quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

LEITURA ESPIRITUAL - Dia 7 do mês

Da obediência e da paz

   Deus é o único Monarca, e todo poder legítimo é uma emanação de sua onipotência eterna e infinita. "Todo poder vem de Deus" diz São Paulo. No mundo não há ordem senão pela obediência: ela é o laço dos homens entre si e seu autor, o fundamento da paz, e o princípio da harmonia universal. A família, a sociedade , a Igreja, não subsistem senão pela obediência. Só ela nos preserva do erro e do pecado. Obedecendo ao Pontífice, às autoridades civis, aos pais, em fim, a quem é verdadeiramente "ministro de Deus para o bem", só a Deus obedecemos. Feliz aquele que compreende esta celeste doutrina: livre da escravidão do erro e das paixões, dócil à voz de Deus e da consciência, goza "da verdadeira liberdade dos filhos de Deus" (Rom. VIII,21). 
   Infelizmente pode o superior civil ou eclesiástico, abusar do poder recebido de Deus e mandar algo que a nossa consciência diante de Deus reprova. Então seguir tal superior em tais casos, não seria obediência. Devemos obedecer antes a Deus que aos homens. Mas temos que ter certeza de não estarmos seguindo nossa cabeça mas as Sagradas Escrituras e a Sagrada Tradição através do Magistério infalível, vivo e perene da Santa Madre Igreja.. Só assim, teremos a verdadeira paz.
   Bem-aventurados os simples, porque terão muita paz.
   Ponhamos, pois, o machado à raiz da árvore, para que, livres das paixões, possamos pacificar nossas almas. 
   Se cada ano extirpássemos um defeito, em breve seríamos santos. Mas pelo contrário muitas vezes experimentamos que éramos melhores, e nossa vida mais pura, no princípio da nossa conversão que depois de muitos anos. 
   Nosso fervor e aproveitamento devia ir crescendo todos os dias. Devemos resistir no princípio à nossa inclinação má e deixar quanto antes o mau costume, para que nos não levem pouco a pouco a maiores dificuldades.
   "Deixo-vos a minha paz, dou-vos a minha paz, não como a dá o mundo" (S.Jo. 14, 27). Todos os homens desejam a paz, mas há duas pazes: a de Jesus Cristo e a do mundo. 
    O mundo diz ao ambicioso: Perturba-te, agita-te o desejo das grandezas? Sobe, eleva-te. Ao avarento diz: Devora-te a cobiça das riquezas? Ajunta, entesoura sem nunca parar. Ao licencioso, atormentado de seus apetites, repete-lhe a cada instante: Embriaga-te de delícias, desafoga tuas paixões, goza dos mundanos prazeres, e terás a paz. Enganadora promessas, essas do mundo! Cuidado, inquietações, desgostos, enfado, aborrecimento, tristeza, cruéis pesares, devoradores remorsos, eis a paz do mundo!
    Jesus Cristo diz: Vence-te a ti mesmo, combate os teus desejos, resiste às tuas inclinações, enfreia a concupiscência, quebranta as paixões; e a alma, dócil a seus preceitos, goza de inefável descanso. Os trabalhos da vida, os sofrimentos, as injustiças, as perseguições, nada pode alterar a sua paz, e esta paz celestial, que excede todo entendimento, a acompanha em seu trânsito e a segue até ao céu, onde se consumará sua bem-aventurança. 
    Dai-me, ó Deus pacífico, a perfeita paz do coração, o desprezo de mim mesmo, o vosso puro amor e o desejo constante de só a Vós contentar, por Vós sofrer, e por Vós merecer a paz e o descanso eterno.
    E o ramalhete espiritual que levarei comigo durante todo o dia será este: "É preciso obedecer antes a Deus que aos homens" e "Deixo-vos a minha paz, dou-vos a minha paz, não como a dá o mundo".

Um comentário:

  1. está salvo nos meus favoritos, acompanharei diariamente, parabéns pelo blog

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