quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 24 )

   99. VÍCIO DE ORIGEM.

   A mentalidade protestante tem sido diversa da mentalidade católica neste ponto, porque o Protestantismo nasceu precisamente disto: da pretensão de Lutero de querer ter, e sem grande trabalho, a certeza absoluta de que era um predestinado para o Céu. Para isto, alargou monstruosamente o caminho da salvação. Fez, pode-se dizer, desta certeza absoluta da salvação, o único requisito para alcançá-la. Segundo a doutrina de Lutero, para alguém se salvar certamente, não precisa observar os mandamentos (porque, segundo ele, o homem não pode observá-los, uma vez que não é livre), não precisa mais do que crer que já está salvo.

   O Evangelho, na doutrina de Lutero, se tornou uma boa nova, não no sentido que lhe deu Jesus Cristo, mas uma boa nova para todos os criminosos, todos os ímpios, todos os crápulas, todos os devassos, os quais, de queixos caídos, ouvem Lutero explicar-lhes, que também para eles é facílima a salvação, uma vez que não se exige o arrependimento, uma vez que os pecados que cometeram, ou cometerão ainda para o futuro, não os impedirão de entrar no Céu; Cristo cobrirá com o seu manto todos estes pecados; basta ficarem certos, certíssimos, convencidos inteiramente de que se salvarão pelo sangue redentor de Cristo, que fez tudo por nós, que já pagou, que já observou a lei de Deus por todos eles, para que eles ficassem dispensados de observá-la. 

   Assim a certeza absoluta da salvação era uma consequência da doutrina de Lutero, mas de uma doutrina ímpia, perversa e monstruosa. Realmente se para entrar no Céu o pecador não precisa emendar-se nem arrepender-se, entra com os pecados e tudo, porque Jesus acoberta estes pecados debaixo de seu manto, se só o pecado que condena o homem ao inferno é o pecado de não crer, isto é, de não confiar em Cristo, é fácil ao homem que confia em Cristo ficar com a convicção absoluta de que se salva. 

   Mas todo este sistema é, debaixo das aparências de piedade, de adesão a Cristo, um sistema diabólico. Nem Deus, nem o Evangelho, nem homem algum de bom senso pode estar de acordo com isto, porque é fazer do Evangelho a porta aberta pata todos os crimes, todas as misérias e degradações. 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 23 )

   98. ENSINO DAS EPÍSTOLAS.

   Erram lamentavelmente os protestantes em muitas passagens das Epístolas por uma razão bem compreensível: muitas e muitas frases dos Apóstolos são escritas de acordo com as necessidades dos seus destinatários, de conformidade com a correção de que precisam no momento Mas os protestantes as querem aplicar indistintamente a todos os casos, a todas as pessoas. E como nem sempre é possível fazê-lo com todas as exortações, escolhem, para isto, as frases que mais lhes agradem, de acordo com a sua ideologia.

  São Paulo, por exemplo, diz aos Romanos: Vós não recebestes o espírito de escravidão para estardes outra vez COM TEMOR; mas recebestes o espírito de adoção de filhos, segundo o qual clamamos, dizendo: Pai, Pai (Romanos VIII-15). É precisamente o versículo que antecede àquele em que São Paulo se refere ao testemunho do Espírito e que já comentamos no número anterior.  

   Já São Pedro, na sua 1ª Epístola, diz o seguinte: E se invocais como Pai Aquele que sem acepção de pessoas julga segundo a obra de cada um, VIVEI EM TEMOR durante o tempo da vossa peregrinação (1ª Pedro I-17). 

   Eis aí São Paulo aconselhando que não se tenha temor, mas sim uma confiança filial; São Pedro, ao contrário, dizendo que se deve TEMER e durante toda a vida. Há alguma contradição nisto? Não há. Deus é Pai e é Juiz Justíssimo. Deve-se ter confiança na sua misericórdia, que é infinita e temer a sua justiça, que é inexorável. São Paulo fala aos Romanos que estão invadidos pelo temor, dominados pelo pessimismo e é preciso lembrar-lhes que Deus é Pai e havemos de estar tranquilos e ter confiança n'Ele. Os que vivem na graça de Deus, se sofrem, isto não é sinal de que estejam incorrendo no desagrado divino. Já aos Filipenses, a quem São Paulo é obrigado a advertir: Nada façais por porfia NEM POR VANGLÓRIA, mas com HUMILDADE (Filipenses II-3), o mesmo Apóstolo das Gentes exorta a trabalhar na obra da salvação COM RECEIO E COM TREMOR (Filipenses II-12). São Pedro, por sua vez, fala a cristãos que estão muito confiados em que Deus é Pai e estão se esquecendo de que este mesmo Pai é também Juiz Justíssimo que julga segundo as obras de cada um, sem fazer acepção de pessoas, e por isto estão arriscados a caírem no pecado e no relaxamento e, consequentemente, na condenação eterna. Todos indistintamente, cristãos e pagãos, católicos e protestantes, judeus e gentios, santos e pecadores têm que passar pelo seu tribunal de uma justiça perfeita e aí prestarão contas de tudo o que fizeram, ou de bom ou de mau (2ª Coríntios V-10). É certo que se levará em conta naturalmente o perdão que receberam aqueles que FIZERAM o que era necessário para obter este perdão.

   Por isso havemos de ter em toda a nossa vida A CONFIANÇA em Deus, que é nosso Pai, que nos quer salvar, que vela sobre todos os nossos passos, que está sempre pronto a nos ajudar com a sua graça. E havemos de ter em toda a nossa vida (ou, como diz São Pedro, durante o tempo da nossa peregrinação) O TEMOR por causa da nossa miséria, da nossa inconstância e fragilidade, uma vez que é necessário que correspondamos à graça e não podemos garantir que sempre seremos fiéis a ela. Ostentar certeza absoluta disto seria desconhecer a nós mesmos e nutrir uma presunção que nos privaria desta mesma graça. É por isto que São Filipe de Néri, um santo muito engraçado, apesar da sua resolução inabalável de servir a Deus e jamais ofendê-Lo, dizia sempre nas suas orações a Jesus Sacramentado: "Jesus, cuidado com Filipe! Ele pode atraiçoar-Vos". E no mesmo sentido dizia o virtuoso sacerdote cearense Mons. Antônio Tabosa: " Eu não tenho tanto medo do demônio, nem dos homens; eu tenho medo é do Tabosa".

   Confiar plenamente em Deus; desconfiar de nós mesmos, é o equilíbrio da ascese católica, que é a única ascese legítima, pois constrói o edifício da nossa esperança sobre os alicerces da virtude da humildade.  

domingo, 27 de outubro de 2013

O REINADO SOCIAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

   O Papa Leão XIII na Encíclica "Immortale Dei" condena o que ele chama de "direito novo" segundo o qual, em nome da igualdade e dignidade comuns a todos os homens, rejeita-se qualquer autoridade, cuja origem não seja a mesma vontade humana: "Segue-se que o Estado, não se julga vinculado a nenhuma obrigação para com Deus, não professa oficialmente nenhuma religião... deve apenas a todas atribuir igualdade de direito civil, com o único fim de impedi-las de perturbar a ordem pública". Desaparece assim a realeza social de Nosso Senhor Jesus Cristo e, consequentemente se dificulta enormemente a salvação das almas. Na outra Encíclica "Humanus Genus" Leão XIII denuncia o Estado leigo, rigorosamente neutro em matéria religiosa, como o meio considerado apto pelas forças secretas para aniquilar e "destruir toda disciplina religiosa e social" cristãs. As forças secretas inculcam deste modo, que "nas diversas formas religiosas, não há razão alguma de se preferir uma à outra, pois todas devem ser postas em pé de igualdade". E adverte o Papa: "semelhante princípio basta para arruinar todas as religiões, e particularmente a Religião católica, porquanto sendo a única verdadeira, não pode ela, sem sofrer a última das injúrias e das injustiças, tolerar lhe sejam igualadas as outras religiões". Daí o laicismo do Estado, "o grande erro do tempo presente". Para o Estado laico, o cuidado da Religião é algo inteiramente indiferente. Em um semelhante Estado, é impossível o Reino de Jesus Cristo. São Pio X na Carta Apóstolica "Notre Charge apostolique" diz: "Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há verdadeira moral sem verdadeira religião". "A verdade, dizia ainda São Pio X, é "una e indivisível, eternamente a mesma, e não se submete aos caprichos dos tempos" ( Enc. "Iucunda Sane", 1904). A ordem moral das ações leva em conta as deficiências humanas, á imitação da paciência divina que dissimula os pecados dos homens em vista de sua penitência e conversão (Cf. Sab. XI, 23). Há uma prudência no agir que pede certa indulgência, mas nunca se pode fazer o mesmo com relação à verdade. Esta é intransigente: não admite divisões e amortecimentos. A verdade, pois, não está no campo do agir. Ele é da ordem do ser, do que é ou não é. Portanto, uma condescendência com a fragilidade humana que transponha o princípio prudencial do agir para a ordem do ser e da verdade, através de meios termos que não são certos, mas que não aparecem abertamente errados, uma espécie de meia verdade, isto, digo, mina e destrói a Fé na mente dos fiéis. Sabemos, no entanto, que há pessoas que, ao surgirem sistemas falsos, procuram uma acomodação, um compromisso com tais ideologias, através de movimentos apostólicos, mas suficientemente vagos e indecisos para não ferirem a susceptibilidade dos que estão de fora do grêmio da Igreja. São na verdade inimigos  infiltrados nas fileiras da Igreja para solapar-lhe o edifício da Fé. É o que se chama quinta coluna. Assim, por exemplo, o tristemente célebre Erasmo de Rotterdam, com o seu pérfido principio: "Todo homem possui a teologia verdadeira". Digo, pérfida, porque no bojo dessa sentença está a afirmação de que, em última análise, há uma concordância religiosa profunda entre todos os homens, apesar de suas divergências doutrinárias. Pois somente assim se compreenderia que "todo homem possui a teologia verdadeira". Como conseqüência, não haveria motivo para conflito entre religiões opostas. Não passariam de manifestações diversas da mesma teologia verdadeira que todo homem possui. Com o diálogo, acabaríamos encontrando em todos uma identidade única na base das diferenças. Seguir-se-ia que a melhor maneira de agir com novas teorias religiosas, com crenças não católicas, seria evitar colisões, polêmicas, acirramentos de posições, e manter-se, como se diz vulgarmente, em cima do muro não porque não tenha decidido, mas porque decidiu aceitar todos os credos. Dizem que há uma concordância, um fundo comum. Em outras palavras, estes liberais querem, na verdade, dizer que não há erros. Há só distorções. Caríssimos e amados leitores, quão distante, não só da razão natural mas também da Revelação cristã, está tal maneira de pensar! O Beato Pio IX escreveu a Encíclica "Quanta Cura" e compôs um elenco de todos os erros do indiferentismo religioso e da liberdade de todos os cultos. É o "Syllabus". Aí o grande Pontífice da Imaculada Conceição e do 1º Concílio Vaticano, condena categoricamente a tese do laicismo do Estado: "Estas perversas opiniões, escreve Pio IX, são especialmente para detestar, porque visam suprimir a virtude salutar que a Igreja Católica, por instituíção e mandato de Seu Divino Autor, deve livremente, até a consumação dos séculos, infundir não somente nos indivíduos, como também nas nações, nos povos e nos governantes. Como corolário, também colimam tais opiniões, afastar a harmonia e concórdia existente entre o Sacerdócio e o Império, que foi sempre fecunda em benefício tanto da vida espiritual, como da civil". Para terminar citarei apenas duas proposições que Pio IX condena na Encíclica "Quanta Crura": "a forma mais perfeita do Estado e o progresso civil exigem imperiosamente que a sociedade humana seja constituída e governada sem consideração alguma à Religião, e como se esta não existira, ou ao menos, sem fazer diferença alguma entre a verdadeira Religião e as religiôes falsas". "E, continua Pio IX, contradizendo a doutrina da Sagrada Escritura, da Igreja e dos Santos Padres, não temem afirmar que "o melhor governo é aquele no qual não se reconhece ao poder político a obrigação de reprimir com sanções penais os violadores da Religião católica, salvo quando a tranqüilidade pública assim o exija" (Enc. "Quanta Cura" de 8-12-1864).
   Depois, se Deus quiser, mostraremos que as Declarações "Dignitatis Humanae" e "Nostra Aetate" aprovam o que Pio IX condenou como contrário à Sagrada Escritura, à Tradição da Igreja, e aos Santos Padres. O Santo Padre Bento XVI, quando ainda cardeal declarou que a "Dignitatis Humanae" e a "Nostra Aetate" eram um "Anti-Syllabus".
   Nunca esqueçamos as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: "QUEM NÃO ESTÁ COMIGO, ESTÁ CONTRA MIM".
   Saibam os inimigos do Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo que Ele há de reinar sempre: ou pelos benefícios, graças e bênçãos que vêm da Sua presença; ou pelos males que advêm da Sua ausência.
VIVA CRISTO REI!!!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 21)

   97. O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO (b).

   Mais adiante, neste mesma Epístola aos Romanos, falando sobre os judeus que rejeitaram a Cristo, São Paulo os considera como ramos que foram quebrados da árvore do povo de Deus, sendo em seu lugar enxertados os cristãos. Mas vem sempre a advertência para que estes não se ensoberbeçam com isto, pois se Deus não perdoou aos ramos naturais, também os enxertados devem temer que Deus não lhes perdoe (Romanos XI- 18 a 21). Se o cristão não permanece na bondade, também será cortado (Romanos XI-22). E o próprio Deus tem poder para enxertar de novo os judeus na sua própria árvore (Romanos XI-23 e 24).

   Não há motivo, portanto, para que o cristão se ensoberbeça com a ideia de uma SEGURANÇA ABSOLUTA,  a qual de fato não existe, sendo a soberba, ao contrário, o caminho para cair na reprovação divina.

   E não precisamos mais repetir aqui aquelas advertências bem claras, que já expusemos há pouco, de que os que fazem tais e tais coisas NÃO POSSUIRÃO O REINO DE DEUS (1ª Corintios VI-9 e 10; Gálatas V-19 a 21).

   Diante disto, qual é o papel da Verdadeira Igreja que quer realmente ensinar o doutrina de São Paulo, que é exatamente a mesma doutrina de Jesus?

   É exortar aos seus fiéis para que SE LIBERTEM DO PECADO, de todo o pecado. Ouvindo a sua exortação, os fiéis, uma vez que gozam do livre arbítrio (e uns cooperam com a graça, e outros não) ou se libertarão do pecado, com o auxílio da graça de Deus ou continuarão a ele escravizados, por sua própria culpa.

   Os que se libertarem realmente do pecado serão filhos e herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo. E A ESTES naturalmente o Espírito Santo lhes infundirá paz e tranquilidade, juntamente com o testemunho da boa consciência. Não é necessária, para isto, nenhuma insinuação da nossa parte. Se, por acaso, alguém que procede irrepreensivelmente, que cumpre exatamente o seu dever, que segue sempre os ditames da própria consciência, que tem de seus pecados passados um arrependimento SINCERO, ainda se mostra receoso e cheio de temor, é o caso de lhe dizermos que expulse tais temores infundados, e que o próprio Espírito Santo se encarregará de lhe atestar que é realmente um filho de Deus.

   Mas os que continuarem presos aos seus vícios, aos seus pecados, sem a necessária emenda, sem o arrependimento, estes enquanto permanecerem assim, não são filhos de Deus neste sentido especial em que São Paulo toma aí esta expressão, no de herdeiros do Céu; e portanto o Espírito Santo não lhes poderá atestar isto, pois seria um mentira, e o Espírito Santo não mente. Realmente o mesmo Divino Mestre que nos diz: Todo o que comete pecado é escravo do pecado (João VIII-34) nos diz também: Ninguém pode servir a dois senhores (Mateus VI-24).

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 20 )

   97. O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO (a).  

  Um exemplo manifesto do perigo desta inversão, nós o temos no modo como encaram muitos protestantes uma frase de São Paulo na sua Epístola aos Romanos (VIII-16).

  Os Romanos, a quem escreve São Paulo, estão abatidos pelos sofrimentos com que se têm defrontado após a sua conversão. Na sua inexperiência, ficam desanimados com a ideia de que talvez Deus não esteja satisfeito com eles, uma vez que lhes aparecem estas tribulações e contratempos.

  São Paulo procura soerguer-lhes o ânimo, fazendo-lhes ver que, se sofremos com Cristo, é para sermos glorificados com Ele; o sofrer é antes um sinal de que somos filhos de Deus; e o próprio Espírito Santo se encarrega de nos atestar que somos filhos de Deus (QUANDO DE FATO O SOMOS, É CLARO); e estes sofrimentos daqui da terra não são nada em comparação com a glória que Deus reserva para nós: O mesmo Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, também herdeiros; herdeiros verdadeiramente de Deus e co-herdeiros de Cristo, SE É QUE TODAVIA NÓS PADECEMOS COM ELE, PARA QUE SEJAMOS TAMBÉM COM ELE GLORIFICADOS. Porque eu tenho para mim que as penalidades da presente vida não têm proporção alguma com a glória vindoura que se manifestará em nós (Romanos VIII-16 a 18). 

  O texto grego traz SYMMARTYRÉI = COATESTA. O Espírito Santo COATESTA, isto é, atesta juntamente com o nosso espírito, confirma o que o nosso próprio entendimento ou o testemunho da boa consciência já nos vem atestando. 

  Tudo isto, porém, todo este testemunho do Espírito Santo supõe que os destinatários da carta estejam LIBERTOS DO PECADO, o que não é o mesmo que dizer IMPECÁVEIS, mas sim regenerados depois de uma conversão sincera: Libertados do pecado, haveis sido feitos servos da justiça (Romanos VI-18). Estais livres do pecado e... haveis sido feitos servos de Deus (Romanos VI-22). 

  Dizendo LIBERTOS DO PECADO, o Apóstolo não os está considerando impecáveis. Isto se vê pela insistência do mesmo em aconselhá-los a que continuem livrando-se do pecado, pois do contrário estão perdidos: Se vós viverdes segundo a carne, MORREREIS, mas se vós pelo espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis (Romanos VIII-13). Não há dúvida que se trata aí de morte eterna, pois morrer, todos morrem de qualquer maneira. Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? Deus nos livre; porque uma vez que ficamos mortos ao pecado, como viveremos ainda nele? (Romanos VI-1 e 2). Não reine, pois o pecado no vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais aos seus apetites. Nem tão pouco ofereçais os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade, mas oferecei-vos a Deus como ressuscitados dos mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça; porque o pecado vos não dominará, pois já não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois quê? pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? Deus tal não permita (Romanos VI_12 a 15). O pecado não vos dominará - é a confiança de São Paulo de que os fiéis saberão corresponder à graça abundante que lhes vem na Nova Lei. Mas Deus tal não permita - exprime sempre o receio de que os cristãos queiram entregar-se voluntariamente ao pecado.