segunda-feira, 21 de julho de 2014

A alma em colóquio com Jesus na Eucaristia ( VI )

  A alma: Meu dulcíssimo Jesus Sacramentado! Ainda tenho uma dúvida com relação à Comunhão: Os deveres de meu estado são muitas vezes um impedimento à Comunhão. São deveres que eu de boa vontade dispensaria para poder viver mais unida a Vós, e mais recolhida, mas não posso deixar de os cumprir; vossos ministros falam muito sobre isto. Entretanto, tenho a mente distraída e perturbada, o coração como que atrofiado; sinto demais o peso das minhas misérias, como demasiado conheço não ser um puro espírito à semelhança dos anjos. Ó meu Jesus, não ouso aproximar-me de Vós; é grande a distância entre os deveres do meu estado e a santa Comunhão!

   Jesus: Minha filha, antes de mais nada, e como regra geral, quero dizer-te uma coisa clara como o sol; e é que, o cumprimento dos deveres do próprio estado não pode ser pecado; e se não é pecado, não pode de modo algum, impedir-te a Comunhão ou torná-la menos frutuosa. Além disto, persuade-te de que sou eu com a minha providência que te coloquei no estado e condição em que te encontras; e por isso sou eu que quero tu me sirvas nestas mesmas condições e determinadas circunstâncias; fui eu que te impus aqueles deveres para tu cumprires; e por consequência, tu fazendo o teu dever, não fazes mais que cumprir a minha vontade. Temes, então, fazer mal a Comunhão, ou fazê-la somente menos frutuosa, porque a fazes preceder do cumprimento da minha vontade? Pelo contrário, exatamente porque o teu dever te coloca numa condição um pouco difícil, delicada e aparentemente até escabrosa, tens necessidade de auxílios especiais e extraordinários; e estes auxílios você recebe com abundância justamente na Sagrada Comunhão; por consequência, se não a fazes não terás um valiosíssimo auxílio nas dificuldades do teu estado, e mais dificilmente poderás cumprir bem os teus deveres. Donde, tu mesma podes concluir, que aquele mesmo motivo aduzido para não fazer a Comunhão é exatamente o que deve impelir-te a fazê-la. Recorda, finalmente, que muitas e muitas almas se encontraram  nas tuas mesmas dificuldades; e, contudo, umas chegaram a um altíssimo grau de santidade e conseguiram até as honras dos altares, e outras dão no meio da sociedade cristã e no ambiente em que vivem exemplos admiráveis de virtude e perfeição, e seguramente alcançarão o Paraíso. Portanto, coragem! Purifica sempre mais as tuas intenções, recorda que no cumprimento do teu dever não fazes senão servir o teu Deus; vem receber-me, e a Comunhão te fará santa.

   A alma: Meu Jesus! Como tenho que agradecer-Vos! Fiquei livre de um grande peso! Estou tranquila!Antes de despedir-me, ó Jesus, quero fazer mais um pedido: Fazei-me atenta na oração, sóbria  no alimento, diligente no dever e firme nas resoluções. Amém! 

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