Desta matéria trata a Teologia Ascética e Mística.
Por este nome de conformidade com a vontade divina compreendemos a submissão completa e afetuosa da nossa vontade à de Deus, tanto à vontade significada, como à vontade de beneplácito.
A vontade de Deus apresenta-se-nos efetivamente sob este duplo aspecto: a) é a regra moral das nossas ações, significando-nos claramente o que devemos fazer, pelos seus mandamentos ou conselhos; b) governa todas as coisas com sabedoria, dirigindo os acontecimentos, para os fazer convergir para a glória de Deus e salvação dos homens, e é-nos, por conseguinte, manifestada pelos acontecimentos providenciais que se passam em nós e fora de nós.
A primeira chama-se vontade significada porque nos assinala claramente o que devemos fazer. A segunda denomina-se vontade de beneplácito, neste sentido que os acontecimentos providenciais nos dizem qual é o agrado ou beneplácito de Deus. Portanto, a vontade significada de Deus já é conhecida a priori; enquanto a vontade de beneplácito só é conhecida depois de acontecida.
A vontade significada compreende quatro coisas: os mandamentos de Deus e da Igreja, os conselhos, as inspirações da graça, e, para as comunidades, as Constituições e as Regras.
A conformidade de Beneplácito consiste em se submeter o homem a todos os acontecimentos providenciais que Deus quer ou permite para nosso maior bem, e sobretudo para nossa santificação. Apoia-se neste fundamento que nada sucede sem a vontade ou permissão de Deus, e que Deus, sendo como é infinitamente sábio e infinitamente bom, não quer nem permite nada senão para bem das almas, ainda quando o não vejamos. "Para os que amam a Deus, diz S. Paulo, tudo coopera para o bem". (Rom. VIII, 28).
Nosso Senhor Jesus Cristo, no Pai-Nosso mandou que pedíssemos: "Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu".
Demos um exemplo: É da vontade signifcada de Deus que conservemos e defendamos a nossa Fé.
Mas não sabemos com certeza qual seria o melhor meio para conservar e defender a nossa fé nesta crise que assola a Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mais especificamente: na presente conjuntura, se e como deveria a FSSPX fazer o "acordo" com a Santa Sé? Até entre os membros da própria Fraternidade não há um consenso. Todos, é claro, querem fazer o que for da santíssima vontade de Deus. Portanto, nada mais sábio e piedoso que o conselho de Sua Excelência Reverendíssima Dom Fellay: "Rezemos para que se faça a santíssima vontade de Deus".
Devemos conservar e defender sempre a nossa fé, e também devemos continuar rezando sempre. Devemos pedir sempre a Deus Nosso Senhor a graça de conformidade com a Sua Santíssima Vontade tanto significada quanto de beneplácito.
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