quinta-feira, 11 de agosto de 2011

UMA PÁGINA DO BEATO PAPA JOÃO XXIII

EXTRAÍDO DA ENCÍCLICA "AD PETRI CATHEDRAM" sobre a VERDADE, a UNIDADE  e a PAZ.
   "Conhecemos a pequenez da nossa pessoa, que Deus, não pelos nossos méritos, mas por oculto desígnio Seu, se dignou elevar à dignidade de Sumo Pontífice. Por isso, a todos os nossos irmãos e filhos separados desta Cátedra de Pedro, repetimos as palavras: "Eu sou José, vosso irmão". Vinde; "compreendei-nos (2Cor.VII,2); não queremos outra coisa, não desejamos outra coisa, não pedimos a Deus outra coisa, senão a vossa salvação, a vossa eterna felicidade. Vinde; desta suspirada unidade e concórdia, que deve ser alimentada pela caridade fraterna, nascerá grande paz que, por meio do concêrto angélico sobre o seu presépio, Cristo anunciou aos homens de boa vontade, e que depois do instituição da Eucaristia como Sacramento e Sacrifício, deu com estas palavras: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; dou-vo-la  não como a dá o mundo" (S. Jo. XIV, 27).
   "Paz e alegria; sim também a alegria porque aqueles que pertencem real e eficazmente ao Corpo  Místico de Cristo, que é a Igreja Católica, participam daquela vida, que da Cabeça divina deriva para todos os membros. Esta fará que todos os que obedecem aos preceitos e mandamentos do nosso Redentor possam gazar já nesta existência mortal aquela alegria que é o penhor e anúncio da eterna felicidade do céu.
   Mas esta paz, esta felicidade, enquanto percorremos o árduo caminho nesta terra de exílio, é ainda imperfeita. Não é paz completamente tranqüila, de todo serena. É paz operosa, não ociosa nem inerte. Sobretudo é paz militante contra todo o êrro, mesmo que dissimulado sob aparências de verdade, contra o atrativo e seduções do vício, e contra toda a espécie de inimigos da alma, que procuram enfraquecer, manchar e arruinar os bons costumes ou a nossa fé católica; e também contra os ódios, rivalidades, dissídios que a podem destruir completamente. Por isso, o Divino Redentor nos deu e recomendou a SUA paz.
   A paz, portanto, que devemos procurar e esforçar-nos por conseguir, deve ser a paz que não cede ao erro, que não se compromete de nenhum modo com fautores do erro, que não se entrega aos vícios e que evita toda discórdia. É paz que exige, da parte dos que a desejam, a pronta renúncia às comodidades e vantagens próprias por causa da verdade e da justiça, segundo a recomendação evangélica: "Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça..."(Mat.VI, 33). 

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