A alma: Meu doce Jesus! hoje estou aqui diante de Vós, trazendo no coração um grande desejo: o de ouvir alguma palavra Vossa. Como a ouviria de boa vontade! É, porém, um desejo que nasce no meu coração e logo desaparece, porque não sendo eu santa, uma palavra sensível dos vossos lábios, ó Jesus, não sou digna de ouvi-la. Mas Vós falais no íntimo do meu coração. E isto já é uma grande graça e, da qual tanto necessito.
Ó Jesus, a primeira coisa que quero expor-Vos é o sofrimento que sinto por causa das tentações. Inclusive, por esta vez, ó meu Jesus, tende paciência, mas a Santa Comunhão é que eu não faço. Se se tratasse de ter somente distrações, iria; mas sou tão combatida das tentações que tudo aquilo que ouço, que leio, que vejo se transforma para mim em outras tantas imagens horríveis. Tenho a mente confusa e o coração em tumulto. Não me sinto com coragem de receber-Vos para Vos obrigar a habitar numa alma toda cheia de coisas diabólicas. Hoje, farei a costumada visita a Vós aqui na Eucaristia, ouvirei a Santa Missa; mas a Comunhão vou deixá-la; estou muito perturbada. Mas, quem melhor do que Vós para me instruir e aconselhar! Falai, Senhor, que a vossa serva está escutando.
Jesus: Então, porque és tentada, minha filha, não queres fazer a Comunhão? Não vês que raciocinas às avessas? Quem é que pode melhor ajudar-te, e realmente mais te ajuda a vencer as tentações? Não sou eu porventura? Tu, portanto, abandonas o auxílio quando ele mais te é necessário; e assim ficas mais enfraquecida, e tornas-te uma presa mais fácil ao demônio. Não creias que eu esteja disposto a aumentar a graça do meu auxílio só porque tu me fazes a afronta de não querer receber-me; sucederá tudo ao contrário, porque se hoje a tentação te investe, amanhã começará a vencer-te, e se hoje, porque és tentada não queres vir, ousarás vir amanhã, que estarás já um pouco ferida? Tu não conheces a astúcia do demônio, como não conheces a tua debilidade; o inimigo demonstra hoje muita audácia para desanimar-te e afastar-te para longe de mim, mas se tu desprezas a sua audácia e não te deixas vencer do medo, ele então terá medo de ti porque não estarás sozinha, e as suas tentações já não terão poder sobre ti. De resto, sabe que sou eu mesmo que muitas vezes te permito as tentações, e faço isto para que tu sintas sempre mais a necessidade que tens da Comunhão e para te fazer ver claramente que sem mim tu ficas sendo um joguete do demônio; e é para constranger-te a refugiar-te no meu Coração que eu te deixo assaltar de tantos pensamentos maus e de tantas imaginações malignas. Recorda bem que se presumes poder estar sozinha a combater as tentações, ainda que seja por um pretenso respeito para comigo, mais tarde ou mais cedo cairás no pecado. Tu és já tão débil quando fazes a Comunhão! que será quando a tiveres deixado? Vem, portanto, e sê tranquila, que o demônio saberei Eu bem contê-lo. Minha filha, você não ouve os meus representantes sempre pregarem que sentir tentação não é pecado? Pecado é consentir na tentação. Eu não mandei rezar pedindo para não ter tentação; pedi que rezassem para não cair na tentação. E Eu atendo sempre esta oração, sobretudo quando a alma me recebe na Comunhão.
A alma: Obrigada mil vezes, meu doce Jesus! Amém!
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