sábado, 18 de março de 2017

MAIS EXPLICAÇÕES SOBRE A ATRIÇÃO

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

1. Não basta, para a atrição, o temor dos castigos temporais que Deus inflige aos pecadores nesta vida; pois os teólogos dizem que, assim como o castigo do pecado mortal é eterno, do mesmo modo o motivo do arrependimento deve ser o temor das penas eternas.

2. No ato de atrição, não basta que nos arrependamos somente de ter merecido o inferno; devemo-nos arrepender também DE TER OFENDIDO A DEUS, merecendo por isso o inferno.

3. O Sacrossanto Concílio de Trento diz que o ato de atrição deve ser acompanhado, não só da esperança do perdão, mas ainda da vontade de não mais pecar. De modo que, se alguém se arrependesse das suas faltas por causa do inferno que mereceu, ficando, porém, disposto a não deixar de pecar, caso o inferno não existisse, uma tal dor de nada lhe serviria; torná-lo-ia mais culpado ainda por causa da sua má vontade.

4. É preciso observar, além disso, que, ainda que a atrição, como foi dito, baste para se obter a graça neste sacramento, o penitente, confessando-se, deve juntar ainda assim ao ato de atrição o de contrição, tanto para sua maior segurança, com para seu maior bem.

Caríssimos, no próximo post, se Deus quiser, falaremos mais sobre a contrição e aí, comparando com a atrição teremos uma noção clara de ambas. Mas, ou nos catecismos para os jovens, ou para as crianças, e até mesmo nos retiros que já preguei, quase sempre ao falar da contrição e da atrição, contava um exemplo como parábola. Embora ele seja mais próprio para as crianças, peço permissão para contá-lo aqui para todos os caríssimos leitores. Em se tratando de algo um tanto subtil, nunca é demais empregarmos todos os recursos para se chegar a uma total clareza.


EXEMPLO QUE MOSTRA A DIFERENÇA ENTRE CONTRIÇÃO E ATRIÇÃO: O Padre Giuseppe Mortarino, I. C., no seu livro "A PALAVRA DE DEUS EM EXEMPLOS", conta às crianças a seguinte parábola: Dois jovens, irmãos, que tinham a mãe enferma, foram mandados pelo pai à farmácia a fim de buscarem um remédio. Mas na rua viram uma porção de jovens que iam atrás de um homem que levava um urso. Aí os dois irmãos seguiram também o homem, para verem o urso dançar, não pensando mais no remédio. Quando se lembraram, fizeram o mandado. E, de volta para casa, dizia magoado um deles: "Ai de mim! que fizemos! Agora estou com medo das pancadas que papai me dará". - O outro no entanto exclamava com grande desgosto: Como fomos maus! Desgostamos papai, que é tão bom!"  Ao primeiro se parece o pecador que se arrepende por temor dos castigos divinos (dor imperfeita ou atrição). Ao outro se assemelha quem se arrepende por ter ofendido um Deus tão bom (dor perfeita, ou contrição). É claro que toda comparação claudica. Mas meditando nos detalhes que expusemos sobre a atrição, todos terão facilidade em entender a atrição em seu pleno sentido. E agora, na próxima postagem sobre este assunto, vamos dar maiores detalhes sobre a contrição, se Deus quiser. Amém!

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