quinta-feira, 27 de setembro de 2018

VIDA CRISTÃ É UM ANTÍDOTO CONTRA O COMUNISMO



 Já, de início, devemos estar advertidos de que, máxime nos tempos atuais, não é suficiente a prática da vida cristã comum, ordinária em tempos normais. Os comunistas não teriam levado o Brasil à beira de uma nova Venezuela, se os próprios católicos na sua maioria não houvessem esfriado na sua fé, não tivessem decrescido no fervor com que os discípulos de Jesus Cristo seguiam o exemplo de austeridade e desprendimento do Divino Mestre. Infelizmente, acontece o que diz o Salmo XI, 2: "Salvai-me, Senhor, porque não se encontra um homem de bem, porque as verdades já não são apreciadas entre os homens. Cada um somente diz mentiras ao seu próximo; fala com os lábios dolosos, com coração dúplice".

Donde, caríssimos, vamos procurar seguir os sábios e santos conselhos que nos deu D. Antônio de Castro Mayer, de santa memória, em sua Carta Pastoral prevenindo os seus diocesanos contra os ardis da seita comunista:
  "Atendendo ao pedido que a Mãe das Misericórdias fez com insistência em Fátima, entreguemo-nos à oração e à penitência. Oração e penitência, partes integrantes da vida cristã, constituem remédios particularmente eficazes em situações críticas para a vida do fiel e da Igreja. Elas devem ser intensificadas atualmente, dadas as condições angustiosas em que se encontra a Igreja em muitos países, devido às ameaças cada vez maiores do comunismo bárbaro e ateu. 'Espírito de oração e penitência cristã, recomenda Pio XI (Enc. "Divini Redemptoris", A. A. S. p. 96), porque o comunismo é daquele gênero de demônios que não se expulsam senão pela oração e pelo jejum (S. Mat. 17, 20). Queremos recomendar muito especialmente a consagração das pessoas, das famílias e das paróquias ao Imaculado Coração de Maria. Pelas palavras da própria Mãe de Deus em Fátima, vemos quanto Lhe é agradável esse ato de piedade filial. Consagração que se deve renovar sempre, e deve ser vivida na existência quotidiana, pela austeridade dos costumes, pela prática fiel dos Mandamentos, pela fuga vigilante da ocasiões de pecado, e pela confiança inabalável na proteção da Virgem".
Os comunistas são mentirosos como os demônios e muito poucos católicos conseguem perceber o que intentam os comunistas e muitos que não são preparados para desmascarar os ardis comunistas, vão atrás das alucinantes promessas que fazem. Que estes cristãos, aprendam pelo menos pelos exemplos que têm diante dos olhos: Coréia do Norte, Cuba e Venezuela. Contra fatos não há argumentos. Será que brasileiros que são inteligentes vão acreditar na falácia descarada de Nicolas Maduro: "Os venezuelanos, diz o ditador, estão saindo do país com os bolsos cheios de dólares". E não se esqueçam que Lula era amigo de Fidel Castro e de Hugo Chaves e continua amigo de Maduro.

Os comunistas são contra a família, mas muitos deles para enganar os cristãos, têm suas famílias direitas, pelos menos assim parece. São a favor da imoralidade, mas suas esposas, muitas vezes se vestem melhor do que as esposas de políticos católicos. Muitos se dizem católicos e vão à Missa e até comungam (só não confessam porque, na verdade, se julgam sem pecados, pois não acreditam nos Mandamentos de Deus).  Mas depois que conseguem implantar a ditadura comunista num país, mostram as unhas e o que realmente eles são.

Caríssimos, não preciso dizer mais nada, basta refletirmos que Nossa Senhora em Fátima disse que o Comunismo seria o flagelo da humanidade, caso esta não deixasse de pecar e fizesse penitência.

Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, sempre defendeu o Brasil do comunismo. Mas, é claro, Ela espera a nossa colaboração. Para Presidente do Brasil  temos só um candidato de direita que é o 17. Não quero dizer que seja um candidato sem defeitos, porque inclusive é divorciado e casado com outra. Mas não temos outra escolha e, no momento, temos que nos livrar do comunismo. Este é o primeiro passo para começar a melhorar o Brasil. Creio que Nosso Senhor e Sua Mãe Santíssima estão dando uma oportunidade para o Brasil sair desta caminhada comunista rumo a uma nova Venezuela. Se os cristãos não colaborarem votando em candidatos da direita, aí seremos castigados pelo comunismo. Que Nossa Senhora Aparecida nos livre disso! Não queremos passar o que os pobres venezuelanos estão passando.  Que a nossa Bandeira Nacional não seja manchada pelo vermelho comunista!

NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL! LIVRAI O BRASIL DO COMUNISMO! Amém!

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

RECOLHIMENTO DE ESPÍRITO



Vivemos num mundo extremamente barulhento e agitado. Isto constitui um grande perigo para a nossa vida interior, isto é, para a nossa união com Deus. Pois, a Sagrada Escritura afirma que Deus não está na agitação, "non in commotione Dominus" (1 Reis XIX, 11) . E o próprio Deus, aparecendo a Abraão disse-lhe: "Anda na minha presença e serás perfeito" (Gên. XVII, 1) . Quando um pecador se converte, com certeza, é porque, por algum tempo saiu do barulho e se recolheu dentro de si.  Foi o que aconteceu com o filho pródigo: forçado pela miséria, retirou-se da agitação das orgias, e entrou em si e começou a meditar na casa paterna. Muitos católicos cubanos só foram ver o mal do comunismo ateu quando se viram obrigados a entrar em si levados pela miséria. O mesmo está acontecendo na Venezuela.  Assim o recolhimento de espírito é o primeiro passo de uma alma, que volta do pecado à graça. O pecador abre os olhos e, então, o mundo, os prazeres, a morte, mostram-se-lhe tais quais são. A santidade de Deus faz que o pecador que se envergonhe das próprias desordens; a bondade de Deus, fá-lo envergonhar das próprias ingratidões; a justiça de Deus leva-o a temer os perigos que o ameaçam.  Daí seguem-se firmes resoluções e a conversão. Foi o recolhimento de espírito que começou esta obra.

Ademais, o recolhimento de espírito afasta de nós muitas tentações. S. Gregório Magno aplica ao homem que vive no recolhimento de espírito, esta bela passagem de Isaías: "Aquele que anda na justiça e fala a verdade, o que rejeita as riquezas adquiridas com a extorsão, e que sacode as suas mãos de todo o presente, que tapa os seus ouvidos para não ouvir conversas sanguinárias e fecha os seu olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas, as altas rochas fortificadas serão o seu abrigo; ser-lhe-á dado pão, e a água nunca lhe faltará" (Isaías XXXIII, 15 e 16). 

Na verdade, viver no recolhimento de espírito é conservar-se em uma doce, mas contínua atenção às inspirações da graça para as auxiliar, e aos impulsos da natureza para os reprimir, ou dirigir. Uma alma distraída, uma alma que sai continuamente por todas as portas dos seus sentidos, anda sempre em busca de algum gozo natural e vai colocar-se nas tentações, nas ocasiões de pecado.

Donde, o recolhimento de espírito, ao contrário, preserva-nos do pecado porque traz à alma luz e força, duas coisas que triunfam do pecado, que é obra de trevas e de fraqueza.  O exercício da presença de Deus é luz para alma. Deus está presente e é o Juiz das nossas intenções e ações. Vê-me e vai julgar-me até por uma palavra ociosa.

Imaginem como os comunistas, que, nem sequer acreditam que Deus exista, são capazes de cometer todas as barbaridades possíveis e apoiar os bandidos. Todos os bandidos votarão nos candidatos de esquerda. É absolutamente necessário que todas as pessoas de bem, entrem em si e meditem e depois votem no candidato da direita que tem fé em Deus. Amém!

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

ALGUMAS PASSAGENS DA BÍBLIA SOBRE O HOMEM E A MULHER



Gênesis I, 27 e 28: "E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, e criou-os macho e fêmea.E Deus os abençoou, e disse: Crescei e multiplicais-vos, e enchei a terra".

Gênesis II, 18 e 21-25: "Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; façamos-lhe um adjutório semelhante a ele". (...) Mandou, pois, o Senhor Deus um profundo sono a Adão; e, enquanto ele estava dormindo, tirou uma das suas costelas, e pôs carne no lugar dela. E da costela, que tinha tirado de Adão, formou o Senhor Deus uma mulher; e a levou a Adão. E Adão disse: Eis aqui agora o osso de meus ossos e a carne da minha carne; ela se chamará Virago, porque do varão foi tomada. Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher; e serão dois numa só carne. Ora um e outro, isto é, Adão e sua mulher, estavam nus; e não se envergonhavam".

Gênesis III, 6: "Viu, pois, a mulher que (o fruto) da árvore era bom para comer, e formoso aos olhos, e de aspecto agradável; e tirou do fruto dela, e comeu; e deu a seu marido, que também comeu".

Gênesis III, 11-13: "Disse-lhe [ao homem]: Mas quem te fez conhecer que estavas nu, senão o ter comido da árvore, de que eu te tinha ordenado que não comesses? Adão disse: A mulher, que me deste por companheira, deu-me (do fruto) da árvore, e comi. E o Senhor Deus disse à mulher: Por que fizeste isto? Ela respondeu: A serpente enganou-me, e comi".

Gênesis III, 16-20: "Disse também [Deus] à mulher: Multiplicarei os teus trabalhos, e (especialmente os de) teus partos. Darás à luz com dor os filhos, e estarás sob o poder do marido, e ele te dominará. E disse a Adão: Porque deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore, de que eu te tinha ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás dela o sustento com trabalhos penosos todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra, de que foste tomado; porque tu és pó, e em pó te hás de tornar. E Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os viventes".

Eclesiástico IX, 2: "Não dês à mulher poder sobre a tua alma, para que se não levante contra a tua autoridade, e fiques envergonhado".

Eclesiástico XXV, 1-4: "De três coisas se compraz o meu espírito, as quais têm a aprovação de Deus e dos homens: A concórdia entre os irmãos, o amor dos próximos, e um marido e mulher que se dão bem entre si. Três sortes (há de pessoas) que a minha alma aborrece, e cuja vida me é insuportável: Um pobre soberbo, um rico mentiroso, um velho fátuo e insensato".

Eclesiástico XXV, 22, 23 e 27: "Não há cabeça pior do que a cabeça da cobra; e não há ira pior do que a ira da mulher. Será melhor viver com um leão e com um dragão, do que habitar com uma mulher má" (...). "O que é para os pés de um velho o subir um monte de areia, isso é para um homem sossegado uma mulher desbocada" (...). Da mulher nasceu o princípio do pecado, e por causa dela é que todos morremos".

Eclesiástico XXVI, 1-4: "Ditoso o homem que tem uma virtuosa mulher, porque será dobrado o número de seus anos. A mulher forte é a alegria de seu marido, e lhe fará passar em paz os anos da sua vida. A mulher virtuosa é uma sorte excelente, é o prêmio dos que temem a Deus, e será dada ao homem pelas suas boas obras. Terá satisfeito o coração, seja rico ou pobre, e o seu rosto ver-se-á sempre alegre".

Eclesiástico XXVI, 16-24: "A graça de uma mulher cuidadosa deleitará o seu marido, e lhe infundirá vigor até aos ossos. O seu bom proceder é um dom de Deus. Sendo uma mulher sensata, é amiga do silêncio; nada é comparável a uma alma bem educada. Graça sobre graça é a mulher santa e cheia de pudor. Todo o preço é nada em comparação de uma alma casta. O que é o sol para o mundo, quando nasce nas alturas de Deus, assim é a bondade duma mulher virtuosa para ornamento da sua casa. Como a lâmpada que brilha sobre o candelabro sagrado, assim é a graciosidade do rosto numa idade madura. Como colunas de ouro sobre bases de prata, assim estão firmes sobre as suas plantas os pés da mulher constante. Como fundamentos eternos sobre pedra sólida, assim são os mandamentos de Deus no coração da mulher santa".

Provérbios XI, 22: "Um anel de ouro no focinho duma porca, tal é a mulher formosa que se aparta da razão".

Provérbios XII, 3 e 4: "O homem não se firmará pela impiedade, mas a raiz dos justos não será abalada. A mulher forte é a coroa do marido, porém a que faz coisas dignas de confusão é a cárie nos seus ossos".

Provérbios XIV, 1 e 2: "A mulher prudente edifica sua casa; a insensata destruirá com suas próprias mãos a que está já feita. Aquele que anda pelo caminho direito, e que teme a Deus, é desprezado por aquele que anda pelo caminho infame".

Eclesiastes XII, 13: "Teme a Deus e observa os seus mandamentos, porque nisto está o homem todo".

Eclesiastes VII, 26-30: "Eu discorri no meu espírito por todas as coisas, para saber, considerar e buscar a sabedoria e a razão de tudo e para conhecer a impiedade do insensato e o erro dos imprudentes; achei que é mais amargosa do que a morte a mulher corrompida, a qual é um laço de caçadores, o seu coração uma rede e as suas mãos umas cadeias. Aquele que agrada a Deus, fugirá dela; o que, porém, é pecador, será apanhado por ela". (...) " O que eu unicamente achei foi que Deus criou o homem reto, e que ele mesmo se meteu em infinitas questões".

Salmo 127, 1-6: "Ditosos todos os que temem o Senhor, e os que andam nos seus caminhos. Quando comeres do trabalho das tuas mãos, bem-aventurado és, e te irá bem. Tua esposa será como um vinha fecunda, no interior da tua casa. Teus filhos, como mudas de oliveiras,ao redor de tua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme o Senhor".

S. Marcos X, 2-12: "Aproximando-se os fariseus, perguntavam-Lhe [a Jesus] para o tentarem: É lícito ao marido repudiar sua mulher? Ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? Responderam eles: Moisés permitiu escrever libelo de repúdio, e separar-se dela. Jesus disse-lhes: Por causa da dureza de vosso coração é que ele vos deu esse mandamento. Porém, no princípio, quando Deus os criou, 'formou-os homem e mulher. Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher; e os dois serão uma só carne'. Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto não separe o homem o que Deus uniu. Em casa os seus discípulos interrogaram-no novamente sobre o mesmo assunto. Ele disse-lhes: Qualquer que repudiar sua mulher e se casar com outra, comete adultério contra a primeira; e, se a mulher repudiar seu marido e se casar com outro, comete adultério".

1 Coríntios VII, 10 e 11: "Quanto àqueles que estão unidos em matrimônio, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não separe do marido. e, se ela se separar, fique sem casar, ou reconcilie-se com seu marido. O marido igualmente não repudie sua mulher".

Efésios V, 21-33: "Sede [marido e mulher]submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor, porque o marido é cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja, seu corpo, do qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim o estejam também as mulheres a seus maridos em tudo. Maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e por ela se entregou a si mesmo, para a santificar, purificando- no batismo da água pela palavra da vida, para apresentar a si mesmo esta Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada. Assim também os maridos devem amar as suas mulheres, como os seus próprios corpos. O que ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque ninguém aborreceu jamais a sua própria carne, mas nutre-a e cuida dela, como também Cristo o faz à Igreja, porque somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos. 'Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher; e serão os dois uma só carne'. Este mistério é grande, mas eu o digo em relação a Cristo e à Igreja. Por isso também cada um de vós ame sua mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o seu marido".

Colossenses III, 18 e 19: "Mulheres, estai sujeitas a vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas mulheres e não sejais ásperos para com elas".

1 S. Pedro III, 1-8: "Igualmente, vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, para que, se alguns não creem na palavra, sejam ganhados pelo proceder de suas mulheres, sem a palavra, considerando a vossa vida casta com temor. Não seja o vosso adorno exterior: cabelos frisados, adereços de ouro, gala e preparo dos vestidos, mas seja interior e oculto no coração, que consiste na pureza de um espírito pacífico e modesto, o qual é de grande valor diante de Deus.(...). Do mesmo modo vós, maridos, convivei sabiamente com vossas mulheres, tratando-as com honra, como seres mais fracos e como herdeiras convosco da graça da vida, a fim de que não sejam impedidas as vossas orações".

1 Coríntios XI, 7-12: "O homem, na verdade, não deve cobrir a sua cabeça, porque é a imagem e a glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. De fato, o homem não foi feito da mulher, mas a mulher do homem. E o homem não foi criado por causa da mulher, mas sim a mulher por causa do homem. Por isso a mulher deve trazer sobre a cabeça (o sinal do) poder por causa dos anjos. Contudo nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, se a mulher foi tirada do homem, também o homem é concebido pela mulher e todas as coisas vêm de Deus".

1 Coríntios XIV, 34: "As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas devem estar sujeitas, como também o diz a lei. E se querem se instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos, porque é vergonhoso para uma mulher o falar na Igreja. Porventura é de vós que saiu a palavra de Deus? Ou é só a vós que ela chegou?"

1 Timóteo II, 11-15: "A mulher aprenda, em silêncio, com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem, mas esteja em silêncio, porque Adão foi formado primeiro, e depois, Eva. Adão não foi seduzido, mas a mulher (é que, sendo) seduzida, prevaricou. Contudo, salvar-se-á pela educação dos filhos, se permanecer na fé, na caridade e na santidade, unidas à modéstia".

NB.: Se, porventura, alguém tem alguma dúvida quanto à interpretação de qualquer um destes textos das Sagradas Escrituras, tenha a plena liberdade de me perguntar. Responderei com a interpretação dos Santos Padres da Igreja.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS MOVIMENTOS INFLUENCIADOS PELO COMUNISMO



"Conhecidos a doutrina e os princípios marxistas, será ainda necessário estudar a maneira como os comunistas agem para chegar ao seu ideal  de uma sociedade sem classes (cf. Enc. cit., ibid., p. 70). Em outras palavras, quais as características pelas quais se conhecem os movimentos comunistas, ou os que, embora não sendo tais, servem ao comunismo.
Na impossibilidade de descrever todas estas características, lembremos apenas duas mais importantes e frequentes.
Ódio e intransigência pessoal
A primeira delas é a odiosa intransigência pessoal dos movimentos comunistas. Eles tendem sempre a criar e exacerbar a aversão contra uma classe social cuja existência, segundo a ordem natural das coisas, nada tem de injusto. Como a subsistência dessa classe constitui um empecilho ao triunfo da seita, os comunistas a votam ao extermínio. Pode haver motivos para se condenarem pessoas, sem que, por isso, se falte à justiça e à caridade. O que não é cristão é investir furiosamente contra uma classe sempre tida como legítima e necessária à boa ordem social, como se ela não passasse de um câncer da sociedade, a ser urgentemente extirpado.
Quando, pois, se enceta uma ação contra determinada categoria social, não com base em princípios definidos ou em fatos concretos e comprovados, mas com fundamento em doutrinas vagamente humanitárias e acusações imprecisas, excitando os espíritos à detestação pura e simples da classe em vista, podemos ter certeza de que há nessa campanha o ódio característico dos comunistas, ainda que seus promotores não se confessem tais. Sempre que uma campanha se reveste desse cunho de oposição fanática e incondicional contra uma classe determinada, há nela dedo comunista. E a colaboração que se dê a semelhante movimento é, no fundo, uma colaboração para o triunfo do comunismo.
Demagogia e exagero a propósito de problemas secundários
Além disso, como as campanhas marxistas são determinadas por considerações táticas e não por motivos morais, é muito freqüente não focalizarem elas a injustiça social mais grave, nem a que é mais urgente remediar; ou então não a focalizarem nos seus justos termos. Assim, quando se generaliza uma campanha contra um mal social, uma injustiça, uma situação deprimente, etc., é preciso examinar e ver se o caso posto em foco existe de fato, se apresenta a importância que a campanha lhe atribui, se esta o situa bem no conjunto das atividades sociais, de sorte que se possa afirmar que ela não é movida por um intuito de oposição sistemática, de acirramento de ódios e lutas, mas por uma vontade certa e sincera de corrigir um mal existente. Sempre que não se verifiquem estas características todas, podemos estar seguros de que a campanha envolve o interesse de fomentar a luta de classes, meio de que se utilizam os comunistas, como vimos, para implantar o domínio de sua seita. Colaborar com semelhantes campanhas é colaborar para o triunfo do marxismo.
Exemplo atual: a influência comunista na campanha pró-reforma agrária [Ainda é atual e até mais forte]
Exemplifiquemos co  o que atualmente se observa no movimento a favor da reforma agrária no País. De fato há entre nós injustiças no campo, de fato é preciso melhorar, o mais breve possível, as condições de existência e trabalho do operário agrícola brasileiro. E um movimento que tendo verdadeiramente a esse fim, só pode ser louvado. O que se nota, no entanto, em quase toda a presente campanha em prol da reforma agrária, é um esforço para excitar os espíritos contra a própria estrutura rural hoje existente no Brasil, acusada, sem provas, de responsável pelos males do campo e pela crise econômica nacional; e com essa excitação visa-se a levantar a opinião pública contra os proprietários da terra, sem considerar a inviolabilidade do direito de propriedade e os imensos benefícios que muitos fazendeiros proporcionaram e ainda proporcionam à coletividade." (Extraído da CARTA PASTORAL prevenindo os diocesanos contra os ardis da seita comunista, escrita por D. Antônio de Castro Mayer em 13 de maio de 1961).

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

CONHECENDO A DOUTRINA COMUNISTA



O comunismo, uma seita

Empregamos intencionalmente a palavra "seita". Não deveis pensar, com efeito, que o comunismo seja apenas um partido político. Ele o é, certamente, e suas redes envolvem em muitos países milhares e até milhões de homens e mulheres organizados politicamente, e que servem de núcleo em torno do qual gravitam outros milhares de simpatizantes e colaboradores. Mas, o comunismo é mais do que isso. Ele é uma seita filosófica, que pretende conquistar o mundo todo para sua maneira de pensar, de querer e de ser. Para conseguir semelhante conquista, os comunistas se organizam em partido; mas a arregimentação partidária é apenas um meio, um instrumento para atingir a meta universal.

O que anima a ação da seita marxista e lhe dá energia interna, clareza de fins, coesão e consequência é sua ideologia. Vamos expô-la sucintamente.

Materialismo evolucionista

O sistema comunista é o materialismo levado a suas últimas consequências. Afirma o marxismo que só existe a matéria. Não há Anjos nem demônios; não há alma espiritual nem Deus. O homem é pura matéria. Uma força misteriosa impele esse universo material num processo de desenvolvimento irreprimível, numa evolução irrefreável. Da matéria anorgânica emanou a vida, da planta nasceu o animal. Entre os animais houve um aperfeiçoamento lento e constante, até que apareceu o animal atualmente mais perfeito, cujo cérebro apresenta o mais alto grau de desenvolvimento. Este animal se chama homem. Com o tempo, o mesmo processo produzirá outro ser mais perfeito, pois assim como no passado surgiu o homem vindo do bruto, no futuro deverá surgir um outro ser, um "super-homem", tanto mais perfeito do que nós quanto nós somos mais perfeitos do que o macaco. Esta evolução não tem limites.

Tudo é relativo, inclusive a moral

Sendo assim, nossas ideias são relativas. O que me parece verdade metafísica e moral não tem valor objetivo. É verdade para mim, para meu estado de evolução. Para um ser mais evoluído, não o será. Em uma palavra, não há verdade objetiva. Eu crio a verdade; por conseguinte, crio o bem. Logo, não há metafísica, não há moral. É verdade e é bom o que eu quero que o seja. Não há Deus. Não há ordem natural que me obrigue. Não há direito natural. Não há autoridade legítima.

O homem comunista liberta-se de toda aquela maneira de pensar que tem prevalecido ao longo dos séculos, e estabelece o princípio: a verdade é o que me convém. É bom o que contribui para meu bem-estar subjetivo. Ora, a massa é a soma dos indivíduos, dos "eu" que a compõem. Assim, pois, a expressão máxima do homem é a massa. A massa que mais genuinamente representa o homem puro, autêntico, é a massa proletária. Portanto, o proletariado, a massa pobre dos trabalhadores é o árbitro supremo do bem e da verdade.

Destruição da Igreja, da autoridade, da hierarquia social

Daí se segue que a Religião, a autoridade dos pais e dos patrões, a propriedade privada, a moral obrigatória e imutável são quimeras burguesas que se devem apagar da memória dos cidadãos da "era nova". Igreja, elites sociais, classes tradicionais não têm o menor direito de existir. Céu, vida futura, ascese, santidade são conceitos que nada representam de aproveitável.

Ditadura do proletariado

O homem não deve ter nenhuma preocupação religiosa ou moral. Seu único cuidado deve ser lutar para dar ao proletariado o domínio absoluto da sociedade e proporcionar aos seus semelhantes, reduzidos todos à condição de proletários, o bem-estar na terra.

Luta entre os opostos. "Dialética"

A força metafísica que impele o universo para a perfeição é a luta entre os opostos. Existe nele uma desarmonia constitucional. Do choque dos elementos opostos brota a síntese, a harmonia momentânea. Mas logo aquilo que resultou da síntese encontra outro elemento a que se opõe, e eis de novo uma tese que se defronta com sua antítese para dar origem a uma nova síntese. Este princípio rege o universo. Rege também a sociedade humana. Poder-se-ia deixar que o processo que descrevemos se desenvolvesse em seu ritmo natural. A sociedade lentamente iria realizando suas oposições, à tese contraporia a antítese, daí resultaria uma síntese, e no fim ter-se-ia necessariamente o comunismo. Mas este processo necessário pode ser acelerado. O marxismo ensina a técnica de fazê-lo. É a luta de classes. Descobrindo os opostos, atiça-se a luta entre eles, lançando um lado contra outro. Assim, um processo que naturalmente duraria séculos pode desenvolver-se em poucos anos. É a isso que o marxismo chama "dialética". Joga os pobres contra os ricos, os colonos contra os fazendeiros, os inquilinos contra os senhorios, os pretos contra os brancos, os nortistas contra os sulistas, os nacionais contra os estrangeiros, os leigos contra os Padres,  -  eis alguns exemplos de luta possíveis.

A ciência da Revolução

O comunismo desenvolve uma ciência nova: a ciência da Revolução. Assim, cientificamente promove a luta dos opostos. Tem esta luta dois aspectos: um tático e outro estratégico. Este último consiste em apressar cientificamente a destruição daquelas oposições que, naturalmente, não se destruiriam antes de séculos, primeiro de coexistência, depois, de luta. A ciência da revolução estuda, além disso, o aspecto tático. Entre as muitas lutas possíveis, os dirigentes do comunismo escolhem aquelas que destroem classes e ordens que mais tenazmente impedem o nivelamento total da sociedade.

Igualitarismo completo

O objetivo final dos sectários de Marx é, portanto, o nivelamento total, a abolição das classes, o igualitarismo. Esse igualitarismo é essencial ao comunismo, e é por ser igualitário que ele destrói e suprime o direito de herança, a família, a propriedade privada, as elites sociais, a tradição.

Negação total da Religião Católica

Como acabamos de ver, é pois, por uma razão profundíssima que o comunismo, além de ateu, é revolucionário, violento, cínico, traidor, mentiroso, implacável, imoral, contrário à família e à propriedade. É por isto que ele é intrinsecamente mau, como declarou Pio XI 9cf. Enc. "Divini Redemptoris", ibid., p. 96).

É impossível conciliar o comunismo com o Catolicismo. Ele é uma seita filosófica que nega radicalmente tudo o que o Cristianismo ensina, e destrói o próprio fundamento deste, de todo o direito e de toda a filosofia. É a mais completa negação de Deus (cf. Enc. cit., p. 76).

Paraíso ateu

Desta negação total do bem e da verdade, e da esperança satânica de realizar o paraíso na terra, sem Deus, sem Cristo, sem a Igreja e sem autoridade, provém a força interna, o dinamismo obsedante e diabólico que empolga os comunistas e os faz soldados que não conhecem trégua nem quartel em sua luta para demolir a ordem baseada no bem e na verdade, baseada em Deus e em Cristo, que chamamos de Cristandade.

O partido Comunista

Nessa campanha contra a civilização cristã tem um papel central e preponderante o Partido Comunista. Realmente, ele se arvora em único representante genuíno da massa proletária. De maneira que se arroga, EM CONCRETO,  o poder ditatorial sobre a verdade e o bem que, em tese, o comunismo atribui ao proletariado.

Socialismo, comunismo aparentemente mitigado

Após a exposição da teoria do marxismo, convém dizer uma palavra sobre o socialismo. A realização mais conseqüente deste é o marxismo. Mas, ao lado do socialismo marxista, há variantes que procuram implantar a sociedade igualitária, materialista, sem lançar mão dos recursos brutais que geralmente são preconizados e usados por ele. Essas variantes preferem os meios legais, as transformações lentas, de modo que, num processo mais suave, mas igualmente irreprimível, sejam destruídas as instituições da sociedade sem classes, igualitária, em que o Estado tudo prevê, providencia e domina. Assim, às vezes o socialismo é o próprio comunismo nu e cru. Outras vezes, adotando aspecto pacífico e marcha gradual, ele introduz na sociedade sub-repticiamente o comunismo, e é a ponte, a porta pela qual este penetra na Cristandade. (Excertos da Carta Pastoral de D. Antônio de Castro Mayer, de santa memória, "CONTRA OS ARDIS DA SEITA COMUNISTA). 
NB.: Nossa Senhora profetizou em Fátima que o Comunismo espalharia seus erros pelo mundo todo. É o que verificamos com tristeza. Estudando atentamente as doutrinas comunistas, como acima tão magistral e claramente as expõe D. Mayer, constatamos que, talvez por uma metamorfose ideológica inadvertida, muitos católicos (e até entre os nossos que se creem tradicionais), estão contaminados pela doutrina comunista. Estes católicos desgraçadamente também ajudaram o PT, por vários anos, a levar o nosso querido Brasil ao caos total ou quase. Peçamos a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que nos livre mais uma vez do comunismo. Amém!


quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O TEMOR DE DEUS É O PRINCÍPIO DA SABEDORIA



"Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; mas temei antes aquele que pode lançar na Geena a alma e o corpo" (S. Mateus X, 28 e cf. também S. Lucas XII, 4 e 5: "A vós, meus amigos,  vos digo:Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, e depois nada mais podem fazer; temei aquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno..."

Não pode haver ninguém mais amigo do que Jesus Cristo, que quis morrer para nos salvar. E quem avisa, amigo é. Como a amigos Jesus nos dá este aviso em Mateus X, 28 e Lucas XII, 4 e 5. Portam-se, porém, como inimigos aqueles que aconselham a atitude da avestruz perante o dogma do inferno: Deus é Pai, não temais, não existe o inferno. Isto é tapar os ouvidos a advertência paternal de Deus. Jesus Cristo manda que se tema o inferno, justamente para nele não vir a cair com a alma, e depois do Juízo Final, também com o corpo.  "O princípio da sabedoria é o temor do Senhor" (Eclesiástico I, 16). Os ninivitas agiram com sabedoria porque temeram os castigos de Deus, quando Jonas lhes foi anunciar a destruição da cidade. Se os primeiros homens temessem a Deus, que é Pai mas também Juiz, não teriam praticado excessos, que moveram o mesmo Deus a afogá-los no dilúvio! Se o temor de Deus tivesse entrado em Sodoma e Gomorra com as advertências de Lot, não teriam sido os seus habitantes reduzidos a um montão de cinzas! Devemos amar a Deus, que dá o céu a quem o merece; e temê-Lo, porque castiga com o inferno os pecadores que, depois de abusar da Misericórdia, desprezam a Justiça divina e não se convertem até ao último instante de vida.

 Existem duas espécies de temor: o temor de servo que teme a culpa só por medo do castigo que Deus pode infligir. Sobretudo teme o extremo e eterno castigo que é o inferno, onde, depois da ressurreição dos corpos no juízo final, os réprobos serão lançados não só com as almas mas também com os corpos. E só Jesus Cristo, Juiz Supremo tem este poder. Os homens só podem lançar o corpo na sepultura. Este temor reverencial embora, não seja perfeito e é menos digno, contudo é bom porque afugenta o pecado: "O temor do Senhor expulsa o pecado" (Eclesiástico I, 27). Mas há outra espécie de temor e este é o melhor porque não é um temor servil mas de filho. Não apenas é bom, mas é um temor santo como diz o Salmo XVIII, 9 e 10: "As justiças do Senhor são retas, alegram os corações, o preceito do Senhor é claro, esclarece os olhos. O temor do Senhor é santo, permanece pelos séculos dos séculos; os juízos do Senhor são verdadeiros, cheios de justiça em si mesmos". O temor filial consiste em temer o castigo também por medo da culpa. E à medida que cresce esse temor, aumenta outrossim o amor que nos une a Deus. Diz Santo Tomás de Aquino que os atos exteriores devem brotar da disposição interior. A humildade é a disposição interior para todas as virtudes. O temor de Deus, a reverência diante da Majestade infinita de Deus procedem da humildade interior mas que mui naturalmente se mostram também no exterior. Pela humildade a alma tem sempre Deus diante dos olhos, sem jamais o esquecer. Teme ofender um Pai que é todo Amor, um Supremo Senhor que é todo Justiça, pois,  premia um copo d'água dado a alguém por Seu amor, como castiga uma palavra ociosa. O próprio Nosso Senhor recomenda esse temor àqueles que se dignou chamar seus amigos: "Digo, porém, a vós, meus amigos..." (S. Lucas XII, 4).  Este temor do inferno, inclui também o amor a Deus, pois, o condenado, além de outros tormentos, sofre ainda mais pela "pena do dano", isto é, ter perdido para sempre o Supremo Bem, o Pai de Bondade. Embora entre assim o amor de Deus, o motivo principal, porém, é o medo do castigo. A alma começa com este temor, mas, é óbvio que, à medida que vai adiantando na vida espiritual, este temor bom mas menos digno, cede pouco a pouco o lugar ao amor, como móbil principal e depois habitual de ação. O Concílio de Trento, no entanto,  fala com muita insistência da incerteza em que estamos a respeito da perseverança final; a nossa vida é uma provação contínua na fé, e nunca devemos largar esta arma do temor de Deus. E mesmo não podemos abandonar nunca o temor do castigo porque o próprio Espírito Santo nos dá este aviso: "Em todas as vossas obras, meditai nos vossos novíssimos e não pecareis jamais" (Ecli. VII, 40). A morte, cuja hora é incerta, abre a porta para a eternidade; logo vem o juízo, e aí a alma já saberá qual será a sua sorte eterna; ou feliz eternamente no Céu, ou infeliz eternamente no inferno.  Afinal, é o próprio Jesus que inculca este temor reverencial de servo.

Caríssimos, e como não temer, se o próprio Divino Mestre nos exorta a isto?! Se um rei do alto de uma torre, sustentasse um criminoso pelos cabelos, de maneira que, abrindo apenas as mãos,  fizesse o inimigo se precipitar numa fossa repleta de serpentes venenosas, ou numa geena cheia de imundícies fumegantes, será que este criminoso teria a ousadia e temeridade de,  com um punhal,  ameaçar o ofendido? E o pecador está em verdade, suspenso por um fio que é a vida, e suspenso sobre um "poço de fogo" (Apoc. IX, 2). Deus tem poder de cortar este fio e lançar na geena, não só o corpo mas também a alma e isto para sempre: "Ide malditos para o fogo eterno preparado para os demônios e seus seguidores" (S. Mat. XXV, 41 ). Jó fala sobre si fazendo uma outra comparação: "Eu sempre temi a Deus como a ondas suspensas sobre mim, e nunca pude suportar o peso de sua majestade" (Jó, XXXI, 23).  Faço esta citação especialmente para aqueles que, hoje especialmente, acham que este temor da ira divina é mais próprio de pecadores que de santos. O mesmo Deus elogiou a santidade de Jó. E o que ele diz de si, foi sob inspiração do mesmo Espírito Santo! Logo o temor não é contrário à santidade. O temor de Deus, mesmo o servil, é pábulo para a santidade. Uma característica da santidade é justamente o desapego universal de todas as coisas humanas. Então entendemos bem a comparação de Jó. Como os navegantes no perigo não pensam em banquetes, em glórias, em passatempos, em prazeres, mas só naquilo que importa, isto é, em salvar a vida, assim no nosso caso, os santos não pensam em outra coisa senão em salvar a sua alma, e assim salvar também o corpo, que Jesus vai ressuscitar brilhante como o sol.

Jó usa esta comparação, para dizer também que sempre se tinha voltado para Deus com aquele confiança intensa com a qual se recomenda quem vê as ondas e uma terrível tempestade, que o ameaçam. E como os navegantes, mesmo no meio de gritos de invocações, não deixam de fazer tudo o indispensável para salvar-se a ponto de lançar tudo no mar caso seja necessário, assim fazem em nosso caso também os santos, e Jó com esta metáfora queria indicar que ele tinha também agido sempre assim: "O meu coração não me acusa nada em toda a minha vida" (Jó XXVII, 6).

Caríssimos, hoje, talvez mais do que nos pretéritos tempos, grassam a imoralidade, a corrupção, o homossexualismo, o materialismo  e todas as perversidades monstruosas que os mais antigos nem sequer teriam imaginado poder um dia ser praticadas e, muito menos, aprovadas por leis nas nações (p. ex. aborto, união de pessoas do mesmo sexo, etc.). Sabeis a causa? A falta de fé e consequentemente  a ausência do temor de Deus. Devemos pensar na misericórdia divina e implorá-la; mas nunca podemos esquecer da Justiça de Deus, e temê-la. 

Caríssimos, procuremos amar a Deus de verdade e veremos como o nosso Deus é digno de um temor tal que não possa haver maior. O TEMOR DO SENHOR É UMA GLÓRIA E UMA HONRA, É UMA ALEGRIA E COROA DA ALEGRIA" (Ecli. I, 11). Amém!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

IGREJA E MARXISMO


IGREJA E MARXISMO 
                                                       
                                                                                                                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

            Participei, como palestrante, da Semana Teológica, organizada pela Paróquia de N. Sra. do Rosário, em Campos, cabendo-me o tema “A doutrina católica e o pensamento marxista”.
            O marxismo é a teoria política de Karl Marx e Friedrich Engels, que prega a proclamação da emancipação da humanidade, através da luta de classes, para se chegar ao socialismo, rumo a uma sociedade sem classes, apátrida e igualitária, o comunismo, com a ditatura do proletariado, teoria colocada em prática na Rússia por Lenin, Trotsky e Stalin. 
            Karl Marx soube aproveitar-se do momento ruim da sociedade industrial e propôs um passo rumo à salvação, o “reino de Deus” de Kant, mas aqui na terra, através da política. “Com pontual precisão, embora de forma unilateralmente parcial, Marx descreveu a situação do seu tempo e ilustrou, com grande capacidade analítica, as vias para a revolução... A sua promessa, graças à agudeza das análises e à clara indicação dos instrumentos para a mudança radical, fascinou e não cessa de fascinar ainda hoje” (Bento XVI, Spe Salvi, 20). 
            Mas “Marx não falhou só ao deixar de idealizar os ordenamentos necessários para o mundo novo... O seu erro situa-se numa profundidade maior. Ele esqueceu que o homem permanece sempre homem. Esqueceu o homem e a sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. Pensava que, uma vez colocada em ordem a economia, tudo se arranjaria. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior criando condições econômicas favoráveis” (Bento XVI, Spe Salvi, 21).
        Alguns tentaram misturar o marxismo com o cristianismo, numa falsa teologia da libertação. “Seria ilusório e perigoso o esquecimento do íntimo vínculo que os une de forma radical, aceitar os elementos da análise marxista sem reconhecer suas relações com a ideologia, entrar na prática da luta de classes e de sua interpretação marxista deixando de perceber o tipo de sociedade totalitária que conduz esse processo” (Paulo VI Oct. Adv. 34). “Essa concepção totalizante (de Marx) impõe sua lógica e leva ‘as teologias da libertação’ a aceitar um conjunto de posições incompatíveis com a visão cristã do homem... A nova hermenêutica, inserida nas ‘teologias da libertação’ conduz a uma releitura essencialmente política da Escritura... A luta de classes como caminho para uma sociedade sem classes é um mito que impede as reformas e agrava a miséria e as injustiças. Aqueles que se deixam fascinar por este mito deveriam refletir sobre as experiências históricas amargas às quais ele conduziu...” (CDF Libertatis nuntius).
        Mas, se despreza a Deus e sua lei na economia, o capitalismo equivale na maldade ao comunismo: “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes no último século, erro destrutivo, como demonstram os resultados tanto dos sistemas marxistas como inclusive dos capitalistas. Falsificam o conceito de realidade com a amputação da realidade fundante, e por isso decisiva, que é Deus... O sistema marxista, onde governou, não só deixou uma triste herança de destruições econômicas e ecológicas, mas também uma dolorosa destruição do espírito. E o mesmo vemos também no ocidente, onde cresce constantemente a distância entre pobres e ricos e se produz uma inquietante degradação da dignidade pessoal com a droga, o álcool e as sutis miragens de felicidade” (Bento XVI, Aparecida, Discurso inaugural).  

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

NOSSA PÁTRIA AMADA

NOSSA PÁTRIA AMADA  

                                                                                                                                                    Dom Fernando Arêas Rifan
*

            Estamos na Semana da Pátria, porque no dia 7 comemoraremos a Independência do Brasil, data especial para cultivarmos a virtude do patriotismo, dever e amor para com o nosso país, incluído no quarto Mandamento da Lei de Deus. Jesus, nosso divino modelo, amava tanto sua pátria, que chorou sobre sua capital, Jerusalém, ao prever os castigos que sobre ela viriam, consequência da sua infidelidade aos dons de Deus. É tempo oportuno, pois, para refletirmos sobre a nação, na qual vivemos e da qual esperamos o nosso bem comum. Será que também não devemos chorar sobre nossa pátria amada, ao vermos, na política, tanta corrupção, falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs? E, como se diz, o povo tem o governo que merece, não será sobre o povo brasileiro que devemos chorar?
          “Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita... Ninguém crê na honestidade dos homens públicos... A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido! Algum opositor do atual governo? Não!” (Eça de Queirós, ano 1871).
            Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). Política vem do grego pólis, que significa cidade. E, continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado. “A comunidade política existe... em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. O bem comum compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 74). Daí se conclui que a cidade – o Estado - exige um governo que a dirija para o bem comum. Não se pode separar a política da direção para o bem comum. Procurar o bem próprio na política é um contrassenso.
            Como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se chama o santo temor de Deus ou a consciência reta e timorata. Uma vez perdido o santo temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas paixões. Uma vez abandonados os valores morais e os limites éticos, a sociedade fica ao sabor das paixões desordenadas do egoísmo, da ambição e da cobiça.
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A ÁGUA VIVA E O ALIMENTO DE JESUS



Para os judeus, máxime para seus doutores e fariseus, a terra da Samaria era uma terra maldita. Os samaritanos conservavam com amor os livros do Pentateuco. Embora admitissem um messias, o profeta anunciado por Moisés, não aceitavam a literatura bíblica nascida no reino de Judá.

Jesus, no entanto, olhava com carinho os habitantes daquela terra excomungada pelos escribas e fariseus. Um fariseu e um doutor da Lei teriam tentado de tudo para evitar passar por Samaria, como evitavam como algo abominável, a mesma pronúncia deste nome. Jesus, no entanto, entra na Samaria seguido pelos discípulos. Aliás, o Bom Samaritano, trilha aqueles mesmos caminhos percorridos pelos antigos Patriarcas. 

Leiamos no Evangelho de S. João o capítulo IV, 5-34: "Chegou, pois, a uma cidade da Samaria chamada Sicar, junto da herdade que Jacó deu a seu filho José. Estava lá o poço de Jacó. Fatigado da viagem, Jesus sentou-se sobre a borda do poço. Era quase a hora sexta. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Jesus disse-lhe: Dá-me de beber. Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos. Disse-lhe, porém, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Porque os judeus não comunicam com os samaritanos. Respondeu-lhe Jesus, e disse-lhe: Se tu conhecêsseis o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu certamente lhe pedirias, e ele te daria de uma água viva. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar e o poço é fundo; donde tens, pois, essa água viva? És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, os seus filhos e os seus gados? Respondeu Jesus e disse-lhe: Todo aquele que bebe desta água tornará a ter sede, mas o que beber da água que eu lhe der, nunca jamais terá sede, mas a água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me desta água, para eu não ter mais sede, nem vir aqui tirá-la. Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá. Respondeu a mulher e disse: Não tenho marido. Jesus disse-lhe: Disseste bem: não tenho marido; porque tiveste cinco maridos e o que agora tens, não é teu marido; isto disseste com verdade. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram sobre este monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que é chegada a hora, em que não adorareis o Pai, nem neste monte, nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque dos judeus é que vem a salvação. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, porque é destes adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito e em espírito e verdade é que o devem adorar os que o adoram. Disse-lhe a mulher: Eu sei que deve vir o Messias que se chama Cristo, quando, pois, ele vier, nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Sou eu, que falo contigo. Nisto chegaram seus discípulos, e maravilharam-se de que ele estivesse falando com uma mulher [porque não era costume naqueles tempos um homem conversar com uma mulher assim em público]. Nenhum contudo lhe disse: Que é o que perguntas, ou que falas com ela? A mulher, pois, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àquela gente: Vinde ver um homem, que me disse tudo o que eu tenho feito; será este porventura o Cristo? Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele. Entretanto seus discípulos instavam com ele, dizendo: Mestre, come. Mas ele respondeu-lhes: Eu tenho um alimento para comer, que vós não sabeis. Pelo que diziam os discípulos uns para os outros: Será que alguém lhe trouxe de comer? Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e cumprir a sua obra".

Façamos algumas reflexões sobre este trecho do Santo Evangelho. Primeiramente admiramos a bondade do Salvador. Era quase meio dia, estava fatigado, sedento e com fome. Contudo, espera ali a pobre pecadora de Samaria, a fim de convertê-la, e mais, fazer dela uma apóstola da cidade, salvando mais almas. Ele que tinha sede das almas, pede água à Samaritana. Como ela ficasse admirada de um judeu se dirigir a uma samaritana, Jesus disse-lhe: "Oh! se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente tu mesma é que lhe farias este pedido e ele te daria água viva". Caríssimos, ESTE DOM DE DEUS é a GRAÇA  e a FÉ, é a felicidade de encontrar o Messias, o Salvador, isto é, "Aquele que tira os pecados do mundo". Na verdade, ÁGUA VIVA, em sentido próprio significa água corrente, em oposição à água dos poços. Jesus, porém, fala em sentido figurado, designando a fé e a graça, que conduzem à vida eterna. Jesus disse em S. João X, 10: "Eu vim para que elas (as ovelhas = as almas) tenham a vida e a tenham em abundância". S. Paulo diz: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça para que, assim como o pecado reinou dando a morte, assim reine a graça pela justiça para dar a vida eterna, por meio de Jesus Cristo nosso Senhor" (Rom. V, 20). Os teólogos da Libertação, no entanto, deturpam inteiramente a missão de Jesus, fazendo d'Ele um libertador temporal que teria trabalhado para acabar com as diferenças de classes.

O poço de Jacó mede 32 metros de fundura. Mesmo em seu nível máximo, a água fica a mais de 10 metros abaixo do solo. A samaritana julgou que Jesus lhe falava de água corrente e duvidou de sua palavra. Mas Jesus explica: "Todo aquele que bebe desta água... etc. A água que eu lhe der se transformará nele em fonte de água que jorra para a vida eterna". E, embora a mulher samaritana, continue a entender de modo material as palavras de Jesus, Ele com toda paciência e bondade direciona a conversa no sentido de poder mostrar que Ele é o Messias, justamente Aquele que veio destruir o pecado e dar a graça. Assim como a água natural corre para a terra, a água espiritual, que Jesus vinha dar, correrá para o céu, dando a vida eterna a todos os que dela beberem.

Hoje há muito maior facilidade em haver água potável para todos. Mesmo onde só se consegue água potável através de poços, temos as bombas, e até bombas com energia solar.  Jesus não se dispôs a fazer milagres ou então em dar instruções científicas para que o povo tivesse facilidade de acesso à água potável. Jesus ensinou: "Procurai em primeiro lugar o reino de Deus".

E quanto ao alimento? Quando os discípulos chegaram da cidade com o alimento, Jesus disse: "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e cumprir a sua obra". Os apóstolos, diante da recusa de Jesus, ficaram se indagando: "Será que alguém lhe trouxe alimento?". Sim, alguém deu-lhe alimento. Ele se alimentou com o manjar suculento que lhe ofereceu a samaritana: isto é, a sua alma, o seu coração. Caríssimos, a nossa alma é o festim do divino Salvador. Pois, não disse Ele: "Filho, dá-me teu coração?!"

Não queremos dizer que também os eclesiásticos não se preocupem com a preservação das obras da criação, mas, deixam que os especialistas disso se ocupem. Assim, à exemplo do Divino Mestre, os sacerdotes devem se preocupar em dar às almas as águas vivas da fé e da graça de Deus. Devem ter como alimento especialíssimo cumprir esta obra divina de salvar almas pelas quais Jesus morreu na cruz. Amém!

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

VIDA DE SÃO PIO X DESCRITA PELO PAPA PIO XII - ( I )

BREVE APOSTÓLICO DA BEATIFICAÇÃO
   1- Porque "Cristo amou a Igreja e se entregou a si mesmo para a santificar" (Ef V, 25), nunca faltaram nem poderão faltar, entre os fiéis, os que se avantajem aos outros em virtude, de modo que os seus exemplos sejam propostos à imitação. Por isso em todos os tempos, uma nobilíssima falange de Santos e de Bem-aventurados, ingente multidão "que ninguém pode contar, de todas as nações e tribos e línguas" (Apoc VII, 9), homens e mulheres de todas as idades e condições, não cessarão de acrescer a beleza e multiplicar a alegria da Esposa de Cristo, até à consumação dos séculos.
   2- A esta fulgidíssima falange até a nós, que, embora sem méritos, estamos ao leme da barca de Pedro em tempos tão procelosos, concedeu o benigníssimo Senhor que, especialmente no passado Ano Santo, acrescentássemos muitos ilustres heróis, cujo triunfo celebramos com grande alegria do nosso espírito. Mas aprouve a suavíssima clemência de Deus conceder hoje ao Vigário de Cristo na terra uma graça que, há mais de dois séculos, isto é, desde o ano de 1712 em que Pio V foi inscrito no cânone dos Santos por Clemente XI, não foi concedida a nenhum dos Nossos Predecessores: poder agregar ao número dos Bem-aventurados outro Sumo Pontífice, um Pontífice que nós próprio conhecemos, cujas exímias virtudes admiramos de perto, ao qual prestamos dedicada e devotamente a nossa colaboração - Pio X.
   3- Nasceu ele na humilde aldeia de Riese, na diocese de Treviso, a 2 de junho de 1835, filho de João Batista Sarto e Margarida Sanson, ambos de condição humilde mas ilustres pela honestidade e virtude antiga, aos quais Deus circundou de uma coroa de dez filhos. Batizado no dia seguinte, recebeu o nome de José Melchior. Menino de índole vivaz e alegre, sob a direção da sua piedosíssima mãe distinguiu-se de tal modo na piedade que o pároco da freguesia não duvidou proclamá-lo "a mais nobre alma" da paróquia. Depois de completar os estudos elementares na escola local, levado pelo seu grande desejo de estudar mais, freqüentou os estudos secundários, dirigindo-se para isso todos os dias, durante quatro anos, muitas vezes de pés descalços, à próxima povoação de Castelfranco. Recebeu o Sacramento da Confirmação em 1º de setembro de 1845 e fez a Primeira Comunhão em 6 de abril de 1847 e, como mostrasse constante vontade de abraçar o estado eclesiástico, em setembro de 1850 mereceu ver satisfeito o seu ardente desejo de receber as vestes talares e em novembro seguinte, mercê do interesse do Cardeal Tiago Mônico, Patriarca de Veneza e seu patrício, entrou, radiante de alegria, no prestigioso Seminário de Pádua. Quanto aí progrediu em piedade e doutrina pode facilmente deduzir-se do seguinte testemunho dos superiores daquele Seminário: "a nenhum inferior em disciplina, de grandíssima inteligência, de suma memória, de máxima esperança" ( Arquivo do Seminário de Pádua). Os fatos confirmaram plenamente a previsão. Ordenado sacerdote na igreja principal de Castelfranco em 18 de setembro de 1858, alguns dias depois celebrou solenemente a Missa-Nova na terra natal, em meio da maior alegria dos seus, sobretudo da sua digníssima mãe, bem como de todos os conterrâneos. No mês de novembro de 1858 foi nomeado coadjutor do piodoso pároco de Tômbolo, cuja saúde era bastante precária. Imediatamente aquele venerando sacerdote e os paroquianos, quase todos agricultores, experimentaram e admiraram os egrégios dotes do jovem coadjutor, a sua humildade, pobreza, jovialidade, zelo assíduo em auxiliar de todos os modos o próximo e, além disso, a sua invulgar perícia na pregação. O Bispo de Treviso, ao conhecer estas excelentes qualidades, em 1867 escolheu José Sarto para reger a paróquia mais importante de Salzano. E aí se revelou cada vez mais em quanto amor de Deus e do próximo ele se distinguia pela suavidade de caráter, mansidão, modéstia, amor da pobreza, especialmente durante a terrível peste do ano de 1873.
   4- Passados nove anos em Salzano, foi nomeado Cônego da Catedral de Treviso, Chanceler da Cúria Episcopal e ainda Diretor espiritual do Seminário. Estes cargos tão honrosos como cheios de responsabilidade, e só aceitos por obediência, pois detestava honrarias e dignidades, exerceu-os com a costumada diligência e perícia, ele que sempre foi inimigo declarado da ociosidade. Em 1879, ficando vaga a Sé de Treviso, foi eleito por unanimidade de sufrágios Vigário Capitular. E também neste ofício deu tais provas de prudência e competência que, em 1884, com aplauso universal, embora contra sua própria vontade e vã relutância, foi nomeado Bispo de Mântua.
   5- Sagrado nesta cidade de Roma, na igreja de Santo Apolinário, a 16 de novembro, entrou na diocese em abril do ano seguinte, para logo começar a difundir com maior profusão os tesouros de generosidade da sua alma a favor do novo rebanho místico confiado aos seus cuidados,"fazendo-se tudo para todos"(1 Cor IX, 22), a fim de conquistar a todos para Cristo e prover às muitas e graves necessidades da Igreja Mantuana. Deve recordar-se, antes de mais, o seu ardentíssimo xelo para que os Seminaristas, como o requeriam os tempos e as circunstâncias, fossem convenientemente educados, para que as associações católicas fossem verdedeiramente ativas e fosse acrescido o decoro  da Sagrada Liturgia. Desde então, desapareceram desconfianças e inimizades, arrrancaram-se vícios muito inveterados, suprimiram-se escândalos, restaurou-se o cumprimento dos mandamentos de Deus, cresceu maravilhosamente a fé, reforçou-se a honestidade dos costumes. Que admira, pois, que entre os Mantuanos o Bispo José Sarto gozasse fama da santidade, ele que, movido unicamente pela ardentíssima caridade cristã,costumava não só distribuir aos numerosíssimos pobres dinheiro, alimentos e vestuário, mas até beijar-lhes de joelhos os pés?
Continua no próximo post.