domingo, 31 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  31 de maio






 Ao terminar este belo mês que vos consagramos, ó Senhora do Santíssimo Sacramento, depois de havermos meditado as vossas grandezas e admirado a perfeição de vossas adorações e de vosso serviço eucarístico no Cenáculo, resta-nos consagrarmo-nos inteiramente a vós a fim de que nos protejais em nossa vocação de adoradores.

   Ó Maria, minha celestial Rainha e divina Mãe, não posso me tornar o feliz servo de Jesus Eucaristia se não consentirdes em me formar, educar e revestir de vosso espírito, de vossos méritos e virtudes, e vós que sois a Rainha e Mãe dos servos de Jesus, que viveis somente para Jesus e que nos amais em Jesus e por Jesus, a vós me entrego; apresentai-me ao vosso divino Filho, e assim apresentado e formado por vós, ó boa Mãe, o meu bom Mestre me acolherá benignamente, amando-me em vós. 

sábado, 30 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


 Leitura espiritual  -  30 de maio



   No dia de sua gloriosa Assunção ao céu em corpo e alma, a Santíssima Virgem recebeu o remate de todas as suas graças.

   Podemos nos regozijar com razão, pois, longe de perdermos nossa Mãe, Ela nos precede na glória a fim de nos preparar um lugar e nos adquirir direitos sobre os coração de Deus.

   A Assunção de Maria nos autoriza a dizer: "Ó Deus, nossa miséria é grande, na verdade; esta terra é um vale de lágrimas, porém vos envia o que possui de mais belo, maravilha que jamais imaginou poder produzir: Maria, vossa Mãe! Olhai-nos, pois, com olhares misericordiosos, em atenção a essa flor bendita de nosso vergel que hoje vos oferecemos; é a mais pura e formosa que nele floresceu".

   Jesus conduz sua Mãe ao trono de Deus e diz: "Eis aqui, ó Pai, Aquela a quem vos associastes de modo particular, escolhendo-A para me dar a Humanidade".




 E o Pai a coroa com três títulos incomparáveis de rainha, mãe e medianeira. Mas, no diadema de Maria brilham três pérolas de maior fulgor: a humildade, a pobreza e o sofrimento. No meio de sua glória, lembra-se de que é nossa Mãe; se soubermos chamá-La em nosso auxílio na hora suprema, virá buscar-nos levando-nos pela mão. 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  29 de maio


 O Espírito Santo foi o agente divino da Encarnação. Preparou Maria para a dignidade de Mãe de Deus, preservando-a de toda mancha em sua Conceição imaculada, semeando em sua alma desde esse instante as mais belas virtudes e cultivando-a depois.

   Ao soar o momento de formar e animar o Corpo de Jesus, tornou fecundo o seio da Santíssima Virgem, continuando a habitar nela após a execução desse mistério, e cobriu-a com sua sombra a fim de temperar os ardores do Sol divino que Ela trazia em si.

   Ora, a Eucaristia, pela Comunhão, associa-nos à glória de Maria e às alegrias de sua maternidade e o Espírito Santo desempenha em nós igual mister que na Encarnação.

   Procuremos portanto nos unir ao divino Espírito Santo quando formos comungar, e nos lembremos de que a disposição que Ele espera de nós é a de Maria ao exclamar: "Ecce ancilla Domini". 

   Que o Espírito Santo nos prepare para a Comunhão, fale por nós e agradeça a Jesus em nosso nome e que, por meio d'Ele, se estabeleça o reinado de Jesus em nós. 

O REINO DE JESUS CRISTO NA ALMA





 Diz o Livro da Imitação de Cristo: "Estar com Jesus é um doce paraíso; estar sem Jesus é um terrível inferno".
   "Quem segue a Nosso Senhor Jesus Cristo nunca anda nas trevas". 

   Na verdade: Jesus Cristo sempre reina: ou pelos bens e graças que traz sua presença; ou pelos males, catástrofes e desgraças que advêm de sua ausência. 

   Lemos a História da Igreja e constatamos em todos os tempos que, onde as máximas de Nosso Senhor Jesus Cristo são observadas e respeitadas, há paz e bênçãos. Onde se dá o contrário, há guerras, revoltas e desgraças de todo tipo; uma maldição como que paira constantemente sobre a humanidade.  

   Hoje que infelizmente, não só se não respeitam os mandamentos de Deus e as máximas do Divino Mestre, mas, além disto, os homens chegam à audácia de fazer leis contrárias às leis de Deus, estamos vendo os males e desgraças que estão caindo sobre a humanidade, e, pelas profecias, ou os homens se convertam e façam penitência, ou, do contrário, virão mais castigos. Os homens são castigados pelos próprios pecados que cometem. 

   Caríssimos, de nossa parte, façamos de tudo para que o Divino Mestre reine em nossas almas. Mas, qual é este reino em mim? É o Filho de Deus feito homem governando sempre e em tudo o meu coração, dirigindo o espírito, a língua, todas as ações, toda a ordem e plano da minha vida. Assim, caríssimos, o meu coração, é, com toda verdade, o trono de Jesus Cristo. Tudo em mim recebe com submissão as ordens deste grande Rei; tudo é posto ao seu serviço, para ser empregado por Ele em glorificar a seu Pai. 

   Este reino de Jesus Cristo consiste em me governar de tal sorte pelo seu espírito, que Ele seja a norma de todos os meus juízos, de todos os meus afetos e propósitos; em seguir em tudo as luzes e inspirações da sua graça; e, com o santo uso que faço delas, em praticar todas as virtudes que nos ensinou, e de que nos deu exemplo. É verdade que eu nunca serei dispensado de dizer com São Paulo: "Sinto nos meus membros outra lei que se opõe à lei do meu espírito, e que me faz escravo da lei do pecado que está nos meus membros" (Rom. VII, 23); mas é necessário que possa acrescentar como ele: "Tenho outra lei dentro de mim, a lei do espírito de Jesus, que reina sobre os meus apetites desregrados, os reprime e os subjuga; de sorte que "não sou eu já o que vivo, mas é Jesus Cristo que vive em mim" (Gal. II, 20). É necessário que as suas virtudes substituam os meus vícios: a sua humildade o meu orgulho; a sua pobreza o meu apego aos bens terrenos; a sua paciência as minhas impaciências; as sua mansidão a minha ira, etc. É necessário, outrossim, que Ele disponha à sua vontade do meu tempo e das minhas forças, das minhas alegrias e tristezas..., sem que jamais a sua vontade encontre na minha alguma resistência. Somente então Jesus reinará em mim e sobre mim como senhor supremo; mais do que isto, como Pai todo poderoso e todo bondade. 

   Ah! caríssimos, oxalá, Jesus reinasse assim em cada alma, em cada família e consequentemente em toda sociedade!!! Enquanto isto não acontecer, é o caos cada vez mais terrível que vemos e veremos infelizmente!!!

     

quinta-feira, 28 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  28 de maio

   Nossa senhora correspondia ao estado de humilhação de Jesus no Santíssimo Sacramento vítima, por sofrimentos atuais; a seu estado de propiciação, pelos sacrifícios voluntários.

   A fim de honrar a vida oculta de Jesus, Maria se aniquilava procurando não ser mais do que uma simples aparência humana, da qual todo o ser e toda a substância, estão mudados e transformados em Jesus Cristo. 

   Maria é pobre como Jesus Sacramentado, e até mais do que Ele, porque pode experimentar as privações reais da indigência. 

   A exemplo de Jesus, obedece, e honra sua obediência sacramental que O faz se submeter ao último dos ministros da Igreja, e para imitar a docilidade desta obediência tão simples e pronta, considera-se feliz em obedecer, atende pressurosa ao primeiro sinal. 

   Numa palavra, Maria completa em si própria a vida eucarística de Jesus Cristo. 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  27 de maio

   A Santíssima Virgem, no Cenáculo, vivia da vida eucarística de Jesus, porque o amor requer a comunhão de vida.

   Em Belém e Nazaré, viveu da vida pobre e oculta de Jesus; no Egito, de sua vida perseguida; através das aldeias da Judeia, de sua vida apostólica, e tendo também compartilhado da vida crucificada de seu Divino Filho, devia, consequentemente, e com maior razão viver de sua vida eucarística que é a coroa das outras todas.

   Por meio da Eucaristia a vida da Santíssima Virgem era totalmente interior, silenciosa e oculta, afastada do mundo, tendo Jesus por única testemunha e confidente. Sua vida transcorre na contemplação e na ação de graças diante da bondade infinita da Eucaristia, e esta visão absorve completamente o seu espírito, alimentando-o com a verdade; penetra suavemente seu coração, que tem por único desejo e necessidade amar sempre melhor, entregando-se totalmente e cada vez mais a Jesus. O próprio corpo de Maria participa dos gozos e da paz celestial dessa vida: está inteiramente espiritualizado. "Cor meum et caro mea exsultaverunt in Deus vivum". - Meu coração e minha carne exultaram em Deus meu Salvador".  

terça-feira, 26 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  26 de maio

 
 Maria não tinha pecado que expiar, nem original nem atual; não recebera de Deus, como Jesus, o fardo de nossas iniquidades, e por que foi então que sofreu tanto em sua vida, durante a qual teve incessantemente diante dos olhos o quadro da morte de seu Filho? E por que, principalmente, teve de suportar o martírio do Calvário?

   É que o sofrimento é a lei do amor, e foi o amor de Maria que teceu o seu martírio e porque amava mais do que todas as criaturas, sofreu um martírio incomparável.

   Outra razão de ser do sofrimento é que ele é a glorificação atual de Jesus Cristo em nós; padecendo, continuamos e completamos o seu sacrifício. No caso de Maria, existe ainda o motivo de que a glória da maternidade deve ser conquistada pelo sofrimento. Ao dar à luz o seu Filho imaculado, foi isente desta lei, mas quando se tratou de tornar-se nossa Mãe e nos fazer nascer à vida da graça, teve de experimentar todo o rigor. 

   Quanto sofreu Jesus para nos regenerar! Maria sofrerá com Ele, imóvel ao pé da Cruz, partilhando em seu coração todos os tormentos da Paixão a fim de se tornar nossa Mãe adotiva. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  25 de maio

 
 Eis o meu modelo, minha Mãe: Maria, primeira adoradora do Verbo Encarnado em seu próprio seio!

   Oh! quanto essa primeira adoração da Virgem Mãe deve ter sido perfeita em si mesma, agradável a Deus e rica de graças!

   Oxalá pudesse adorar Nosso Senhor como esta boa Mãe, pois que, na santa Comunhão, eu O possuo do mesmo modo que Ela. 

   Ó meu Deus, dai-me a Santíssima Virgem adoradora por verdadeira Mãe; fazei-me partilhar de sua graça, do estado de contínua adoração em que viveu durante todo o tempo em que vos trouxe em seu puríssimo seio, este céu de virtudes e de amor.

   Será esta, ó meu Deus, uma das grandes graças da minha vida. Quero portanto, de ora em diante, fazer todas as minhas adorações em união com a Mãe dos adoradores.

   Oh! sim, divino Rei! dignai-vos reinar soberanamente sobre o meu coração e a minha vida como reinastes sobre vossa Mãe Santíssima.Vossa verdade será meu estandarte de honra, vossas virtudes minhas armas, vosso amor minha palavra de ordem, e o fruto de minha vitória, vossa maior glória eucarística. 

   

domingo, 24 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  24 de maio

   Oh! quanto haveis de ser amados por Maria se servirdes bem ao seu Jesus! Quanto vos protegerá, se trabalhardes somente para a glória de Jesus! Quanto haverá de vos enobrecer vendo que viveis unicamente do amor de Jesus! Torná-La-eis assim duplamente Mãe, porque A colocais de um modo mais perfeito na sua grata missão de Mãe dos adoradores de Jesus.

   Sede porém modestos como a Santíssima Virgem; lembrai-vos de sua modéstia diante do Anjo e imaginai quão modestamente Ela servia a seu Filho no Santíssimo Sacramento.

   Sede puros como a vossa boa Mãe, que teria mesmo renunciado à glória da maternidade divina para conservar a flor de sua virgindade.

   Sede humildes, a seu exemplo, pois se abismava no seu nada inteiramente entregue à graça de Deus.

   Sede amáveis e mansos visto que Maria era a suave expressão do Coração de Jesus. Revesti-vos das virtudes e méritos da Santíssima virgem quando fordes à Sagrada Mesa, e assim comungareis com a sua fé e o seu coração. 

   Oh! quão feliz senti-se-á Jesus encontrando em vós a imagem e a reprodução de sua Mãe amabilíssima!

sábado, 23 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  23 de maio

 
 A Santíssima Virgem permanecia unida à Divina Eucaristia, contro de seu amor. Todos os seus pensamentos, palavras e ações daí provinham como os raios dimanam do sol.

   A Eucaristia era o oráculo que consultava e a graça que seguia.

   Jesus no Santíssimo Sacramento continua a mesma vida de amor que O consumia durante a existência terrena. Em seu estado sacramental adora o Pai por meio de seus profundos aniquilamentos, continuando a exercer o seu ofício de Medianeiro e Intercessor junto ao Pai em prol da salvação dos homens.

   A Santíssima Virgem se unia à oração de Jesus e a isto acrescentava o exercício e os méritos das virtudes que Nosso Senhor, em seu estado glorioso, não pode mais praticar.

   Tal deve ser a vida de um adorador que deseja fixar o seu viver na Eucaristia. Quem ama verdadeiramente pensa, deseja, trabalha, regozija ou se entristece na pessoa amada; esta constitui seu centro natural de vida. Jesus, com efeito, disse: "Onde estiver teu tesouro aí também estará teu coração". 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  22 de maio


 A Santíssima Virgem jamais perdia de vista a presença eucarística de seu Filho.

   Para alcançar esta vida de união é mister libertar-se de toda a escravidão, da vida do amor próprio que só pensa em si até mesmo no serviço de Deus, que fala somente de si a Jesus, dos interesses próprios, dos negócios que lhe dizem respeito, e não sabe se entreter com Ele conversando sobre Ele mesmo, sobre os interesses de sua glória e as necessidades de seu coração.  O amor próprio não deixa que a alma se conserve calma e tranquila aos pés de Jesus, contentando-se com Ele e nada mais desejando fora d'Ele. 

   É necessário renunciar a essa vida de impaciência que não sabe escutar Nosso Senhor e nos torna semelhantes a mercenários que aguardam impacientemente o seu salário, ou a estafetas ansiosos por partir. São bem poucos os adoradores que se julgam assaz recompensados e felizes em permanecer com Jesus, ocupados em servi-Lo como os anjos no Céu e a Santíssima Virgem no Cenáculo. E no entanto veem-se nos palácios cortesões que permanecem largo tempo juntos ao Soberano sem fazer outro coisa do que o ato de presença para homenagear assim a majestade do rei. 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  21 de maio

 
 Os adoradores partilham da vida e da missão de súplica de Maria aos pés do Santíssimo Sacramento. É a mais bela das missões e não apresenta perigo. É também a mais santa, porque abrange o exercício de todas as virtudes, e ao mesmo tempo a mais necessária à Igreja, que tem maior necessidade de almas de oração do que de homens eloquentes.

   Em nossos dias, mais do que nunca, precisamos de almas, que, pela própria imolação, desarmem a cólera de Deus irritado contra os delitos sempre crescentes, das nações; almas que, com suas súplicas, reabram os tesouros da graça fechados pela indiferença geral; almas, enfim, de verdadeiros adoradores, almas de fogo e de sacrifício.

   Quando elas forem numerosas em torno de seu Divino Chefe, Deus será glorificado, Jesus amado, e as sociedades tornar-se-ão cristãs, conquistadas a Jesus Cristo por meio do apostolado da oração eucarística. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  20 de maio

 


 Maria se dedicava totalmente à glória de Jesus na Divina Eucaristia. Sabia que o desejo do Pai Celestial era vê-la conhecida, amada e servida por todos, e que o Coração de Jesus sente necessidade de comunicar aos homens todos os seus dons de graça e de glória. Sabia também que a missão do Espírito Santo é difundir e aperfeiçoar nos corações o reinado de Jesus Cristo, e que a Igreja foi fundada expressamente para dar Jesus ao mundo; por isto, todo o desejo de Maria era tornar Jesus conhecido no seu Sacramento. O imenso amor que dedicava ao seu divino Filho tendia a se expandir e dilatar para, de algum modo, compensá-la da impossibilidade em que se achava de glorificá-Lo tanto quanto anelava.

   A Santíssima Virgem desempenhava aos pés da Eucaristia perene missão de oração e de penitência, tratava da salvação do mundo, e na intensidade do seu amor abraçava as necessidades dos fiéis de todos os lugares e de todos os tempos vindouros que haveriam de herdar a devoção á Divina Eucaristia, consagrando-se ao seu serviço. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  19 de maio

 
 É Maria quem faz a nossa educação cristã.

   Jesus conquistou todos os tesouros da graça; compete a Maria recolhê-los, distribuir o Pão que Ele nos deixou e fazer observar a lei que promulgou. 

   Jesus não pode ficar entre nós em seu estado glorioso, pois um certo temor nos afastaria dele. E é por isto que o seu amor, no Santíssimo Sacramento, O priva de toda a ação exterior a fim de que Ele se torne mais atraente e mais acessível a todos. 

   Eis porém a nossa Mãe, que é também a Mãe de Jesus; Ela conhece o segredo da vida e do coração de seu Filho e nos quer manifestar as virtudes de Jesus, no-las mostrar sob um aspecto amável e fácil de reproduzir, o que somente é dado a um coração de mãe. Se eu ousasse, diria que Ela vai maternizar Jesus, torná-Lo tão meigo, tão acessível e capaz de ser imitado, como é a mãe para o seu filhinho!.

   Oh! quão belas e tocantes serão as palavras de Jesus passando pelos lábios de Maria! Quão amáveis, e facilmente imitáveis tornar-se-ão as virtudes, sublimes em si mesmas, ensinadas por Maria! Quão belo e afável será Jesus pintado por Maria! Como será suave a educação sob os cuidados de tão boa Mãe! 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  18 de maio

 


 Avaliai, se puderdes, as adorações, as homenagens, os carinhos de Maria para com seu divino Filho ao nascer! Adorai Jesus repousando em seus braços ou adormecido em seu regaço.

   Que belo ostensório é Maria, ostensório fabricado com esmero pelo próprio Espirito Santo! Que pode existir de mais belo do que a Santíssima Virgem, mesmo considerada só no exterior? É o lírio puríssimo, o lírio do vale, cândida como ele, e que germinou em terra imaculada. 

   Maria é o paraíso de Deus! E a flor que nele desabrocha é Jesus, a flor de Jessé, e o fruto que produz é Jesus,  o trigo dos eleitos!

   Quanto Deus se deleitou em embelezar Maria! Eis o ostensório do Verbo recém-nascido! Eis o canal por onde nos vem Jesus!

   Oh! sim, a Eucaristia começou em Belém, entre os braços de Maria. Foi Ela que trouxe à humanidade faminta o único Pão que a poderia saciar!

   Foi Maria que conservou para nós esse Pão! Ovelha divina, nutriu com seu leite virginal o Cordeiro cuja carne vivificante seria o nosso alimento mais tarde! 

domingo, 17 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  17 de maio







   Maria adorava com a fé mais submissa a seu Filho oculto e velado sob uma forma estranha, porém o seu amor atravessava a nuvem do mistério. Adorava o Coração abrasado de amor onde se originara a Santíssima Eucaristia, louvava os lábios sagrados que haviam pronunciado estas adoráveis palavras: "Isto é meu Corpo, isto é meu Sangue".

   A adoração de Maria era profunda, interior, íntima; era o dom de si mesma. Consagrava-se totalmente ao serviço de amor do Deus da Eucaristia, pois o amor não impõe condições nem reservas, não pensa em si mesmo nem vive mais para si; não se conhece mais, e vive somente para o Deus a quem ama. Em Nossa Senhora tudo convergia para o Santíssimo Sacramento como para o seu centro e fim. Uma corrente de graça e amor se estabelecia entre o coração de Jesus-Hóstia e o Coração de Maria adoradora. Eram duas chamas que se fundiam numa só.

   Deus foi então perfeitamente adorado por sua criatura. 

sábado, 16 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  16 de maio

 
Escadaria que leva ao Cenáculo. A tradição confirmada pela Arqueologia diz que
esta escada é a original do tempo de Jesus Cristo. Portanto, por esta escada
passaram muitas vezes o Divino Mestre e sua Mãe Santíssima. 
 Maria foi sempre a primeira adoradora de Jesus, em todos os mistérios. A sua adoração, porém, se manifesta em todo o primor e incomparável excelência aos pés do tabernáculo. Adora então Jesus não em seus estados passageiros, mas no estado permanente de Rei sobre o trono perpétuo de seu amor, trono firmado na terra até o fim do mundo, num mistério que resume e contém todos os mistérios.

   Nossa Senhora, no Cenáculo, passa os dias e as noites diante da divina Eucaristia; é o lugar de sua predileção onde vive e reina o seu bem amado Jesus. 

   Que amável e doce intimidade entre o Filho e sua terna Mãe!

   A Santíssima Virgem não teria podido viver na terra sem a Eucaristia; com ela a vida lhe sorri porque possui Jesus, de quem se torna adoradora por estado e por missão. E os vinte e quatro anos de seu viver no Cenáculo se passaram, quais vinte e quatro horas do dia, no exercício habitual da adoração. 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  15 de maio



 
A devoção à Imaculada  e Santíssima Virgem Maria é uma consequência rigorosa de nossa fé em Jesus Cristo.

   O culto de Maria acompanha o amor de Jesus, seu divino Filho.

   Com efeito, como é possível adorar Jesus Cristo sem honrar Aquela de quem O recebemos? Como é possível amar a Jesus sem amar Nossa Senhora, sua divina e terna Mãe, a quem Ele tanto amou?

   A devoção a Maria é, portanto, o dever filial de todo cristão. 

   Grande e universal é o seu culto na Igreja. Cada mistério de sua vida tem uma família a honrá-lo, cada uma de suas virtudes tem discípulos que a escolheram como regra e alegria da vida.

   Mas, entre os mistérios da vida de Maria um deles resume, em sua santidade e em seus ensinamentos, todos os mistérios: é o mistério de sua vida no Cenáculo honrando a vida eucarística de Jesus. É a este que os adoradores devem render um culto todo particular e fazer com que seja glorificado pelas almas piedosas. 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual


 Maria tem a missão de conceber, formar e aperfeiçoar Jesus em nós. O Pai lhe entregou seu Filho para que Ela no-Lo transmitisse.

   O mundo era indigno de receber o Verbo diretamente de Deus. Maria foi nossa medianeira na Encarnação e continua a desempenhar esse mister, porquanto é pelas súplicas de Maria que chegamos ao conhecimento de Jesus Cristo, abraçamos a sua divina lei, e obtemos o dom da fé.

   A missão de Maria, missão que Ela sempre desempenha com fidelidade, é dar-nos Jesus. Cumpre-nos recebê-Lo de suas mãos, e debalde O procuraríamos longe dela. Além disto, Jesus só crescerá em nós por meio de Maria. Todas as graças de progresso espiritual nos advêm por seu intermédio, pois, que foi sob a direção maternal de Maria que Jesus cresceu em Nazaré.

   É finalmente por meio de Maria que Ele se aperfeiçoará em nós. A perfeição de Jesus em nós é a obra por excelência do Espírito Santo, mas, assim como este Espírito de Amor quis realizar sua obra-prima, a Humanidade Santíssima de Jesus, por meio de Maria, quer valer-se também de sua cooperação para estabelecer em nós a perfeita semelhança do Salvador e nos transformar em outros Cristos. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  13 de maio


 Oh! quanto a Santíssima Virgem, que havia recebido inúmeras graças e praticava todas as suas ações com tanta perfeição, devia glorificar a Deus, reconhecendo o seu próprio nada, oferecendo-Lhe todo mérito, revertendo-Lhe toda a glória!

   Em criatura alguma Nosso Senhor viveu tão plenamente e reinou com tanta soberania como em Nossa Senhora!

   Não era mais a Virgem, e sim Jesus, quem pensava, julgava e queria; Ela se contentava em repetir por cada um de seus pensamentos, por todas as palpitações de seu coração, e particularmente por cada uma de suas ações: "Ecce ancilla Domini! Fiat mihi secundum verbum tuum!" - Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua santa palavra.

   Em Maria, jamais houve resistência, hesitação ou divergência, nem sequer demora em cumprir a vontade de Jesus Cristo, mas, ao contrário, sempre identidade de sentimentos, de vistas, de querer. Tornou-se por isto, no tempo do trabalho e do merecimento, e eternamente na glória, o trono e o leito de repouso de Jesus, seu tabernáculo e paraíso de delícias. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  12 de maio


 O segundo ato de Maria na Encarnação, foi naturalmente de jubilosa ação de graças pela inefável e infinita bondade de Deus para com os homens; um ato de humilde reconhecimento por tê-la escolhido, indigna mas feliz serva, para uma graça tão insigne.

   O reconhecimento da Santíssima Virgem se exprime em atos de amor, de louvor e de ações de graças à bondade divina, pois a gratidão tudo isto abrange. É a expansão da alma para com a pessoa do Benfeitor, expansão magnânima e amorosa; a gratidão é o coração do amor.

   O terceiro ato da adoração de Maria deve ter sido de homenagem; a oferta, o dom de si mesma, de toda a sua vida ao serviço de Deus: - Ecce ancilla Domini! - acompanhado de um ato de pesar por se reconhecer tão pequena e tão pobre, não podendo servi-Lo dignamente.

   O último ato, enfim, foi certamente de compaixão pelos pobres pecadores, por cuja salvação o Verbo se encarnara. Maria soube interessar a divina Misericórdia em favor deles, oferecer-se para reparar e fazer penitência em seu lugar a fim de alcançar-lhes o perdão e a reconciliação com Deus. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  11 de maio


Visita de Nossa Senhora a Santa Isabel.
Pintura na Igreja do Rosário em Lourdes, França. 
 Maria recebendo o Verbo em seu imaculado seio é o melhor modelo de ação de graças da Comunhão.

   Adorar Jesus presente em nossa alma em união com Maria, é o meio mais seguro de Lhe fazermos uma grata recepção, ao mesmo tempo rica de graças para nós. 

   A adoração da Santíssima virgem nesse grande momento, sem dúvida, se iniciou por um ato de humildade e aniquilamento total de sua pessoa, diante da soberana majestade do Verbo, pela escolha que se dignou fazer de sua pobre serva, impelido por um excesso de bondade e amor para com ela e para com a humanidade. 

   Tal deve ser o primeiro ato, o primeiro sentimento de minha adoração, ao comungar. Foi este o sentimento de Isabel ao receber a visita da Mãe de Deus que levava o Salvador oculto no seio, e expresso nestas palavras: "De onde me vem esta honra, que eu tão puco mereço?" E o mesmo exprimiu o centurião, em cuja casa Jesus se dispunha a entrar: - "Senhor, eu não sou digno!"

O PAI-NOSSO

 INTRODUÇÃO
Nesta postagem não é nosso objetivo explicar o Pai-Nosso. Fá-lo-emos, se Deus quiser, nas próximas postagens do outro blog "VIA-VERITAS-VITA". Aqui  procuraremos, com a graça de Deus, resolver uma dificuldade que, no mínimo, está perturbando os fiéis católicos que querem continuar seguindo com fidelidade a Sagrada Tradição através do Magistério perene da Santa Madre Igreja.
Há o provérbio popular que diz: "Ensinar o Pai-Nosso ao Vigário". Vivemos em tempos tão conturbados que este provérbio está se realizando "ipsis litteris", isto é, com as mesmas letras. Pois, uns dizem: "Senhor Vigário, o senhor está errado porque está rezando no Pai-Nosso: "perdoai as nossas ofensas e não dividas". Já outros dizem: "Senhor Vigário, o senhor está errado porque está rezando no Pai-Nosso: "perdoai as nossas dívidas e não ofensas".
  Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo, aqui nesta postagem deste blog, quem vai ensinar o Pai-Nosso é o Vigário, embora, com certeza, não o mais indicado entre os vigários. Na verdade, nem vigário sou, mas quero orientar meus fiéis e talvez possa ajudar a muitos outros. É o que desejo do fundo da alma.

   No século IV o imperador Constantino construiu uma grande basílica no Monte das Oliveiras, onde, segundo uma tradição local, Jesus ensinou o Pater Noster. Muito depois, ou seja, em 1869 foi construído anexo um Carmelo de Carmelitas francesas e se chama "Carmelo do "Pater Noster". Na igreja, fora da clausura vemos nas paredes, o Pai-Nosso em todas as línguas do mundo. Estive lá em agosto de 2000. Pedimos ao nosso guia que é judeu, se ele podia ler o Pai-Nosso em aramaico para a gente ter uma idéia melhor de como Jesus falou. Havia no fim o Amém como está em São Mateus, mas ele não leu o Amém. Perguntamos- lhe o  porquê. Ele  disse: "Se eu falasse o Amém estaría aprovando a Jesus e eu não aceito Jesus. Mas vamos ao assunto que determinamos   tratar nesta postagem.
   Todos sabemos que foi Jesus quem ensinou o Pai-Nosso. Por isso é a oração mais perfeita e mais bela que existe. É a oração do Senhor ou "Oração Dominical". "Dominus" em latim quer dizer "Senhor". Quão  importante e necessário é que rezemos o Pai-Nosso como Jesus ensinou! Devemos rezá-lo não só com grande devoção mas também  como Jesus rezou, portanto, com toda fidelidade. É a finalidade desta postagem.
   Dois Evangelistas relatam a passagem em que se narra como Jesus  ensinou o Pai-Nosso: São Mateus, VI, 9-13 e São Lucas, XI, 1-3. Pelos estudos da Exegese parece que Jesus só se utilizou do aramaico. Pois, falava-se na Palestina, naquela época, a língua aramaica, que era aliás muito parecida com o hebraico, idioma original dos judeus. Usava-se também o grego ( a lingua da ciência e da filosofia) e o latim. Este último, por ser a língua oficial do império romano, ao qual estava sujeita a Palestina na época.
   Concluímos com toda porbabiladade que Jesus ensinou o Pai-Nosso em aramaico. São Mateus também escreveu seu Evangelho em aramaico. Já São Lucas escreveu o terceiro Evangelho em grego. São Lucas é o único que não pertence a raça judaica. Nasceu em Antioquia. Era médico e escrevia em grego. Possuia, inclusive, grande conhecimento desta língua, e o seu Evangelho, literária e historicamente é o mais perfeito.
   Quanto ao Pai-Nosso os relatos de São Mateus e de São Lucas, não são iguais. São Lucas é mais sucinto. Por isso a Santa Madre Igreja adotou o de São Mateus completado com alguma palavra do de São Lucas. De São Mateus a Igreja adotou  o Amém, segundo a Vulgata de São Jerônimo. Agora vamos ao ponto nevralgico: dívidas ou ofensas?
    Além de São Lucas, também São Marcos e São João escreveram em grego. São Jerônimo traduziu os quadro Evangelhos para o latim. Em São Mateus traduz  empregando a palavra "debita" que quer dizer: "dívidas". Em São Lucas traduz "peccata" que quer dizer: "pecados". A palavra empregada no aramaico por São Mateus corresponde no grego à  palavra "ofeilémata" que em português quer dizer exatamente: "dívidas". São Lucas, porém, não empregou esta palavra, mas a substituiu pela palavra grega "martías"  que em português quer dizer exatamente: "pecado". São Lucas  assim o fez (e como já dissemos ele tinha um conhecimento profundo do grego) porque esta palavra pecado era mais clara para os leitores gregos, enquanto a palavra "ofeilémata" = dívidas, sugeria-lhes a idéia de obligação pecuniária. Por sua vez, São Mateus empregou a palavra aramaica que significava , dívidas, porque no aramaico a noção de pecado exprimia-se correntemente pela palavra dívida. E a demonstração mais clara disto é o exemplo do próprio Jesus que fez a parábola dos "Servos Devedores', para mostrar que, se a gente não perdoar as ofensas que o próximo nos faz, também Ele não perdoa os nossos pecados. Logo depois de ensinar o Pai-Nosso, Jesus disse: "Porque, se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará os vossos pecados. Mas, se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados". (São Mateus, VI, 14 e 15).
   Vemos assim que já nas origens havia as duas palavras. E isto explica o porquê das diferenças, aliás mais aparentes do que reais, nos diversos idiomas do mundo, ao se rezar o Pai-Nosso. Fiz uma pesquisa com o escasso material que tenho em mão, e pude conseguirr o seguinte: Em Portugal se rezava "ofensas" ( Pai-Nosso num livro de 1940 e no PEQUENO MANUAL DO CATEQUISTA do célebre teólogo Perardi, manual este editado em 1955 em LISBOA; na gáfica UNIÃO, traz o Pai-Nosso em Latim e ao lado em Português: e lá está: "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"); Em França se rezava "offences"= ofensas (Pai-Nosso num livro de 1914); Em Itália se rezava "debiti" = dívidas ( Pai-Nosso num livro de 1960); Em Espanha se rezava "deudas" = dívidas ( Pai-Nosso num livro de 1928). No Brasil se rezava dívidas e não ofensas. Mas, depois do Concílio Vaticano II, infelizmente não tenho a data exata, os bispos do Brasil decidiram passar a rezar ofensas como se rezava, aliás, em Portugal. D. Antônio de Castro Mayer não teve nenhuma dificuldade em aceitar a mudança e a impôs na Diocese de Campos, inclusive, ao imprimir o Catecismo já colocou o Pai-Nosso com as modificações. O Padre Emanuel José Possidente em 1972, quando imprimiu seus "PLANOS DE AULAS" (=Explicação do Pequeno Catecismo) faz a explicação do Pai-Nosso segundo já as mudanças, ou seja, "perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendido". Mas, numa reunião do Clero um dos nossos sacerdotes (já falecido) apresentou uma objeção e, na hora todos nós aceitamos, e D. Antônio de Castro Mayer voltou atrás e mandou que se continuasse rezando o Pai-Nosso como até então sempre fôra no Brsasil.
    Aconteceu que , com a vinda do novo Bispo, D. Carlos Navarro, houve a divisão na Diocese de Campos, porque o Bispo nos expulsou de nossas paróquias. Bom, assim o povo que ficou do lado do novo Bispo rezava o Pai-Nosso com as mudanças (= perdoai  nossas ofensas) e nós continuamos com a versão tradicional no Brasil (= perdoai as nossas dívidas). Isto criou no nosso povo uma idéia errada de que rezar nossas ofensas seria progressismo. E vimos, pela exposição exegética e histórica que realmente, esta mudança não envolvia nenhum progressismo. Ninguém irá tachar de progressistas ao Santo Cura d'Ars ou a Santa Terezinha porque rezavam : "pardonnez-nous nos offenses, comme nous pardonnons à ceux qui nous ont offensés", (Em português: "perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"). Portanto estas diferenças já havia antes do Concílio Vaticano II. E mesmo que tivesse vindo dele não teria nada demais. A coisa tem que ser olhada objetivamente.
   Francamente que eu não saberia dizer se a mudança foi só no Brasil ou também nos outros países em que se rezava "nossas dívidas". Se alguém souber e puder me esclarecer, ficarei muito agradecido! E, se cometi algum erro nesta singela explicação, a quem me corrigir, ficar-lhe-ei muito grato por esta caridade.

domingo, 10 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  10 de maio

   "Verbum caro factum est!" - O Verbo se fez carne! Eis a glória de Maria.

   - O Verbo se fez o pão do homem! eis a nossa glória!

   Nosso Senhor se deu a si mesmo, a primeira vez, para satisfazer seu amor; dá-se agora incessantemente, para saciar os novos e ardorosos impulsos deste amor.

   Uma esmola de graças é muito pouco para o seu Coração! Torna-se dom, transforma-se em pão, e a Igreja no-Lo distribui.

   Poderia Ele por acaso fazer mais, ir além? Ser-Lhe-ia possível nos aproximar ainda mais de sua Mãe Santíssima, não em dignidade e em virtudes, mas na efusão de seu amor divino, que até parece maior no dom que nos faz, do que naquele que fez a Maria?

   A Santíssima Virgem, porém, soube reconhecer as graças de Deus; nós que participamos da honra que foi feita a Maria, imitêmo-la no seu amor. 

sábado, 9 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  9 de maio

   "Ecce ancilla Domini" - eis a fórmula do dom de si. 

   Maria tornou-se para sempre a escrava de amor do Espírito Santo, e a sua vida toda foi a manifestação de sua obediência, sujeição, e total esquecimento de si mesma. E tudo fez por amor; daí ser chamada a Mãe do belo amor, do amor que ama a Deus por Ele mesmo, por causa de suas perfeições e belezas, e porque é o princípio e o fim de tudo.

   Contemplai-A durante toda a sua vida, vítima deste puro amor, amando a seu divino Filho por causa d'Ele e não por interesse próprio, jamais lhe pedindo consolação nem procurando desviá-lo da morte ou mesmo retardá-la, para gozar um pouco mais do Filho querido. Ao contrário, acompanha-O ao Calvário para sofrer com Ele, disposta a substitui-lo se o Pai assim quisesse, e até mesmo a imolá-lo para obedecer às ordens da justiça divina.

   É que Maria não pensava em si mesma,; dava amor por amor. 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  8 de maio

 


 O Santo Evangelho proclama a Santíssima Virgem cheia de graça, e o Anjo lhe diz que o Senhor permanece com Ela.

   E de que maneira? Plena e soberanamente. O Espírito Santo reina em seu espírito e em seu coração, e dirige todos e cada um de seus pensamentos e afetos. Tornou-se a personalidade de Maria, que nada mais é em si mesma, toda entregue que está ao Espírito de Deus, que a cobre, a envolve e reveste cada uma de suas potências dos raios da graça e do amor.

   Maria manifesta a sua correspondência a esta vida de Deus em si por esta expressão bendita, uma das mais belas que foi dado ao mundo ouvir: "Ecce ancilla Domini", isto é, abandono-me e me entrego totalmente ao que o meu Senhor e meu Deus se aprouver realizar em mim; somente hei de pensar, querer e agir como serva, inspirada, movida e conduzida em tudo por sua vontade. 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  7 de maio


 Ante o quadro de todas as grandezas que o Anjo lhe descerra, Maria vê apenas sua própria fraqueza, o seu nada.

   Eis o nosso modelo. Somos pobres criaturas, servos indignos de um simples olhar de Deus. Mas desde que Ele se apraz em nos chamar e escolher-nos, digamos com Maria: FIAT! Que se faça em mim segundo a vossa palavra.

   E o mistério que se operou em Nossa Senhora, opera-se então em nós. No momento da Comunhão, a Eucaristia se torna verdadeiramente a extensão da Encarnação, a dilatação deste incêndio de amor cujo foco se encontra na Santíssima Trindade, e que abrasou a natureza humana em geral, no seio de Maria, mas que somente atinge todo o seu poder de extensão unindo-se a cada um dos filhos da humanidade.

   Em Maria, o Verbo se uniu à natureza humana; pela Eucaristia, une-se a todos os homens. 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  6 de maio

   A vida de Maria apresenta um característico que a distingue da vida de Jesus.

   Nela não se observa a humildade que assombra e confunde, o misto de poder e fraqueza, de grandeza e obediência, que se admiram na vida de seu Filho.

   A vida de Maria é sempre igual, sempre simples e oculta; é o reinado da modéstia humilde e suave, modéstia que forma o distintivo de sua piedade, de suas virtudes e de todos os seus atos.

   Se quisermos, portanto, ser filhos desta Mãe amável, devemos nos revestir de sua modéstia, tomando-a por tema habitual de nossas meditações.

   A modéstia é a virtude régia de um adorador, porque é a virtude dos anjos perante a majestade divina. Faz-nos assumir um digno porte na presença de Deus, tributar-Lhe a homenagem de todos os nossos sentidos e faculdades. Numa palavra, é a etiqueta de seu serviço real. Sejamos pois, no serviço de Jesus, modestos como Maria!

terça-feira, 5 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  5 de maio

   A virgindade de Maria foi condição para a Encarnação do Verbo.

   Deus, por desejar que sua Mãe fosse virgem, esperou quatro mil anos que Lhe fosse preparado esse puro tabernáculo.

   Eis que o Espírito Santo desce em Maria e tornando fecunda a sua virgindade, ao mesmo tempo a conserva intacta; e o mistério se opera.

   Quanto a nós, Deus nos pede a pureza de coração, a pureza que é a vida da alma. E, visto que não temos virtudes, nos pede ainda, pelo menos, um profundo respeito e humildade sincera.

   "Senhor, eu não sou digno de vos receber; afastai-vos de mim, pobre pecador".

   Este sentimento supre tudo o que nos falta, satisfaz Nosso Senhor que, vindo a nós, dar-nos-á o que não possuímos. 

   Procuremos ter fé, humildade e confiança, e Jesus fará o resto. 

segunda-feira, 4 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  4 de maio


 O Espírito de amor santificou Maria para que Ela se tornasse digna de ser Mãe de Deus.

   Se bem que toda a Santíssima Trindade concorra para a santificação das almas, atribui-se esta operação especialmente à terceira pessoa, que é o Dom por excelência, o laço de união entre o Pai e o Filho, e que, vindo as nossas almas, nos une a Deus.

   O Espírito Santo ornou a Santíssima Virgem de todas as virtudes, e quando Ela hesitou em aceitar a dignidade de Mãe do Verbo, julgando-a incompatível com seu voto de virgindade, o Anjo lhe assegurou que a sua maternidade seria obra do Espírito Santo que desceria sobre a sua pessoa.

   Considerai que Ele já habitava em Maria pela plenitude da graça. Que significam então estas palavras: "O Espírito Santo descerá sobre vós?" Que Ele virá, o frágil criatura, fortificar-vos e preparar este mistério da onipotência divina. Já não podeis tremer, porque o próprio Deus veio a vós por uma presença toda especial para aí receber o Verbo. Sim, foi o Espírito Santo quem O recebeu em Maria, formando-lhe a natureza humana. 

domingo, 3 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  3 de maio


A parte superior do quadro catequético
represente Nossa Senhora ainda menina
indo para o Templo a fim de se
consagrar a Deus. 
 A Santíssima Virgem, no Templo, adorava a Deus em espírito e em verdade; apressava, por suas orações e ardentes desejos, a vinda do Messias Salvador.

   Quanto a nós, adoramo-Lo realmente presente em nossos altares, sem precisarmos clamar por Ele de longe, como Maria.

   Está conosco, no meio de nós, possuímo-Lo sempre. 

  Imitemos o silêncio, o recolhimento da Santíssima Virgem, e a sua vida oculta em Deus. Que Ela seja o modelo da nossa vida eucarística.

   Abraçai, portanto a vida simples e desconhecida, os empregos modestos de vossa posição, alegrai-vos de não serdes conhecidos, escondei a pequenina chama de vossa lâmpada, pois o menor sopro poderia apagá-la.

   Maria se consagrou a Deus sem hesitação, inteiramente e para sempre. Fez a doação total de si mesma: o espírito, o coração, a liberdade, nada reservou para si.
   Oh! entreguemo-nos inteiramente a Jesus sacramentado, que por sua vez se dá todo a nós!

sábado, 2 de maio de 2015

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  2 de maio

 
A parte central do quadro catequético
representa Nossa Senhora Menina.
Sant'Ana, sua mãe,  ensina-lhe a Lei
e as Profecias.


 Maria nasceu com uma auréola de grandezas que ultrapassam todas as riquezas dos filhos deste mundo.

   Quis Deus associá-la ao seu grandioso e divino mistério; o Pai lhe dá o nome de Filha, o Filho  a venera como sua Mãe, e o Espírito Santo a protege como sua Esposa.

   Maria foi chamada a cooperar nas grandes obras da onipotência Divina, e a associar-se ao império do próprio Deus. Assim, desde o seu pequenino berço é objeto das complacências da Santíssima Trindade e da admiração dos anjos. E os demônios estremecem...

   O mundo, porém, rejubila. Vemos chegar a nossa libertadora. E nós, adoradores, devemos nos alegrar porque Maria nos traz o nosso Pão de vida, e cumpre-nos saudá-La desde esse dia como a aurora da Eucaristia, porque sabemos que o Senhor há de tomar dela a substância do Corpo e do Sangue que nos serão dados em alimento no Mistério de seu amor. 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A VELHA CASULA

   Duas coisas moveram-me a republicar este post:  Faz lembrar fatos semelhantes na época das perseguições comunistas, islâmicas na atualidade.
   E a outra coisa é o fato de estarmos vendo celebrações católicas com paramentos exóticos que motiva-nos a duvidar que agradem a Deus. Pois no Antigo Testamento Êxodo XXXIX lemos que por determinação do próprio Deus, as vestes sacerdotais deveriam ser de púrpura e linho fino bordados com fios de ouro verdadeiro. E lá se tratavam apenas de figuras ou símbolos. Aqui no N. T. temos a realidade. A santa Missa não é um teatro, é a renovação do Sacrifício da Cruz. 

 A VELHA CASULA
   - E se for verdade...
   - ... impossível...
   - Como impossível?... se todos os dias ele tem celebrado com aquela mesma casula? ...
   - A mesma??? ... remendada?  ... manchada? ...
   - Justamente!...  a nossa... uma vez na vida, outra na morte...

   O bom padre José Gonzales era um vigário exemplar. Trabalhador, muito piedoso, inteligente, alegre... Mas tinha um defeito: não queria saber de novas casulas brancas! Dia de paramento branco... cena invariável: o vigário entrava para a Missa, enroupado, fatalmente, implicantemente (para alguns e algumas fiéis), na velha e sempre a mesma casula branca - aliás bonita e rica, mas bem manchada e com um grande remendo no meio.
   - Talvez, D. Dolores, seja conveniente oferecer ao vigário outra casula mais a seu gosto...
   - De que vale? Porá de lado do mesmo modo... A outra então não era linda?... grandes rosas de veludo escarlate sobre seda branca... É ceder, minha amiga, não há outro meio... é deixar o bom cura com sua casula remendada...
    E era verdade! Por nada deste mundo, o padre José se decidiria a abandonar a sua velha casula! E nem o dobrara a dedicação daquelas damas, que ciosas do decoro da Matriz, lhe haviam feito novos e ricos paramento brancos. Ele agradeceu, apreciou o trabalho e estreou-os no primeiro domingo.
   Segunda-feira... D. Dolores, piedosa como sempre, lá está à espera da Missa das 5. Entra o Padre e oh! - pesada desilusão - a velha casula... com seu velho remendo... com suas velhas manchas avermelhadas!...
  
Terça-feira... a mesma coisa!... quarta... quinta...
   E só num outro domingo, ou numa outra festa, o vigário se decidia a satisfazer a pedido das zelosas benfeitoras
   - Mas isto é demais, D. Dolores... é até contra a dignidade do Santo Sacrifício!...
   - De certo... Se não houvesse outros paramentos, vá lá... mas... depois de tanta boa vontade nossa...
   - Não há outro meio, D. Dolores... é falar com o Padre Gonzales... Talvez queira ele uma casula gótica, ou... outra... quem sabe? remendada também? ... Coitado... Que gosto sem graça... Assim caminhavam para a igreja, filosofando... estas pobres damas tão dedicadas!!!
   Afinal, chegaram... Empurrando os grossos para-ventos, relancearam os olhos ao altar. E com a mão na pia de água benta, D. Dolores ainda cochichou:
   ... é a velha casula... que remendo feio!...
   - Feiíssimo... horrível... nem olho... senão perco a devoção!...
   Terminou a Missa. Padre e coroinha atravessam vagarosamente o adro e entram na sacristia. Chiam pela igreja os passos miudinhos dos que se retiram, chocalham os rosários que se recolhem. Na sacristia vai se juntando, medrosamente, uma  dezena de moças, D. Dolores à frente. Caladas, cercam à distância o vigário, em misterioso bloqueio.
   O padre José às pressas tira os paramentos, e ainda, desvencilhando-se do amito, exclama sorrindo:
   - Então que aconteceu?... é guerra ou revolução? ...
   Só cochichos, cada qual elege timidamente a vizinha para oradora oficial.
   - Vamos... Bloqueio sem declaração de guerra é proibido... A Liga das Nações não o permite...
     D. Dolores anima-se:
     - Senhor Padre... é só uma consulta, ou melhor, uma pergunta. E, mil desculpas, se o viemos incomodar.
   Nós desejávamos, Padre José, saber o gosto do senhor, a respeito de casula... e então faríamos uma que o satisfizesse... Pois, senhor Padre, parece que nossos paramentos não lhe agradaram... raramente eles têm a honra de servir no altar... E todos têm estranhado, senhor Padre, que o senhor só use aquela casula velha e remendada... que parece não estar conforme ao... ao... - e não querendo ofender nem de longe ao bom vigário, D. Dolores não sabia continuar. Tanto mais que, sem que ninguém esperasse, o Padre José dava sinais vivos de emoção. Que seria? que segredo teria aquele velho paramento? ... O Padre abandonara já o seu sorriso, e sério... como que oprimido por uma angústia secreta... com a voz quase embargada e trêmula murmurou: - Minhas filhas... queridas filhas... deixar a minha casula? ... a minha... é isto que desejam?... - e abaixando a cabeça. - Queridas filhas, o que me pedem é deveras custoso, mas obedecerei ao que decidirem. Escutem, porém, primeiro uma história... depois, façam o que quiserem... o que lhes aprouver... obedecerei em tudo...
   E curvando-se com todo carinho e respeito, beijou uma a uma as manchas da velha casula, deixando embeberem-se na última duas lágrimas irreprimidas:
   - Filhas queridas... tinha eu 23 anos... e tinha uma irmã dois anos mais moça que eu... uma pérola de irmã... um anjo... a minha saudosa Lecy... tão boa... tão virtuosa... tão alegre... amava-me tanto... tanto... - e nas pálpebras do bom padre José, surgiram outras lágrimas rebeldes, escondidas tarde demais para não angustiar suas comovidas e atônitas ouvintes. E só Deus sabe o esforço ingente que fez para poder continuar:
   - Estava eu para me ordenar... e com que amor ela não começou a fazer os paramentos para a minha Primeira Missa!!!... tudo bordado a mão, com todo carinho, seis meses a fio... Era, queridas filhas, esta mesma casula que aí vêem rasgada e manchada... Ia ser uma feliz Primeira Missa!
   Mas... mas começaram as perseguições... as tropas do Governo, como sabem, nada respeitavam: igrejas destruídas, altares e objetos do culto profanados de um modo horrível. Ordenei-me. E fui com o meu Bispo, na véspera da entrada das tropas em nossa cidade. Esperava voltar, serenadas as perseguições e continuar placidamente a vida, ao lado de minha extremosa irmãzinha Lecy. Mas... passam-se três dias... oh! como me foi doloroso!!!... e recebo uma carta do meu irmão Vítor...
   E, a despeito de todos os esforços, um soluço irrompeu-lhe da garganta, congestionado, lancinante... Abriu tremendo nervosamente o Breviário, folheou-o com sofreguidão, tomou um papel amarelado, e sem dizer uma palavra estendeu-o com mãos trêmulas à mais próxima.
   E saiu... era feio um padre chorar na frente de dez moças...
   Ninguém duvidou se se podia ou não , ler a carta... nada fascina tanto como o segredo... E qual seria o mistério da casula?... Sôfregas e trêmulas, abrem a carta...
             "Z ... , 9 de março de 1925.
                        Querido irmão José.
   Somos felizes, imensamente felizes... temos um tesouro que tanta gente almeja e tão poucos possuem... Temos uma irmã mártir! A querida Lecy acaba de partir para o céu, para incorporar-se no número dos que deram a vida na defesa da Igreja! Estou radiante, apesar das lágrimas que não pude conter!
   O fato foi simples: entraram hoje as tropas enviadas pelo Governo; nem parecíamos estar num país civilizado: grupos em desordem, a blasfemar, em correrias, a pilhar e saquear tudo... uma corja de bandidos!
   Chegou a vez de nossa pobre igreja!... Arrombaram as portas, entraram com os cavalos, quebraram todos os altares e imagens, e... calcule caro José... tomando os vasos e paramentos sagrados - e entre eles a sua casula - saíram em sacrílega profanação pelas ruas!!! Horrível José... eram demônios! Das janelas saíam brados de indignação, mas ninguém se abalançava a enfrentar aquele bando de assassinos.
   Pois bem, irmão querido. Lecy viu o que profanava a sua casula. E gritou do portão. Gritou muito, e num sublime heroísmo atirou-se à rua e enfrentou o bandido. Poupo-lhe, meu José minúcias dolorosas. Só isso: quando fui no encalço de nossa corajosa irmã, quando debrucei sobre ela, já agonizava, alagada em sangue, estreitando com força ao peito a sua casula branca.
   Meu querido irmão, ela já partiu para o céu! Temos uma irmã mártir! Que alcance o perdão para seus algozes...
      Aleluia... Te Deum laudamus!
             Teu saudoso e querido irmão
                                                             VÍTOR.
 N. B. Está em minhas mãos a casula, porém rasgada e ensanguentada. - Enviar-lhe-ei logo que for possível".

  D. Dolores parou... e de joelhos, uma a uma , em silêncio, beijaram as manchas avermelhadas da casula... Pareciam brilhantes... grãos de ouro... riquíssimas pérolas... Eram porém muito mais: eram sangue de Mártir!
 - HERÓIS - Pio Ottoni Jor.

FLORES DA EUCARISTIA


Leitura espiritual  -  1 de maio


   A Imaculada Conceição de Maria foi predita desde o paraíso terrestre.

   A Santíssima virgem é aquela mulher privilegiada que com o calcanhar esmagou a cabeça da serpente infernal!

   Na criação de Maria Imaculada, Deus alcançou a maior vitória sobre o demônio, restabeleceu o seu império divino sobre a terra e assumiu na criação o papel de senhor absoluto.

   Nós, adoradores, devemos ainda considerar, no mistério da Imaculada Conceição, que Deus preservou assim Maria porque desejava habitar nela, e queria encontrar um santuário puro e perfeito. Oh! com quanto prazer o Verbo contemplava essa morada cujos adornos eram feitos por Ele mesmo, e à qual se precipitou com passos de gigante!

   Ó Maria, emprestai-me vosso manto de pureza, revesti-me de candura e do esplendor de vossa Imaculada Conceição, pois compete à mãe adornar seu filho para os dias solenes. Revestido por vós, ó Maria, serei bem acolhido por Jesus, que virá a mim com prazer, e encontrando-vos em mim, fará suas delícias em habitar no meu coração.