sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O PENITENTE DEVE OBEDECER O CONFESSOR QUE ACONSELHA COM A DOUTRINA DE JESUS

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

Caríssimos, escutemos o Apóstolo São Paulo: "Obedecei com submissão àqueles que são encarregados de vos conduzir, pois eles velam por vossas almas, devendo dar conta a Deus, afim de que cumpram este dever com alegria, e não gemendo, o que não vos seria vantajoso" (Hebreus, XIII, 17).

Infelizmente pode haver penitentes que discutam com seu confessor, para atraí-lo à sua opinião, e isto faz sofrer o pobre confessor, que é pai espiritual. Mas o Apóstolo os adverte que este proceder não lhes é vantajoso; pois quando o confessor vê que o penitente não se submete ao que diz, e o faz sofrer mil trabalhos para conduzi-lo no bom caminho sem o menor resultado, recusa guiá-lo. E ai do doente que o médico abandona!. Quando um doente não quer obedecer, recusa tomar os remédios receitados, e quer comer o que lhe agrada, que faz o médico? Abandona-o a si mesmo e deixa-o agir à sua vontade. Mas, então, que será da saúde deste doente? Vai de mal a pior, e a morte não está longe. Na verdade, o penitente relutante e desobediente só poderá cair no precipício. O Espírito Santo diz a todos os homens: "Caminhareis no meio de armadilhas" (Ecles. IX, 20). Sim, caminhamos neste mundo, expostos a mil armadilhas, tais como as tentações do demônio, as más ocasiões, os prazeres perigosos, e, mais ainda, as nossas próprias paixões, que nos perdem tantas vezes. Aí estão tantas ciladas, armadas pelo espírito maligno para nos enganar. Quem se salvará no meio de tantos perigos? A Sagrada Escritura responde: "Só se salvará aquele que evitar os laços" (Prov. XI, 15). E diz ainda no Livro do Eclesiástico III, 27: "Quem ama(=procura) o perigo, nele cairá". Ora como se pode evitar os laços e os perigos? Se tivésseis de atravessar durante à noite um bosque cheio de precipícios, sem ter um guia para vos esclarecer e vos indicar os passos perigosos, vos arriscaríeis certamente a perder a vida. É o que acontece no caminho da salvação àqueles que querem seguir seu próprio entendimento. A eles se dirige esta advertência do divino Mestre: "Tomai cuidado que a luz que julgais ter não seja senão trevas" (S. Lucas, XI, 15).  e não cause vossa perda conduzindo-vos não fundo de algum abismo.

Caríssimos, de passagem, vamos refletir um pouco sobre as palavras do Divino Mestre que acabamos de citar: "Tomai cuidado que a luz que julgais ter não seja senão trevas". Esta reflexão, confesso, não estava nos meus planos, pelo menos, neste artigo. Mas veio-me a lembrança das controvérsias  que estão sendo levantadas após "Amoris Laetitia". Infelizmente já para muitos está sendo não luz mas trevas. Pois, é conversa para boi dormir (desculpem-me a expressão) este negócio de dizer que para um adúltero(a) (= casado(a) validamente, separado(a) e amasiado(a) com outra(o) poder comungar deve está "arrependido"(a), e, então, em dadas circunstâncias, a "misericórdia" se contentaria em exigir que o(a) tal continuasse a viver com a(o) amante, mas como "irmãos", isto é, não como se fossem esposos ("modo uxorio"). É claro que em certas circunstâncias realmente seria possível, como em caso de velhice avançada e doença. Mas são casos raros! E mesmo nestes casos é preciso evitar todo escândalo.  O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo disse que a carne é fraca, e por isso é mister fugir do perigo e rezar. E aqui podemos repetir também o que Ele disse: "Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra". E se o homem é fraco em tudo, neste ponto de castidade e pureza, sua fraqueza ainda é maior. Seria mais ao menos assim: Suponhamos que um homem fosse preso numa casa onde não havia senão água barrenta num balde sujo. Passados alguns dias a sede era já muito grande. Mas, o tal homem olhava por balde com água suja, dava meia volta e saía de perto. Mas até que um dia não aguentou mais e bebeu a água suja e que no início era repugnante. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Mas "Amoris Laetitia" em suas ambiguidades, oferece outras "soluções misericordiosas" ainda muito mais polêmicas, que não trato aqui por falta de espaço. Mas "a fortiori" os confessores fiéis à doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo nunca poderão aplicar. 

Por isso, ninguém acredita nisto, e, portanto, é um grande escândalo. E sobre escândalos, o Divino Mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Ai daquele de quem vier o escândalo!".

Portanto, se o(a) penitente estiver verdadeiramente arrependido(a), deverá fazer a si mesmo(a) uma verdadeira violência, e deixar a(o) companheira(o) com quem vive na mesma casa. Quando isto estiver bem comprovado pelo público, só então, poderá se confessar e comungar. Mas se tiverem filhos? Primeiro eles serão beneficiados pelo exemplo de uma verdadeira conversão de seus pais; segundo deixarão de ser escandalizados pelo viver pecaminoso de seus progenitores. E isto é verdadeira misericórdia.

Alguém dirá: - Mas isto é muito duro e violento. Então ouçam o que disse o Divino Mestre: "Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus adquire-se à força, e são os violentos que o arrebatam" (S. Mateus, XI, 12). Jesus elogiou João Batista dizendo que ele não era uma cana agitada pelo vento. E todos nós sabemos que o Precursor de Jesus dizia para o rei Herodes que este não podia continuar vivendo no adultério.

E quando Jesus Cristo falou sobre a indissolubilidade e unidade (=um homem e uma mulher) do matrimônio os próprios discípulos acharam isto muito duro a tal ponto que exclamaram para Jesus: "Se assim é... seria melhor nem casar". E Jesus não voltou atrás e nem amenizou nada. (Cf. São Mateus, XIX, 3 a 12). E quem teria a sacrílega audácia de tachar Jesus de sem misericórdia?!



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