quinta-feira, 3 de maio de 2018

A AÇÃO DO PENTECOSTES SOBRE OS APÓSTOLOS



É só olhar para a atitude dos Apóstolos antes e depois. Antes, ou seja, na Paixão de Jesus, e depois que receberam o Espírito Santo.

 E vamos começar por S. Pedro, o chefe dos Apóstolos. Na véspera da Paixão de Jesus, Pedro promete seguir a Jesus até à morte. Mas, logo naquela noite, à voz duma criada, nega o divino Mestre; mente, jura, fazer imprecações dizendo que não conhece aquele homem. Se envergonha de Jesus a tal ponto que nem pronuncia Seu Santíssimo Nome! Vamos vê-lo agora no dia do Pentecostes. Anuncia Cristo a milhares de judeus; mais, lança-lhes em rosto, em linguagem cheia de ousadia o terem-No crucificado; prova a sua Ressurreição, exortando-os a fazerem penitência e a receberem o Batismo (Cf. Atos II, 23, 24 e 39). Vemos que não é mais aquele apóstolo tímido que receia o perigo e "fica de longe"; é, ao contrário, a testemunha que proclama diante de todos, com palavras corajosas, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. É outro, nem parece ser a mesma pessoa de 50 e poucos dias antes! O que aconteceu? É que a virtude do Espírito Santo transformou-o; o amor que consagra a Jesus é agora forte e generoso. O próprio Nosso Senhor tinha predito esta transformação, quando disse aos Apóstolos, antes da Ascensão: "Ficai em Jerusalém até serdes revestidos da luz do alto".

Vejamos agora a atitude não só de Pedro mas também de todos os Apóstolos: Poucos dias depois da descida do divino Espírito Santo sobre eles, pregam aos judeus e estes se comovem com as suas palavras, com os milagres que operam, com as conversões que fazem invocando o nome de Jesus. Os príncipes dos sacerdotes e os saduceus que mataram a Jesus, chamam os discípulos e proíbem-lhes pregar o Salvador. Responderam: "Não podemos obedecer às vossas ordens, não podemos deixar de dar testemunho do que vimos e ouvimos" (Atos IV, 18-20). Sabemos que na noite da Paixão todos eles tinham abandonado a Jesus e fugiram; e, mesmo depois da Ressurreição de Jesus "ficaram escondidos numa casa, com as portas e janelas fechadas, com medo dos judeus", como agora, isto é depois da vinda do Espírito Santo, falam assim com tanta coragem? É porque o Espírito Santo é o Espírito de verdade, o Espírito de amor, o Espírito de força.

Agora os Apóstolos se entregam aos suplícios porque, pela vinda do Espírito Santo, o seu amor a Jesus é muito mais forte do que antes. E os judeus, vendo que eles não se importavam com a proibição, chamam-nos aos tribunais. Pedro, em nome de todos, declara que devem "obedecer antes a Deus do que aos homens" (Atos V, 29). Os judeus querendo vencer aquela constância, açoitaram os Apóstolos, antes de os soltar. Mas, após aquele suplício humilhante eles "estavam cheios de alegria por terem sido julgados dignos de sofrer opróbrios pelo nome de Jesus" (Atos V, 41). Essa alegria nos sofrimentos e nas humilhações vinha justamente do Espírito Santo, pois, Ele é o Espírito de CONSOLAÇÃO.

Jesus Cristo que é o Filho de Deus feito homem, também é consolador: "Vinde a mim, vós todos, que estais aflitos, e eu vos consolarei" (S. Mat. XI, 20). E como ensina S. Paulo, Ele é um Pontífice que sabe compadecer-se dos nossos sofrimentos, porque Ele próprio foi também sujeito à dor" (Hebr. IV, 15). Este divino Consolador, porém, devia desaparecer das vistas carnais dos discípulos, porque subiu para os Céus. Por isso, pedia ao Pai que lhes enviasse OUTRO Consolador, igual a Ele, Deus como Ele. Este outro Consolador é o Espírito Santo.

Porque é o Espírito de verdade, este Consolador acalma as necessidades da nossa inteligência; porque é o Espírito de amor, satisfaz os desejos do nosso coração; porque é o Espírito de força, sustenta-nos nos combates e lágrimas na conquista da Pátria do repouso eterno.

Rezemos com a Santa Igreja: "Ó Consolador por excelência, doce hóspede da alma, doce refrigério!" Amém!

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