sexta-feira, 4 de março de 2016

A RELIGIÃO CATÓLICA: em progresso ou em crise?

   Só porque está mais popular, dizem que a Igreja Católica está em progresso. Na verdade a tendência que atualmente se nota para identificar o Cristianismo com o mundo, com as aspirações materiais e as preocupações ecológicas, (estas últimas legítimas, mas puramente materiais) representa como que uma ablação do espírito que deve animar e constituir a essência íntima da religião de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua Justiça..." Tal confusão pode, na verdade, popularizar uma religião a que se dê o nome de Cristianismo, mas que o verdadeiro Cristianismo possa ser popular isso é coisa mais que duvidosa, já que o próprio Divino Mestre disse: "Separei-vos de mundo e por isso o mundo vos odiará". 

   Hoje, parte-se do princípio que a Religião serve para "empurrar para a frente" os movimentos de sabor do mundo ou, ao menos, da alçada do mundo. Ouço, no entanto, o Divino Mestre, exclamar: "Deixem que os mortos enterrem os mortos". Quiçá até os marxistas estão pensando que a Igreja Católica está prestando para alguma coisa! Mas o que é progresso para os inimigos da Igreja, é desabono para a mesma. 

   Nietzsche (1844-1900), filósofo,  por cujo orgulho monstruoso e insensato se colocou conscientemente no lugar de Deus, na sua loucura profética, previu séculos de guerras: "Anuncio o advento duma idade trágica... Temos que nos preparar para uma longa série de ruínas, devastações e revoltas... Haverá guerras como jamais o mundo viu... Não tardará que a Europa fique envolta em trevas, e assistiremos ao alastrar dessa escuridão... Vem aí uma catástrofe em que toda a Terra se contorcerá numa agonia atroz". Tudo indica que foi inspirado por Lúcifer. Ele mesmo disse a causa desta profecia: esta carnificina, cujo nome ele não quis dar, seria, segundo ele, o resultado do ateísmo que ele mesmo pregava. Um ateísmo militante, por cuja inspiração satânica, o homem quer a morte de Deus: "Devemos, disse este monstro, fazer da morte de Deus a vontade esplêndida e suprema". Nietzsche antevê que "a morte de Deus terá necessariamente repercussões terríveis, pois que a humanidade anti-Deus caminharia apressadamente para a sua própria destruição. Na verdade, a explicação católica é a seguinte: se o homem não for a imagem e semelhança de Deus, se for apenas o pseudo-deus, estará implicitamente desinteressado no seu íntimo, exatamente como se a sua alma tivesse sofrido uma desintegração atômica de ordem psíquica. O homem assim encontrar-se-á preparado para destruir o mundo; ou melhor, terá deixado de ser homem, porque nada lhe restará do que constitui a dignidade humana. Assim, um ateísmo que quer a morte de Deus, necessariamente quer também a morte do homem.  O homem que odeia a Deus, odiar-se-á a si próprio e o seu semelhante. O homem sem Deus quer a aniquilação do mundo. 

   Qual seria o remédio? Pregar ecologia? Também talvez. Mas cabe a Santa Madre Igreja procurar a santidade para que os homens se voltem para a Deus e vivam para Aquele que morreu por nós. 

    Mas hoje muitos se afastam do Catolicismo, não por achá-lo difícil e rígido, mas porque lhes parece demasiado condescendente e fácil; ou, em outras palavras, por vê-lo ecumênico e nada missionário. Conscientemente ou não (em se tratando de cada Padre conciliar em particular, só Deus o sabe) o famigerado "subsistit  in" deu lugar até à Nova Era.  No entanto, não falta quem considere imediatamente como manifestação de hostilidade as justas censuras que corretamente ainda fazem os que permanecem na sã doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo.  Na verdade, os liberais dentro da Igreja só conseguirão fazer os homens do século XXI, pessoas inertes e infelizes. Pois sem Deus não há verdadeira prosperidade e felicidade. Por isso também, a depressão será a doença deste século.  Em geral, o homem de hoje, em lugar de confiar no Sacratíssimo Coração de Jesus e no Imaculado Coração de Maria, prefere enquadrar-se na multidão que adora o ídolo do globalismo, do totalitarismo e do progressismo. Não querem gozar a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Surgem indivíduos que, segundo as palavras de São Paulo, transformam "a glória de Deus incorruptível numa imagem feita à semelhança do homem corruptível"

   Caríssimos, é necessário não esquecermos que no tempo de vida concedido a cada ser humano está implícita a eternidade que o aguarda após a morte. "Que adianta, disse Nosso Senhor Jesus Cristo, ganhar o mundo todo, se se vier a perder a alma". Por isso termino com Santo Agostinho: "Ó Senhor, os nossos corações foram feitos para Vós, e estarão inquietos enquanto não repousarem em Vós" Amém. 

   

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