segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Jesus pregando Retiro aos seus sacerdotes

A Mãe e Rainha do Sacerdote


   Maria, a Virgem Imaculada, é minha Mãe e Mãe também tua. Escolhi-a para nós ambos. Enriquecia-a de graças e de pureza. Cumulei-a de todos os dons que pode suportar uma pura criatura. 
  Eu recebi a plenitude do sacerdócio no momento da Encarnação no seu puríssimo seio, e isto por obediência ao decreto eterno de meu Pai.
   De igual maneira tu, meu filho, embora infinitamente indigno, foste concebido sacerdote comigo neste augusto e virginal santuário.
    Eu não quis encarnar e ser sacerdote sem o antecedente consentimento e sem a cooperação da minha divina Mãe. De igual sorte tu também não chegaste a ser seu filho e meu sacerdote senão porque Ela assim quis, escolhendo-te e adotando-te como filho.
   Oh, como deves ser feliz e agradecido por lhe pertenceres, não somente pelo entusiasmo filial do teu coração, mas também por uma eleição pessoal do seu coração maternal, e por um decreto imutável e terno do nosso divino Pai!
    Eu amei e amo a minha Mãe mais que todas as outras criaturas juntas. E desejo que tu, meu sacerdote, que és outro Jesus, também a ames por tua vez como eu próprio a amei.
     Eu não pus limites à minha ternura para com ela. Não receies tampouco tu, que ocupas junto dela o meu lugar, exceder-te no carinho filial com a tua Mãe.
    Ela é a Virgem fiel. Todo o amor que os seus filhos lhe dedicam, devolve-mo a mim que sou o Princípio e o Fim de todas as coisas.
    Ainda sendo Deus, quis na terra receber tudo da minha Mãe. Era a Ela a quem expunha todas as minhas necessidades e a quem fazia todos os meus pedidos.
    Tu dirigir-lhe-ás igualmente as tuas preces e receberás tudo da sua mão maternal.
   Eu sou infinitamente bom e poderoso e estou disposto a tudo te conceder. Porém, não o farei sem um aceno da minha Mãe Imaculada.
    É Ela a dispensadora de todas as graças.
    Eu quis depender em tudo da minha Mãe como uma terna criancinha. Se queres dar-me gosto, permite-me continuar por teu intermédio esta vida de humilde e amorosa sujeição para com Ela.
    Não empreenderás coisa alguma sem Ela, sem o seu conselho, e sem lhe teres pedido que te ilumine.
    Eu quis ter o seu consentimento, não somente para receber dela a minha vida humana, mas ainda para a perder na cruz; porque Ela recebeu do meu Pai autoridade sobre mim. 
    Assim tu far-lhe-ás também homenagem de toda a tua vida de sacerdote, da tua atividade, das tuas alegrias, dos teu sofrimentos, da tua morte; porque és coisa e propriedade sua.
    A minha Mãe muito amada, depois de me ter dado o ser humano, a matéria do meu sacrifício, ofereceu-me ao Pai Eterno em holocausto ao pé da cruz.
    De igual sorte, presente invisivelmente à tua Missa, continua por intermédio teu, seu filho sacerdote, a oferecer-me ainda como vítima à divina Majestade.
    Antes de morrer, confiei à sua solicitude maternal São João, o discípulo que eu amava. Nele estavam representados todos os fiéis, mas sobretudo os meus prediletos, os sacerdotes.
    Então confiei-te também pessoalmente à minha Mãe. Eu mesmo coloquei os teus estudos sacerdotais sob a sua proteção maternal.
    Reciprocamente confiei também minha Mãe a São João para que a guardasse em sua casa, cuidando dela, e consolando-a, na minha ausência, durante o resto da sua peregrinação sobre a terra. 
    Desta maneira, meu filho muito amado, eu te confiei também a minha Mãe: a sua honra, a sua glória, e a defesa dos seus privilégios.
    Por toda a parte espalharás o seu culto, inspirando aos fiéis confiança e amor à sua Mãe do Céu, à Mãe do Perpétuo Socorro. 
    Amiúde recordarás com emoção, e recordarás também aos teus fiéis, as lágrimas derramadas por ela e as angústias sofridas pelo seu Coração Maternal no tempo da minha paixão.
    E quando soar a tua última hora, Ela estará junto do teu leito de dor como estava junto da minha Cruz. Suster-te-á então com a sua presença, e no momento da tua morte acolherá nos seus braços maternais a tua alma sacerdotal e apresentar-ma-á para que eu coloque na tua fronte a coroa de glória, destinada para aquele que corajosamente lutou.
    E assim estaremos juntos, para sempre, na casa do nosso Pai, a quem pertence toda a glória e toda a honra por séculos sem fim.
     Amém. 

    
   




   

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