quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

QUANDO É PRECISO CONFESSAR-SE

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

 A Santa Igreja no Código de Direito Canônico assim determina no cânon 989: Todo fiel que tenha atingido a idade da discrição, está obrigado a confessar fielmente os pecados graves, ao menos uma vez ao ano. O Catecismo diz assim: Segundo mandamento da Igreja: "Confessar-se ao menos uma vez cada ano". Este 'AO MENOS' é para indicar que a Santa Igreja deseja que nos confessemos mais vezes. Como Nossa Senhora de Fátima pediu para a prática dos Cinco Primeiros Sábados, a confissão, os fiéis devotos confessam-se todos os meses. Quanto bem isto faz à alma!!!

Mas a Igreja tem o direito de nos impor esta obrigação? Sem dúvida, porque Nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Ide, ensinai a todas as nações; quem vos ouve a mim ouve, quem não vos ouve, seja tido como pagão. Assim como meu Pai me enviou, assim também eu vos envio" (S. Mateus, XXVII, 19; S. Lucas, X, 19; S. João XX, 21).  A Igreja recebeu, pois, de Jesus Cristo, o mesmo poder que Ele tinha, por conseguinte, o poder de fazer leis. Eis aqui uma lei que a Igreja fez, cuja observância obriga sob pena de pecado mortal.

Aqui vamos mostrar como as várias objeções contra a confissão são aniquiladas por tudo o que nos artigos anteriores já escrevemos. Geralmente as objeções que se fazem contra a confissão são: Segundo uns a confissão não serve senão para crianças ou, quando muito, para mulheres devotas; segundo outros, é suficiente confessar-se a Deus, é degradante ir-se ajoelhar ante um padre; em todo caso, para que precisa o padre saber dos nossos pecados? Há quem diga: "é desagradável confessar-se, não tenho coragem; tenho medo do confessor; zombarão de mim". Há quem se glorie de não ter necessidade da confissão sob pretexto de ser muito honesto. Enfim, há muitos que declaram francamente que não querem confessar-se para não serem obrigados a guardar castidade, a fidelidade conjugal, e a restituições.

Como eu disse acima, todas estas objeções são completamente desfeitas, aniquiladas pelo que já foi dito sobre o sacramento da confissão, a saber: 1º  - a confissão foi estabelecida por Deus; 2º - Deus a impôs e a ordenou ao pecador. Se a confissão foi estabelecida por Deus, quem a destruirá? Se Deus a ordena, desgraçado daquele que não se confessa. Pois, a confissão ou o inferno, não há meio termo.
Pois bem, ou confessareis vossos pecados em segredo ao padre, neste mundo, com o coração contrito, ou então ireis confessá-los no inferno com os réprobos derramando lágrimas eternas. Escolhei... sêde prudente, pois se trata aqui de vós mesmos, dos vossos mais caros interesses, de vossa felicidade e de vosso futuro, em uma palavra, da vossa eternidade.

Os mundanos e os ímpios cercam a confissão, esta grande obra da misericórdia divina, com todas as objeções que pode inventar o orgulho, a cobardia e a corrupção do coração. Mas que são todas estas objeções, senão bolas de neve que se derretem aos primeiros raios do sol divino? Este ataque verdadeiramente pueril dos inimigos da Igreja se dá há 20 séculos, e que, apesar do número e da força dos agressores, a confissão não sofreu nenhum abalo. Está bem estabelecido o que Deus estabeleceu.
Caríssimos, não negamos que uma dúvida sobre a confissão possa surgir no espírito de um homem assisado, mas então a prudência quer que se estude a questão sem prevenção, e que se consultem os homens que melhor nos podem esclarecer.


O melhor meio para compreender e apreciar a confissão, é confessar-se; é mesmo o melhor meio para crer nela quando se julga não crer. Eis um exemplo esclarecedor sobre isto: A 21 de dezembro de 1858 apresentou-se ao santo Cura d'Ars um nobre senhor, muito bem vestido, de uns 50 anos de idade, trazendo no paletó a roseta de Legião de Honra. "Sr. Cura, venho conversar convosco sobre um assunto sério".  -  "Bem - respondeu com amabilidade o zeloso padre, ajoelhai-vos ali" e com o dedo mostrou-lhe um banquinho.  -  Sr. Cura, disse o homem, eu não venho confessar-me.  - Então para que vindes?  -  Venho para discutir.  - Para discutir? Mas eu não sei discutir! Ajoelhai-vos ali.  -  Mas, Sr. Cura, tive a honra de dizer-vos que não vim para me confessar. Não tenho fé, não creio, e...  -  Não tendes fé? pobre homem! Sou muito ignorante, mas vejo que sois mais ignorante do que eu. Ao menos, eu sei o que é preciso crer, e vós nem isto sabeis. Fazei o que vos digo; ajoelhai-vos ali.  -  É justamente sobre a confissão que tenho dúvidas, respondeu o homem, um pouco atrapalhado. Não me quero confessar sem crer, isso seria uma comédia que vós não desejaríeis.  -  Crede, meu amigo, eu sei disso, ajoelhai-vos ali. Vivamente impressionado com o aspecto de santidade que brilhava em torno do Cura d'Ars, e do tom das suas palavras cheias de fé, de sua humildade e de sua amável simplicidade, primeiro colocou um joelho sobre o banquinho e depois o outro. O santo confessor tratou-o com autoridade e bondade paternais. Um quarto de hora depois o senhor levantou-se, com o rosto banhado de lágrimas, lágrimas de alegria. E o senhor contava a todos que podia que, terminada a confissão, o Cura d'Ars dissera-lhe: "E agora, meu filho,  vamos  resolver suas dúvidas sobre a fé. Responde-lhe o penitente: "Senhor cura, não tenho mais nenhuma dúvida!". É que após a confissão, seu coração estava limpo e bem puro, e, então podia ver a Deus!!!

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