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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

JUSTIFICAÇÃO E GRAÇA NA EPÍSTOLA AOS ROMANOS



    Também à PASSAGEM DO ESTADO DE PECADO PARA O ESTADO DE GRAÇA SANTIFICANTE se refere São Paulo no seguinte trecho: Ao que obra, não se lhe conta o jornal por graça, mas por dívida, mas ao que não obra e crê n'Aquele que JUSTIFICA O ÍMPIO, a sua fé lhe é imputada a justiça, segundo o decreto da graça de Deus. Como também Davi declara a bem-aventurança do homem a quem Deus atribui justiça sem obras: Bem-aventurados aqueles CUJAS INIQUIDADES FORAM PERDOADAS e cujos pecados têm sido cobertos (Romanos IV-4 a 7). São Paulo se refere à justificação do ímpio, ou seja, ao momento em que o homem ímpio passa a tornar-se um justo diante de Deus. Isto não é conquistado pela suas obras, mas por UM DECRETO DA GRAÇA DE DEUS. Exigem-se, apenas, algumas disposições da alma que São Paulo resume na palavra FÉ, porque a fé é a base, é o ponto de partida para aquelas disposições preparatórias. É claro, por exemplo, que Deus não vai perdoar o pecador que não está contrito e arrependido, mas este arrependimento já deve nascer da fé; o arrependimento que não nascesse da fé, que fosse baseado nalgum motivo natural e humano e não sobrenatural (p. ex. o ímpio se arrepende apenas porque perdeu a saúde, o dinheiro ou a liberdade) não seria suficiente para a justificação. 

   - Mas, podem objetar os protestantes, São Paulo aí não fala nem no Batismo que, segundo os católicos, é necessário para receber a graça santificante pela primeira vez, nem na Confissão Sacramental que, conforme o ensino da Igreja, é necessário para recuperar a graça santificante que já se perdeu. Fala somente na fé.

   - É fácil explicar porque São Paulo aí não fala no Batismo, nem na Confissão. São Paulo aí está falando no homem, seja ele qual for e em qualquer época, em que ele viva. A prova é que acabara de falar em Abraão, que foi justificado quando não havia Confissão, nem Batismo; mais ainda, foi justificado antes que Deus ordenasse a circuncisão (Romanos IV-10) e daí tira São Paulo um argumento contra os judaizantes, os quais pensavam que para haver justificação tinha que haver necessariamente a circuncisão, não sabiam separar uma da outra. 

   Já foi abolida a circuncisão outrora prescrita por Deus; agora em seu lugar Cristo prescreve o Batismo. Aquele que conhece a doutrina de Cristo, a fé o impele a receber o Batismo (João III-5) se ainda não o recebeu, ou a receber a absolvição sacramental, porque também assim estabeleceu Cristo (João XX-23). E a própria Igreja ensina que os pagãos que nenhum conhecimento têm da Religião Cristã podem justificar-se sem o Batismo e sem a Confissão Sacramental, pois tudo isto neles pode ser suprido pelo ato de caridade perfeita; e este ato de puro amor a Deus ou de caridade perfeita tem que nascer da fé: Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que o que se chega a Deus creia que há Deus e que é remunerador dos que O buscam (Hebreus XI-6). A fé é sempre o PRIMEIRO PASSO para o homem que cometeu pecados ( e é o assunto de que trata São Paulo: JUSTIFICAÇÃO DO ÍMPIO) se aproximar de Deus e conseguir a regeneração.

   Falando sobre o homem, em geral seja ele qual for, desde Adão até o último homem que existir sobre a terra e não só sobre os homens que existem agora depois de Cristo haver pregado a sua doutrina (e por isto cita o que já no seu tempo dizia o Profeta Davi), ele não podia falar no Batismo, nem na Confissão, Apresenta uma fórmula geral: a fé. A fé ditará a cada um aquilo que é necessário fazer para alcançar a justificação. (Extraído do livro "Legítima Interpretação da Bíblia", autor: Lúcio Navarro). 

   Continua no próximo post.