terça-feira, 5 de janeiro de 2016

LEITURA ESPIRITUAL - Dia 5 do mês

Da leitura das Santas Escrituras

   Primeiramente, antes de entrar propriamente no assunto da leitura de hoje, quero responder a dúvida que alguém apresentou-me sobre a expressão "consciência cauterizada". Esta palavra foi tirada de São Paulo na sua primeira carta ao Bispo Timóteo: "O Espírito (Santo) diz claramente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvido a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, que com hipocrisia propagam a mentira e têm cauterizada a sua consciência..." (1Tim. 4, 1 e 2). O significado é o seguinte: quando alguém está como que impregnado de suas iniquidades, estas marcam como à fogo a sua consciência. Diríamos hoje: os mesmos pecados muitas e muitas vezes repetidos criam uma como tatuagem destes pecados à marca de fogo na própria consciência. E há um outro significado correlato: a consciência como que queimada pelo fato de o pecador passar muitas e muitas vezes por cima dela, esta fica insensível e daí dificilmente estes pecados poderão ser apagados da mesma. Assim os iníquos e os hereges, embora empreguem a hipocrisia para passar suas mentiras, não conseguem escondê-las justamente porque  têm as suas consciências cobertas destas torpes marcas bem visíveis e quase indeléveis.
   Pois bem! vamos ao assunto da leitura de hoje. Aliás vamos iniciar com o mesmo Apóstolo São Paulo escrevendo ainda ao Bispo Timóteo; só que agora na segunda carta: "Todos os que querem viver piamente em Jesus Cristo, padecerão perseguição. Porém os homens maus e sedutores irão de mal a pior, errando e induzindo outros ao erro. Mas tu persevera no que aprendeste e que te foi confiado, sabendo de quem aprendeste; desde a infância tiveste conhecimento das Sagradas Letras, que te podem instruir para a salvação, pela fé que está em Jesus Cristo. Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda a obra boa. Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino: prega a palavra, insiste quer agrade, quer desagrade, repreende, suplica, admoesta com toda a paciência e doutrina, porque virá tempo em que (os homens) não suportarão a sã doutrina, mas multiplicarão para si mestres conforme os seus desejos, (levados) pela curiosidade de ouvir. Afastarão os ouvidos da verdade e os aplicarão às fábulas." (2 Tim. III, 12-17 e IV, 1-4).
   Só um modernista, cego voluntário, não verá nestas palavras do Apóstolo a condenação do orgulho modernista que quer novidades e, odeia a Tradição e têm a audácia protestante de adulterar a Bíblia.
    Nas Sagradas Escrituras há de buscar-se a verdade e não a eloquência ou subtilezas de palavras. Toda a Escritura Santa há de ler-se com o mesmo espírito com que foi ditada.
    "Os homens passam, mas a verdade do Senhor permanece para sempre" (Salmo 38, 7; 106, 2).
    Nossa curiosidade nos impede muitas vezes o proveito que se tira de ler as Sagradas Escrituras, quando queremos entender e esquadrinhar mistérios que, com simplicidade, devíamos crer. A fé abraça o infinito.
    Aparecestes. ó Divino Espírito Santo, ó Luz divina, à gente que estava como em trevas de pecados; aparecei também a meu espírito, quando leio e medito Vossa palavra na Sagrada Escritura. Ó Luz divina que nunca escureceis, ó resplendor celeste que nunca tendes trevas, ó dia formoso que nunca anoiteces, ó sol rutilante que não tendes ocaso, caminhai com vossa formosura e entrai nesta alma que está desejosa de vossa caridade; enchei-a de vosso clarão divino para que em Vós entenda a verdade, por Vós a pratique e goze de Vós, que sois a eterna verdade.
    O ramalhete espiritual que levaremos durante o dia para nos ajudar a lembrarmo-nos do lindo e odorífero jardim desta meditação e assim tirar frutos dignos de perfeição será este: "Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para formar na justiça,  a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda obra boa". 
    

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