segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

DOUTRINA CATÓLICA SOBRE A SALVAÇÃO: Promessa do Redentor

1º  - A PARTE REALIZADA POR JESUS CRISTO (continuação)

   14. PROMESSA DO REDENTOR.

   Naquela hora em que Adão e Eva pecaram, ficou a Humanidade em um estado deplorabilíssimo. Adão e Eva estariam pelo seu pecado condenados ao inferno. Os seus descendentes, mesmo que observassem em toda a vida os ditames da própria consciência e jamais cometessem um pecado mortal, seriam felizes depois da morte, mas de uma felicidade natural, sem ver a Deus, nem ir para o Céu, porque a Humanidade  com o pecado de Adão, havia decaído do estado sobrenatural, havia perdido o direito à visão beatífica. Mas o que era pior é que bastaria que um de nós cometesse um só pecado mortal para ser irremediavelmente condenado ao inferno pelo motivo seguinte: O pecado mortal é uma ofensa de malícia infinita, pois a ofensa cresce na proporção da dignidade da pessoa ofendida. A ofensa feita a um homem comum é um crime comum; feita ao rei, há se torna um crime de lesa-majestade; feita a Deus é uma ofensa ilimitada, pela infinita grandeza de Deus. Ora, o homem, sendo uma criatura limitada, não podia nunca oferecer a Deus uma satisfação suficiente pela ofensa feita pelo pecado mortal, que é um total afastamento de Deus, Infinitamente Perfeito. E no entanto era muito fácil ao homem cair num pecado mortal por causa da concupiscência desenfreada que apareceu em Adão e em nós, após o pecado de Adão, a qual não destrói o nosso livre  arbítrio, mas o deixa muito enfraquecido e inclinado para o mal. O homem precisa da graça de Deus para observar os preceitos da lei divina impressos no seu coração e, naquele estado de afastamento de Deus em que estaríamos pela triste herança recebida de Adão, não poderíamos receber a graça de Deus. A Humanidade haveria de cair no inferno aos borbotões. Havia, além disto, as dores e enfermidades aqui na terra, que foram consequência do pecado de Adão. 

   Mas o estado lamentabilíssimo da Humanidade não durou muito tempo. Logo depois da queda de Adão, Deus, compadecido de nossa miséria, o procurou e fez imediatamente a promessa do Redentor, nas palavras dirigidas à serpente: Eu porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua posteridade e a posteridade dela. ELA TE ESMAGARÁ A CABEÇA,  e tu aramarás ciladas ao seu calcanhar (Gêneses III-15). Com esta promessa foi outra vez a Humanidade posta em condições de atingir o fim sobrenatural, podendo novamente receber a graça santificante. E isto se realizou em virtude dos futuros merecimentos de Cristo, ou seja, na previsão de sua morte redentora. 

   Quanto aos outros dons gratuitos, não puderam mais ser readquiridos por nós aqui na terra, mas por outro lado, com o auxílio da graça de Deus as dores, as enfermidades, a morte, as tentações da concupiscência podiam e podem tornar-se uma fonte riquíssima de merecimentos para o homem, pela resignação, pela paciência e pelo heroísmo em vencer-se a si mesmo, amparado com a ajuda divina. E assim aquelas vantagens no que diz respeito ao corpo, as quais possuíam Adão e Eva e possuiriam seus descendentes, se eles não houvessem pecado, nós as conseguiremos em grau mais esplêndido e elevado, depois da ressurreição da carne, se merecermos a salvação que Deus, na sua infinita misericórdia, quer conceder a cada um de nós. 

  

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