sábado, 25 de março de 2017

CARTA PASTORAL SOBRE A PRESERVAÇÃO DA FÉ E DOS BONS COSTUMES


Escrita por D. Antônio de Castro Mayer por ocasião do 250º  do encontro da milagrosa imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e do 50º aniversário das aparições de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

 N.B.:  Hoje, cinqüenta anos depois, vamos, com a graça de Deus publicar em nosso blog ZELO ZELATUS SUM, esta Carta Pastoral, colocando apenas tricentenário em lugar de 250º anos, e centenário em lugar de 50º anos. Cada dia postaremos um trecho desta apologia da devoção a Nossa Senhora, que o então Bispo de Campos, RJ, Brasil, fez como homenagem a Mãe de Deus e nossa. O nosso estimado Bispo, de santa memória, escreveu esta Carta Pastoral na festa da Purificação de Nossa Senhora; vamos iniciar sua publicação na festa da Anunciação.

I
"A HISTÓRIA da humanidade é escrita pela bondade de Deus e a ingratidão dos homens. E nossa miséria é tanta, que nos levaria ao desespero se maior não fosse a inefável misericórdia divina, que em nós deposita a esperança. Porquanto ao coração contrito e humilhado, Deus nunca recusa seu perdão, sua graça, seu amor. Mais. A Revelação nos mostra o Salvador como que a perseguir os pecadores, a esmolar-lhes um ato de arrependimento para inundá-los com sua Redenção. E o que aconteceu nos abençoados dias da vida pública do Salvador continua no decurso dos séculos. As irrupções celestes na vida dos homens são outras tantas manifestações da misericórdia com que Deus Se empenha na conversão e salvação eterna dos pecadores. Neste ano, temos a felicidade de comemorar duas dessas celestes irrupções. Estamos [no 250º ano] no tricentenário do encontro da milagrosa Imagem de Nossa Senhora da Conceição aparecida, no rio Paraíba, junto ao porto de Itaguaçu, no Estado de São Paulo, e no [50º ano] centenário das aparições de Nossa Senhora do Rosário na Cova da Iria, em Fátima de Portugal. E estes dois aniversários são novos convites da graça que a nós nos importa muito aproveitar.

Há [duzentos e cinquenta anos] trezentos anos, em outubro de 1717, uns humildes e bondosos pescadores, empenhados numa pesca noturna no Rio Paraíba, perto do porto de Itaguaçu, nada obtinham, quando, já meio desanimados, colhem na rede uma imagem de barro de Nossa Senhora da Conceição, com traços perfeitos, belos e artísticos. Animados com a descoberta, lançam novamente as redes e colhem uma multidão de peixes que a custo levaram à margem do rio. O fato miraculoso encheu-os de gratidão para com a Mãe Celeste. Construíram no local uma ermida, que se constituiu desde logo alvo de peregrinações piedosas, avolumadas cada vez mais à vista das graças especiais obtidas pela intercessão da Virgem Aparecida. Levantou-se mais tarde a bela Basílica  que encima o morro vizinho. Em 1904 o Cabido da Basílica Vaticana decretou a coração da Imagem, realizada pelo então Bispo de São Paulo, D. José de Camargo Barro, circundado por inúmeros Prelados do País; em 1930 Pio XI constituiu a Virgem Santíssima da Conceição Aparecida Padroeira do Brasil, e hoje a nação inteira esforça-se por dar à sua Patrona celeste um santuário maior que possa acolher todos os peregrinos que vão venerá-la, agradecer-lhe uma graça recebida, ou pedir um auxílio novo para uma necessidade grave.

A preparar condignamente o povo brasileiro para a comemoração [deste] do 250º aniversário, a Imagem milagrosa da Aparecida percorreu os Estados do País, como que a convidar seus filhos a uma visita ao seu santuário. Assim, tivemos a graça inefável de hospedá-la nos dias 9 a 13 de dezembro passado. Cumpre-nos agora retribuir tão honrosa visita. Para mais nos animar a essa peregrinação ao santuário da Padroeira do Brasil, o Santo Padre concedeu um jubileu a ser lucrado em Aparecida durante este ano de 1967. Como a experiência demonstrou ser praticamente impossível uma peregrinação de toda a Diocese, recomendamos vivamente que nossos Párocos e Vigários organizem peregrinações das respectivas freguesias, de maneira que no decurso deste ano a Diocese de Campos tenha sempre aos pés da Padroeira celeste quem suplique pela muitas necessidades desta região.

Não nos esqueçamos, no entanto, de que a melhor maneira de honrar a Virgem Mãe Aparecida é a emenda de vida, mediante a prática das virtudes cristãs, o espírito de penitência e mortificação.


Fato que de si se impõe, uma vez que ele encerra toda a pregação de Jesus Cristo a seus Apóstolos; mas que se torna ainda mais evidente quando consideramos a mensagem de Fátima, cujo [cinquentenário] centenário estamos a comemorar". 

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