Caríssimos e amados irmãos (ãs) em Nosso Senhor Jesus Cristo!
Vamos, com a graça de Deus, meditar um pouco sobre o Salmo 102, que é um cântico das misericórdias de Deus. A alma bendiz o Senhor por todas as provas de bondade que tem recebido d'Ele. O Salmista convida sua alma com todas as suas potências, a bendizer a Deus: primeiramente, dá ações de graças pelo perdão de todas as suas maldades e a cura de todas as suas enfermidades, sobretudo as da alma. Deus, na verdade, nos livra da morte e nos abençoa com sua misericórdia e com suas graças. Porque Ele é compassivo, misericordioso e paciente. Não ficará irado para sempre, nem nos tratou com o rigor que nossos pecados mereciam. Pois, como o Céu está muito acima da Terra, e o Oriente está distante do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados. Como um pai trata os seus filhos com bondade, assim Nosso Senhor se compadece daqueles que o temem. E é bom lembrar que não se trata de um temor de escravo o que Deus quer, mas um temor de filho, que, reconhecendo, de um lado, a bondade do Pai do Céu, e, de outro, a sua fraqueza, teme vir a ofender a Ele.
Na verdade, a misericórdia e a justiça em Deus andam juntas e até se abraçam e se beijam. É o que diz o Espírito Santo no Salmo 84, 11: " A misericórdia e a verdade (i é, a justiça se encontraram e abraçaram; e a justiça e a paz (i é, a misericórdia) se beijaram". Justamente por ser a própria justiça, Deus leva em conta a nossa fraqueza e a nossa miséria. Vê a nossa boa vontade e assim, sabe que, quando caímos, é mais por fraqueza que por malícia. É o que o Salmo 102 nos versículos 14-16 expressa; Deus sabe de que barro fomos formados, sabe que somos fracos como a erva e a flor do campo, que logo murcham, caem e são levados pelo vento. Então assim, Deus espera o pecador com toda paciência; vai a sua procura com toda solicitude; e, quando o pecador se arrepende, se humilha, e, como o filho pródigo, novamente se volta para o seu Pai do Céu, este o recebe com alegria, abraça-o e beija-o. E Jesus convoca todos os anjos e santos do Céu a se alegrarem. No término da parábola da ovelha perdida, Jesus diz: "Há mais alegria no Céu por um pecador que faz penitência, do que por 99 justos que não precisam fazer penitência". É óbvio que não se trata de abraçar o pecador com pecado e tudo, mas o pecador que se converte.
E caríssimos, a misericórdia de Deus é eterna e para todos aqueles que O amam e por isso temem ofendê-Lo. Quando caem, tanto a justiça como a misericórdia divinas espalham-se sobre eles para os perdoar. E Deus perdoa de tal modo que Ele esquece tudo. É como se a pessoa nunca tivesse caído em pecado. É o que Deus diz em Isaías 43, 25: "Se o pecador se arrepender e fizer penitência, não me lembrarei mais dos seus pecados".
No fim do Salmo, o Salmista convida os Anjos e todas as demais criaturas a bendizerem a Deus, tão bom e tão misericordioso. E termina com as mesmas palavras com que se inicia: "Bendize, ó minha alma, o Senhor!" Amém!
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