menos ruins, os que causarão menos estragos ao povo, à família sobretudo, e ao nosso país. 
            Rezemos a Nossa Senhora do Rosário pelo bom destino da nossa Pátria, para que tudo corra bem, ordeira e retamente.
 *Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

   

O EXEMPLO DE UM PAI E OFICIAL



Reflexões sobre o texto segundo S. João IV, 46-53

Deus é o autor da natureza e da graça. E se serve, ás vezes, de uma e de outra. Segundo o texto supra-citado,  Deus se serve da doença do filho para levar o pai e toda sua família a receber a graça. Assim, geralmente, Deus começa a conversão de alguém pela natureza e termina pela graça.


Tendo sobre este oficial de Cafarnaum desígnios de misericórdia, envia uma doença ao seu filho; e este pai alarmado, temendo perder o objeto de suas mais vivas afeições, parte imediatamente e vai à procura de Jesus. Ele teria permanecido em sua casa, se seu filho estivesse bem de saúde; teria continuado a viver com uma fria indiferença em relação a Jesus, ouvindo falar de Sua doutrina, de Seus milagres, mas não se inquietando nem de ver estes, nem de ouvir aquela. Se ele vem a Jesus é em vista de seu filho e para obter de Jesus que Ele se digne descer à sua casa e curar seu filho. Mas este primeiro passo, embora imperfeito e terrestres os seus motivos, coloca-o ao menos em condição de ver a Jesus, de ouvi-Lo, de receber úteis lições de Seus lábios divinos, mesmo censuras que lhe serão salutares, e, como resultado final, levar aquele pai e toda sua família a crerem em Jesus, não mais como simples profeta, como taumaturgo, mas como o Messias, como o Cristo, e tudo isto com uma fé firme e completa.

 No princípio, na verdade, a fé daquele oficial do rei deixava muito a desejar. Acreditava ele que Jesus pudesse curar seu filho, mas somente se Jesus se aproximasse dele e o tacasse; pensava que esta cura de seu filho não era possível à distância e por um simples ato da Sua vontade; em outras palavras, ele não acreditava que Jesus fosse Deus e como tal capaz de exercer seu poder tão longe quanto se estende Sua imensidade divina, isto é, em todo lugar.  Pede a Jesus que vá a sua casa, pois crê ser esta condição necessária para que Jesus possa realizar o milagre que solicita. E Jesus recusa se render ao pedido do oficial e até faz-lhe uma dura censura em relação a fraqueza de sua fé: "Se não virdes milagres não credes". Talvez também um certo orgulho estivesse aninhado no coração deste vice-rei; talvez pensasse que seu alto posto merecia bem que Jesus se dignasse ir visitá-lo: disposição assaz pouco própria para que merecesse os favores do divino Mestre. Caríssimos, devemos estar lembrados das disposições do Centurião também de Cafarnaum. Disse este a Jesus: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, dizei daqui mesmo uma só palavra e meu servo ficará curado lá em casa!" Que fé e que humildade!

Mas Jesus, em relação ao oficial do rei, não desprezou, o pouquinho de fé que trazia em seu coração. Como Jesus é bom! Malgrado as disposições tão defeituosas deste oficial do rei, Jesus atenderá o seu pedido, só porque este não se revoltou mas recebeu com submissão a correção amarga e pública que lhe fez; também porque perseverou na sua oração: "Senhor, vem antes que meu filho morra". Apesar de aquele oficial não ter a fé suficiente que Jesus pudesse curar seu filho de longe, ou então, ressuscitá-lo, o bondoso Salvador, tocado pela dor deste pai, pela sua humildade embora bem fraca ainda, e sobretudo tocado pela persistência de sua oração, Jesus diz-lhe: "Vai, seu filho está cheio de vida". E assim aconteceu. E a prontidão deste milagre, assim operado de longe, e por uma ordem soberana do Salvador, é uma lição preciosa que instrui o oficial, que esclarece e aumenta sua fé, que lhe mostra que Jesus não é um profeta comum, um simples enviado de Deus quais foram Elias, Eliseu, que curaram  doentes e ressuscitaram  mortos, mas com a ajuda dum poder delegado; não, um tal milagre faz ver que aquele que comanda assim de longe a doença, e sem que se faça mister tocar o doente, é mais que um homem, é Deus, é o Messias esperado, o Redentor do mundo.

"O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu". Obedece a Jesus e vai cheio de alegria e de esperança, impaciente por encontrar curado e passando bem este filho que ele havia deixado recentemente nas garras da morte. Mas eis que seus servidores vêm ao seu encontro para dar-lhe a boa notícia. Uma dúvida, porém, parece ainda preocupar o espírito daquele feliz pai: esta cura teria sido por acaso, isto é, efeito ordinário das forças da natureza? A fé do oficial vai crescendo gradualmente, mas ainda era imperfeita e um tanto fraca. Daí a sua pergunta: A que hora o meu filho doente se achou melhor? Seus servos disseram-lhe: "Ontem pela sétima hora, a febre o deixou. E reconheceu logo o pai ter sido aquela a mesma hora em que Jesus lhe dissera: Vai, porque seu filho está curado, cheio de vida. E então ele acreditou e toda a sua família. Agora sua fé era perfeita e firme. Portanto, não mais com alguma hesitação, não mais com alguma restrição, ele creu que Jesus era o Messias e o Salvador do mundo.

Caríssimos, vemos neste episódio como Deus é bom e misericordioso. Ele se acomoda à nossa fraqueza; Ele toma o pouco que Lhe damos, fecunda-o e fá-lo crescer pela sua graça.

Admiramos, outrossim, o efeito do bom exemplo: esta fé do oficial é tão verdadeira, tão viva que ela se comunica a todos que estão ao seu redor. Toda sua casa, toda sua família acreditou com ele! É uma grande e bela pregação o exemplo dum chefe de família quando ele é verdadeiramente cristão. Nem sua esposa, nem seus filhos, nem seus domésticos puderam resistir a uma fé tão firme! A autoridade que é inerente ao seu título de pai e de oficial do rei, as suas luzes, o seu caráter, impõem a convicção a todos. O pai e, no caso também oficial, feito para comandar, investido de uma porção do poder mesmo de Deus, ele pode  fazer muito bem, quando é fiel à sua missão, quando é, de alguma maneira o sacerdote do lar, cheio de respeito pela religião. E quem não se sentiria atraído por esta influência? Caríssimos, se temos tantas vítimas de drogas, tantos bandidos que assaltam, que cometem os mais horrendos crimes de estupros e assassinatos (inclusive assassinos da verdadeira democracia), se temos leis ímpias como a do aborto, a da união de gays,se temos projetos de lei da ideologia de gênero (que em nosso país só não passou graças as pessoas de bem), e, em alguns países já a lei da eutanásia etc. tudo isto é provocado pelo comunismo que trabalha com ardis para destruir a Família e a Religião. Esta serpente infernal prega a luta de classes, explora os pecados de ALGUNS POUCOS que usam mal o seu direito de propriedade particular, para lançar os pobres contra os ricos.

Caríssimos, estamos nas vésperas das eleições. Todos meus fiéis ou ex-paroquianos sabem que não sou de me intrometer em política. Estamos, no entanto, numa conjuntura histórica de nosso querido Brasil, que talvez sua, por vezes, conturbada história nunca tenha visto. Estamos numa alternativa de vida ou de morte para a nossa pátria extremosamente amada: ou direita contra o comunismo ou esquerda com a comunismo ateu. Ou preservação da família cristã ou (perdoem-me a palavra, porque não encontro outra mais apropriada) a cachorrada do comunismo; ou a ordem e progresso com a direita composta de pessoas de bem, ou o caos mais horrível com o materialismo comunista. Ou o Brasil que as pessoas de bem querem ver, ou uma nova Cuba e uma outra Venezuela. Em uma palavra, ou continuar o Brasil caminhando rumo ao ateísmo ou recomeçar o caminho dos mandamentos de Deus. Assim, nunca a nossa responsabilidade ao votar foi tão grande como neste ano de 2018! E responsabilidade primeiramente diante de Deus cuja existência o Comunismo nega. Depois, responsabilidade diante de nossa Bandeira, na qual não existe vermelho, mas cujo lema tão belo ORDEM E PROGRESSO, nos governos petistas, vem sendo letra morta. Queremos, brasileiros de bem, que a partir de 1º de janeiro de 2019, este belíssimo lema seja uma realidade.

Confesso que não conheço profundamente os candidatos, mas tenho ouvido outros padres fiéis à sua missão de salvar almas, e tenho assistido vídeos de pessoas de competência indiscutível que afirmam que devemos votar em Jair Messias Bolsonaro, 17.

Ó Jesus, que dissestes que seria melhor uma pessoa amarrar uma pedra de moinho ao pescoço e se lançar no fundo do mar, do que escandalizar uma criança, defendei o Brasil do Comunismo! Ó Jesus, o Brasil está agonizante, corroído pelo câncer do PT em vários anos de seu governo. Vem, ó Jesus, antes que o nosso Brasil morra nas garras do Comunismo! O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos! Amém!