quarta-feira, 25 de setembro de 2019

HUMILDADE

PARA LER E MEDITAR
Como deve cada um sentir humildemente de si mesmo


   Que aproveita a ciência sem o temor de Deus? Aquele que bem se conhece tem-se por vil e não se deleita nos louvores humanos.
   "Não presumas de alta sabedoria, mas confessa a tua ignorância" (Rom. XI, 20).
   Se queres saber e aprender alguma coisa proveitosamente, deseja que não te conheçam, nem te estimem. O verdadeiro conhecimento e desprezo de si mesmo é altíssima e utilíssima lição.
   Grande sabedoria e perfeição é pensar cada um sempre bem e favoravelmente dos outros, e ter-se e reputar-se em nada.
    Se vires alguém pecar publicamente ou cometer culpa grave, não te deves julgar melhor; porque não sabes quanto tempo poderás perseverar no bem.
    Todos somos fracos; mas a ninguém tenhas por mais fraco do que a ti. 
    A soberba derrotou o homem e só a humildade pode levantá-lo e restabelecê-lo em graça com Deus. Seu mérito não está no que ele sabe, senão no que ele faz. A ciência sem as obras não o justifica no tribunal supremo, antes agravará sua sentença. 
    Não deixa a ciência de ter suas vantagens, pois que vem de Deus; mas esconde um grande laço e uma grande tentação: "A ciência incha, diz São Paulo; ela alimenta a soberba, inspira uma secreta preferência de si próprio, preferência criminosa e, ao mesmo tempo, louca, porque a mais vasta ciência não é mais que um outro gênero de ignorância, e a verdadeira perfeição consiste unicamente nas disposições do coração.
    Não esqueçamos nunca que somos nada e nada possuímos de próprio senão o pecado, que a justiça quer que nos abaixemos entre todas as criaturas, e que no reino de Jesus Cristo, "os primeiros são os últimos e os últimos serão os primeiros" (S. Mat. XIX, 30). 
     Meditemos nesta terrível afirmação de São Gregório Magno: "O sinal mais certo da condenação de uma alma é o orgulho". Procuremos aprender de Jesus a ser mansos e humildes. Só assim também, mesmo nesta terra, encontraremos a paz e o descanso. 
    Ó meu Deus, quantas vezes amigo de mim e esquecido de Vós, me esvaeço como os fumos do mundo! Dai-me, Senhor, o verdadeiro espírito de humildade, a fim de que, sendo no mundo o último dos homens, possa entrar com os primeiros no reino de vosso divino Filho no Céu.
     Deste pequeno jardim onde sobressaem as violetas, colherei e levarei comigo durante o dia um ramalhete  cuja simplicidade e perfume ajudem-me a dar muitos frutos de humildade: "Senhor, fazei que eu conheça a Vós e conheça a mim; conheça a Vós, para Vos amar; conheça a mim, para me desprezar" (Santo Agostinho). 

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