sábado, 31 de dezembro de 2016

A CONFISSÃO BEM FEITA TORNA O PECADOR DE NOVO CAPAZ DE FAZER OBRAS MERITÓRIAS

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

É óbvio, mas nunca será demais lembrar que os efeitos maravilhosos da absolvição sacramental, só existirão quando a confissão for bem feita. E, com a graça de Deus, vamos hoje meditar em mais um importantíssimo efeito da confissão: o pecador, recuperando a graça santificante, passa a merecer novamente, isto é, volta a fazer obras que têm merecimento sobrenatural para a vida eterna.

Na verdade, a confissão bem feita comunica-nos a graça santificante, como já meditamos em postagem anterior. Ora, esta graça é que nos torna capaz de fazer obras meritórias.  A alma morta pelo pecado grave não pode se mover e dar frutos salutares para a vida eterna. Dizemos na Teologia que as obras embora boas que se praticam enquanto o pecador ainda está no estado de pecado mortal, são obras "MORTAS". E estas nunca ressuscitarão. Mas as obras boas que uma pessoa tenha praticado enquanto estava na graça de Deus, estas obras, digo, são meritórias para o céu, são sobrenaturais. Todas, no entanto são perdidas com o pecado mortal. São obras chamadas na Teologia de "MORTIFICADAS". Estas é que são ressuscitadas pelas absolvição sacramental. E além disso, como veremos agora, a partir daí, isto é, recuperada que foi a graça santificante, a alma volta a merecer sobrenaturalmente, ou seja, passa novamente a fazer obras meritórias que têm valor para o céu.

Esta graça santificante é, na expressão do próprio Jesus Cristo, "aquela fonte de água viva que jorra para a vida eterna" (S. João, IV, 14). O filho adotivo de Deus, que dirige suas obras a Deus, dá a estas obras um valor sobrenatural e divino, que as torna dignas do céu, porque são obras da graça do Espírito Santo que habita em nós. Quando uma alma está na graça de Deus e a pessoa oferece suas ações a Deus, estas obras são divinizadas. E Deus as aceita e as julga dignas de uma recompensa eterna, sendo que cada uma produz em nós, segundo o Santo Concílio de Trento, "um aumento de graça nesta vida e um igual grau de glória na outra".

Conta-se que um dia, S. Francisco de Assis, chegando às portas da cidade de Senna, aí fincou seu bordão e no mesmo instante esse pedaço de pau seco, criou raízes, cobriu-se de folhas, de flores e frutos. A alma no estado de pecado mortal é uma árvore morta que não pode produzir frutos para a vida eterna. Ninguém pode ressuscitar os mortos senão Deus e aqueles a quem Deus comunica o seu infinito poder. Pois bem, Deus deu ao confessor o poder admirável de dar a vida às almas mortas pelo pecado mortal, por meio da absolvição sacramental. A graça santificante que as almas recuperam então, como uma seiva divina torna-as capazes de produzir obras sobrenaturais e meritórias. "Eu sou a vinha, disse Jesus, e vós sois as varas. Aquele que permanece em mim e eu nele, produz muito fruto" (S. João XV, 5).


Caríssimos, que tesouro de merecimentos pode ajuntar uma alma em estado de graça! A cada instante, em cada uma de suas ações, em cada uma de suas afeições, a alma pode adquirir uma glória eterna. Todo ato de amor que ela pratica merece um paraíso à parte. Ah! se os pecadores compreendessem bem esta verdade, não ficariam um só instante em estado de pecado.  Este é aquele tesouro que Nosso Senhor Jesus Cristo manda a gente juntar lá no céu, tesouro este que o ladrão da morte não rouba, a traça não rói nem a ferrugem consome!

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