sexta-feira, 19 de junho de 2020

O CORAÇÃO DE JESUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
19º dia de junho

Estamos contemplando o adorável Coração de Jesus, vivo, palpitante sempre de amor por nós. Meditamos na bondade, ternura, misericórdia e amor do coração de Jesus vivo em sua vida oculta e em sua vida pública, na sua Paixão e Morte e finalmente o adoramos à destra do Eterno Pai após a sua Ascensão. Lá está sempre a interceder por nós, como diz São Paulo. Jesus saiu do Pai e voltou para o Pai. E de lá enviou o Divino Espírito Santo. Assiste a Sua Santa Igreja e mora nas almas em estado de graça. Trabalha sempre no sentido de nos santificar.

A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade é o Filho de Deus. A Terceira Pessoa é o Espírito Santo, amor do Pai e do Filho, amor substancial, eterno, infinito e pessoal como o Pai e o Filho.

Explica o Símbolo Atanasiano: II. "O Pai não foi feito por ninguém, nem criado, nem gerado. O filho é só do Pai; não feito, não criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai, e do Filho; não feito, não criado, não gerado, mas procedente. Há, pois, um só Pai, não três Pais; um só Filho, não três Filhos; um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade nada existe de anterior ou posterior, nada de maior ou menor; mas todas as três pessoas são coeternas e iguais umas às outras; de sorte que, em tudo, como acima ficou dito, deve ser venerada a unidade na Trindade, e a Trindade na unidade. Quem quer, portanto, salvar-se, assim deve crer a respeito da Santíssima Trindade".

Podemos resumir assim: O Pai, na infinita perfeição da divina natureza, se vê na infinita intelecção do Filho, ou seja do Verbo, e o Pai e o Filho se amam no infinito amor do Espírito Santo.

Na Teologia dizemos que Jesus Cristo é a imagem consubstancial ao Pai Eterno. É a imagem da substância divina e podemos dizer outrossim que o Filho de Deus é a imagem da bondade do Pai. Trata-se aqui também de uma verdade dogmática. Jesus disse ao doutor da Lei que O chamava de Bom: "Ninguém é bom a não ser Deus", só Deus é Bom. Logo o Filho de Deus é a imagem infinita da bondade do Pai Eterno. Santo Tomás de Aquino explica que Deus é metafisicamente bom, porque tem em sua própria essência as razões de sua própria existência e, nele, essência e existência distintas em todos os outros seres, são uma e a mesma coisa. Deus é metafísica e fisicamente bom. É metafisicamente bom porque possui todas as qualidades que são próprias à plenitude da sua natureza. Deus é fisicamente bom, porque sendo eterno e infinito, nada pode faltar à sua plenitude. Devemos dizer que Deus é a bondade metafísica, a bondade física e a bondade moral, no sentido eterno e absoluto. Deus é a própria Bondade.  Sendo Jesus Cristo o Filho de Deus, é a imagem consubstancial ao Pai. Isto quer dizer que Jesus é a imagem do Pai na mesma unidade substancial, embora Pessoa distinta. Ora, imagem consubstancial da bondade de Deus é a própria bondade. Logo, Jesus, o Filho de Deus, é infinitamente bom.

Caríssimos, vede onde queremos chegar com estas explicações teológicas e filosóficas: Se Deus é a própria Bondade e o Filho tem a mesma natureza do Pai, logo o Filho de Deus é também a própria Bondade. Mas a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade uniu-se á natureza humana, e assim devemos dizer que o Filho de Deus ungiu o seu coração humano com a sua bondade divina. Longino que abriu o lado de Jesus, fê-lo com certeza inspirado pelo próprio divino Mestre. O Coração aberto de Jesus, eis a porta por onde a bondade divina pudesse se manifestar em uma torrente de água viva que se precipitou sobre a humanidade.

Para glória de sua bondade infinita, o Coração de Jesus operou uma nova criação, muito mais maravilhosa que a primeira, ou seja a salvação dos homens. "Amou-me e se entregou a si mesmo por mim". Amém!

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