Leitura espiritual - 14 de agosto
Nosso Senhor não sofre mais no Santíssimo Sacramento; assumiu, porém, voluntariamente, este estado de imolação. O mérito foi adquirido na primeira hora, quando, conhecendo os desprezos e insultos que deveria sofrer da parte dos homens, tudo aceitou, e instituiu o Santíssimo Sacramento, e se revestiu do estado de vítima.
Este merecimento perdura, é inesgotável, visto que a vontade de Nosso Senhor abrangeu todos os tempos e todos os lugares, e tudo aceitou livremente. E, para atestar sua vontade sempre ativa de se imolar, ordenou à sua Igreja que representasse esta imolação, na Santa Missa, pela separação das espécies do pão e do vinho e pela divisão da Hóstia em três partes.
Não há expressão que possa definir este mistério que une na Eucaristia a vida e a imolação, a glória e a humilhação; é um mistério que ensina a alma interior a reservar para Deus somente os seus sofrimentos íntimos.
Que o aniquilamento seja o caraterístico da virtude e da vida toda de uma alma adoradora. Que ela se torne semelhante às santas espécies, que nada mais possuem de próprio e vivem só por milagre; que não se tome em consideração, não conte consigo e nada faça para si mesma.
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