sábado, 16 de julho de 2011

A PAIXÃO DE JESUS CRISTO - III -

A PAIXÃO E A MORTE DE JESUS É FONTE DA NOSSA CONFIANÇA

   Na cruz, Jesus Cristo representava-nos  a todos; mas, se sofreu por todos nós, não nos aplica os frutos da Sua imolação, se não nos associarmos ao Seu sacrifício. E o fazemos de três modos:
1º - Contemplando com fé e amor a Jesus nos diferentes passos da via dolorosa: Todos os anos: a Semana Santa; todos os dias pela meditação, pelo menos ao rezarmos o Santo Têrço meditando os mistérios dolorosos; a Via- Sacra. A Paixão de Jesus, aliás, deve ser o objeto principal de nossas meditações. 
2º - Através da Santa Missa: A Paixão de Jesus ocupa um lugar tal na Sua vida, é de tal modo a Sua obra, ligou-lhe tal importância, que quis fosse recordada no meio de nós, não só uma vez por ano, mas todos os dias e no mundo todo em todas as horas. O próprio Jesus instituiu um sacrifício para perpetuar através dos séculos a memória e os frutos da Sua oblação no Calvário. É o Santo Sacrifício da Missa. Participar ou oferecê-lo com Cristo constitui uma participação íntima e muito eficaz na Paixão e Morte de Jesus. E participaremos de uma maneira mais perfeita e completa se nos unirmos a Jesus também pela Comunhão sacramental.
3º Suportando por amor de Jesus Cristo, os sofrimentos e adversidades que, nos desígnios da Sua Providência, nos envia. A caminho do Calvário, Jesus sucumbiu várias vezes sob o peso da Cruz. Ele "a Força de Deus", fraco, humilhado, prostrado por terra. A Divindade quis que a Humanidade sentisse a sua fraqueza a fim de nos merecer a força de suportarmos os nossos sofrimentos.
   A cada um de nós Deus dá também uma cruz para levar, e cada qual pensa que a sua é a mais pesada. Devemos aceitá-la sem discutir, sem dizer: "Deus podia mudar tal ou tal circunstância de minha vida". Nosso Senhor diz-nos:"Se alguém quer ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me". Nesta aceitação generosa da nossa cruz, encontramos a união com Nosso Senhor Jesus Cristo. Porque, notai bem: levando a nossa cruz, estamos levando realmente uma parte da de Jesus Cristo, que quis ser ajudado pelo Cirineu. Jesus diz-nos:"Aceitai esta parte dos meus sofrimentos que, na minha presciência, vos reservei no dia de minha Paixão". Digamos-Lhe com todo amor: "Sim, Divino Mestre, aceito esta parte de todo coração, porque vem de Vós". Tomem-la por amor d'Ele e em união com Ele.
   O Verbo Encarnado, Cabeça da Igreja, tomou a sua parte das dores, a maior; mas quis deixar à Igreja que é o Seu Corpo Místico, uma parte de sofrimento. São Paulo, embora com palavras profundas e aparentemente estranhas, afirma-o na Epístola aos Col. I, 24: "O que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo, completo-o eu na minha carne, pelo Seu Corpo que é a Igreja". Mas porventura falta alguma coisa aos sofrimentos de Cristo?! Evidentemente que não. Foram superabundantes, imensos, e o seu mérito infinito. Então porque fala São Paulo de "completar" esses sofrimentos? É Santo Agostinho quem nos responde: "O Cristo total é formado pela Igreja unida ao seu Chefe, à sua Cabeça, que é Jesus Cristo. O chefe sofreu tudo quanto devia sofrer. Só falta que os membros, se quiserem ser dignos do Chefe, suportem a sua parte de dores".
   Temos, pois, como membros de Cristo, de nos unir aos Seus sofrimentos. Cristo reservou-nos uma participação na sua Paixão, mas ao mesmo tempo, colocou ao lado da Cruz a força necessária para a levar. É o que, diz São Paulo: "Jesus Cristo, tendo experimentado o sofrimento, tornou-se para nós um Pontífice cheio de compaixão" (Heb. II, 17 e 18; IV, 15 e V, 2).

  

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