segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

LEITURA ESPIRITUAL - Dia 11 do mês

Do exemplo dos Santos Padres

   Quão fervorosas e contínuas orações ofereceram a Deus! Quão rigorosas abstinências praticaram! Que zelo, que ardor em seu aproveitamento espiritual! Que forte guerra contra suas paixões! Que intenção pura e reta sempre dirigida para Deus! Ainda que trabalhando, não interrompiam a sua oração mental. Praticaram o que Deus aconselhou a Abraão: viviam sempre na presença de Deus para assim chegarem à perfeição. 
   Todo o tempo gastavam santamente: as horas lhes pareciam curtas para se darem a Deus. Renunciavam todas as riquezas, honras e dignidades e nada queriam do mundo. Apenas tomavam o necessário para a vida. De modo que eram pobres das coisas da terra, porém riquíssimos de graça e virtudes. No exterior muitas coisas lhes faltavam; mas interiormente Deus os fortificava com sua graça. 
  Tinham por nada a si mesmos, e o mundo os tratava com desprezo, mas aos olhos de Deus eram preciosos e amados. E só isto é que importa! Estavam em verdadeira humildade, viviam em singela obediência; por isso cada dia cresciam em espírito e alcançavam muita graça diante de Deus. 
   O que ainda nos restam dos Santos Padres nos atesta a santidade e perfeição daqueles varões insignes que, pelejando esforçadamente, pisaram aos pés o mundo. Hoje, infelizmente, o pouquinho que se faz, já parece grande coisa! A vista dos admiráveis exemplos que nos deixaram tantos fervorosos discípulos de Jesus Cristo, envergonhamo-nos de nossa negligência. Procuremos imitá-los. Na verdade, por nós mesmos nada podemos de bom, mas tudo podemos n'Aquele que nos fortifica. Assim, não desanimemos, mas desconfiando inteiramente de nós mesmos, confiemos plenamente em Nosso Senhor Jesus Cristo! Toda a nossa força consiste exatamente em sentir nossa fraqueza e em conhecer-lhe o remédio, que é a graça do Divino Mediador.
   O propósito das pessoas justas se funda na graça de Deus que no seu próprio saber; e n'Ele confiam sempre em qualquer obra que empreendem. 
   Devemos propor-nos sempre alguma coisa determinada, principalmente a respeito do que forma o principal obstáculo a nosso progresso espiritual: o defeito que mais nos domina. Este é o Holofernes cuja cabeça por primeiro temos que cortar. Assim fizeram aqueles homens que chegaram  à santidade. 
   Devemos armar-nos contra as malícias do demônio: por exemplo, refrear a gula e só assim com facilidade conseguiremos refrear toda a inclinação da carne. Quem não se mortifica neste ponto, nunca chega à santidade. 
   Outra coisa: nunca estejas de todo ocioso. Diz a Sagrada Escritura que a ociosidade ensina toda malícia. E dizem os santos que, enquanto tem um demônio tentando uma pessoa ocupada, têm uns cem tentando uma pessoa desocupada. Assim devemos tomar o cuidado para estarmos sempre ocupados em alguma coisa boa: rezando, escrevendo, lendo, meditando, trabalhando enfim em alguma coisa útil. Mas num "dolce far niente" nunca!
   A vida do homem sobre a terra é um combate contínuo contra o demônio, contra o mundo e contra si mesmo, isto é, contra a carne e contra o amor próprio exagerado. 
   Um aviso: não desprezemos as coisas pequenas porque diz o Divino Espirito Santo: "Quem despreza as coisas pequenas, cairá pouco a pouco" (Ecl. XIX,1). 
   Senhor, tomai à vossa conta a fraqueza desta miserável criatura; tratai-me como quiserdes; tende-me da vossa mão em tudo, e, se Vós me guiardes, evitarei até as faltas ligeiras e fortalecido por vossa graça chegarei à perfeição de Vossos fiéis servos. 
   O ramalhete espiritual de hoje serão as palavras de Santo Agostinho: Se estes e estas puderam (os santos) por que não poderei eu com a graça de Deus?" e sobretudo as palavras do Divino Mestre: "Sede perfeitos como vosso Pai do Céu é perfeito". 
   

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