quarta-feira, 17 de abril de 2013

COMO SURGIU A TEORIA DA SALVAÇÃO SÓ PELA FÉ - (16)

   54. A MÁSCARA (a).

   Os protestantes tiveram, portanto, que rejeitar o erro de Lutero. Toda a teoria luterana se baseia no princípio de que no homem não é livre. Mas os protestantes de hoje, na sua quase totalidade, admitem a liberdade humana. Cai assim por terra todo o sistema do Patriarca da Reforma, porque, se o homem é livre, ninguém o dispensa de servir a Deus em seus pensamentos, palavras e obras para conseguir o Céu. E adeus, salvação só pela fé!

   Mas os protestantes, embora não admitindo mais a salvação só pela fé, passaram a fingir que a admitiam. Mudaram completamente de doutrina, mas continuam a pôr na fachada o mesmo letreiro de outrora. Por que motivo?

   Porque confessar abertamente agora que as obras do indivíduo influem na salvação seria confessar claramente o fracasso doutrinário da Reforma e seria renunciar à vantagem que a apresentação da doutrina da salvação só pela fé trazia e traz, para eles , ou seja, o efeito da propaganda. 

   Realmente apresentar ao povo frases da Bíblia como estas: Crê no Senhor Jesus e serás salvo (Atos XVI-31); 
   O que crer e for batizado será salvo; o que, porém, não crer será condenado (Marcos XVI-16);
   O que crê no Filho tem a vida eterna (João III-36);
   e sem apresentar-lhe também outras passagens que "as completam, servindo-lhes de contrapeso", para nos utilizarmos da expressão de Vinet, autor protestante, que daqui a pouco citaremos;
    e acrescentar a isto a teoria do livre exame - cada um interpreta a Bíblia como bem entende, pois este é o nosso direito - é usar a mais perigosa das armas contra a Igreja Católica. 

   Se basta crer em Cristo para me salvar, e a Bíblia que eu tenho em casa posso interpretá-la como me convier, então não preciso da Igreja Católica, nem dos seus sacramentos, nem da sua doutrina, para coisa alguma.

   Arma perigosíssima que, como todas as armas deste gênero, pode voltar-se contra aqueles mesmos que a manejam, ou seja, no caso, os protestantes, os quais costumam organizar-se em igrejas visíveis, com seus templos, reuniões, associações etc. Há algumas seitas protestantes até que arrecadam nada menos que 20% dos rendimentos de seus adeptos. Mas o protestante também pode pensar assim: Se basta crer em Cristo para salvar-me, que necessidade tenho eu de frequentar esta seita ou de pertencer a ela? Se Cristo prometeu graças especiais quando se acham reunidos 2 ou 3 pessoas em seu nome (Mateus XVIII-20) 2 ou 3 pessoas é fácil reuni-las aqui mesmo dentro de casa. E que necessidade tenho eu de ouvir a pregação do pastor que, pelo livre exame, vai expor suas opiniões pessoais sobre a Bíblia, se a Bíblia a tenho eu em casa, e também sei interpretá-la, talvez até melhor do que ele.

continua no próximo post. 

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