LEITURA ESPIRITUAL. dia 21
Todo pecado ofende a Deus. Como ensinou o próprio Jesus
Cristo, Nosso Senhor: toda a Lei se resume em dois mandamentos, ou seja, amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Assim, mesmo quando
a ofensa é feita ao próximo, ofende a Deus, porque Ele quer que amemos o
próximo, pois, todo homem foi feito à imagem e semelhança de Deus e todos somos
destinados por Nosso Pai do Céu para a felicidade no Paraíso.
Assim sendo, devemos dizer que Deus é o ofendido pelos
pecados dos homens, quer sejam diretamente cometidos contra Deus, como acontece
quando são desobedecidos os três primeiros mandamentos, quer sejam
indiretamente, como acontece quando são desobedecidos os outros sete
mandamentos que se referem diretamente ao próximo. É sempre Deus ofendido pelo
pecado.
Ora, só àquele que recebeu a ofensa cabe o poder de perdoar
e também de determinar a penitência. Só Deus pode colocar as condições para que
Ele possa perdoar. Pois bem! Para nos perdoar, Deus exige que confessemos
nossas faltas aos seus ministros, aos padres. A confissão é, pois, necessária e
obrigatória para todos os fiéis que perderam a inocência do batismo por
qualquer pecado mortal. Muito gente pensa que se perde o inocência só com o
pecado mortal contra a castidade. Na verdade, a Teologia ensina que inocência
depois do batismo consiste em conservar
a graça santificante nele recebida. E esta graça se perde com qualquer tipo de
pecado mortal, mesmo por pensamento e desejo. Só para dar um exemplo: quem
aceitasse consciente e voluntariamente um desejo de roubar uma coisa de maior
valor, já teria cometido um pecado mortal, e, portanto, com este pecado teria
perdido a inocência batismal. Popularmente só se emprega inocência para significar o
desconhecimento de toda malícia no que se refere à pureza. Daí o povo dizer que
uma criança perdeu a inocência quando conhece e faz algum pecado contra a
castidade. Na verdade, perde-se a inocência batismal quando se cometem estes
pecados e/ou qualquer outro tipo de pecado mortal. Inocência, portanto,
teologicamente falando, é a conservação da graça santificante recebida no
batismo. E neste sentido, esta inocência é privilégio de poucos.
O Sacrossanto Concílio de Trento ensina: "Se alguém disser que a confissão sacramental
não é necessária por direito divino, para a salvação: seja anátema. E diz
ainda: O Sacramento da Penitência é tão
necessário para a salvação daqueles que perderam a inocência batismal, como o
batismo o é para aqueles que o não receberam. Como já tivemos ocasião de
explicar, é neste sentido que o Sacramento da Penitência é chamado "a segunda tábua de salvação depois do
naufrágio". Diz São Bernardo que "depois do batismo, não há
nenhum outro remédio para o pecador senão a confissão".
Este remédio divino, como já o provamos, Nosso Senhor Jesus
Cristo no-lo deu quando disse aos Apóstolos: "Os pecados serão perdoados àqueles a quem vós os
perdoardes", e ainda disse: "tudo
que desligardes na terra será desligado nos céus".
Caríssimos, queremos, pois, obter o perdão de nossos
pecados? Confessemo-los a um sacerdote que tenha a devida jurisdição. Queremos
livrar nossa alma das correntes do pecado e do demônio? Não há outro meio senão
a confissão. Ela é necessária ou menos em desejo, como já explicamos no caso de
arrependimento perfeito, e é impossível fazê-la em realidade.
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