domingo, 29 de novembro de 2015

CAPÍTULO 2º - DOUTRINA CATÓLICA SOBRE A SALVAÇÃO

1º  -  A PARTE REALIZADA POR JESUS CRISTO


  11.  A VISÃO BEATÍFICA.


  Quando Deus criou Adão e Eva, destinou-os a irem para o Céu, depois de viverem algum tempo aqui na terra. Dizendo - ir par o Céu - entendemos: ir gozar da felicidade de Deus, vendo-O face a face. É o que se chama VISÃO BEATÍFICA: Nós agora vemos a Deus como por um espelho, em enigmas; mas então FACE A FACE. Agora conheço-O em parte, mas então hei de conhecê-Lo como eu mesmo sou também d'Ele conhecido (1ª Coríntios XII-12). 
  Ora, esta visão beatífica está acima das forças da nossa natureza. Nossa alma não pode ver a Deus diretamente, mas só pode conhecê-Lo como por um espelho, isto é, através do conhecimento das criaturas. Para usarmos uma comparação: assim como na ordem material a luz demasiada cega os nossos olhos e, se nos chegássemos mais perto do sol, não poderíamos contemplá-lo de maneira alguma (seria preciso, então que Deus concedesse aos nossos olhos uma força especial para isto) assim também é preciso que Deus eleve a alma a um estado superior à sua natureza, e que lhe dê uma força toda especial (é o que os teólogos chamam O LUME DA GLÓRIA) para que ela possa gozar da glória divina, vendo a Deus diretamente lá no Céu.
   Em outros termos, foi para um FIM SOBRENATURAL, que Deus destinou a Humanidade, quando criou o primeiro homem.

   12. A GRAÇA SANTIFICANTE.

      Mas um fim sobrenatural exige também meios sobrenaturais. Para chegar à glória, na qual o homem vai ser um HERDEIRO de Deus, gozando, quanto é possível, da própria felicidade divina, é preciso que aqui na terra já seja elevado a um estado sobrenatural, que se torne um FILHO ADOTIVO DE DEUS, pela graça santificante.
    Por esta graça santificante, nós nos tornamos participantes da natureza divina (2ª Pedro I-4). Não no sentido de que ficamos iguais a Deus, mas no sentido de que tomamos uma grande semelhança com Ele. Costuma-se comparar com a barra de ferro que se mete no fogo; não deixa de continuar a ser ferro, mas torna-se como uma brasa viva pela semelhança com o fogo - ou com o cristal banhado pelos raios do sol, recebendo deste modo o seu brilho e esplendor.
    Foi assim que Deus criou o primeiro homem: à Sua imagem e semelhança, em estado de justiça e de santidade. 

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