SEXTO DIA
ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS DA NOVENA: Ó Santa Teresinha, branca e mimosa
flor de Jesus e de Maria, que embalsamais o Carmelo e o mundo inteiro com o
vosso suave perfume, atraí-nos e convosco correremos em seguimento de Jesus,
nosso Deus e único Bem, pelo caminho da renúncia, do amor e do abandono.
Fazei-nos simples e dóceis, humildes e confiantes para com nosso Pai do Céu.
Ah! não permitais que O ofendamos pelo pecado, que O contristemos pela desconfiança.
Assisti-nos em todos os perigos e necessidades, socorrei-nos em todas as
aflições e alcançai-nos todas as graças espirituais e temporais,
particularmente...
Lembrai-vos.
ó Santa Teresinha do Menino Jesus, que prometestes passar o vosso Céu fazendo
bem sobre a terra, sem descanso, até ver completo o número dos eleitos.
Ah! cumpri
em nós vossa promessa: sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não
descanseis até que nos vejais no Céu, cantando ao vosso lado eternamente as
ternuras do amor misericordioso do Coração de Jesus e do Coração de Maria.
Assim seja!
ORAÇÃO PARA O 6º DIA: Divino Jesus, Filho Eterno do Eterno
Pai, nas Bodas de Caná, ao antecipar a vossa hora de fazer milagres, quisestes
deixar bem claro o poder de intercessão
de vossa Mãe junto ao vosso Coração; e no alto da Cruz, ao dizer a S. João
Evangelista: "Eis aí a tua mãe", demonstrastes também claramente, que
queríeis, na pessoa do discípulo predileto, dar-nos , Maria por nossa Mãe. Ó Redentor do mundo, feito de uma Mulher
bendita entre as demais mulheres, aclamada bem-aventurada por todas as
gerações, lembrai-Vos daquela terna
devoção que Santa Teresinha
demonstrava a Virgem Maria, e
concedei-nos que tenhamos igualmente uma verdadeira e terna devoção a Vossa Mãe
Santíssima.
E agora
Santa Teresinha do Menino Jesus, mais uma vez a vós nos dirigimos, com grande
confiança, implorando-vos esta graça: uma
terna e verdadeira devoção a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus. Compreendendo
que não se pode amar a Jesus sem amar
também a sua Mãe, tínheis à Virgem Santíssima um verdadeiro amor filial e
quisestes ser, desde a infância, a "florinha da Mãe de Deus",
florescendo e espalhando o vosso perfume só para ela e para Jesus.
Ó Santa
Teresinha, fazei vossa, a minha aflição: dizei por mim uma palavra àquela
Virgem Imaculada que vos sorriu na manhã da vida, curando-vos de uma doença
estranha. Consegui que também nós
cresçamos dia a dia no amor a Bendita Mãe de Deus, para que por Ela cheguemos a
Jesus, e por Jesus e Maria alcancemos a felicidade do Céu. Amém!
JACULATÓRIA: Santa Teresinha, dedicada filha de
Maria! Rogai por nós!
OREMOS: Senhor Jesus Cristo, Esposo e amante
das almas puras, as quais distinguis com coroa especialíssima: concedei-nos por
intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, a graça de segui-la aqui na
terra, amando-Vos com todo o nosso coração, para que com ela recebamos o prêmio
da eterna recompensa. Vós que viveis e reinais, pelos séculos dos séculos.
Amém.
Pai-Nosso,
Ave-Maria, Glória ao Pai.
LEITURA PARA O 6º DIA
SANTA TERESINHA E A
DEVOÇÃO A MARIA SANTÍSSIMA
Teresa, aos
dez anos de idade, foi acometida de um doença estranha. É impressionante como
ela na Autobiografia (História de Uma Alma), no fim do capítulo terceiro
afirma: "A doença que me atingira
provinha certamente do demônio". E Santa Teresinha afirma, sem a menor
sombra de dúvida, que foi a Virgem Maria que a curou:
"Estávamos
no belo mês de maio. Toda a natureza se guarnecia de flores e trescalava de
alegria. Só a "florzinha" enlanguescia
e parecia murchar para sempre... Entretanto tinha junto de si um Sol. Esse Sol
era a "imagem milagrosa da Santíssima Virgem que, por duas vezes tinha
falado à Mamãe. Amiúde, sim, bem amiúde, a florzinha pendia sua corola em
direção do Astro bendito... Certo dia, vi quando Papai entrou no quarto de
Maria, onde eu estava acamada. Deu-lhe, com expressão de grande tristeza,
várias moedas de ouro, dizendo-lhe escrevesse para Paris, mandando celebrar
missas em honra de Nossa Senhora das Vitórias, para curar sua pobre filhinha.
Oh! como me comoveu ver a fé e o amor do meu querido Rei!... Para minha cura se
fazia mister um milagre e foi Nossa
Senhora das Vitórias que o fez. Num domingo (durante a novena das missas),
Maria [sua irmã] saiu para o jardim, e deixou-me com Leônia, que lia perto da
janela. Ao cabo de alguns minutos, pus-me a chamar quase que à surdina:
"Mamã... Mamã"... Habituada a ouvir-me sempre chamar assim, Leônia
não me deu atenção. Isso durou muito tempo. Então chamei mais forte, e por fim
Maria voltou. Vi perfeitamente quando entrou, mas não conseguia dizer que a
reconhecia, continuando a chamar cada vez mais forte: "Mamã". Padecia muito com a luta violenta e
inexplicável, e Maria talvez sofresse mais do que eu. Após baldados esforços
para me mostrar que estava junto de mim, pôs-se de joelhos perto de minha cama,
com Leônia e Celina. Voltando-se depois para a Santíssima Virgem, e rezando-lhe
com o fervor de uma mãe que pede pela
vida de sua filha, Maria alcançou o que desejava... Por não encontrar nenhuma
ajuda na terra, a coitada da Teresinha também se voltara para sua Mãe do Céu,
suplicando-lhe de todo o coração, tivesse enfim piedade dela... De repente, a
Santíssima Virgem me pareceu bela, tão
bela, como nunca tinha visto nada tão formoso. O rosto irradiava inefável
bondade e ternura, mas o que me calou no fundo da alma foi o "empolgante sorriso da Santíssima Virgem".
Nesta altura, desvaneceram-se todos os meus sofrimentos. Das pálpebras me
saltaram duas grossas lágrimas e deslizaram silenciosas sobre as faces. Eram
lágrimas de uma alegria sem inquietação... Oh! pensei comigo, a Santíssima
Virgem sorriu para mim, como sou feliz... Baixei os olhos e enxerguei Maria...
Parecia emocionada e dava impressão de suspeitar o favor que a Santíssima
Virgem me concedera...Realmente, a florzinha ia renascer para a vida, o Raio
luminoso que a reanimara não pararia suas benemerências. Não atuou de uma só
vez, mas de modo manso e agradável foi levantando e revigorando sua flor, de
tal sorte que cinco anos depois ela desabrocharia na montanha do Carmelo.
No dia de sua primeira comunhão, Teresinha fez sua consagração como Filha de Maria. Eis
suas palavras: "Na parte
da tarde, fui eu quem recitou o ato de consagração à Santíssima Virgem. Era
muito justo que, em nome de minhas companheiras, falasse à minha Mãe do Céu, eu
que tão cedo me privara de minha Mãe da terra. De todo o coração me pus a falar-lhe, a consagrar-me a ela, como
filha que se lança aos braços da Mãe, pedindo-lhe velar sobre ela. Parece-me
que a Santíssima Virgem terá olhado para sua florzinha e ter-lhe-á sorrido, pois não foi ela quem a curara
com visível sorriso?... Não foi ela
que no cálice de sua florzinha depositara seu Jesus, a Flor dos Campos, o Lírio
do Vale? (Ct II, 1).
Eis o que Sóror Genoveva da S. Face (Celina) diz no
livro "CONSELHOS E LEMBRANÇAS: "A estátua da Santíssima Virgem que se
tinha animado para lhe sorrir, quando da sua cura milagrosa, era seu consolo.
Quando da minha entrada no Carmelo se trouxe esta estátua, Sóror Teresa do
Menino Jesus dirigiu-se para a porta do convento para a receber e, segurando-a
com um movimento rápido, apertando-a com amor, levou-a com a mesma facilidade
com que se levanta uma pena, se bem que ela fosse muito pesada. As irmãs
presentes ficaram surpreendidas e edificadas. Muitas vezes, depois, vi-a
ajoelhar-se a seus pés e rezar-lhe com grande fervor. Durante a sua última
doença, colocaram-na diante do seu leito. Sem cessar os seus olhos se voltavam
para ela.
Teresa
gostava de distribuir medalhas da Santíssima Virgem não duvidando da eficácia
delas. No mundo, pregara-as ao peito de duas moças pobres que ela ensinava; e persuadira
uma jornaleira incrédula a usar a que ela lhe oferecia.
Na sua
primeira comunhão, tomou a resolução de recitar todos os dias um
"Lembrai-vos" e, assim, o fez durante toda a sua vida. Rezava o Terço
todos os dias; mas estas práticas exteriores eram um pálido reflexo da sua
intimidade com a sua Mãe querida a quem ela chamava "Mamã.
Achava que
todas as conversões deviam ser obtidas pela invocação de Maria e
recomendava à Santíssima Virgem todas as
suas intenções. Antes de iniciar os seus trabalhos, rezava uma Ave-Maria.
Já estava
muito doente quando compôs o seu cântico: "Porque
te amo, ó Maria". Neste cântico pôs todo o seu coração". Amém!
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