O Coração de Jesus se mostra amável em toda sua vida: em
Belém, em Nazaré, na sua vida pública, na sua Paixão, na sua Ressurreição e
Ascensão, na Santíssima Eucaristia e na glória do Céu! Em todos os mistérios da
vida de Nosso Senhor Jesus Cristo vemos brilhar de modo todo particular o AMOR.
E tomamos o seu Coração como órgão símbolo deste amor. Na verdade foi o amor
que fez Jesus nascer numa carne passível,
inspirou a obscuridade da Sua vida oculta, alimentou o zelo da Sua vida
pública. No Calvário é por excesso dum amor sem medida que se entrega à morte
por nós; se ressuscita é pelo amor afim de nos justificar: "Para nossa justificação" (Rom. IV, 25).
Se sobe aos céus é o seu amor que O leva a preparar para nós um lugar,
naquele Pátria de felicidade perfeita e eterna. É o Seu amor que nos envia o
Divino Espírito Santo. E a Santíssima Eucaristia? São João diz tudo: "Tendo amado os seus que estavam neste
mundo, amo-os até o fim". Caríssimos, todos estes mistérios têm a sua
origem no amor; e o órgão e símbolo deste amor é o Seu Coração amabilíssimo.
Hoje vamos contemplá-Lo em Belém. Primeiramente, nos braços
de Sua Mãe Santíssima, com o seu coraçãozinho já palpitando de amor por nós!
Reclinado numa manjedoura sobre palha tiritando de frio por nosso amor. O Divino
Infante olha para nós com doçura, estende para nós os seus bracinhos.
Caríssimos, na verdade, como diz São Paulo: "Quando
se manifestou a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor pelos homens, não
pelas obras de justiça que tivéssemos feito, mas por sua misericórdia"
(Tito, III, 4). O Deus Onipotente faz-se Menino para a nossa salvação!!!...
A simplicidade, a inocência, a candura, a pureza, a formosura, a bondade, a
ternura, enfim o AMOR... tudo se encontra aqui no presépio de Belém, nesta
criança que não fala mas com o coraçãozinho palpitante de infinito amor.
São Francisco de Sales contemplando o mistério do Divino
Menino recém nascido na gruta de Belém, escrevia inflamado de amor: "O
grande recém nascido de Belém seja para sempre a delícia e o amor do nosso
coração. Ah, como é lindo! Quero cem vezes mais ver este pequeno Menino no seu
presépio que a todos os reis da terra no seu trono".
Compreendemos perfeitamente como os santos faziam as suas
delícias em contemplar o Menino Jesus na manjedoura de Belém. O coração cheio
de amor do Menino-Deus fazia o encanto de São Francisco de Assis, de São
Bernardo, de Santa Tereza d'Ávila. de Santa Teresinha do Menino Jesus e bem
podemos dizer de todos os Santos.
"Sic nos amantem,
quis non redamaret", "como não amar em troca Aquele que tanto nos
ama? Caríssimos, procuremos, então, ao contemplarmos a amabilidade inefável
do Divino Menino Jesus, despertar nas nossas almas aqueles mesmos sentimentos
de amor que tiveram e têm os santos. Amém!
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