segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A NECESSIDADE DA CONFISSÃO AFIRMADA POR SANTOS PADRES E CÉLEBRES ESCRITORES

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

S. Basílio (+ 380) em termos formais diz: "Consideramos como obrigatório para todos a confissão dos pecados àqueles a quem confiada a dispensa dos mistérios de Deus".

Santo Ambrósio (+ 397) diz: "Uma humilde confissão é a melhor defesa que o pecador pode fazer. É chorando por nossas faltas cometidas que escaparemos à pena eterna, que seria inevitável se procurássemos justificá-las".

Santo Agostinho (+ 430), comentando esta passagem dos Salmos "Entrai pela porta que conduz a Deus, pela confissão" (In Ps. 97) diz: "Por estas palavras o profeta declara que ninguém pode chegar à porta da misericórdia de Deus, senão pela confissão de seus pecados. O começo das boas obras é a confissão das más".

Tertuliano (+ 216), célebre escritor eclesiástico, já dizia: "Alivia-se o peso dos pecados confessando-os, tanto quanto se os agrava ocultando-os. A confissão é um começo de satisfação; a dissimulação é um ato de revolta... Vale, pois, mais vos condenardes ocultado vossos pecados do que vos salvardes confessando-os?... A confissão vos causa temor? Pensai nas chamas do inferno que a confissão extinguirá para vós. Refleti na enormidade do castigo para não mais hesitardes quanto à adoção do remédio".

O célebre e seguro autor espiritual Mons. Gaume diz que a confissão foi sempre considerada como o único meio para se obter o perdão dos pecados.

Caríssimos, é mesmo impossível que haja um outro meio de perdão. Com efeito, se houvesse na religião outro meio além da confissão, para se restabelecer na graça de Deus; se bastasse, por ex., humilhar-se em sua presença, jejuar, orar, dar esmolas, declarar-lhe sua falta no íntimo do coração, que aconteceria? Que ninguém mais se confessava. Pois quem seria bastante simples para ir solicitar, com um tom suplicante, aos pés de um homem, uma graça que poderia facilmente obter sem ele, e contra a sua vontade? Então que seria da confissão estabelecida pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo (Cf. S. João, XX, 21 a 23).  - Cairia em desuso e ficaria sem efeito no mundo. Que seria do magnífico poder que Ele deu aos seus ministros de perdoar ou reter os pecados? Não é evidente que este poder tão admirável e divino tornar-se-ia um poder ridículo e completamente irrisório visto que nunca teriam de exercê-lo? Assim, ou há obrigação para todos os pecadores confessarem seus pecados ao padre, ou então Jesus Cristo zombou de seus ministros dizendo-lhes: os pecados serão perdoados a quem os perdoardes, etc. E teria igualmente zombado deles quando lhes disse: dar-vos-ei as chaves do reino dos céus (S. Mateus, XVI, 19). De que lhes serviria ter as chaves do céu se nele se pudesse entrar sem que fosse aberto pelo seu ministério?

Mas, não falte quem pergunte: Padre, mas a contrição perfeita não perdoa o pecador na hora? Respondo: é verdade! Mas é necessário estar lembrado que não se faz um ato de contrição perfeita sem que ao mesmo tempo  tenha o desejo da confissão. Ademais devemos dizer que ninguém é bom juiz em causa própria: quem tem segurança de ter conseguido obter uma contrição verdadeiramente perfeita? Com a confissão é segurança é muito maior, porque com a absolvição basta o penitente ter a contrição imperfeita, ou também chamada atrição. É muito mais fácil alguém se arrepender meditando no inferno que mereceu e no céu que perdeu, do que se arrepender sendo movido unicamente pela ofensa feita ao Sumo Bem e Benfeitor, nosso Pai que nos amou de tal modo que nos deu o seu próprio Filho, isto é, arrepender-se tendo como motivo o amor de Deus. Contudo, caríssimos, é sumamente louvável que procuremos sempre ter a contrição perfeita, mas o próprio Espírito Santo, sabendo da nossa fraqueza, aconselha-nos a meditar em nossos novíssimos: "Meditai nos vossos novíssimos e não pecareis jamais".

Como devemos estar sempre no estado de graça, devemos meditar assiduamente na Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo! Procurar em todas as ocasiões fazer atos perfeitos de amor a Deus. 


Quero lembrar outra verdade importantíssima: Se formos confessar levando no coração o ato de contrição perfeita é certo que a purificação da alma é muito maior, neste sentido que também ficam perdoadas as penas temporais justamente segundo o grau do amor a Deus. O fogo do amor de Deus purifica mais que o fogo do purgatório, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus, merecimentos estes que as almas do Purgatório não têm mais à sua disposição. 

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