sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

DOUTRINA CATÓLICA SOBRE A SALVAÇÃO: A JUSTIFICAÇÃO DOS ADULTOS PAGÃOS

2º - A NOSSA CONTRIBUIÇÃO ENTRELAÇADA COM A AÇÃO DE DEUS  (CONTINUAÇÃO).

21. A JUSTIFICAÇÃO DOS ADULTOS PAGÃOS

   Acontece às vezes, porém, que em virtude de uma conversão, ou por causa do descuido dos pais ou por outra circunstância qualquer, é uma pessoa que já tem o uso da razão (e que para este efeito de recepção dos Sacramentos é chamado ADULTO)  que vai receber o Sacramento do Batismo. Para isto, é necessário que a pessoa se disponha pela fé nas verdades reveladas, tendo um certo conhecimento dos principais mistérios da Religião e que tenha o arrependimento de seus pecados, com o firme propósito de evitá-los pela guarda dos mandamentos. Este arrependimento supõe, é claro, a esperança do Céu que se deseja alcançar e, pelo menos, um certo começo de amor a Deus, a quem não se deseja ofender. Em virtude dos merecimentos da Paixão de Cristo, o batismo recebido com estas boas disposições não só apaga o pecado original, como também perdoa os pecados pessoais cometidos até aquele momento. Aos adultos que ouviram a pregação da palavra divina no dia de Pentecostes e compungidos no seu coração (Atos II-37) perguntaram o que deviam fazer, São Pedro respondeu: Fazei penitência, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo PARA REMISSÃO DE VOSSOS PECADOS;  e recebereis o dom do Espírito Santo (Atos II-38). A justificação que se segue ao Batismo convenientemente recebido não é somente a remissão dos pecados, no sentido de que externamente não nos são mais imputados, fingindo Deus considerar-nos justos, quando continuássemos a ser os mesmos manchados pecadores, como queria Lutero. Não; é a remissão dos pecados, com a nossa renovação interior, operada pelo batismo de regeneração e renovação do Espírito Santo (Tito III-5); em virtude da imensa bondade de Deus que quer que nós sejamos chamados filhos de Deus e com efeito o sejamos (1ª João III-1); justificados pela sua graça e tornados herdeiros segundo a esperança da vida eterna (Tito III-7). É a graça santificante com os dons do Espírito Santo: Os vossos membros são templo do Espírito Santo que habita em vós (1ª Coríntios VI-19). 

   22. BATISMO DE DESEJO E BATISMO DE SANGUE.

   Em vista da necessidade do Batismo, surge naturalmente o problema dos adultos que não ouviram de forma alguma a pregação do Evangelho e a quem, portanto, não chegou a notícia de que o Batismo era obrigatório para a salvação. O Batismo pode então ser suprido pela caridade perfeita naqueles que, não tendo o conhecimento da Revelação, mostram a Deus o seu amor pela obediência aos ditames da própria consciência. Nessa boa disposição estão dispostos a fazer o que é possível para agradar a Deus e de boa vontade receberiam o Batismo, se dele tivessem conhecimento. Chama-se isto VOTO IMPLÍCITO DO BATISMO. Estes que, assim amando a Deus, amam consequentemente a Jesus Cristo, que é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, podem também receber a graça santificante: Aquele que tem os meus mandamentos e que os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai e eu o amarei também e me manifestarei a ele (João XIV-21). Se algum me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará; e nós viremos a ele e faremos nele morada (João XIV-23).

   O outro caso em que o batismo é suprido, é o daqueles que antes de recebê-lo, são martirizados por causa da fé: O que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á (Marcos VIII-35). Todo aquele, pois, que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos Céus (Mateus X-32). 

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