LEITURA ESPIRITUAL, dia 15º
"Tudo o que não é segundo a fé é pecado" (Rom. XIV, 23).
Caríssimos, Nosso Senhor Jesus fez sua Igreja com sua hierarquia
para ser a luz do mundo e o sal da terra. O Cristianismo é, por essência, uma
doutrina sobrenatural da salvação. Seu fim é ensinar ao homem a sua elevação a
um destino superior e subministrar-lhe os meios proporcionados à sua
consecução. Mas a graça supõe a natureza. É a natureza do homem que é elevada à
ordem sobrenatural. É sobre a natureza reta ou retificada que ele poderá
realizar a sua missão sobrenaturalizadora. A moral humana e o direito natural
só podem desenvolver-se e formular-se em corpo de doutrina pela Santa Madre
Igreja. Por isso, onde e na medida em que o racionalismo laicista ou o
materialismo ateu tentam banir a doutrina católica, renascem os ídolos pagãos
com as suas servidões humilhantes e a pessoa perde sua dignidade. Enquanto os instintos
cegos e as paixões indisciplinadas, onde a impureza, a ambição e o orgulho
multiplicam os erros e as desordens, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
será o único meio para difundir claridades para o verdadeiro progresso aqui e
máxime para as vias que conduzem à Eternidade Feliz. A Igreja de Nosso Senhor Jesus
esclarece as inteligências e possui o segredo de energias sobrenaturais capazes
de fortalecer a vontade. É ela, e somente ela, que plasma e ilumina as
consciências tornando-as certas, retas e delicadas. Sua ação é interior,
profunda e eficaz. Na prática do bem a consciência apura-se numa delicadeza e
sinceridade que deve ter por testemunha o olhar de Deus. O amor de Jesus
Cristo, modelo de perfeição humano-divina, deve introduzir no dinamismo da vida
moral dos verdadeiros católicos uma força misteriosa de dedicação e
generosidade, chegando mesmo ao heroísmo do martírio. É o fruto da consciência
bem formada, é o exercício da virtude exaltada até à santidade.
Mensageira autorizada da verdade e do bem, a Igreja não
poderá jamais deixar de testemunhar a verdade de Jesus, assim como jamais
poderá eximir-se de ligar as consciências a esta Verdade, sem que pretenda com
isso, é óbvio, violentá-las. O que ela quer é a sua adesão não puramente
exterior, mas interior. Quando esta adesão interior lhe é resolutamente
recusada, a Igreja não força, mas não pode senão implorar a misericórdia divina
que converta os recalcitrantes. Nunca será misericórdia, abraçar o pecador com
o pecado e tudo, no caso de o pecador se recusar a voltar atrás e se converter.
A Igreja, a exemplo do Divino Mestre, é missionária, e deve ir à procura do
pecador para o converter e não para falsear sua consciência no afã de
tranquilizá-la no erro e no pecado. Isto é, sim, monstruosa impiedade: enganar
as almas com uma paz que não é a de Jesus Cristo, mas a do mundo.
Procurar tirar os pecados das consciências não é fanatismo
nem dureza de coração; é simplesmente preocupação de sinceridade e de retidão
interior. A Igreja não pode tolerar, nem tem mesmo o direito de fazê-lo, que no
número dos seus membros se encontrem católicos que só o sejam de nome. A Igreja
Católica, deve ser por excelência, a preservadora e impulsora da moralidade
humana. Deve ser o sal da terra para, dando gosto pelas coisas de Deus,
preservar a almas e a sociedade da corrupção, seja ela lá de que espécie for.
Só o Cristianismo pode ser escola de santos. A graça supõe a natureza, mas uma
natureza reta ou retificada. Não será bom católico quem não começar por ser
homem honesto.
A Igreja considerou sempre como parte de sua missão divina,
elevar e sanear o ambiente moral da família. Se é verdade que, sendo a
consciência a regra imediata que se deve seguir, nunca será lícito alguém ir
contra ela, não é menos verdade que a intenção de conformar
os nossos atos com a regra absoluta, que é a condição essencial do seu valor
moral, supõe necessariamente o desejo e a intenção eficaz de a conhecer o mais
exatamente possível. Eis porque o erro e a ignorância em semelhante matéria são
imputáveis quando provêm da negligência em se instruir ou da prática continuada
do mal, que acabou por obscurecer ou falsear a consciência. Assim, toda consciência errônea deve ser endireitada. Portanto, não
poderia ser maior a impiedade, por parte de alguém da hierarquia eclesiástica
ser o primeiro a exortar a alguém que esteja
procurando esclarecimento, a seguir em frente com sua consciência, ainda
que clara e gravemente errônea. Seria a mãe dar uma serpente ao filho que lhe
pedisse um peixe; dar uma pedra em lugar dum pão; e pior ainda, dar ao filho
doente, em vez de remédio, veneno. Outrossim, é uma impiedade sem nome, a autoridade suprema da Igreja se recusar a esclarecer as consciências que esta mesma autoridade perturbou com alguma ambiguidade em questões de fé e moral. Devemos pedir a Deus pelos quatro (dos quais dois faleceram), cardeais que apresentaram ao papa as "DUBIA" e por todos os que os estão aprovando, para que continuem firmes na defesa da santa doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo! Devemos também orar para que o Papa Francisco veja que não se trata de coisas de somenos importância, mas sim da Lei suprema da Igreja que é procurar a salvação das almas. Não se trata, pois, de procurar evitar a extinção de espécies animais mas trata-se de evitar a extinção da fé nas almas.
Caríssimos, na religião do homem que hoje se procura
instaurar, até quanto ao SER MORAL o homem é deus para si mesmo. Nestes tempos
calamitosos e faltos de fé, geralmente não se leva mais em conta a LEI de DEUS;
já em muitos países são aprovadas leis contra o Decálogo e até contra a
natureza, leis nela já insculpidas por Deus desde à criação. E já
foram aprovados por lei, o divórcio e até o
aborto, a sodomia, pecados estes que bradam aos céus exigindo vingança. Não poderia ser maior o falseamento das consciências! As novas gerações acharão natural o que
na verdade são monstruosos desrespeitos a Deus. Na míngua de sacerdotes que orientem as almas na verdade e no verdadeiro amor e adoração ao Criador, o mundo caminha no sentido de adorar as criaturas. Realizam-se, sem dúvida, as profecias de Nossa Senhora de La Salette. Não foi sem razão que Nossa Senhora apareceu chorando. E neste ano completam-se 47 anos que a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima derramou lágrimas várias vezes em Nova Orleans nos Estados Unidos.
Feita esta breve exposição, torna-se mais fácil compreender
o porquê desta crise atual, crise esta que se estende a todos os campos, desde
o religioso até ao econômico. É que o sal perdeu a sua força e não presta para
outra coisa senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Apagou-se, ou
quase, a luz da fé, a doutrina do Divino Mestre é substituída por novidades
fabricadas ao sabor do mundo.
A verdadeira Moral, é substituída por uma NOVA: é a Moral de
Situação.
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