quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

SANTO NATAL

   Aos caríssimos e amados fiéis de minha reitoria, aos leitores e seguidores de meu blog desejo um FELIZ E SANTO NATAL, repleto de graças e bênçãos escolhidas do Menino Deus e de Sua Mãe Santíssima!

 "Sendo rico, fez-se pobre  para que, com Sua pobreza nos enriquecesse a todos" (2 Cor. VIII, 9).

   Jesus nasceu pobre; é aos pobres que se manifesta primeiro; eles recebem seus primeiros favores, assim como serão sempre o objeto de sua predileção. Envia Anjos por embaixadores, não a monarcas poderosos, mas a pastores, a homens simples, trabalhadores e vigilantes. Viverá com eles e no meio deles durante trinta anos. Quando chegar o tempo de pregar o reino de Deus, a eles se dirigirá primeiro porque é por causa deles que seu Pai o enviou: "Enviou-me para evangelizar os pobres". Já dali de seu trono, a mangedoura de palhas, Ele nos ensina que os bens deste mundo, o dinheiro e as riquezas, não são a felicidade. Que os ricos aprendam a caridade e o desapego desses bens passageiros; e os pobres aprendam a libertar o coração de qualquer inveja e cobiça.
   Mas Jesus não despreza os ricos e os sábios. Chamou através de uma estrela, os Reis Magos do Oriente, para arrancá-los das trevas do erro e ensinar-lhes a Fé católica. Jesus já condenava o ecumenismo que tenta parificar as religiões. Jesus, outrossim, combate a luta de classes: pois, ali estão os pobres - os pastores; e também os ricos - os Reis. Todos tem o seu lugar no coração do Menino Jesus.
   Verdadeiramente, o Nascimento de Jesus é motivo de alegria para todos. Basta ter boa vontade de segui-Lo. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. O mistério do Natal só inspira confiança. O Céu hoje só tem bênçãos a derramar sobre a terra. É por causa da humanidade que nasceu, é por nossa causa que é Salvador. Se os nossos pecados ainda clamam vingança, os vagidos que partem do presépio, chegam até ao coração do Pai das misericórdias. Paz nos corações de todos os homens! Jesus vem expulsar deles os remorsos que os atormentam, as paixões que os agitam. E que nos pede para gozarmos desta paz? A boa vontade; uma vontade decidida, não uma veleidade, que não é uma vontade boa. Os Anjos não dizem: Paz às almas justas e inocentes; paz aos Santos penitentes, que expiaram os seus pecados; mas dizem: Paz aos homens de boa vontade! Desde que eu esteja disposto a conformá-la com a vontade de Deus, tenho direito a contar com a paz. Tanto os pastores como os Reis Magos tiveram esta boa vontade. Mas na verdade, os pobres entendem melhor a linguagem da cruz, acostumados como estão às privações e sofrimentos. Todos correram a visitar Jesus. Consta que só três Reis foram fiéis: "Vimos a estrela e viemos adorar o Rei dos Judeus".
   Hoje vamos considerar o exemplo dos pastores. Na Epifania, se Deus quiser, falaremos mais dos Reis Magos.
   Os pastores são cercados de refulgente luz; vêem um Anjo e têm muito temor, mas é substituído logo pela confiança: "Não temais, diz o espírito celeste, anuncio-vos uma grande alegria, que será para todo o povo: nasceu-vos hoje em Belém o Salvador. Mas como reconhecereis vós este Messias tão ardentemente desejado durante séculos? São três os sinais, ou sejam, as insígnias de sua grandeza, de sua realeza: a humildade; a pobreza; a mortificação dos sentidos. Diz o anjo: "Invenietis infantem, pannis involutum, positum in praesepio". Invenietis infantem: encontrareis um menino recém-nascido que não fala - é a humildade. Jesus é o Verbo ou a Palavra do Pai, mas aqui não fala, só sabe chorar. Pannis involutum: envolvido em pobres paninhos - é a pobreza. E Ele é o Verbo pelo qual foram feitas todas as coisas, todo ouro, todas as pedras preciosas. Positum in praesepio: colocado numa mangedoura - é a mortificação dos sentidos. Deixou o Céu, a Pátria do Repouso eterno, da Glória infinita, e está aqui sobre palha, exposto às intempéries.
   Os pastores crêem nas palavras do Anjo, por mais opostas que sejam a todos os juízos humanos; confiam na sabedoria, no poder, na bondade de Deus. E vão ver e adorar esse Salvador recém-nascido. Partem, apressam-se. Ó prudente docilidade! Ó santa prontidão! "Acharam Maria, José e o Menino, que estava reclinado no presépio". Eis o fruto de sua retidão e obediência. Longe de se entibiarem à vista desta pobreza, sentem ainda mais fervor em se aproximar de um Salvador, que se mostra tão acessível, e em honrá-Lo e contemplá-Lo. Ali ficaram extasiados por muito tempo. Entregavam seu coração ao Menino Deus, e deixavam-no atuar neles livremente, limitando-se a cooperar com a ação de Jesus, sem a estorvar. Imitemos esta candura, e Jesus orará em nós, como orou neles. Saem dali anunciando o Salvador por toda parte.
  Caríssimos e amados leitores, vamos sem demora ao Altar do Salvador! O Altar deve ser para nós hoje, o que o presépio foi para os piedosos pastores. Procuremos nos aproximar de Jesus com os mesmos sentimentos, dispondo-nos para ali receber não nos braços mas no coração Aquele mesmo Jesus, na Comunhão. Este o verdadeiro Santo Natal que desejo para todos vós! Amém!

Um comentário:

  1. De igual forma, Feliz Natal e Próspero 2014, Pe Elcio, está a tempo ainda; estamos na oitava!

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