18. "Ademais, o benefício da caridade mútua entre os
vivos, à qual o sacramento eucarístico traz tanta força e incremento,
derrama-se principalmente, pela virtude do sacrifício, sobre todos aqueles que
são abrangidos pela Comunhão dos Santos. Esta, como ninguém ignora, outra coisa
não é senão uma comunicação mútua de socorros, de expiações, de orações, de benefícios
entre os fiéis, quer os que já estão de posse da pátria celeste, quer os que
ainda estão condenados às chamas expiatórias, quer enfim os que ainda são
viandantes nesta terra, mas não formando todos senão uma só cidade que tem por
cabeça Cristo e por forma a caridade. Ora, a fé ratifica esse dogma: conquanto
só a Deus seja lícito oferecer o augusto sacrifício, podemos entretanto celebrá-lo
em honra dos santos que reinam nos céus com Deus que os coroou, no intuito de nos conciliarmos o patrocínio deles, e
também, como o ensinaram os apóstolos, a fim de apagarmos as faltas de nossos
irmãos que, mortos no Senhor, ainda não expiaram completamente.
19. Assim, pois, a caridade sincera, acostumada a fazer tudo
e a tudo sofrer pela salvação e pelo bem de todos, jorra, abundante, ardente e
cheia de atividade, da santíssima Eucaristia; na Eucaristia Cristo reside, vivo
ele próprio; nela, entrega-se sobretudo ao seu amor para conosco; nela enfim,
arrastado pelo transporte da sua divina caridade, renova incessantemente o seu
sacrifício. Assim, fácil é ver em que fonte os homens apostólicos hauriram a
sua força para os seus duros labores, e d onde as instituições católicas, tão
numerosas e tão diversas, que se têm tornado beneméritas da família humana,
tiram a sua inspiração, o seu poder, a sua perpetuidade e os seus felizes
resultados". (Excerto da Encíclica
"MIRAE CARITATIS" de Leão XIII sobre a Santíssima Eucaristia).
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