terça-feira, 30 de agosto de 2011

CARTA DE SANTO ATANÁSIO AOS FIÉIS PERSEGUIDOS PELOS ARIANOS

   Santo Atanásio estava no exílio e de lá escreve esta carta para confortar e confirmar na fé os católicos fiéis perseguidos pelos hereges arianos. Eis a carta:
   "Que Deus vos console. Soube que não somente vos entristece o meu exílio mas também, sobretudo o fato de que os outros, ou seja os arianos, se apoderaram das igrejas pela violência e que vós fostes expulsos destes lugares. Eles possuem as igrejas, em compensação vós possuis a tradição da Fé Apostólica. Eles, consolidados nestes lugares(nas igrejas), estão na realidade fora da verdadeira Fé, enquanto vós que estais excluídos das igrejas, permaneceis nessa Fé. Confrontemos, pois, o que é mais importante: O templo ou a Fé, e se tornará logo evidente que é mais importante a verdadeira Fé.
   Portanto, quem perdeu mais ou quem possui mais, o que conserva um lugar ou o que conserva a Fé? O lugar certamente é bom supondo-se que ali se pratique a Fé dos Apóstolos; é santo se ali habita o Santo. Vós sois os venturosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, repousais nos fundamentos da Fé e gozais da totalidade da Fé que permanece intacta, sem confusão. Por tradição Apostólica (a Fé) chegou até vós, e muito frequentemente um ódio nefasto tem pretendido extirpá-la, mas sem resultado...
   Portanto, nada prevalecerá jamais contra a vossa Fé, meus queridos irmãos, e se de um momento para o outro Deus vos devolver as igrejas, será forçoso reconhecer que a Fé é mais importante do que os Templos.
   E precisamente uma Fé tão viva supra para vós, por hora, a devolução das igrejas(ocupadas pelos hereges).
   ... De que lhes serve possuir as igrejas? Sim, efetivamente, eles as têm, mas isso aos olhos dos que se mantém fiéis a Deus indica que são culpáveis, porque transformaram em covil de ladrões ou casa de negócios ou lugar de disputas vãs o que antes era um lugar santo, de modo que agora lhes pertence o lugar onde antes nem lhes era lícito entrar.
   Meus queridos, por haver escutado daqueles que chegaram até aqui, sei tudo isto e muitas coisas piores. Porém, repito, quanto maior é o empenho destes para dominar a Igreja, tanto mais estão fora dela. Crêem estar dentro da verdade, mas na realidade estão excluídos dela, prisioneiros de outra coisa, enquanto a Igraja desolada, sofre a devastação destes supostos benfeitores"...

 Qauanto nos confortou esta carta há 26 anos atrás!

sábado, 27 de agosto de 2011

UMA PÁGINA DE SÃO PIO X - Extraída da Encíclica "PASCENDI"

   "Ousadamente, afirmam os modernistas, e isso mesmo se conclui das suas doutrinas, que os dogmas não somente podem, mas positivamente devem evoluir e mudar-se. - De fato, entre os pontos principais da sua doutrina, contam também este, que deduzem da imanência vital: as fórmulas religiosas, para que realmente sejam tais e não só meras especulações da inteligência, precisam ser vitais e viver da mesma vida do sentimento religioso. Daí porém não se deve concluir que essas fórmulas, particularmente se forem só imaginárias, sejam formadas a bem desse mesmo sentimento religioso; porquanto nada importa a sua origem nem o seu número, nem a sua qualidade; segue-se, porém, que o sentimento religioso, embora modificando-as, se houver mister, as torna vitais e fá-las viver de sua própria vida. Em outras palavras, é preciso, dizem os modernistas, que a fórmula primitiva seja aceita e confirmada pelo coração, e que a subseqüente elaboração das fórmulas secundárias seja feita sob a direção do coração. Procede daí que tais fórmulas, para serem vitais, hão de ser e ficar adaptadas tanto à fé quanto àquele que crê. Pelo que, se por qualquer motivo cessar essa adaptação, perdem sua primitiva significação e devem ser mudadas. - Ora, sendo assim mutável o valor e a sorte das fórmulas dogmáticas, não é de admirar que os modernistas tanto as escarneçam e desprezem, e que por conseguinte só reconheçam e exaltem o sentimento e a vivência religiosa. Por isso, com o maior atrevimento criticam a Igreja, acusando-a de caminhar fora da estrada e de não saber distinguir entre o sentido material das fórmulas e a sua significação religiosa e moral, e ainda mais, agarrando-se obstinadamente, mas em vão, a fórmulas falhas de sentido, de deixar a própria religião rolar no abismo. - Cegos, na verdade, a conduzirem outros cegos, são esses homens que, balofos nas vaidades da ciência, deliram a ponto de perverter o conceito da verdade e o genuíno conceito religioso, divulgando um novo sistema, com o qual, arrastados por desenfreada mania de novidades, não procuram a verdade onde certamente se acha; e, desprezando as santas e apostólicas tradições, apegam-se a doutrinas ocas, fúteis, incertas, reprovadas pela Igreja, com as quais homens estultíssimos julgam fortalecer e sustentar a verdade (Greg. XVI Ep. Enc. "Singulari nos").
   ... Viver para os modernistas é prova de verdade; e a razão disto é que verdade e vida para eles são uma e mesma coisa. E daqui mais uma vez se conclue que todas as religiões existentes são verdadeiras, do contrário já não existiriam.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

UMA PÁGINA DO PAPA BEATO PIO IX - Encíclica "Quanta Cura"

   "Sabeis muito bem, Veneráveis Irmãos, que em nossos dias não poucos há que, aplicando à sociedade civil o ímpio e absurdo naturalismo , se atrevem a ensinar que a razão de ser da vida pública e o próprio progresso civil requerem que a sociedade humana se constitua e governe sem preocupar-se em nada com a religião, como se ela nem existisse, ou, pelo menos, sem fazer distinção alguma entre as religiões falsas e a verdadeira. E, indo de encontro com a doutrina das Sagradas Escrituras e dos Santos Padres, não duvidam em afirmar que a melhor condição da sociedade civil é aquela em que não se reconhece ao poder civil autoridade para coartar com sanções os violadores da Religião Católica, sempre que a paz pública o não exija. E partindo dessa falsa idéia social, seus propagadores não temem em fomentar a opinião, desastrosa para a Igreja Católica e a salvação das almas, desastrosa opinião esta denominada por Nosso Predecessor, de feliz memória, de "loucura" ("Mirari vos"), de que "a liberdade de consciência e de cultos é direito próprio e inalienável do indivíduo, que há de proclamar-se nas leis e estabelecer-se em todas as sociedades retamente constituídas; de que aos cidadãos assiste o direito de toda liberdade sem que a lei eclesiástica ou civil a possa reprimir, liberdade para manifestar ou declarar publicamente qualquer idéia, já pela palavra, já pela imprensa, ou enquanto pensam e excogitam todas estas coisas, estão pregando a "liberdade de perdição" ( Santo Agostinho, epíst. 105, al. 166) e que, "se é sempre livre disputar das coisas humanas, nunca hão de faltar os que irão além da verdadeira sabedoria, confiados em sua loquacidade natural, cônscios, como se sabe, de que modo se há de evitar, para o bem da fé e da sabedoria cristã, essa perniciosíssima maneira de sentir, segundo determinou o mesmo Cristo Senhor Nosso" (São Leão, Epíst. 14, a. 133).
   ... "Alguns, pondo de lado os santíssimos e certíssimos princípios da razão, ousam dizer que "a vontade do povo, manifestada na chamada opinião pública ou por outro modo, é a suprema lei, livre de todo direito divino ou humano; que na ordem pública os fatos consumados, pelo mesmo fato por que se hão consumado, possuem força de lei". Mas quem não prevê e não percebe que a sociedade, livre de todo laço de religião e justiça, outro ideal não pode mirar que o de conquistar e acumular requezas e que outra lei não seguirá senão a infrene concupiscência do coração, posta ao serviço de suas próprias comodidades e caprichos?
   ... Todas e cada uma das opiniões e preversas doutrinas, explicitamente especificadas neste documento, por Nossa autoridade apostólica, reprovamos, proscrevemos, e condenamos; queremos e mandamos que os filhos da Igreja as tenham, todas, por reprovadas, proscritas e totalmente condenadas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

UMA PÁGINA DO BEATO PAPA JOÃO XXIII

EXTRAÍDO DA ENCÍCLICA "AD PETRI CATHEDRAM" sobre a VERDADE, a UNIDADE  e a PAZ.
   "Conhecemos a pequenez da nossa pessoa, que Deus, não pelos nossos méritos, mas por oculto desígnio Seu, se dignou elevar à dignidade de Sumo Pontífice. Por isso, a todos os nossos irmãos e filhos separados desta Cátedra de Pedro, repetimos as palavras: "Eu sou José, vosso irmão". Vinde; "compreendei-nos (2Cor.VII,2); não queremos outra coisa, não desejamos outra coisa, não pedimos a Deus outra coisa, senão a vossa salvação, a vossa eterna felicidade. Vinde; desta suspirada unidade e concórdia, que deve ser alimentada pela caridade fraterna, nascerá grande paz que, por meio do concêrto angélico sobre o seu presépio, Cristo anunciou aos homens de boa vontade, e que depois do instituição da Eucaristia como Sacramento e Sacrifício, deu com estas palavras: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; dou-vo-la  não como a dá o mundo" (S. Jo. XIV, 27).
   "Paz e alegria; sim também a alegria porque aqueles que pertencem real e eficazmente ao Corpo  Místico de Cristo, que é a Igreja Católica, participam daquela vida, que da Cabeça divina deriva para todos os membros. Esta fará que todos os que obedecem aos preceitos e mandamentos do nosso Redentor possam gazar já nesta existência mortal aquela alegria que é o penhor e anúncio da eterna felicidade do céu.
   Mas esta paz, esta felicidade, enquanto percorremos o árduo caminho nesta terra de exílio, é ainda imperfeita. Não é paz completamente tranqüila, de todo serena. É paz operosa, não ociosa nem inerte. Sobretudo é paz militante contra todo o êrro, mesmo que dissimulado sob aparências de verdade, contra o atrativo e seduções do vício, e contra toda a espécie de inimigos da alma, que procuram enfraquecer, manchar e arruinar os bons costumes ou a nossa fé católica; e também contra os ódios, rivalidades, dissídios que a podem destruir completamente. Por isso, o Divino Redentor nos deu e recomendou a SUA paz.
   A paz, portanto, que devemos procurar e esforçar-nos por conseguir, deve ser a paz que não cede ao erro, que não se compromete de nenhum modo com fautores do erro, que não se entrega aos vícios e que evita toda discórdia. É paz que exige, da parte dos que a desejam, a pronta renúncia às comodidades e vantagens próprias por causa da verdade e da justiça, segundo a recomendação evangélica: "Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça..."(Mat.VI, 33). 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RESPONDENDO AS PERGUNTAS

   Recebi por e-mails muitas perguntas sobre Religião porque este blog tem por finalidade evangelizar. Por isso, é com muita alegria que recebo estas perguntas e agradeço de coração às pessoas que as fizeram. Tudo que me der oportunidade de fazer algum bem às almas, é bem-vindo.
   Primeiramente irei responder as perguntas referentes  à Santa Missa, por ser o assunto que estou expondo no momento. Aliás, algumas destas perguntas já ficaram respondidas nas postagens que já fiz.

  1ª  Pergunta: Nós fiéis devemos dizer: assistir à Missa; participar da Missa ou celebrar a Missa.
   Resposta: Os catecismos antes do último publicado que é intitulado CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, falando do primeiro mandamento da Igreja, diziam: Assistir ( ou ouvir ) Missas inteiras..etc. Na explicação diziam: Para verdadeira assistência à Missa, são quatro as condições requeridas. Quanto ao corpo, é preciso primeiro estar realmente presente ao Santo Sacrifício; segundo assistir a missa inteira. Quanto ao espírito e ao coração, é preciso assistir com atenção e devoção; o que na explicação significa participar verdadeiramente da Santa Missa e não assistir ´"só de corpo presente".
   Já o último catecismo diz: participar, o que naturalmente supõe estar presente, assistir de verdade e não pela televisão e Internet.Queremos dizer que pela TV e Internet não se cumpre o preceito. É preciso assistir de verdade e participar. Mas, em que sentido o fiél participa da Santa Missa? Não no sentido que o fiel concelebra. Só o Sacramento da Ordem confere o poder e a capacidade para operar a transubstanciação. O simples fiel não tem poder para isto. Também é errado pensar que o padre não passa de um mandatário do povo, cujos atos sacerdotais só valeriam enquanto ele representa os fiéis. De fato, o padre não é um deputado do povo, pois é escolhido por vocação divina, e gerado pelo Sacramento da Ordem. Agora, devemos dizer que o padre, em certo sentido, representa o povo, justamente  enquanto ele representa a Jesus Cristo, cabeça do Corpo Místico, do qual os fiéis são membros. Quando o Sacerdote oferece no altar, fá-lo em nome de Cristo, Sacerdote principal, que oferece em nome de todos os menbros de seu Corpo Místico. De maneira, que em certo sentido, o sacrificio é oferecido em nome do povo. Mas em que sentido o povo deve participar? Já foi explicado por Pio XII: "O fiél une os seus votos de louvor,  de impetração, de expiação e de ação de graças com os votos e intenção do Sacerdote, e mesmo do Sumo Sacerdote, para que, na mesma oblação da vítima que se opera no rito externo do Sacerdote, sejam apresentados ao Eterno Pai".
   Queremos deixar aqui bem claro, que tudo quanto leve os fiéis a conhecer a amar a Sagrada Liturgia só merece aplausos. O mal começa quando, por vezes, se introduzem na cabeça dos fiéis certas idéias de sabor progressista  e protestante. 
    Já ficou suficientemente respondido que  não se deve dizer que o fiél celebra a Missa. No mínimo é uma palavra ambígua que favorece ou dá azo ou dá espaço para interpretações heretizantes.  Vamos empregar a palavra que a Santa Igreja usa no seus catecismos, e sempre no sentido tradicional.