quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O MODERNISTA TEÓLOGO

  Diz São Pio X na Encíclica "Pascendi", nº 3: "Pasmem embora homens de tal casta que nós os ponhamos no número dos inimigos da Igreja: não poderá, porém, pasmar com razão quem quer que, postas de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplique a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir de que lançam eles mão. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja". 
  Tenho feito uma série de postagens sobre o Modernismo, resumindo o que São Pio X diz na Encíclica "Pascendi". E creio necessário repetir a ressalva feita por São Pio X: "... postas de lado as intenções de que só Deus é juiz". 
   Isto feito, continuemos com a graça de Deus, hoje falando sobre o Modernista Teólogo.
  Os modernistas dizem que a ciência tem primazia sobre a fé. Mas como conciliar ambas? O teólogo modernista se utiliza dos mesmos princípios da imanência e do simbolismo. Diz o filósofo que o princípio da fé é imanente( está dentro do homem); acrescenta o crente: esse princípio é Deus; conclui o teólogo: logo, Deus é imanente no homem. Daí vem a imanência teológica. Outra adaptação: o filósofo tem por certo de que as representações da fé são puramente simbólicas; o crente afirma que o objeto da fé é Deus em si mesmo; conclui o teólogo: logo, as representações da realidade divina são simbólicas. Daí: o simbolismo teológico
 Quanto ao simbolismo: não deve apegar-se demais à fórmula. Usar delas só tanto quanto forem úteis. 
 Quanto à imanência: Três explicações entre os modernistas: Uns: Deus operando no homem, está mais intimamente no homem do que o próprio homem em si mesmo; e esta afirmação, se bem entendida, não merece censura. Outros dizem: a ação divina é uma e a mesma com a ação da natureza. Crítica: isto destruiria a ordem sobrenatural. Outros mais lógicos com os seus princípios, caem no panteísmo. 

  Os modernistas estabelecem ainda outro postulado: a permanência divina. Um exemplo: Dizem os modernistas que não se pode dizer que a Igreja e os Sacramentos foram instituídos pelo próprio Cristo. Explicam: isto não é permitido pelo agnosticismo, que em Cristo, não vê mais do que um homem, cuja consciência religiosa, como a de qualquer outro homem, pouco a pouco se formou; não o permite a lei da imanência, que não admite externas aplicações: proíbe-o também a lei da evolução, que para o desenvolvimento dos germes requer tempo e uma certa série de circunstâncias; proíbe-o enfim a história, que mostra que tal foi realmente o curso dos acontecimentos. Admitem que a Igreja e os Sacramentos foram instituídos mediatamente por Cristo. Como? Todas as consciências cristãs, dizem, estavam, virtualmente incluídas na consciência de Cristo, como a planta na semente. Ora, como os rebentos vivem a vida da semente, assim também deve afirmar-se que todos os cristãos vivem a vida de Cristo. Mas a vida de Cristo segundo a fé é divina; logo, também a vida dos cristãos. Se pois esta vida, no correr dos séculos, deu origem à Igreja e aos Sacramentos, com toda a razão se poderá dizer que tal origem procede de Cristo e é divina. 
   Até aqui sobre a origem e a natureza da fé. E agora, como explicar a origem do DOGMA. Dizem: o dogma nasce da necessidade que o crente experimenta de elaborar o seu pensamento religioso, a fim de tornar sempre mais clara a sua consciência e a de outrem. Deve-se esquadrinhar e polir a fórmula primitiva não pela razão mas segundo às circunstâncias, vitalmente. Assim vão se formando fórmulas secundárias, que mais tarde, sintetizadas e reunidas em um único todo doutrinal, quando forem ratificadas pelo público magistério como correspondentes à consciência comum, são chamados DOGMAS. 

 E quanto ao CULTO E OS SACRAMENTOS.? O culto resulta de um duplo impulso: primeiro, dar à religião alguma coisa sensível para poder se propagar; e segundo, dar à religião atos santificantes que sãos os Sacramentos. Mas, para os modernistas, os sacramentos são meros símbolos ou sinais. A eficácia dos sacramentos está em poder impressionar os ânimos, despertando o sentimento religioso. Os sacramentos, portanto, foram instituídos apenas para nutrirem a fé. (Erro condenado pelo C. de Trento). 

 E os LIVROS SAGRADOS? Deus está dentro de nós e agitados por Ele nós nos inflamamos. Deste modo é que se deve explicar a origem da inspiração dos Livros Sagrados. Os Livros Sagrados para os modernistas seriam uma coleção de experiências extraordinárias

Observação: O que a teologia modernista diz sobre a IGREJA, veremos, se Deus quiser, no próximo post. 




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