domingo, 8 de maio de 2016

MARIA, MÃE DO BELO AMOR

LEITURA ESPIRITUAL PARA O DIA DAS MÃES

"Ad Jesum per Mariam"
Pelo  servo de Deus Pe. Mateo Crawley-Boevey SS. CC.
"Maria, da qual nasceu Jesus" (Mt 1, 16 ). [Acrescentei este texto bíblico]

(...) Ab initio et ante saecula, desde toda a eternidade (Ecli 24, 17) já estava íntima e inseparavelmente unida a Rainha ao Verbo, no plano que este devia realizar como Salvador dos filhos decaídos. Com o Redentor, a Corredentora Imaculada! Respeitemos e adoremos os desígnios do Altíssimo. Conservemos perfeitamente unidos os Corações que Deus mesmo uniu, o de Jesus e o de Maria. A eles honra e glória!
Meu caminho para chegar ao Santo dos Santos, ao Coração mesmo de Jesus, até o mais íntimo desse santuário de justiça e de amor, tenho-o perfeitamente traçado: o caminho obrigatório e direto é Maria!
Assim como ninguém conhece o Pai senão aquele a quem o Filho o revelar (Mt 11, 27), assim também, em outro plano e relativamente falando, poderíamos dizer que não alcança o Rei senão aquele a quem se revelar a formosura da Rainha.
Por Maria chega do Pai até nós o Verbo. Teria podido tomar mil outros caminhos, ou nenhum, aparecendo e apresentando-se quando quisesse, uma vez que, sendo Deus, não necessitava de pontes e intermediários. Mas assim se manifesta patentemente a vontade de Deus: que Maria entre de cheio no plano divino. Assim como Deus vem aos homens por Maria, os homens resgatados devem alcançar a Deus por intermédio d'Ela. Porque o quis positivamente, Jesus fez de sua Mãe ponte indispensável.
Com efeito, nenhum cristão digno do nome pretenderá tomar um caminho que não seja Maria, o traçado por Aquele que chamou a si mesmo "o Caminho".
Seria pretender corrigir os planos de um Deus e emendar uma afirmação sua, feita por meio do prodígio assombroso da Encarnação, não querer passar pelos braços da Rainha Imaculada, ao ir em busca de Deus e ao encontro de seu Filho.
Observemos aqui, que Maria não é um desvio, por belo e sublime que fosse, na senda que nos traz a Deus ou que nos leva a Ele. quero dizer que, eliminando por um momento a Maria, não retificamos a linha, não encurtamos a distância. Suprimir a intermediária divina que é a Mãe de Jesus, não é o mesmo que num palácio fazer desaparecer a antecâmara do Rei. Oh, não !
Maria, desde 25 de março, foi de tal modo e por tal forma colocada entre Deus e os homens que, desde então, quem pretendesse iludir sua intervenção, quem quisesse eliminar ess "porta do céu", alongaria tanto o caminho e o faria tão fatigante e perigoso, que correria o risco de não chegar à meta final.
Mais que interessante é comovedor pensar que, em Belém, os pastorinhos, os Reis, o próprio José recebem das mãos de Maria o adorável Menino.
Ela toma o seu tesouro e, no seu direito de propriedade, depois de beijá-Lo e abraçá-Lo, "empresta-O" aos afortunados a quem uma vocação especial atraiu ao presépio. E, tendo acariciado e adorado o Menino, devolvem-no a Maria, consciente e amorosa arca de tão grande riqueza.
É indubitável que, durante largos anos, sendo embora, como hoje diríamos, maior de idade, Jesus não tenha feito nada de importante - ia dizer não se distanciou da casinha venturosa de Nazaré - sem pedir licença a sua Mãe, ainda que não fosse senão para dar-lhe sempre um prova a mais de ternura e amor filial.
Aquele "subditus illis" (Lc 2, 51) "era-Lhes submisso" é abismo insondável no qual se destaca com muito relevo Maria que manda, decide, ordena como Rainha, e Jesus que obedece.
Essa atitude de Nosso Senhor, a sua voluntária dependência de Maria, essa situação de Maria possuidora e dispenseira de Jesus, perdura ainda por vontade de Jesus; e perdura realçada e sublimada pelo estado de glória do Filho e da Mãe.
Quem chegou a Belém ou a Nazaré conhecendo já a Maria, ou acorreu confiante a ela solicitando o gozo e a glória de poder contemplar o Menino adormecido, ou dar-lhe um beijo, jamais se desapontou. Tanto mais hoje em dia, porque a Assunção de Maria e sua coroação no céu não empalideceram por certo - oh, não! - nenhum dos seus privilégios e ainda menos nenhum dos seus direitos. Ao contrário, o céu os ratificou todos. Uma outra observação: Maria é uma criatura, é a Nazarena, quase deusa por sua hierarquia, única entre todas as criaturas por sua maternidade divina, mas irmã nossa, da nossa carne e do nosso sangue.
No corte portanto da qual Ela é Rainha, rodeada de espíritos angélicos, somos os preferidos porque realmente congêneres e irmãos da Soberana. Quero dizer que, se admitindo o impossível, tivesse Ela que escolher, Ela, a Nazarena, entre confiar Jesus a um anjo ou a uma Santa Teresinha, não vacilaria, e Teresinha teria a melhor parte, por ser da raça e do sangue de Maria.
"Tu és, Rainha Imaculada, a ponte estendida por Deus mesmo entre o Paraíso que perdemos e o Paraíso que esperamos".
Venha Jesus a nós, das Tuas mãos! Carrega-nos sobre ela, Rainha e Mãe, até as profundezas do seu Coração Adorável!"
O primeiro Mestre do amor de Maria é Jesus.
A principal razão por que devo amá-la, sem medir a torrente das minhas ternuras para com Ela, é que o primeiro dos amores do Coração de Jesus, depois de seu Pai Celeste, foi Maria.
A primeira palavra que o Bebê divino balbuciou, quando apenas desatara sua língua, foi seguramente "Mãe... Maria". E a fibra mais delicada do seu Coração de Homem-Deus reservara-a para sua Mãe Imaculada. Amou com só Deus pode amar a criatura mais perfeita saída de suas mãos, a única santa. Tota pulchra, "toda formosa!" (Cânt. 4, 7).
Amou-a com só Deus poderia amar àquela de quem ia tomar a carne e o sangue humanos para ser, pela Paixão e Morte, já agora possíveis, o Salvador do mundo. Constituiu Maria, nesse mesmo momento, em colaboradora direta, em Corredentora.
Amou-a Jesus com gratidão de Deus, porque, com seu "Fiat", completara Ela o que faltava a Deus: a possibilidade de agonizar e morrer.
Amou-a Jesus com gratidão de Filho, dormiu tranqüilo em seu regaço materno. Seu Coração gozou as ternuras e desvelos, as carícias e as lágrimas amorosas que Maria, e só Maria, era capaz de prodigalizar ao Filho de Deus vivo, Filho seu!
Amou-a Jesus durante trinta anos de intimidade. Na mais estreita convivência, foram-se fundindo, mais e mais  - se fosse possível -  os Corações do Filho e da Mãe, naquele diálogo perpétuo das suas duas almas, naquela paixão e agonias secretas que os crucificava a ambos, já desde então, na mesma cruz.
Amou-a Jesus na Sexta-Feira Santa. Como lhe deu o seu Coração, durante a via dolorosa, para fortificá-la e consolá-la...! Quanto a amou ao cravar n'Ela os olhos moribundos, ao confiar-lhe, em João, todas as almas e a Igreja, ao despedir-se d'Ela que recebera o seu primeiro vagido e suas primeiras lágrimas em Belém! (...).
Em boa escola aprendemos nós, o amor a Maria. Nada menos que no Coração de Jesus! (...) Para não desviar, nem pouco, nem muito, quero amar o que Ele amou, e quanto possível, como Ele amou. (...) Dando-me, pois, a Maria, não só não subtraio nenhuma migalha a Jesus, mas, por imitá-Lo no amor à sua Mãe, torno-me mais unido ainda ao seu Sagrado Coração. (...)


Extraído do livro "JESUS, REI DE AMOR".

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