terça-feira, 30 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  30 de junho

   São Paulo desejava aos efésios, pela graça do Pai de quem procede todo dom, a ciência supereminente da caridade de Jesus Cristo para com os homens.

   Nada lhes poderia desejar de mais santo, mais importante e mais apto a torná-los felizes.

   Conhecer o amor de Jesus Cristo, participar de sua plenitude, eis o reinado de Deus no homem. Ora, é este o fruto da devoção ao Coração de Jesus, vivendo e amando-nos no Santíssimo Sacramento, devoção que constitui o culto soberano do amor. É ao mesmo tempo a alma e o centro da religião, que por sua vez é a lei, a virtude e a perfeição do amor, de que o Sagrado Coração é a graça, o modelo e a vida. 

   Estudemos, pois este amor no foco em que se consome por nós.

   Que o Coração de Jesus, ardente de amor, seja a nossa força, o nosso asilo, o nosso centro, o nosso Calvário, o túmulo de todo o nosso ser, e depois a ressurreição, a vida, a glória!


segunda-feira, 29 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  29 de junho



 É mui louvável, de certo, honrar o Sagrado Coração como a sede do amor infinito de Jesus Cristo, porém as almas eucarísticas deverão prestar-Lhe esta homenagem no Santíssimo Sacramento, porquanto é no céu e na Eucaristia que esse coração está verdadeira e substancialmente vivo.

   Muitos, honrando-O nos quadros e imagens, fazem deles o objeto de sua devoção. Este culto é bom, mas é um culto relativo; devemos procurar mais do que a imagem, a fim de encontrar a realidade. Ora no Santíssimo Sacramento, o Coração de Jesus está cheio de vida, palpitando por nós. Que a nossa vida, o nosso centro, seja, portanto, esse coração vivo e animado. Saibamos honrar o Sagrado Coração na Eucaristia e jamais O separemos dela. Procuremos adivinhar, surpreender os segredos, o porque de seu coração, e sentir-nos-emos arrebatados. 

   Que o nosso ideal seja penetrar sempre mais no Coração de Jesus, centro e felicidade de nossa vida. 

domingo, 28 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  28 de junho

   Jesus, prestes a terminar sua vida mortal, não quer abandonar sua nova família, os filhos que acaba de conquistar.

   O céu recalma a volta do seu rei. Combateu bastante, é chegada a hora do triunfo.

   "Vou deixar-vos e venho novamente a vós" diz Jesus aos Apóstolos. 

   Partis, Senhor, e permaneceis conosco? E por qual maravilha de vosso amor?

   É o segredo e a obra de seu divino coração. Jesus terá dois tronos: um de glória, no céu, e outro de mansidão e bondade na terra; duas côrtes: a côrte celeste e triunfante e a côrte dos redimidos, neste mundo.

   E podemos dizer que se Jesus não pudesse estar presente ao mesmo tempo no céu e na terra, teria preferido ficar conosco. E é verdade, pois que Ele nos deu prova de que prefere o último de seus pobres redimidos a toda a sua glória, e que as suas delícias consistem em morar com os filhos dos homens.

sábado, 27 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  27 de junho 

   Jesus, mesmo na paixão, não recebeu tantas humilhações como no Santíssimo Sacramento! A terra é para Ele um Calvário de ignomínia.

   Veem-se mesmo cristãos O desprezarem, esquecendo esse coração que lhes testemunhou tanto amor e que ainda se consome de amor por eles! Aproveitam-se do véu que O oculta para ultrajá-Lo!

   Insultam-no por suas irreverências, pensamentos culpados, olhares repreensíveis em sua divina presença; Aproveitam-se, para insultá-Lo, dessa bondade que tudo sofre em silêncio, dessa paciência inalterável como fizeram outrora os sodados ímpios de Caifás, de Herodes e de Pilatos!

   Blasfemam sacrilegamente contra o Deus da Eucaristia, porque sabem que o seu amor O conserva mudo. Chegam até a crucificá-Lo, recebendo-O no coração manchado.

   Ah! Jesus procurava um consolador em sua agonia, suspirava, no alto da cruz, por quem compartilhasse de sua dor profunda! Hoje em dia, porém, mais do que nunca é necessária a reparação para com o coração adorável de Jesus!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Amarrados aos próprios cadáveres

Extraído do livro "A TEMPO E CONTRATEMPO" de autoria do saudoso Gustavo Corção.
Artigo escrito em 27 - 7 - 1968.

   Peço ao leitor o grande obséquio de aguentar o meu obsessivo interesse por um documento que em si mesmo é pouco interessante, mas muito significativo do estado em que se acha uma parte de nosso clero. Refiro-me ao documento assinado por trezentos e cinquenta padres e entregue aos bispos reunidos na IX Conferência. Transcrevo outra passagem elucidativa da mentalidade desses sacerdotes: "A Igreja de Cristo se apresenta sob a roupagem de um Instituto, com funções e doutrinas sacralizantes (?). O homem secularizado (?) não vê como um valor esta Igreja, mas sim a pessoa de Cristo e sua mensagem".

   Agora nós: entre as várias mensagens de Cristo está a fundação da Igreja sobre a pedra de Pedro, e a instituição da Sagrada Eucaristia que representa, se não houve um delírio de dois mil anos e não sabemos quantos mil estudiosos e santos, o máximo de condensação de sacralidade, isto é, de algo que se segrega do mundo e do século como uma presença de eternidade. 

   Agora, eles: "Assim interpretamos o afastamento tranquilo de tantos cristãos, leigos e padres, não poucas vezes em nome da própria fé. Consequência disto é o número decrescente de candidatos ao ministério pastoral"... Aqui os padres se mentem a si mesmos para depois mentirem aos outros com tranquilidade e pedantismo.

   Não é verdade o que dizem. Ao contrário, exatamente ao contrário do que dizem esses meta-protestantes, não faltavam vocações nas eras em que os valores sacrais e institucionais da Igreja não eram alegremente desmoralizados por padres "progressistas". Eu mesmo tive ocasião de ver, nos primeiros dias de minha vida católica, nos dias benditos em que descobria em cada hora uma beleza maior na Casa Luminosa, um movimento admirável que levou dúzias de moços inteligentes e bons a procurar no Mosteiro de São Bento e na Ordem dos Pregadores a vida de perfeição e de mais densa sacralidade. 

   E foi justamente agora, quando surgiram essas novidades com que tentam desfigurar a Igreja, que se esvaziaram os seminários e as casas religiosas. Com esse eufemismo, SECULARIZAÇÃO,  os padres da ala protestante avançada trabalham para esvaziar a Igreja e para desvalorizar as coisas sagradas. 

   Mais adiante continuam: Ser homem de Deus está-se tornando algo a-histórico. Não por causa da função, mas por causa do sistema eclesiástico que impede a inserção na vida real"... "Numa palavra, trata-se de optar entre uma Igreja de cristandade e uma Igreja secularizada, presente no meio dos homens, vivendo suas alegrias e angústias".

   Realmente, trata-se de optar, e todos nós gostaríamos que a opção desses signatários de tal manifesto se tornasse mais nítida, de um lado ou de outro, para enriquecer a Igreja de Cristo ou para aliviá-la da presença, da adesão puramente material, guiada não sei por qual interesse, de seus cruéis inimigos. 

   Quanto ao simpático programa de viver "entre as alegrias e angústias dos homens", quero dizer que poucas vezes vi estampada mais brutal e estúpida injustiça contra a Igreja de Cristo, sim, contra a Igreja institucionalizada, contra a Igreja fundada em cima da Pedra e em torno do Pão, mas pedra e pão elevados a outra ordem. Na opinião desses padres revoltados, a Igreja tem de se dissolver no mundo para poder viver as alegrias e angústias dos homens.

   É claro que isso seria verdade se admitíssemos o princípio do imanentismo, pelo qual só pode simpatizar e viver as angústias dos doentes quem é doente como eles. Essa doutrina que nega a possibilidade do verdadeiro amor é um dos mais degradados efeitos do empirismo de nossa cultura, e leva diretamente ao materialismo, como, aliás, todo o democratismo de que se inspira o documento que examinamos.

   Torno a dizer: nunca se disse tamanha injustiça contra a Igreja, contra os santos, contra vinte séculos de cristianismo. Estou pensando num São Vicente, que, na opinião dos padres signatários do manifesto, não soube viver entre as alegrias e angústias dos homens. Ele é que sabem. Como? Casando-se? Brincando com os jovens? Tomando parte em passeatas que reivindicam coisas sabidamente ditadas pelos inimigos da Igreja?

   Estou pensando também numa Catarina de Sena que andou sempre pelas ruas da Itália. Estou pensando em São João Bosco, em São Paulo Apóstolo, em Santa Teresinha do Menino Jesus. Misturo as épocas, sobrepondo os séculos, e vejo sempre o grande sopro ardente de caridade. Incluí uma contemplativa na minha lista apressada, porque acredito na Comunhão dos Santos, a única forma perfeita de socialização.

   Sim, creio na comunhão dos santos e na reversibilidade de méritos e deméritos que decorre do seu dinamismo. Assim como nos laboratórios fechados, defendidos do mundo por paredes e guardados, se preparam medicamentos que depois serão espalhados e transformados em alívio de dores, também na Igreja fechada se prepara, se destila, se transubstancia o pão, se sacraliza a pedra para ulterior distribuição visível ou invisível.

   A mim me parece claro como água que atrás dessa  "secularização" desejada pelos "novos padres" o que há é simplesmente uma falta de Fé e um jogo de orgulho, muito conhecido, para disfarçar a miséria infinita dessa falta de Fé. Digo isto pelos sinais exteriores, sem poder julgar os corações. Também pode ser que o fenômeno se explique cabalmente pelo assanhamento em que se acha mundialmente a tolice humana.

   Mas agora vejo que não expliquei o título! Estou pensando no presbítero de Alexandre Herculano que também, por não poder casar-se, disse esta frase monumental: "Sabes tu, Hermengarda, o que é viver dez anos amarrado ao próprio cadáver?"

   Parece-me que os novos presbíteros [=padres] também estão pouco satisfeitos como os próprios cadáveres.

                                                                                                                                            27 - 7 - 1968

P.S.: Leiam, caríssimos leitores, o artigo de Leonardo Boff: "PAPA FRANCISCO: IGREJA EM SAÍDA DE ONDE PARA ONDE?' (25 / 06 / 2015). Vejam até onde os padres esquerdistas e progressistas conseguiram chegar!!!  Nós que, pela graça de Deus conservamos a Sagrada Tradição, não podemos ficar calados. 
   Estes "eclesiásticos" só esperam ainda que o Papa Francisco os liberte oficialmente, de seus próprios cadáveres. 
  

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  26 de junho

    O homem se mostra indiferente para com o dom supremo do amor de Jesus para com ele. Não o aprecia, não pensa nele, e se Jesus, querendo despertá-lo de seu torpor, lhe inspira este pensamento, o homem logo o afasta como importuno, rejeitando assim o amor de Jesus Cristo!

   Mais ainda. Instado pela fé e pelas recordações de sua educação cristã, bem como pelo sentimento que Deus lhe depositou no íntimo do coração, para adorar Jesus Cristo na Eucaristia como soberano senhor e voltar a servi-Lo, o ímpio se insurge contra esse dogma, de todos o mais amável. Chega ao ponto de negá-lo, vai até a apostasia a fim de não adorá-Lo e não Lhe sacrificar um ídolo, uma paixão, preferindo permanecer preso por vergonhosas cadeias. Sua malícia ainda vai além. Não se contentando em negar, não recua diante do crime de renovar os horrores da paixão do Salvador!

   E o coração que tanto sofreu por amor, aí está vivo, ativo, e não morto ou insensível; ao contrário, ainda mais amante!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA



Leitura espiritual  -  25 de junho

   O Coração de Jesus vive na Eucaristia, uma vez que seu corpo aí está vivo. É verdade que este coração divino não é visível nem sensível, mas acontece o mesmo em toda criatura. O coração, princípio de vida, precisa permanecer misterioso e oculto, porque descobri-lo ocasiona a morte. Verifica-se a sua existência pelos efeitos que produz.

   O homem não pede ao amigo para ver seu coração; contenta-se com uma palavra para conhecer-lhe a amizade. 

   É o que faz o Divino Coração de Jesus? Manifesta-se a nós pelos sentimentos que nos inspira, e isto nos deve bastar. Quem poderia, aliás, contemplar a beleza e a bondade desse divino coração? Quem seria capaz de suportar o brilho de sua glória e as chamas consumidoras, devoradoras, desse foco de amor? Quem ousaria fitar essa Arca divina em que está escrito em letras de fogo o seu Evangelho de amor, onde estão glorificadas todas as suas virtudes, onde se eleva um trono ao seu amor e se encerram todos os tesouros de sua bondade? Quem poderia penetrar no próprio santuário da divindade?

   Ah! o Coração de Jesus! é o céu dos céus, habitado por Deus, que aí encontra as suas delícias! É verdade que não vemos o Coração Eucarístico de Jesus, mas O possuímos: é nosso!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  24 de junho


  Nossa devoção para com o Sagrado Coração de Jesus deve ser eucarística, deve concentrar-se na divina Eucaristia como no centro único, pessoal e vivo do amor desse coração para com os homens e das graças que lhes reserva.

   Por que separar o Coração de Jesus de seu corpo e de sua divindade, se é por ele que Jesus vive no Santíssimo Sacramento, se é ele que Lhe dá vida e Lhe anima o corpo?

   Jesus ressuscitado não morre mais; portanto por que separar seu coração de sua pessoa e querer fazê-Lo morrer, por assim dizer, em nosso espírito? Não, não, o Divino Coração está vivo e palpitante na Eucaristia, e não mais de uma vida passível e mortal de Salvador, capaz de tristeza, aflição e dor, mas de uma vida ressuscitada e consumada na beatitude. Esta impossibilidade de sofrer e morrer em nada diminui a realidade de sua vida; ao contrário, torna-a mais perfeita.

   Não há expressão que possa definir este mistério que une na Eucaristia a vida e a imolação, a glória e a humilhação. É um mistério que só Deus conhece, e mistério que ensina a alma interior a reservar para Deus somente, os seus sofrimentos íntimos. 

terça-feira, 23 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  23 de junho

 
 Querendo ser amado sempre pelo homem, Jesus Cristo lhe testemunha constantemente o seu amor, e assim como, enquanto Deus, se fez homem palpável, sensível, para nos conquistar o coração, continua a nos dedicar um amor sensível e humanizado. 

   A lei do amor é perpétua, e perpétua deve ser também a sua graça. Que este sol de amor não tenha ocaso no coração do homem; do contrário, aos poucos será sufocado pelos gelos da morte e do esquecimento. O coração do homem se entrega somente à vida, somente se une ao amor que lhe dá provas patentes de existência. 

   Pois bem! Todo o amor da vida mortal de Jesus - amor de criancinha no presépio, amor de zelo e de apóstolo de seu Pai nas pregações, amor de vítima sobre a Cruz, - todos estes amores estão reunidos e triunfantes no seu coração vivo e glorioso no Santíssimo Sacramento. É aí que O devemos procurar e nos alimentar de seu amor. Jesus também está no céu; mas para os anjos e santos. Na Eucaristia, porém, permanece para nós. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  22 de junho

   Que de encantos apresenta a virtude na escola da Comunhão! Como se torna fácil a prática da humildade a quem comunga e vê o Deus de glória se humilhar ao ponto de descer a um coração tão pobre, a um espírito tão ignorante, a um corpo tão miserável!

   Quão acessível se apresenta a mansidão, sob a influência da bondade tão terna da Jesus dando-se a nós na doçura de seu coração!

   Como é belo o próximo, quando o vemos alimentado com o mesmo Pão de vida, assentado à mesma divina mesa, amado com tamanha efusão por Jesus Cristo! E a penitência, a mortificação, o sacrifício, não se apresentam destituídos de amargura a quem recebeu Jesus crucificado?!

   Oh! a alma que comunga sente a necessidade imperiosa de abraçar a vida de quem a salvou e lhe deu a Eucaristia!

   A formação do cristão é muito mais rápida no cenáculo que em outra qualquer escola, e isto porque, na Comunhão, todas as virtudes do Salvador se refletem em nossa alma sob a influência poderosa deste sol divino que está em nós e que nos penetra com sua luz e com seu calor. 

domingo, 21 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  21 de junho



   Ó feliz momento da Comunhão, em que esquecemos o exílio e suas tristezas! É o doce repouso da alma no próprio Coração de Jesus!

   O bom Mestre conhecia perfeitamente a necessidade que temos de experimentar, vez por outra, a doçura do amor! Não se pode viver sempre no Calvário do sofrimento, nem lutar sem tréguas no campo de batalha.

   A criancinha precisa do regaço de sua mamãe, e o cristão, do coração de Jesus. 

   A virtude sem a Comunhão assemelha-se à força do leão; é o resultado do combate, da violência. É dura, afinal. Para que se revista da mansidão do cordeiro, é mister beber o Sangue do Cordeiro Imaculado, alimentar-se desse mel do deserto.

   Além disto, a felicidade produz o amor. Somente amamos o que é susceptível de nos tornar felizes. O Salvador não depositou essa felicidade divina em suas virtudes ou em seus outros mistérios, mas nele mesmo. É necessário, portanto, recebê-Lo, para gozar plenamente de sua felicidade. 

sábado, 20 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  20 de junho

 

 O meio soberano de alcançar a mansidão do Coração de Jesus é o amor de Nosso Senhor. A tendência constante do amor é produzir a identidade de vida entre os que se amam.

   Ser manso como Jesus, ser manso por amor ao bom Salvador, eis o ideal de quem vive do espírito de Jesus. 

   Ó minha alma, sê mansa para com o próximo que te exercita a paciência, como o próprio Deus, Nosso Senhor e a Santíssima Virgem são mansos para contigo. Pratica a mansidão para com o próximo a fim de que assim proceda o teu Juiz para contigo, pois receberás na mesma proporção em que tiveres dado. 

   E se olhas para os teus pecados, se consideras o que mereceste e o que ainda mereces, ó pobre alma, quanto te deverias desfazer em mansidão e humildade de coração para com o próximo, tendo em vista a bondade, a doçura, a paciência e a honra com que Nosso Senhor te trata!

   A mansidão é o fruto bendito da humildade e da caridade. A alma humilde é paciente, doce e caritativa. 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  19 de junho

   A Eucaristia é o triunfo da mansidão de Jesus Cristo.

   Como descrever a bondade acolhedora que tem para com todos, sua afabilidade em se colocar à altura de qualquer um, seja pequeno ou ignorante; sua paciência em atender a todos e a tudo, e em ouvir a narrativa de tantas misérias? Como descrever a bondade de Jesus na Comunhão, onde se dá a todos segundo a necessidade de cada um, e sempre com alegria desde que aí encontre a vida da graça e algum sentimento de devoção acompanhado de bons desejos ou ao menos um pouco de respeito; e concedendo a cada um a graça que lhe convém, deixando-lhe ao mesmo tempo a paz e o amor como sinal de sua passagem?

   E que mansidão paciente e misericordiosa para com os que O esquecem! Permanece à sua espera, intercede pelos que O desprezam e ultrajam, sem reclamar e sem ameaçá-los, e não castiga mesmo os que O ofendem pelo sacrilégio. Procura, ao contrário, levá-los ao arrependimento por meio da mansidão e da bondade. 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  18  de junho

   Jesus é todo mel, todo doçura, todo amor! Não foge de quem O odeia; convive com aqueles que hão de abandoná-Lo, om a mesma simplicidade, a mesma doçura, apesar de ter conhecimento de tudo. É que, não tendo chegado ainda o momento de falar, considera o futuro como se Lhe fosse desconhecido.

   E o que dizer da mansidão de Jesus no sofrimento?

   Cala-se habitualmente diante do espírito incrédulo de muitos de seus discípulos, diante do coração iníquo e ingrato de Judas, de quem conhece os pérfidos pensamentos e maquinações infames.

   Jesus tem a posse de Si mesmo; é calmo, afetuoso com todos, como se não soubesse de coisa alguma. Entretém com eles as relações de sempre, a fim de respeitar o segredo que o Pai guarda com referência a eles.

   Oh! que lição contra os juízos temerários, contra as suposições e antipatias secretas! Jesus coloca a lei da caridade, do dever comum, adiante do conhecimento que tem do segredo dos corações, para observar a ordem da Providência. 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  17 de junho

   A Sabedoria incriada, o Verbo de Deus, que criou a palavra, que inspira o verdade, cala-se durante trinta anos e honra seu Pai por um suave e humilde silêncio!

   É este silêncio de Jesus que nos diz eloquentemente: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração"!

   O silêncio de Jesus é paciente. Ouve os que Lhe falam sem jamais interrompê-los, se bem que saiba de antemão o que Lhe têm a dizer: responde-lhes diretamente, admoesta, corrige com bondade, sem humilhar, sem magoar, como faz o melhor dos mestres para com o aluno. Escuta mesmo as coisas desagradáveis, alheias ao assunto, e sempre encontra ocasião de instruir e fazer o bem.

   Como é diferente o nosso modo de agir! Mostramo-nos impacientes em demonstrar que já compreendemos o que nos dizem, aborrecidos de escutar o que nos atrasa ou contraria, e tudo isto se revela no semblante e nas maneiras. Ah! não é este o espírito de Nosso Senhor! Inúmeras ocasiões se nos deparam na vida em que a paciência, a mansidão, a humildade do silêncio se tornam a virtude do momento e devem ser diante de Deus o único fruto de um tempo que seríamos levados a julgar perdido. Sua graça nos prevenirá: escutemo-lhe a voz e obedeçamos simples e fielmente. 

terça-feira, 16 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  16 de junho

   A humildade de coração produz a doçura.

   Jesus é manso. A virtude da mansidão constitui o verdadeiro caráter e o espírito de sua vida. Jesus não diz: - Aprendei de Mim que sou penitente, sábio, silencioso, porém: "Aprendei de Mim que sou manso"!

   Nosso Senhor é manso de coração. Ama os homens, aos quais deseja proporcionar todo o bem possível; julga-os em sua misericórdia e não em sua justiça, cuja hora ainda não soou.

   Jesus é mãe cheia de ternura, é o bom Samaritano; e a criatura frágil, o pecador, o justo, todos têm um lugar na ternura de seu divino coração.

   Jesus não experimenta o menor rancor para com aqueles que O desprezam, injuriam, ofendem, ou desejam ofendê-Lo. A todos conhece, de todos tem compaixão, entristecendo-se ao ver o infeliz estado em que se acham. 

   Jesus é manso por natureza: é o Cordeiro de Deus. É manso por virtude para glorificar seu Pai nesse estado, e é manso por missão de seu mesmo Pai.  A mansidão devia ser o traço dominante do Salvador para atrair os pecadores, animá-los a se acercarem d'Ele, a Lhe terem afeição e se deixarem fixar na lei divina. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  15 de junho

   Se quereis que Nosso Senhor vos estreite contra o seu coração e vos cumule de seus favores, sede verdadeiramente humildes.

   Tender à humildade é tender à santidade, porque uma é a medida exata e infalível da outra. Quanto mais humilde, mais santo sereis.

   A humildade é a mãe, a raiz e a flor de todas as virtudes, é senhora do poder de Deus, é guardiã de seus tesouros e de todas as suas graças. Somente por esta virtude agradareis ao vosso bom Mestre e somente por meio dela vos conservareis na graça eucarística. A humildade é o dote do amor, indispensável para que a alma se aproxime de Nosso Senhor. Podeis, mediante outra qualquer virtude, vos personificar e vos deter em vós mesmos; pela humildade, porém, desapareceis para deixar transparecer Jesus. 

   É a humildade, portanto, a virtude do amor, sua virtude própria. Nosso Senhor, amando-nos até o excesso na Eucaristia, se dá a nós no excesso do aniquilamento. É justo que encontre em nós um coração que ame o que Ele ama, segundo o que nos disse: "Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração".

domingo, 14 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  14 de junho

 
"Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração".

    A grande virtude de Jesus Cristo é a humildade. É a sua virtude própria e dominante, o âmago de seu coração e de seu caráter divino-humano.

   Humilha-se como Deus e também como Homem; em tudo e em toda parte se descobre n'Ele esta humildade que é o seu nome, seu selo e distintivo, como diz Santo Agostinho: "Falar em Jesus Cristo é falar em humildade".

   Sua natureza humana é uma natureza criada e dependente de Deus. Quer mantê-la nesta dependência aos olhos de todos a fim de nos dar o mais belo exemplo de humildade, pois a sua humanidade, unida ao Verbo, era digna de agir por si mesma e de receber toda homenagem e adoração. Mas Nosso Senhor quer nos inculcar a humildade praticando-a pela sujeição voluntária e absoluta ao seu Eterno Pai.

   Ser humilde é, portanto, dependermos de Deus, colocar-nos em suas mãos, sem nos apoiar em nós mesmos, mas unicamente no seu braço onipotente. 

sábado, 13 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  13 de junho

   Ser humilde de coração é receber de Deus a ocasião de praticar a humildade como um benefício, e considerá-la um ato que Lhe rende muita glória. É ainda aceitar o estado e os deveres de uma posição social modesta, e conservar a simplicidade em meio de graças extraordinárias. 

   Quem ama a Jesus deve se assemelhar a Ele, amar o que Ele ama, o que Ele pratica e o que prefere a tudo: a humildade.

   Deve a alma se colocar, com toda a simplicidade, no espírito de Nosso Senhor; vê-Lo, consultá-Lo, agir sob a influência divina de Jesus, em sociedade, em amor; recolher-se em sua divina humildade de coração, oferecer todos os atos a Jesus humilhado por amor no Santíssimo Sacramento, ao ponto de preferir este estado obscuro à toda glória.

   E que a alma examine se não se contradiz em seu modo de agir, e que repita sem cessar: - Jesus manso e humilde de coração, fazei meu coração semelhante ao vosso. 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  12 de junho

   A humildade do coração - eis a árvore em que desabrocha a flor e o fruto da mansidão.

   Discite a me quia sum humilis corde.

   Jesus fala da humildade de coração. Acaso ão teria Ele a humildade de espírito? Sim, mas não era a humildade negativa, baseada na culpa do pecado e tendo em vista o nada de nossa natureza corrompida, a que Jesus não estava sujeito, e cujas obras praticou somente para nos servir de exemplo.

   Jesus tinha a humildade de espírito positiva, que consiste, não em se humilhar na própria miséria mas em reverter a Deus todo o bem, humilhar-se nesse mesmo bem.

   É certo que devemos ter também a humildade de espírito. Entretanto, em seu mandamento, Jesus se refere apenas à humildade de coração. É que se afigurou ao seu amor ser muito humilhante para nós recomendar-nos essa humildade de espírito; seria fazer alusão a muitas misérias, pecados e motivos de desprezo. O amor de Jesus esquece este lado desagradável e nos convida a nos tornarmos, a seu exemplo, humildes de coração: humilis corde

quinta-feira, 11 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  11 de junho

   Penetremos na alma de Jesus, em seu coração, e procuremos conhecer os sentimentos que O animaram e que ainda O animam no Santíssimo Sacramento.

   Pertencemos a Jesus-Hóstia. Não se dá Ele a nós a fim de nos absorver? Faz-nos viver de seu espírito, ouvir-Lhe as lições pois, Jesus na Eucaristia é nosso Mestre e quer nos ensinar a servi-Lo de acordo com os seus gostos e a sua vontade. E é justo que seja assim, porquanto é o Senhor, e nós apenas servos seus.

   O espírito de Jesus é humildade e doçura, humildade e doçura de coração, aceitas e amadas para imitar esse modelo divino.

   Nosso Senhor quer nos formar nesse espírito, quer ser nosso Mestre nessas virtudes. É para isto que permanece no Santíssimo Sacramento e que vem a nós, visto que somente Ele no-las pode ensinar e nos infundir a graça que lhes é própria. Jesus não pratica mais o ato de virtude, mas reveste-lhe o caráter. É a nós que compete praticar os atos, e, assim, completá-Lo, formando Ele então, conosco, uma só pessoa moral. Somos seus membros ativos, seu corpo, do qual Ele é a cabeça e o coração, de modo que pode dizer: "Vivo ainda". Nós O completamos, portanto, e O perpetuamos

quarta-feira, 10 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  10 de junho

 
 Se Jesus nasceu num presépio, se viveu pobre em Nazaré, se morreu por nós, tudo devemos ao seu coração, santuário em que se elaboram as resoluções heroicas e todos os planos que Lhe orientaram a vida.

   A alma fiel deve, pois, honrar o Coração de Jesus como no presépio onde O vê nascer pobre e abandonado, como a cátedra de onde nos promulga o seu preceito: "Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração"; como a cruz onde O vê morrer, o sepulcro de onde sai glorioso e imortal, e como o Evangelho eterno que nos ensina, a imitar as virtudes de que é o modelo perfeito.

   A alma devotada ao Sagrado Coração de Jesus entregar-se-á especialmente ao exercício do amor divino, porque este coração é sobretudo a sede e o símbolo deste amor.

   E, sendo o Santíssimo Sacramento o testemunho sensível e permanente do amor, a alma encontrará na Eucaristia o Coração de Jesus, e no seu Coração Eucarístico aprenderá a amar. 

terça-feira, 9 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  9 de junho

    O Coração de Jesus foi o órgão, o cooperador, o princípio e a sede do seu amor. Experimentou todas as impressões afetivas a que é susceptível o coração humano, com a única diferença que, em vista da alma de Jesus Cristo amar de um modo incomparável e infinito, o seu coração se tornou uma fornalha de amor para com Deus e para conosco.

   Desprendem-se de seu coração as mais ardentes e puras chamas do amor divino, que O inflamaram desde o primeiro instante de sua concepção até o derradeiro suspiro, e que, após a ressurreição, não cessaram nem jamais deixarão de abrasá-Lo.

   O Coração de Jesus produziu outrora e continua a produzir cada dia inumeráveis atos de amor, dos quais um só tributa mais honra a Deus do que todos os atos de amor dos anjos e dos santos.

   O Coração de Jesus é, portanto, de entre as criaturas corporais, a que mais contribui para a glória do Criador e que merece sobremaneira o culto e o amor dos anjos e dos homens. 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  8 de junho

   A Eucaristia é o fruto do amor de Jesus Cristo, e o amor reside no coração.

   Para nos inculcar esta verdade, Jesus Cristo não se nos manifesta a descoberto; não percebemos seu corpo nem sentimos o sabor de seu sangue. Nada existe de sensível na Eucaristia. Jesus quer que procuremos o seu amor nas profundezas de seu coração. Pratica no Santíssimo Sacramento as virtudes de sua vida mortal porém de maneira invisível e toda interior. Seu aniquilamento e esta ausência de vida exterior nos ensinam que a vida interior, que se compõe dos atos do coração, dos transportes de amor, da união às intenções de Jesus, é o que há de mais perfeito. 

   Oh! Deus ama com predileção aos pequenos e humildes que vivem a seus pés, sob a influência celeste de seu coração. Entretanto, a vida de oração não exclui o zelo das salvação das almas. A alma interior sabe trabalhar sem perder o recolhimento e não deixa, por isto, de obrar exteriormente, à semelhança de Jesus que, embora oculto, se faz sentir. O pecador que ora, experimenta a doçura de seu coração; entre Jesus e a alma abre-se uma comunicação que ninguém percebe, um diálogo que ninguém escuta, e esse trabalho de Jesus no recôndito da alma, embora imperceptível, é profundamente real!

domingo, 7 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  7 de junho

   O segundo olhar do Coração de Jesus é para o Pai.

   Adora-O, mercê de seus inefáveis rebaixamentos, por sua adoração aniquilada. Louva-O, agradece-Lhe os benefícios que concede aos homens, seus irmãos: oferta-se como Vítima à justiça paterna, e a sua oração em favor da Igreja, dos pecadores, de todas as almas que resgatou, é incessante.

   Ó Pai, fitai complacente os vossos olhos no Coração de vosso Filho Jesus! Vede o seu amor, escutai-Lhe os suspiros, e que o Coração Eucarístico de Jesus seja a nossa salvação!

   Adorai, portanto, o Pai Celeste por meio de seu Filho, objeto de suas complacências, e a vossa adoração valerá tanto quanto a de Jesus, porque será a sua própria adoração. 

   A agradecei o Pai por vos ter dado seu Filho não somente como Salvador na Encarnação, e na qualidade de Mestre da verdade, e ainda como Redentor na Cruz, mas principalmente como vossa Eucaristia, vosso pão de vida, vosso paraíso antecipado. 

sábado, 6 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  6 de junho


 Quereis conhecer a vida do Coração de Jesus? Ele se divide entre o Pai Celeste e nós.
  
   Protege-nos, e, enquanto encerrado numa Hóstia frágil, o Salvador parece dormir o sono da impotência, o seu  Coração vela. "Ego dormio et cor meum vigilat".

   Vela quando pensamos n'Ele e quando não pensamos. Não tem repouso; dirige constantemente ao Pai clamores de perdão em nosso favor. Jesus nos encobre com o Coração e nos preserva dos golpes da justiça divina provocada por nossos incessantes pecados. Seu Coração aí está como sobre a Cruz, aberto e deixando correr sobre as nossas cabeças torrentes de graça e de amor. Aí está para nos defender dos nossos inimigos, qual mãe que, a fim de proteger o filho de um perigo, o estreita ao coração para que ele somente seja atingido depois dela.

   "E mesmo que a mãe esquecesse o filho - nos diz Jesus - jamais vos esquecerei!"

   Conservai-vos, portanto, bem pequenino sobre o coração do Divino Mestre, como a criancinha, amedrontada, se refugia no regaço materno. 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  5 de junho

   Assim como se formam no sol e dele se irradiam os raios ardentes que fertilizam a terra e conservam a vida, do mesmo modo é do coração que emanam as doces e fortes influências que comunicam o calor vital e  o vigor de todos os membros do corpo. 

   Se o coração enfraquece, o corpo todo definha; se o coração sofre, os membros sofrem também, os órgãos não funcionam regularmente e o organismo todo se abala. 

   A função do Coração de Jesus foi vivificar, fortificar, sustentar todos os seus membros, órgãos e sentidos, por influências contínuas, como o princípio das ações, dos afetos, das virtudes e de toda a vida do Verbo Encarnado. É que o coração, no dizer dos filósofos, é o foco do amor e visto que foi o amor o móvel da vida de Jesus, é ao seu coração que devemos referir todos os seus mistérios e todas as suas virtudes.

   Assim como os olhos veem e os ouvidos ouvem, o coração ama. É o órgão da alma na produção dos afetos e do amor, tanto que, na linguagem vulgar, confundem-se estas duas expressões, designando-se o coração para exprimir o amor e este para significar aquele. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  4 de junho 

(Neste ano Festa de Corpus Christi)

   Podemos dirigir ao divino Coração de Jesus as orações, homenagens e adorações que oferecemos ao próprio Deus.

   Ah! quanto se enganam os que, ouvindo estas palavras: - O Coração de Jesus - dirigem todos os seus pensamentos ao órgão material, considerando esse Coração um membro sem vida e sem amor, tratando-O apenas como relíquia santa.

   Enganam-se ainda os que pensam que esta devoção divide Jesus Cristo, e assim restringem ao seu Coração um culto que deve ser prestado à sua Pessoa toda. Não se capacitam de que não excluímos as outras partes do composto divino do Homem-Deus, quando honramos o Coração de Jesus, porquanto venerando-Lhe o Coração, queremos celebrar todos os atos, a vida total de Jesus Cristo, que é a manifestação exterior de seu Coração. 

   Ao Coração de Jesus, vivo no Santíssimo Sacramento, honra, louvor, adoração e realeza por todos os séculos dos séculos!

   Cerquemos portanto a Eucaristia de nossas adorações, de nosso amor. 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  3 de junho

   A devoção ao Coração de Jesus tem um duplo objeto. Primeiramente, honrar pela adoração e o culto público, o Coração de carne de Jesus Cristo, e, depois, o amor infinito de que este coração se abrasou por nós desde a sua criação, e que ainda O consome no Sacramento de nossos altares.

   Tudo o que pertence à Pessoa do Filho de Deus é infinitamente digno de veneração. A menor parcela de seu Corpo, uma gotinha de seu Sangue, merece as adorações do céu e da terra. Até mesmo as coisas desprezíveis em si mesmas se tornam veneráveis ao mero contato com sua carne, tais como a cruz, os cravos, os espinhos, a esponja, a lança e todos os instrumentos de seu suplício.

   Quanto não se deve pois, venerar seu Coração, cuja excelência se baseia na sublimidade das funções que exerce, na perfeição dos sentimentos que produz e das ações que inspira!

   Poucas pessoas meditam nas virtudes, na vida, no estado de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Quantas O consideram como uma estátua, e pensam que Ele aí está somente para nos perdoar e receber as nossas súplicas. É um erro. Nosso Senhor aí vive e opera. Contemplai-O, estudai-O, imitai-O. 

terça-feira, 2 de junho de 2015

A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Por Frei José Agostinho, Terceiro dos Menores Franciscanos

   A devoção ao Sagrado Coração de Jesus foi apresentada oficialmente ao mundo católico pelo Papa Leão XIII, em 25 de maio de 1899, como meio extraordinário de salvação para a humanidade. "Eis que hoje se oferece aos nossos olhos - disse ele então - um grande sinal de salvação, sinal todo infundido de divino amor e de suprema esperança. É o Sagrado Coração de Jesus, encimado pela cruz, cercado de espinhos, e resplandecente de um esplêndido clarão, no meio das chamas do seu amor. N'Ele é preciso depositar toda a nossa confiança; d'Ele é preciso solicitar e esperar a salvação!"

   Este pronunciamento solene do Santo Padre, no entanto, foi apenas o eco - como ele próprio o disse - da voz sacrossanta do Divino Mestre que, em revelação particular a uma piedosa freira visitandina de Paray-le Monial, Margarida Maria, mostrando-lhe o seu Coração configurado como acima foi descrito, declarou-lhe: "A devoção ao meu Divino Coração é o último esforço de meu amor aos cristãos destes séculos derradeiros. Esta devoção, seriamente entendida, facilitará a salvação de todos, excitando-os a se amarem mutuamente entre si, como Eu os amei. Quero reinar por meu Divino Coração sobre a pobre humanidade destes tempos; e reinarei, sem embargo da oposição de Satanás e de todos que ele instiga contra mim". 

   Para que esta devoção fosse realizada pelos homens de modo digno e frutuoso, Nosso Senhor revelou ainda a Santa Margarida Maria por que fórmulas deveria melhor se efetuar. De entre estas se destacam as quatro seguintes:

   1) Consagração de um dia especial à festa do seu Sagrado Coração. na sesta-feira  imediata à oitava do Santíssimo Sacramento. 


 2) Meditação durante uma hora inteira, na quinta-feira que precede a primeira sexta-feira de cada mês, sobre os sofrimentos que padeceu o seu Sagrado Coração durante a sua terrível agonia no Horto das Oliveiras, na noite anterior à sua paixão e morte na cruz, para redenção da humanidade. 

  3) Recebimento, piedosamente preparado, da Sagrada Eucaristia, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos.

   4) Entronização solene da imagem do Sagrado Coração em cada casa, para aí ser venerada por todos os que nela habitam.

   Mais ainda. Para que dessa devoção pudessem os homens colher as mais abundantes graças Nosso Senhor lhes fez, por intermédio de Santa Margarida Maria, as seguintes doze promessas:

  1. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  2. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  3. Consolá-los-ei em todas as suas aflições.
  4. Ser-lhes-ei refúgio seguro na vida e, principalmente, na hora da morte. 
  5. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  6. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias. 
  7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção.
  8. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  9. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem do meu Sagrado Coração.
  10. Darei aos Sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos.
  11. As pessoas que propagarem essa devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A TODOS QUE COMUNGAREM NAS PRIMEIRAS SEXTAS-FEIRAS DE NOVE MESES CONSECUTIVOS, DAREI A GRAÇA DA PERSEVERANÇA FINAL E DA SALVAÇÃO ETERNA. (É a chamada "GRANDE PROMESSA". 


   

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  2 de junho

   As razões que determinaram a instituição da festa do Sagrado Coração, e o modo pelo qual Jesus manisfestou seu Coração, ensinam-nos que é na Eucaristia que O devemos honrar, pois é aí que O encontramos na plenitude de seu amor.

   Foi diante do Santíssimo Sacramento exposto que Santa Margarida Maria recebeu as revelações do Sagrado Coração; foi na Santa Hóstia que Jesus se lhe apresentou com o Coração entre as mãos, dizendo estas adoráveis palavras, o mais eloquente comentário de sua presença eucarística: "Eis o Coração que tanto amou os homens". 

   E Nosso Senhor, aparecendo à venerável Madre Mectilde, fundadora de um Instituto de adoradores, recomendou-lhe que honrasse e amasse com o ardor possível o seu Sagrado Coração no Santíssimo Sacramento, e Lho deu como penhor de seu amor para lhe servir de refúgio durante a vida e consolação na hora da morte. 

   Ó Jesus, sede a minha luz, minha nuvem luminosa no deserto deste mundo, meu único Senhor, pois não quero outro! Sede minha única ciência. Fora de Vós tudo é nada para mim. 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

FLORES DA EUCARSTIA


Leitura espiritual  -  1 de junho

 


 A finalidade da festa do Sagrado Coração é honrar, mais fervorosa e ardentemente, o amor de Jesus Cristo sofrendo e instituindo o Sacramento de seu Corpo e Sangue.

   A fim de penetrar no espírito da devoção para com o Coração de Jesus, é mister, portanto, honrar os sofrimentos passados do Salvador e reparar as ingratidões de que é diariamente saturado na Eucaristia.

   Quão profundas foram as dores do Coração de Jesus! Todas as provações convergiram para ele. Foi cumulado de humilhações, ferido pelas mais revoltantes calúnias, que procuravam roubar-Lhe a honra; foi saciado de opróbrios e coberto de desprezos. Apesar de tudo isto, porém, ofereceu-se voluntariamente, sem a mais leve queixa. Seu amor foi mais forte que a morte, e as torrentes da desolação não conseguiram arrefecer-Lhe o ardor. 

   Essas dores já terminaram, sem dúvida, mas, desde que Jesus as suportou por nós, o nosso reconhecimento deve persistir, e compete ao nosso amor honrá-las como se estivessem presentes aos nossos olhos.