quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

A JUSTIÇA E A MISERICÓRDIA DE DEUS

 Ao meditar o Salmo 72, falamos sobre a Justiça de Deus; e na meditação do Salmo 102, consideramos a Sua Misericórdia. Vamos, com a graça de Deus, considerar agora a Justiça e a Misericórdia em Deus, seguindo S. Tomás de Aquino, Suma Teológica, 1ª Parte, questão 21. Resumirei os 4 artigos. 

No Artigo 1º S. Tomás prova que em Deus há Justiça: "O Senhor é justo e Ele amou a justiça" (Salmo X, 8). Há duas espécies de justiça: 1- a comutativa, isto é, reguladora das trocas e tratos. Essa não convém a Deus, segundo diz S. Paulo: "Quem Lhe deu alguma coisa primeiro para que tenha de receber em troca?" (Rom XI, 35); 2- a distributiva: pela qual um governador ou administrador dá segundo a dignidade de cada um. Esta convém a Deus. A Justiça em Deus, umas vezes, é conveniência com a sua bondade, e, outras, é retribuição dos méritos. E cita S. Anselmo: "Senhor, sois justo punindo os maus, porque é isso exatamente o que mereceram; mas sois justo também quando os perdoais, porque isso está de acordo com a Vossa bondade". 

No Artigo 2º S. Tomás prova que a Justiça de Deus é verdade. Cita o Salmo 84, 11: "A  misericórdia e a verdade se encontraram". E o doutor angélico demonstra que aí a palavra VERDADE  significa JUSTIÇA. 

No Artigo 3º S. Tomás prova que a MISERICÓRDIA convém a Deus, isto é, que Deus é misericórdia. E cita o Salmo 110, 4: "O Senhor é misericordioso e compassivo". Deus age misericordiosamente quando faz alguma coisa além da sua justiça, não contra ela. Por ex.: quem desse 200 reais ao credor, ao qual só deve 100 reais, não pecaria contra a justiça, mas agiria liberal e misericordiosamente. O mesmo se daria com quem perdoasse a injúria que lhe foi feita. Donde se conclui que, a misericórdia não suprime a justiça, mas é uma certa plenitude dela. Por isso é que a Sagrada Escritura diz: "A misericórdia triunfa do juízo" (Tiago II, 13). 

No Artigo 4º S. Tomás mostra que em todas as obras de Deus, há misericórdia. Cita o Salmo 24, 10: "Todos os caminhos do Senhor são misericórdia e verdade". Deus nada pode fazer que não convenha à Sua Sabedoria e à Sua Bondade. Deus, pela abundância da sua Bondade, concede o devido a uma criatura mais largamente do que o exigiriam as proporções dela. Porque, para conservar a ordem da justiça, bastaria menos do que o conferido pela divina Bondade, que, na verdade excede toda a proporção da criatura. Quanto aos que se condenam, Deus manifesta a sua misericórdia, não porque perdoa totalmente (porque a justiça exige o inferno) mas, de algum modo aliviando no sentido de que Deus pune, aquém do merecido. Por outro lado, na justificação do pecador manifesta-se a justiça, perdoando as culpas por causa do amor, que entretanto Deus infunde misericordiosamente, como Jesus disse de Madalena: "Muitos pecados lhe foram perdoados porque muito amou" (Lc VII, 47). Também nas provações que Deus manda aos justos, entram a justiça e a misericórdia, porque essas aflições fazem os justos expiar alguns pecados leves e os separam dos afetos terrenos, elevando-os para Deus. Amém!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

MEDITAÇÃO SOBRE O SALMO 102 (103)

Caríssimos e amados irmãos (ãs) em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Vamos, com a graça de Deus, meditar um pouco sobre o Salmo 102, que é um cântico das misericórdias de Deus. A alma bendiz o Senhor por todas as provas de bondade que tem recebido d'Ele. O Salmista convida sua alma com todas as suas potências, a bendizer a Deus: primeiramente, dá ações de graças pelo perdão de todas as suas maldades e a cura de todas as suas enfermidades, sobretudo as da alma. Deus, na verdade, nos livra da morte e nos abençoa com sua misericórdia e com suas graças. Porque Ele é compassivo, misericordioso e paciente. Não ficará irado para sempre, nem nos tratou com o rigor que nossos pecados mereciam. Pois, como o Céu está muito acima da Terra, e o Oriente está distante do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados. Como um pai trata os seus filhos com bondade, assim Nosso Senhor se compadece daqueles que o temem. E é bom lembrar que não se trata de um temor de escravo o que Deus quer, mas um temor de filho, que, reconhecendo, de um lado, a bondade do Pai do Céu, e, de outro, a sua fraqueza, teme vir a ofender a Ele. 

Na verdade, a misericórdia e a justiça em Deus andam juntas e até se abraçam e se beijam. É o que diz o Espírito Santo no Salmo 84, 11: " A misericórdia e a verdade (i é, a justiça se encontraram e abraçaram; e a justiça e a paz (i é, a misericórdia) se beijaram". Justamente por ser a própria justiça, Deus leva em conta a nossa fraqueza e a nossa miséria. Vê a nossa boa vontade e assim, sabe que, quando caímos, é mais por fraqueza que por malícia. É o que o Salmo 102 nos versículos 14-16 expressa; Deus sabe de que barro fomos formados, sabe que somos fracos como a erva e a flor do campo, que logo murcham, caem e são levados pelo vento.  Então assim, Deus espera o pecador com toda paciência; vai a sua procura com toda solicitude; e, quando o pecador se arrepende, se humilha, e, como o filho pródigo, novamente se volta para o seu Pai do Céu, este o recebe com alegria, abraça-o e beija-o. E Jesus convoca todos os anjos e santos do Céu a se alegrarem. No término da parábola da ovelha perdida, Jesus diz: "Há mais alegria no Céu por um pecador que faz penitência, do que por 99 justos que não precisam fazer penitência". É óbvio que não se trata de abraçar o pecador com pecado e tudo, mas o pecador que se converte. 

E caríssimos, a misericórdia de Deus é eterna e para todos aqueles que O amam e por isso temem ofendê-Lo. Quando caem, tanto a justiça como a misericórdia divinas espalham-se sobre eles para os perdoar. E Deus perdoa de tal modo que Ele esquece tudo. É como se a pessoa nunca tivesse caído em pecado. É o que Deus diz em Isaías 43, 25: "Se o pecador se arrepender e fizer penitência, não me lembrarei mais dos seus pecados". 

No fim do Salmo, o Salmista convida os Anjos e todas as demais criaturas a bendizerem a Deus, tão bom e tão misericordioso. E termina com as mesmas palavras com que se inicia: "Bendize, ó minha alma, o Senhor!" Amém!

sábado, 12 de fevereiro de 2022

MEDITAÇÃO

 Antes da meditação podemos fazer esta oração: Meu Pai do Céu, q com a vossa imensidade encheis o Céu e a Terra, eu me humilho diante de Vós e Vos adoro aqui presente. Peço- Vos humildemente perdão de tantos pecados q me tornam indigna(o) de estar na vossa presença. Peço- Vos que me ilumineis a inteligência p entender, e a vontade p abraçar as verdades q vou meditar, a fim de Vos dar honra e glória e trazer à minha alma proveito espiritual. Maria SS amparai-me! Meu Anjo da Guarda, sugeri-me as reflexões mais oportunas e os afetos e resoluções mais úteis à salvação da minha alma! Amém!

Maria Madalena escolheu a melhor parte. Direção Espiritual sobre a MEDITAÇÃO. Havia prometido q, se for da vontade de Deus, faria pequenas meditações sobre os mistérios do santo Rosário. Como hoje em dia, pouquíssimas pessoas sabem como fazer meditação, apresentarei, antes, um breve método segundo S Francisco de Sales.
Primeiramente, deve haver uma PREPARAÇÃO. Consiste ela em 3 pontos: 1- colocar-me na presença de Deus; 2- pedir-Lhe luzes e inspirações; 3- propor-se o mistério q se quer meditar.
Falaremos sobre estes 3 pontos.
Senhor, ensinai-me a meditar! Amém!


domingo, 6 de fevereiro de 2022

H0MILIA DO 5º DOMINGO DEPOIS DA EPIFANIA

Homilia do 5° domingo depois da Epifania: Mt XIII, 24-30. Parábola do joio. Um homem (Jesus=o Filho do Homem) semeou o trigo (os filhos do reino=os bons) no seu campo (o mundo=a Igreja e a Sociedade). À noite, veio o homem inimigo (demônio) e semeou o joio (os filhos do maligno=os maus). Os empregados propuseram ao dono, eles irem arrancar o joio q havia crescido no meio do trigo. O patrão, porém, achou melhor deixar crescer assim juntos o trigo e o joio, e qd chegasse o tempo da colheita (o fim do mundo), então os segadores (anjos) deveriam cortar o joio e jogar no fogo ( inferno). E o trigo, recolher no celeiro (o Céu).
Então, é certo que sempre haverá esta mistura de bons e maus. Por misericórdia p com os maus: tempo p a conversão, os bons exemplos e conselhos dos bons. Para os bons: ocasião p praticar a caridade e a paciência. Amém!
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Lilian Vasconcelos, Fatima Tinha e outras 29 pessoas
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