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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Jesus pregando o Retiro aos seus sacerdotes - ( IX )

A Santa Missa

   Recolhe-te, meu Padre, vem mais pertinho de mim. Os anjos enchem o meu santuário. Os querubins e os serafins envolvem, trementes, o meu altar, e tu, mísera criatura, vais subir os seus degraus para me ajudares a continuar o meu sacrifício do Calvário.
   Eu sou a vítima como sou também o sacrificador, e é ao meu divino Pai a quem ofereço minha vida.
   Todavia quis ter necessidade de ti para me dares a existência no altar.
   Considera, pois, a que profundeza eu me abati e a que altura te elevei.
   Como o corpo humano unido à alma constitui o homem, e como o homem enriquecido pela graça forma o cristão, assim, de maneira análoga, o cristão revestido do caráter sacerdotal dá o sacerdote, outro Jesus. 
   Quando tu pronuncias a fórmula da consagração, não é um simples mortal quem a pronuncia; sou eu mesmo, o supremo Sacerdote, que vivo em ti, quem a pronuncia contigo e por tua boca.
   Não tremes pensando que és com o Onipotente um só e mesmo princípio de ação para produzir o Homem-Deus?
    E não se sente comovido e reconhecido teu coração, vendo-te objeto de tanta confiança e de tanta ternura por parte de Deus?
   As coisas santas devem ser tratadas santamente. Prepara-te todas as vezes para o grande ato da celebração dos divinos mistérios.
   Os meus anjos ficaram abismados em adoração diante do meu altar durante todo o tempo, esperando a tua chegada com santa impaciência e profundo respeito.
   Que tristeza e que espanto para eles, quando te vêem chegar turbulento e apressado, sem sequer suspeitares a sua presença, sem lançares um olhar ao divino Prisioneiro a quem eles fazem guarda de honra!
   Se tua alma fosse ao menos bastante pura para te pores em contato com o Cordeiro sem mácula!
   Oh!, meu filho, guarda-te bem de jamais celebrares com a consciência manchada com um pecado mortal.
   Jura-me que jamais no altar me darás o beijo de Judas!
   O zelo pela casa de meu Pai devora-me. Eu não posso sofrer no meu santuário a desordem ou a indiferença. A igreja é o palácio do Rei dos reis.
   Tem um cuidado cioso da pureza da mesa do altar. É o trono do qual desce a Majestade divina. 
   Vela pela limpeza dos vasos sagrados que hão de tocar o Cordeiro imaculado, pela decência dos ornamentos que devem cobrir-me na tua pessoa, enquanto nós ambos oferecemos o santo sacrifício.
   Meu filho, se verdadeiramente me amas, observarás com dignidade e com imenso respeito as mais pequenas cerimônias da santa Liturgia.
   Celebra com atenção e com o espírito e o coração unido a mim, o Sacerdote supremo.
   Comigo adora, ama e dá graças ao Pai do céu, de quem vêm todos os benefícios.
   Comigo implora do Juiz supremo o perdão dos teus pecados e dos pecados do meu povo.
   Comigo e por mim apresenta afoitamente as tuas petições.
   Tudo o que pedires em meu nome ao meu Pai, obtê-lo-ás.
   Após a Santa Missa não me abandones precipitadamente. Fica comigo algum tempo ainda, em trato íntimo, de coração a coração, para me agradeceres  e pedires o meu amor e para obteres o perdão das irreverências cometidas durante as augustas cerimônias.
   Desde que és sacerdote, és como o compêndio e o pai comum de toda a Igreja. Leva-la na tua alma dia a dia e oferece-la como vítima, comigo, ao Pai celestial. Nenhum homem sobre a terra pode encontrar-te indiferente aos seus destinos. 
   Quando celebras, as almas do Purgatório estendem para ti, súplices, as suas mãos. Conjuram-te a que sobre elas faças destilar algumas gotas do meu sangue precioso.
   Suplicam-te que acolhas os seus ardentes desejos, os seus prantos amorosos e os seus gemidos, de si mesmos estéreis; que os faças passar pelo teu coração sacerdotal, permitindo-me assim aliviá-las e libertá-las.
   Quando celebras, até o céu se inclina para ti com respeito e reconhecimento. 
   Os anjos e os bem-aventurados rodeiam-te com veneração e dão-te pressa para ofereceres a divina Hóstia. Pedem-te que unas as suas adorações às adorações da divina Vítima que tens nas tuas mãos.
   A minha própria Mãe, a Rainha de todos os sacerdotes, está presente cada dia ao teu santo sacrifício. Sente-se feliz de poder renovar, graças a ti, seu filho, a oferta que entre lágrimas fez um dia ao pé da cruz.
   

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Jesus pregando Retiro aos seus sacerdotes ( II )

O sacerdote, hóstia com Jesus

   
   Eu sou sacerdote e hóstia, sacrificador e vítima. No Antigo Testamento, os sacrifícios não tinham valor senão em vista da minha futura imolação sobre a cruz.
   No Novo Testamento, eu sou a vítima oferecida de uma extremidade à outra do mundo, em todos os altares do Universo.
   Até ao fim dos tempos ficarei na Santíssima Eucaristia no estado de hóstia, oculto debaixo de humildes espécies, humilhado ante o meu Pai, aniquilado perante a Sua Majestade infinita.
   Eu vivo em toda a Igreja, mas perseguido pelos meus inimigos, desprezado pela maioria dos homens, traído amiúde pelos meus próprios filhos.
   Meu filho, chamado por um decreto eterno a seres meu sacerdote, foste pelo mesmo decreto designado para seres vítima comigo.
   Minha Mãe, dando-me a humanidade, deu-me a possibilidade de ser sacerdote e de me oferecer como vítima a meu Pai. Todavia, Ela não pôde consentir no meu sacrifício sem ser atravessada por uma espada de dor.
   De igual maneira tu me dás o ser sacramental e me ofereces no altar como Ela me oferecia no Calvário; mas, se és outro Jesus, não poderás oferecer-me sem te imolares comigo.
  No altar, tu assimilas o meu corpo e o meu sangue; mas não poderias dignamente chegar a essa assimilação da vítima sem seres, tu mesmo, transformado em hóstia.
   Oh! Não fujas a esta honra incomparável de seres hóstia comigo!
   Não te espante o participares do meu estado de vítima.
   O grão de trigo não poderia germinar nem produzir o seu fruto sem ser lançado na terra para lá sofrer a decomposição.
   O Filho do homem não pôde entrar na sua glória sem antes ter sofrido e morrido no patíbulo. Sem efusão de sangue não há redenção. 
   Tu és co-redentor e deves morrer e ser sepultado comigo para depois ressuscitares e te sentares a meu lado na glória.
  O mundo rejubilará enquanto tu estás na aflição; tem paciência, passará o sofrimento e a glória não terá fim.
   Feliz aquele que compreende o mistério da cruz! Feliz aquele que não se escandaliza da minha humilhação! Feliz aquele que não se espanta à vista das provas que eu mando aos meus melhores amigos!
   Feliz o sacerdote que recebe com alegria a parte escolhida que eu lhe dou nos meus sofrimentos, pois a minha paixão ainda não está acabada!
   Feliz aquele que vai comigo até ao Calvário e desafia os insultos e as perseguições para me permanecer fiel!
   Meu filho, a tua paciência agrada-me mais do que as tuas pressas. O teu sofrimento produz mais fruto que a tua atividade. Os teus desprezos atraem mais almas do que os teus sucessos.
   Sê vítima comigo! Quando no altar me tens nas tuas mãos, quando levantas a hóstia santa, entrega-te comigo ao nosso Pai do céu e abandona-te nos Seus braços a todo o Seu querer, presente e futuro, sobre ti e sobre os teus, para o tempo e para a eternidade.
   Queres ser meu verdadeiro discípulo? - Toma a tua cruz, vem e segue-me.
   O mundo te aborrecerá e perseguirá. Olhar-te-á com desprezo, porque és meu sacerdote, porque a tua batina lhe prega a penitência e as tuas virtudes são a recriminação dos seus vícios.
   Na terra, eu não recolhi da maioria dos homens senão hostilidade, indiferença ou ingratidão. De igual maneira, tu não terás no mundo nem repouso nem reconhecimento. O discípulo não deve ser melhor tratado do que o Mestre.
   Eu sofri na terra a solidão do coração, o abandono dos meus, ainda dos melhores amigos. Terás também parte nesta cruz!
   Lembra-te então de que estou sempre a teu lado.
   A Minha Mãe seguiu-me até ao Calvário, e tampouco Ela te abandonará.
   Assaltar-te-ão penas interiores e dúvidas angustiosas, em vista das tuas graves obrigações e da tua fraqueza em as cumprires. Une-as à minha tristeza no jardim das Oliveiras, ao tédio e aos temores que então me acabrunharam.
   As enfermidades corporais serão o teu tormento e minarão as forças que tu quererias consagrar ao meu serviço.
   Recorda então que és vítima comigo e que mereces mais pelos teus sofrimentos do que pelas outras ações.
   A morte virá enfim, e vê-la-ás aproximar-se com terror, considerando o número das tuas infidelidades e a severidade do juízo.
   Une-te à minha agonia na cruz. Eu fui abandonado por meu Pai para te merecer a graça de um dia seres acolhido por mim, não obstante a tua miséria.
   Tem coragem, meu filho. Leva esforçadamente a tua cruz e vem em meu seguimento. Não permitirei que sucumbas debaixo do seu peso.
   As tribulações que o meu Pai te destina para te fazer semelhante a mim, não virão sobre ti todas juntas. Distribuí-las-ei por toda a tua existência e fá-las-ei alternar com consolações e alegrias íntimas.
   O meu jugo é suave e leve a minha carga. Não sou eu o forte de Israel? Não sou eu a fortaleza dos mártires no meio dos maiores suplícios?
   
   
    

domingo, 5 de agosto de 2012

Jesus pregando Retiro aos seus sacerdotes ( I )

MENSAGEM DE JESUS AO SEU SACERDOTE
pelo Pe. José Schrivers, C. SS. R.

   Farei apenas algumas postagens extraídas deste livro que pode ser adquirido na Editorial Perpétuo Socorro; Rua da Firmeza, 161, PORTO, PORTUGAL

NA VÉSPERA DE TARDE

   Venha a mim, meu filho. Eu convido-te a subir a montanha santa como outro Moisés. Desejo entreter-me contigo de coração a coração. Não és tu o chefe de meu povo?
   Não temas a minha divina Majestade. Sou o teu Jesus, o teu Redentor. Não te escondas de mim como Adão no paraíso terrestre, apesar, talvez, da tua nudez espiritual. Eu vim, não para te repelir com os meus rigores, mas para te atrair à minha intimidade e revestir da minha graça.
   Não recuses, portanto, o meu convívio. A quem irias então? Não tenho Eu palavras de vida eterna? Para onde fugirias tu, longe de mim, se estás envolvido pela minha divindade e és levado nos meus braços onipotentes? Em mim tens o ser, o movimento e a vida.
   A minha conversação não tem amargura. Sou a alegria dos anjos e as delícias dos eleitos. Criei o coração do homem, e o teu, particularmente, para o encher da minha graça e da minha felicidade. Sem mim serás culpável e infeliz.
   Não te espantes de ver a minha grandeza infinita abater-se até ao teu nada e convidar-te a um diálogo íntimo. Sou teu irmão, feito semelhante a ti. Não te fiz eu meu sacerdote, outro Jesus? Não te escolhi entre milhares para te revestir do meu poder e confiar-te na terra a minha obra de amor? 
   Recolhe-te na minha presença. Estou no centro da tua alma. Se afastares de teu coração todos os mais cuidados, ouvirás a minha voz.
   Presta-me atento ouvido, porque te quero falar. E tenho tantas coisas que te ensinar, tantos interesses a tratar, que a ambos atingem e importam ao nosso Pai comum que está nos Céus!
   Quantas vezes, quando no altar me tinhas nas tuas mãos, quis entrar em contato contigo, meu filho, e dizer-te: meu amor! Mas estavas despreocupado e distraído.
   Agora, está atento à minha voz. Deixa para mais tarde as tuas solicitudes e vem entreter-te comigo.
   Tem confiança, meu filho, meu Padre. Vim para te esclarecer, para sarar com o meu contato as chagas da tua alma, até as mais inveteradas. Oh! conheço-as todas, ainda aquelas que tu a ti próprio quererias dissimular!
   Não me impeças de te fazer bem. Não te furtes a mim pela desconfiança. Se o meu sacerdote se distancia de mim, admitindo-o quotidianamente à minha mesa, quem me  fará companhia na solidão do meu Tabernáculo? Quem me ajudará a glorificar o meu divino Pai?
   Durante estes exercícios não te dedique a buscar grandes pensamentos e ideias sublimes. O teu espírito é só trevas... eu sou a luz do mundo. Se és humilde, eu me revelarei a ti.
   Não procures a doçura e a consolação. O meu reinado em ti não é sentimento. O amor, que quero fomentar em ti, é sobrenatural. Ele transformará a tua alma, mesmo sem tu o saberes, e deixá-la-á pronta para fazer a minha vontade.
   Reza. Recomenda-te à minha Mãe, à Mãe do Perpétuo Socorro, a Rainha dos sacerdotes, e ela te fará dócil à minha voz.