quinta-feira, 20 de outubro de 2011

JESUS É TUDO PARA NÓS.

   Caríssimos e muito amados leitores, nestes dez dias que antecedem a festa de Cristo Rei, desejo, com a graça de Deus, alimentar as vossas almas num amor sempre maior ao Nosso Rei de Amor. Amor se paga com amor. Fá-lo-ei, outrossim, no intuito de desagravar o Sacratíssimo Coração de Jesus, tão ofendido pelos "Encontros de Assis".
   Com São Paulo, digamos do fundo do coração: "A minha vida é Jesus!" (Fil, I, 21). Quando um sábio está de tal modo absorvido nas suas investigações e só pensa na ciência, só vive por ela, não tem dúvida em dizer a todo mundo: A minha vida é a ciência. Quando um comerciante se dedica tanto aos seus negócios que esquece tudo o mais, pode com razão afirmar: A minha vida são os negócios.
   Assim também, quando um cristão autêntico compreende que Jesus é tudo para o homem, de tal modo que Ele constitui o seu único pensamento, a razão de ser da sua vida, pode repetir com o Apóstolo das Gentes: A minha vida é Jesus. Para este cristão Jesus é tudo: o caminho, a verdade, a vida, a luz, a alegria infinita e o centro de seus pensamentos e afetos. Na verdade Jesus é a cabeça de um corpo místico do qual nós somos membros; é o nosso mediador junto do Pai, é o sacerdote que oferece por nós o único sacrifício verdadeiro, o doutor que nos ensina a verdade eterna, o modelo perfeito que nos arrasta doce e fortemente nos caminhos da perfeição e da felicidade sem fim. ELE É PORTANTO TUDO PARA NÓS! Entendemos, então, que Jesus é o centro de todos os nossos pensamentos. Em quem poderíamos pensar senão naquele que é tudo para nós? Os santos colocavam suas delícias em meditar no Santo Evangelho! Com que amor eles percorrem essas páginas que fielmente evocam os fatos e os gestos do seu divino Salvador! Para eles, a doutrina e as virtudes de Nosso Senhor Jesus Cristo são um verdadeiro alimento e constituem a medida de tudo. Os santos sabem que os nossos juízos para serem verdadeiros, devem estar de acordo com os d'Aquele que é a verdade infalível. Unem-se a Jesus para adorar a Deus e pedir graças. Nos seus trabalhos, pensam em Jesus que auxiliou sua Mãe nos humildes cuidados de Nazaré. Se fazem alguma visita, se conversam com o próximo, não esquecem que Jesus vive ou deve viver no coração dos nossos irmãos, e é com Ele que conversam na pessoa do próximo. Assim compreendemos aquele encanto na sua conversação. Os santos viviam com Jesus e viam Jesus no coração do próximo. Quem conversava com Santa Catarina de Sena, com São Francisco de Assis, com o Santo Cura dArs, etc., sentiam  a presença de Jesus, é como se vissem Jesus. São Paulo dizia: "Eu vivo, mas não sou eu que vivo, é Jesus que vive em mim". Feliz de quem conviveu com algum santo! "Ecce quam bonum, et quam jucundum habitare fratres in unum!" (Salmo 132, 1).
   Caríssimos leitores, Nosso Senhor Jesus Cristo deve assim ser também o centro dos nossos afetos. São Paulo dizia em todo arroubo de sua alma: "Quem não amar a Jesus, seja anátema". Como pensar em Jesus sem O amar? Ele é a beleza e a bondade infinitas. Possui por natureza todas as perfeições da divindade. Ele é o Verbo Eterno feito Homem. É o Filho de Deus vivo que veio a este mundo. Santa Teresa d'Ávila depois de ter visto Jesus que lhe apareceu, dizia: "Tudo agora me parece cisco."
   Se os Apóstolos no Monte Tabor, diante da humanidade de Jesus transfigurado, ficaram tão arrebatados de admiração que exclamaram: "É bom estarmos aqui" (S. Mat., X, 7), quanto mais arroubados não ficaremos nós em face da beleza sobre-humana que resplandece em Jesus ressuscitado!
   Santo Tomás de Aquino resumiu numa estrofe, de maravilhosa concisão, as grandes manifestações do amor divino para conosco:
           No presépio fez-se nosso irmão,
           Na ceia, nosso alimento;
           Na cruz, nosso resgate,
           No céu, nossa recompensa.
   No dia do Seu nascimento, Ele aparece como um companheiro de viagem nesta terra de exílio, como amigo, como irmão, como consolador, e desde então nunca mais nos deixou sozinhos. Apareceu entre nós com toda benignidade e doçura.
   Ao instituir a Eucaristia, torna-se nosso alimento e sacia com o  seu corpo, sangue, alma e divindade, as almas que têm fome e sede de Deus.
   Morrendo na Cruz, pagou o preço do nosso regate, libertou-nos da servidão do pecado, restitui-nos a vida espiritual e deu-nos o maior sinal de amor que é possível dar aos amigos.
   No céu, enfim, será Ele mesmo a nossa recompensa, veremos face a face a sua divindade, contemplaremos embevecidos a sua humanidade glorificada, possuí-Lo-emos sem partilhas, e participaremos da sua glória.
    "Tendo amado os seus, amou-os até o fim": até o fim de sua vida, até o fim do mundo, até o último extremo, de tal modo, que somos levados a exclamar com Santo Agostinho: "Jesus, sendo poderosíssimo, não poderia dar mais, sendo sapientíssimo, não saberia dar mais; e sendo riquíssimo, não teria mais para dar.
   Ó Pedro, Chefe dos Apóstolos, quanto motivo tínheis para chorar até o fim da vida, como realmente o fizestes, porque negastes a Jesus dizendo: "Não conheço este homem!" Ó Jesus, dai-me lágrimas, lágrimas de profundo arrependimento por tantas e tantas vezes que Vos neguei e traí!
   Ah! caríssimos leitores, quem medita atentamente nestas verdades não pode deixar de amar generosamente Aquele que tanto nos ama e que é o único ser digno do nosso amor.
   Na verdade, Jesus é o nosso melhor amigo, o único que deu a sua vida por nós, o único que pode satisfazer o nosso coração feito expressamente para Ele. Quem tem Jesus, tem tudo. Quem não tem Jesus, não tem nada. Todo cristão que compreende a fé, vive na presença e na companhia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caríssimos, depois desta meditação, poderemos nós ligar importância às visões dos poetas, às musas inspiradoras, à beldades da vida? Nem poesia, nem paixão, nem encanto algum igualarão jamais o real e terno amor que nos inspira a Pessoa de Jesus Cristo. Sentimos indignação quando alguém cita um filósofo, um cientista, um escritor, um fundador de seita, e diz: Assim disse o Mestre. Só há um Mestre: é Nosso Senhor Jesus Cristo. É o Mestre por excelência, porque é Deus, a própria Sabedoria, o Deus das ciências. Só há uma Religião verdadeira: é a de Nosso Senhor Jesus Cristo. VIVA CRISTO REI!!!
  
    

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