quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O "SENSUS FIDEI"

Extraído da "INSTRUÇÃO PASTORAL SOBRE A IGREJA", escrita por D. Antônio de Castro Mayer em 2 de março de 1965. 

   
   Declara São Pedro que o novo povo de Deus deve publicar as perfeições de Quem o chamou das trevas para sua luz admirável. É a missão que tem a Igreja de, pela fé nas verdades reveladas, pela esperança dos bens futuros e pela caridade para com Deus e os homens, dar ao mundo testemunho vivo de Jesus Cristo. No desempenho de tal missão, goza o povo de Deus da prerrogativa da infalibilidade, quando, sob orientação dos legítimos Pastores, bem que espalhado pelo mundo todo, professa ele unanimemente como reveladas verdades de fé e costumes. Em semelhante caso não pode errar. Age nele o "sensus fidei", suscitado e mantido pelo Espírito Santo. Testifica ele então uma palavra não humana mas de Deus (cf. 1 Tes. 2, 13). 


NOTA: Até aqui a exposição de D. Antônio de Castro Mayer.
Gostaria de fazer uma observação que, no meu fraco entendimento, acho oportuna para os nossos dias. 

   Em todos os casos em que a Santa Igreja é infalível, ensina ao povo a Doutrina revelada por Deus. Os fiéis guardando-a com toda pureza e fidelidade estão sempre na verdade: são, portanto, infalíveis. 

   Ora, pode acontecer, sobretudo em tempo de crise na Igreja, que até Papas fora do campo da infalibilidade (por exemplo, quando o Papa dá uma entrevista, faz um sermão, escreve uma carta, telefona etc.) não ensinem com clareza a verdade; mas, neste caso, os fiéis bem instruídos em 2 mil anos pelo Magistério infalível da Igreja, permaneçam firmes na fé. 

   Assim aconteceu na época em que o Papa Honório I favoreceu a heresia do Monotelismo. 
   Na época do Arianismo, Santo Hilário dizia, que a maioria dos bispos empregava uma linguagem ambígua para enganar os fiéis, mas estes tinham os ouvidos mais santos do que os bispos, os seus corações. Os verdadeiros FIÉIS entendiam sempre no sentido ortodoxo.

  Para terminar, confiramos o Apóstolo, como aconselha D. Antônio de Castro Mayer no fim do seu artigo transcrito acima: 

   "Por isso, também nós damos sem cessar graças a Deus, porque, tendo vós recebido a palavra de Deus, que ouvistes de nós, a abraçastes não como palavra dos homens, mas (segundo é verdade) como palavra de Deus, a qual opera em vós" (1 Tess. II, 13). 

3 comentários:

  1. OS INSTRUÍDOS PELO ESPÍRITO DE DEUS NÃO SE PERTURBARÃO...
    As crises por que passa a Igreja no presente deve ser vista com serenidade; existiram-nas outras e teriam sido piores, como no inicio, sendo o certo é que nunca gozou de uma paz total, muito sendo atacada até a partir de dentro, os piores inimigos, como hoje são diversos internos, super infiltrada de maçons e comunistas, mesmo de protestantes querendo que se equalize a suas relativistas seitas.
    Os cardeais Bruno Forte, Baldisseri, Kasper, Küng etc., seriam suspeitos de pertencerem à maçonaria e candidatos à lista de Mino Peccorelli, se estivesse entre nós...
    A confusão que tem gerado após a saída do papa Bento XVI deve se encarar como, em se sentindo dúvidas, permanecer nos ensinamentos de sempre da Igreja e não se confundir-se; um papa pode cometer erros em entrevistas e falas usuais, nisso inexistindo infalibilidade.
    Há procedimentos na Igreja de "progressistas" que podem - se não é que devem - serem questionados em comparação a outros que lhes foram sempre opostos, como conceder a S Comunhão a pessoas em estado de grave pecado, caso de amasiados.
    "Por isso, também nós damos sem cessar graças a Deus, porque, tendo vós recebido a palavra de Deus, que ouvistes de nós, a abraçastes não como palavra dos homens, mas (segundo é verdade) como palavra de Deus, a qual opera em vós" (1 Tess. II, 13).

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  2. Essa prerrogativa do "sensus fidei" explicada por Dom Antônio está vinculada à comunhão com o Magistério Vivo da Igreja, e essa comunhão é categórica, como o próprio Dom Antino afirma ao dizer:"... goza o povo de Deus da prerrogativa da infalibilidade, QUANDO, sob ORIENTAÇÃO dos legítimos Pastores, bem que espalhado pelo mundo todo, professa ele unanimemente como reveladas verdades de fé e costumes." A unidade e a obediência ao Bispo é absolutamente necessário para que o "Sensus Fidei" seja "vivo", como disse D. Antônio mais acima. São Paulo diz que devemos abraçar como de Deus a palavra que vem dos Apóstolos, isto é, dos Bispos. Gerson.

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  3. Caríssimo Cristóvão, Bom dia!
    Se o Concílio Vaticano I definiu que o Sumo Pontífice é infalível só dentro daquelas 4 condições. você acha que os bispos o serão sempre e em tudo? Embora os bispos sejam sucessores dos Apóstolos, há diferença entre ambos, quanto à infalibilidade. Os bispos não são sempre infalíveis. Como você poderá explicar que muitas heresias condenadas pelo Magistério Vivo, Perene e Infalível da Igreja, vieram de bispos?!... Não vou repetir aqui os artigos que já escrevi sobre quando os bispos são infalíveis. Seria bom para sua alma que estudasse algo seguro sobre isto. Por ex.: O teólogo Tancquerey é muito seguro, suas obras são aprovadas pelo Magistério Vivo da Igreja, e, se você, não sabe latim, esta obra foi traduzida e publicada em Português.

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